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Professora Mariléa

Aulas do dia 06/11/2023


Assunto: Conjunções
Curso: Biomedicina
1º Semestre
O papel das conjunções na construção textual
A conjunção é a palavra que liga duas orações ou termos de mesma função
na oração. Quando a conjunção exerce seu papel de ligar as orações,
estabelece entre elas uma relação de coordenação ou subordinação.
O que são as conjunções

Conjunções são conectivos que fazem o papel de unir termos em uma


oração, orações em uma frase e frases em um texto. São elas que
estabelecem uma relação lógica de sentido e coesão.

Como todos os conectivos, não têm função sintática, porém, o valor


semântico das conjunções pode ser estudado e separado em 15 tipos,
divididos entre conjunções coordenativas e conjunções subordinativas.

Tipos de conjunções: coordenativas e subordinativas

Entende-se por oração, toda frase que tenha um verbo. Quando as orações
ligadas por uma conjunção são independentes, temos as conjunções
coordenativas.

São coordenadas também, por serem formadas por orações que tem a
mesma função e por apresentarem uma estrutura fixa.

Quando existe uma oração principal e uma subordinada, a subordinada


depende da principal para fazer sentido, dessa forma, as conjunções

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subordinativas têm uma estrutura móvel e, mesmo que a ordem das
orações seja alterada, o sentido não se altera.

Exemplos de conjunções coordenativas:

Vamos ver como isso funciona na prática?

Fui à padaria, mas não comprei doces.

A conjunção coordenativa adversativa (mas) liga duas orações que são


independentes, construindo um sentido de que, apesar de eu ter ido à
padaria, não comprei doces. Seja porque esqueci, porque estou de dieta,
porque não quis, enfim, diversas hipóteses podem surgir da interpretação
dessa frase.

Exemplos de conjunções subordinativas:

Fui à padaria porque não comprei doces.

Nesse caso, temos uma conjunção subordinativa causal (porque) que


justifica a ação de ir até a padaria. Sobre a estrutura móvel que falamos, se
quisermos, podemos inverter a ordem da frase, sem alterar seu sentido:

Porque não comprei doces, fui à padaria.

O que motivou a ida à padaria é a causa de um esquecimento, de uma falta


de tempo, que resultou na ação. O sentido é dado pela conjunção.

São mais de cem palavras que designam conjunções, então não é necessário
decorar todas, mas saber as principais e, fundamentalmente, entender o
sentido que cada uma traz para as frases é muito importante.

Conjunções coordenativas

São 5 as conjunções coordenativas: Aditivas, Adversativas, Alternativas,


Conclusivas e Explicativas. Os nomes de cada uma expressam os valores

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que elas carregam, as aditivas, por exemplo, têm o valor de adição, as
adversativas expressam oposição, adversidade, e assim por diante.

As principais em cada uma dessas categorias são:

Conjunções Aditivas Possuem a ideia de adição em uma frase:

 e;
 mais ainda;
 mas também;
 nem. Exemplo: Maria e Júlia foram a praia.

Conjunções Adversativas

Transmitem a ideia de oposição em relação a ideia anterior:

 contudo;
 entretanto;
 mas;
 não obstante;
 no entanto;
 porém;
 todavia.

Exemplo: Laura não estudou para a prova, porém tirou nota alta.

Conjunções Alternativas

Expressam a ideia de alternância, de opção:

 já…, já…;
 ou, ou…;
 ou…, ora…, ora…;
 quer…, quer…

Exemplo: Ou você almoça, ou toma banho primeiro.

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Conjunções Conclusivas

Expressam a conclusão de uma ideia:

 assim;
 então;
 logo;
 pois (depois do verbo);
 por conseguinte;
 por isso;
 portanto.

Exemplo: Acompanhei meu pai na consulta, por isso não fui ao trabalho.

Conjunções Explicativas

Explicam algum ocorrido:

 pois (antes do verbo);


 porquanto;
 porque;
 que.

Exemplo: João não foi à escola porque tomou advertência.

Conjunções subordinativas

São 10 os tipos de conjunções subordinativas, assim como as


coordenativas, os nomes expressam o seu valor em cada frase:

 Conjunções Causais: porque, pois, porquanto, como (=porque), pois


que, por isso que, já que, uma vez que, visto que, etc.;

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 Conjunções Comparativas: que, do que (depois de mais, menos,
maior, menor, melhor e pior), qual (depois de tal), quanto (depois de
tanto), como, assim como, bem como, come se, que nem;
 Conjunções Concessivas: embora, conquanto, ainda que, mesmo
que, posto que, bem que, se bem que, por mais que, por menos que,
pesar de que, etc.
 Conjunções Condicionais: se, caso, contanto que, salvo se, sem que
(=se não), dado que, desde que, a menos que, a não ser que, etc.;
 Conjunções Conformativas: conforme, como, segundo, consoante,
etc.;
 Conjunções Consecutivas: que (combinada com uma das palavras
tal, tanto, tão ou tamanho, presentes na oração anterior), de forma
que, de maneira que, de modo que, de sorte que, etc.;
 Conjunções Finais: para que, a fim de que, porque (=para que);
 Conjunções Integrantes: se, que; assim que, desde que, todas as
vezes que, cada vez que, apenas, mal, etc.;
 Conjunções Proporcionais: à medida que, ao passo que, à
proporção que, enquanto, quanto mais…mais, quanto mais…menos,
etc.
 Conjunções Temporais: quando, antes que, depois que, até que,
logo que, sempre que;

As orações coordenadas são aquelas que não dependem de


outras para ter sentido completo. Quando as orações não são
ligadas entre si por conectivos, são chamadas de orações
coordenadas assindéticas. Quando as orações são ligadas por
conectivos, são chamadas de orações coordenadas sindéticas.
As orações coordenadas são orações independentes, ou seja, não há relação sintática
entre elas.

Elas são classificadas em dois tipos: orações


coordenadas sindéticas e orações coordenadas
assindéticas. Orações coordenadas assindéticas
As orações coordenadas assindéticas são caracterizadas pelo período composto
justaposto, ou seja, não são ligadas através de nenhum conectivo.

Exemplos:

 Chegamos na praia, nadamos, jogamos, comemos.


 Pegou a chave, abriu a porta, suspirou fundo.
 Não tem vontade de comer, estudar, sair.

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Orações coordenadas sindéticas
As orações coordenadas sindéticas são caracterizadas pelo período composto ligado
através de uma conjunção ou locução coordenativa.

Assim, dependendo dos conectivos presentes nas orações, elas podem ser: aditivas,
adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.

1. Oração coordenada sindética aditiva


As orações coordenadas sindéticas aditivas são aquelas que transmitem uma ideia de
adição, soma.

Os conectivos que coordenam as orações aditivas são: e, nem, não só, mas também, mas
ainda, como, assim, etc.

Exemplos:

 Chegamos à praia e nadamos.


 Não faz nem deixa ninguém fazer.
 Gosta de ficar em casa, como também gosta de sair.

2. Oração coordenada sindética adversativa


As orações coordenadas sindéticas adversativas são aquelas que transmitem uma ideia
de oposição ou de contraste.

Os conectivos que coordenam as orações adversativas são: e, mas, contudo, todavia,


entretanto, porém, no entanto, ainda, assim, senão, etc.

Exemplos:

 Eles queriam sair, porém, estava chovendo.


 Seu mau feitio, no entanto, deixou todos desanimados.
 Trabalha, mas nunca guarda dinheiro.

3. Oração coordenada sindética alternativa


As orações coordenadas sindéticas alternativas são aquelas que enfatizam uma escolha
dentre as opções existentes.

Os conectivos que coordenam as orações alternativas são: ou, ou … ou; ora … ora; quer
… quer; seja … seja, etc.

Exemplos:

 Ora gosta de vestidos, ora gosta de sapatos.


 Fale agora ou cale-se para sempre.
 Vou falar com ele, quer você queira, quer não.

4. Oração coordenada sindética conclusiva


As orações coordenadas sindéticas conclusivas são aquelas que expressam conclusões.

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Os conectivos que coordenam as orações conclusivas são: logo, portanto, por fim, por
conseguinte, pois, então, consequentemente, etc.

Exemplos:

 São adolescentes, logo irão namorar.


 Cheguei atrasada, portanto terei que aguardar que me chamem novamente.
 Tirou o bolo do forno agora mesmo, então não o pode comer já.

5. Oração coordenada sindética explicativa


As orações coordenadas sindéticas explicativas expressam uma explicação sobre algo
que foi referido anteriormente.

Os conectivos que coordenam as orações explicativas são: isto é, ou seja, a saber, na


verdade, porque, que, pois, etc.

Exemplos:

 Descemos do carro, porque o trânsito estava parado.


 Ela não atende o telefone, ou seja, ela não quer saber de nós.
 Ela não sabe da novidade, pois não disse nada.
 Vídeo

Referências Bibliográficas
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua
portuguesa. 48. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2010.

Exercícios envolvendo as conjunções

Podem ficar tranquilos, não é preciso decorar todas essas conjunções, mas
saber os seus valores é fundamental.

Sem saber as conjunções, é difícil interpretar um texto e até mesmo


escrever um. Então, se você lê bastante e está atento ao sentido nos textos,
com certeza não terá dificuldades., porém, apenas o hábito da leitura
conduz a uma boa escrita. Por que será? Alguém tem a resposta?

Vamos praticar!

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1. (CESGRANRIO – 2011 – FINEP – Técnico – Suporte Técnico)
Considere a sentença abaixo.

Mariza saiu de casa atrasada e perdeu o ônibus. As duas orações do


período estão unidas pela palavra “e”, que, além de indicar adição,
introduz a ideia de

a) oposição

b) condição

c) consequência

d) comparação

e) união

Resposta Comentada: Num primeiro momento, ao batermos os olhos e


encontramos a conjunção e, já pensamos em uma conjunção coordenativa
aditiva. Nesse caso, ela assume outro sentido e por isso é importante saber
interpretar a questão. O e traz uma relação de consequência, portanto, a
resposta correta é a letra C.

2. (NCE-UFRJ – 2010 – UFRJ


Contador) “Dicas para acelerar sem perder o ritmo”. Nessa frase, os
dois conectivos sublinhados indicam, respectivamente:

a) direção e negação;

b) comparação e ausência;

c) finalidade e concessão;

d) modo e condição;

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e) movimento e modo.

Resposta comentada: Perceberam que nessa questão não se pergunta quais


são os tipos de conjunções e sim os seus valores? Por isso é tão importante
saber pelo menos as principais delas em cada categoria. A resposta correta
é a letra C.

3. (FGV – 2010 – DETRAN-RN – Assessor Técnico –


Contabilidade) “… e eu sou acaso um deles, conquanto a prova de ter a
memória fraca…”; a oração grifada traz uma ideia de:

a) Causa.

b) Consequência.

c) Condição.

d) Conformidade.

e) Concessão.

Resposta Comentada: Nossa, que frase difícil! Para quem conhece as


conjunções subordinativas e estudou as principais, sabe
que conquanto está na categoria das conjunções subordinativas
concessivas, portanto, a resposta é a letra E.

Questão 4- (UFPB-2010) No fragmento “A vida ganhou em qualidade,


prorrogando a juventude, sem com isso perder os benefícios da
longevidade bem-vinda [...]", a oração destacada expressa ideia de:

a)Condição
b)Consequência
c)Concessão
d)Comparação
e) Causa

Alternativa correta c) Concessão

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Concessão é sinônimo de permissão. Isso quer dizer que a vida ganhou
qualidade e concedeu benefícios da longevidade.

Questão 5 (PUC-SP) Em: “… ouviam-se amplos bocejos, fortes como o


marulhar das ondas…” a partícula como expressa uma ideia de:
a) comparação
b) causa
c) explicação
d) conclusão
e) proporção

Alternativa correta a) comparação


A conjunção "como" está fazendo o papel de comparar os bocejos fortes
com o marulhar das ondas.
Questão 6- (UEL-PR) Não gostava muito de novelas policiais;
admirava, porém, a técnica de seus autores. Comece com: Admirava a
técnica...
a) visto como
b) enquanto
c) conquanto
d) porquanto
e) à medida que

Alternativa correta c) conquanto


Admirava a técnica de seus autores, conquanto não gostava muito de
novelas policiais.
"Conquanto" é uma conjunção concessiva. Ela admite um fato contrário
(admirar a técnica, mas não gostar das novelas).
Questão 7 (Fuvest-SP) "Podem acusar-me: estou com a consciência
tranquila." Os dois pontos (:) do período acima poderiam ser
substituídos por vírgula, explicitando-se o nexo entre as duas orações
pela conjunção:

a) portanto
b) e
c) como

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d) pois
e) embora

Alternativa correta d) pois. A conjunção "pois" é explicativa. Assim,


na oração se esclarece que alguém pode ser acusado porque esse
alguém está com a consciência tranquila.

Questão 8 Mackenzie-SP) Assinale “como” assume a mesma função


que exerce em "como fosse trazido à sua presença um pirata".
a) Como você conseguiu chegar até aqui?
b) Como todos podem ver, a situação não é das melhores.
c) Não só leu os livros indicados, como também outros de interesse
pessoal.
d) Como não telefonou, resolvi procurá-lo pessoalmente.
e) O arquiteto projetou o jardim exatamente como lhe pediram.

Alternativa correta d) Como não telefonou, resolvi procurá-lo


pessoalmente.
Nesta caso, a conjunção "como" traz a ideia de causa.

Questão 9- As conjunções subordinativas são termos que ligam duas


orações sintaticamente dependentes. A alternativa abaixo que
apresenta uma conjunção subordinativa consecutiva é
a) Assim que eu terminar o curso, irei fazer um intercâmbio na
Austrália.
b) A explicação do professor foi excelente, de forma que entendemos
melhor sobre o tema.
c) A fim de que melhore seu desempenho na escola, vamos ajudá-lo
a estudar.
d) Quanto mais estudo essa matéria, mais preocupado fico.
e) Já que não temos dinheiro para as férias, ficaremos em casa.

Alternativa correta: b) A explicação do professor foi excelente, de forma


que entendemos melhor sobre o tema.

Questão 10 - A classificação das conjunções destacadas abaixo estão


corretas, exceto:
a) Não irei trabalhar hoje porque estou com dor de estômago.
(conjunção subordinativa causal)
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b) Embora não admita, está com dores de cabeça. (conjunção
subordinativa concessiva)
c) Farei todos os doces da festa segundo os ensinamentos da minha
vó. (conjunção subordinativa condicional)
d) Nos matriculamos no curso de verão da faculdade para
que possamos aprender mais sobre o tema. (conjunção subordinativa
final)
e) Ficarão muito orgulhosos assim que ele se formar. (conjunção
subordinativa temporal)
Alternativa correta: c) Farei todos os doces da festa segundo os
ensinamentos da minha vó. (conjunção subordinativa condicional)
A conjunção "segundo" transmite a ideia de conformidade,
concordância e, por isso, é uma conjunção subordinativa
conformativa.

Questão 11- “Se não chover, irei à igreja”. O termo destacado é uma
conjunção
a) coordenativa conclusiva
b) coordenativa explicativa
c) coordenativa adversativa
d) subordinativa temporal
e) subordinativa condicional

Alternativa correta e) subordinativa condicional


O termo destacado “se” é uma conjunção subordinativa condicional que
liga duas frases dependentes exprimindo a ideia de hipótese ou condição
em relação à oração principal.
Questão 12
As conjunções coordenativas são aquelas que conectam duas orações
independentes. A alternativa abaixo que não contém esse tipo de conjunção
é
a) Minha amiga é mais esperta do que eu.
b) Chegou atrasado, porém conseguiu assistir a aula.
c) Sônia não gosta de macarrão nem de nhoque.
d) Chove muito, portanto não iremos à praia hoje.
e) Não foi à escola, porque estava doente.

Alternativa correta a) Minha amiga é mais esperta do que eu.


A opção correta apresenta uma conjunção subordinativa comparativa “do
que” a qual expressa a ideia de comparação.

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Questão 13- (Fuvest-SP) Nas frases abaixo, cada espaço pontilhado
corresponde a uma conjunção retirada.
1. "Porém já cinco sóis eram passados (....) dali nos partíramos."
2. (....) estivesse doente faltei à escola.
3. (...) haja maus nem por isso devemos descrer dos bons.
4. Pedro será aprovado (...) estude.
5. (...) chova sairei de casa.

As conjunções retiradas são, respectivamente:


a) quando, embora, mesmo que, desde que, ainda que.
b) que, como, embora, desde que, ainda que.
c) como, que, porque, ainda que, desde que.
d) que, ainda que, embora, como, logo que.
e) que, quando, embora, desde que, já que

Alternativa correta b): que, como, embora, desde que, ainda que.

Questão 14- Leia o texto


O senso comum é que só os seres humanos são capazes de rir. Isso não
é verdade?
Não. O riso básico — o da brincadeira, da diversão, da expressão física do
riso, do movimento da face e da vocalização — nós compartilhamos com
diversos animais. Em ratos, já foram observadas vocalizações ultrassônicas
— que nós não somos capazes de perceber — e que eles emitem quando
estão brincando de “rolar no chão”. Acontecendo de o cientista provocar
um dano em um local específico no cérebro, o rato deixa de fazer essa
vocalização e a brincadeira vira briga séria. Sem o riso, o outro pensa que
está sendo atacado. O que nos diferencia dos animais é que não temos
apenas esse mecanismo básico. Temos um outro mais evoluído. Os animais
têm o senso de brincadeira, como nós, mas não têm senso de humor. O
córtex, a parte superficial do cérebro deles, não é tão evoluído como o
nosso. Temos mecanismos corticais que nos permitem, por exemplo,
interpretar uma piada.
A coesão textual é responsável por estabelecer relações entre as partes do
texto. Analisando o trecho “Acontecendo de o cientista provocar um dano
em um local específico no cérebro”, verifica-se que estabelece com a
oração seguinte uma relação de

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a) finalidade, porque os danos causados ao cérebro têm por
finalidade provocar a falta de vocalização dos ratos.
b) oposição, visto que o dano causado em um local específico no
cérebro é contrário à vocalização dos ratos.
c) condição, pois é preciso que se tenha lesão específica no cérebro
para que não haja vocalização dos ratos.
d) consequência, uma vez que o motivo de não haver mais
vocalização dos ratos é o dano causado no cérebro.
e) proporção, já que à medida que se lesiona o cérebro não é mais
possível que haja vocalização dos ratos.

Alternativa correta c) condição, pois é preciso que se tenha lesão


específica no cérebro para que não haja vocalização dos ratos.
O gerúndio "acontecendo" expressa, neste caso, condição. É o
mesmo que dizer: "Se o cientista provocar um dano em um local
específico no cérebro..."

Texto para interpretar

A Árvore generosa
Era uma vez uma árvore...Que amava um menino. E todos os dias
o menino vinha. Juntava suas folhas.
E com elas fazia coroas de rei; com elas brincava de rei da
floresta.
Subia em seu grosso tronco, balançava-se em seus galhos, comia
suas maçãs.
E brincavam de esconder.
Quando ficava cansado, o menino repousava à sua sombra
fresquinha.
O menino amava a árvore...profundamente. E a árvore era feliz.
Mas o tempo passou, o menino cresceu.
E a árvore muitas vezes ficava sozinha.

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Um dia o menino veio e a árvore disse:” menino, venha subir no
meu tronco, balançar-se nos meus galhos, comer as minhas
maçãs, repousar à minha sombra e ser feliz.”
“ Estou grande demais para brincar” o menino respondeu. “ Quero
comprar muitas coisas. Quero me divertir e preciso de dinheiro .
Você tem algum dinheiro que possa me oferecer?
“ Sinto muito, disse a árvore,” mas eu não tenho dinheiro.
Tenho apenas minhas folhas e minhas maçãs.
“Leve as maçãs, menino. Vá vendê-las na cidade. Então terá
dinheiro e será feliz.”
E o menino subiu pelo tronco da árvore, colheu as maçãs e levou-
as embora
E a árvore ficou feliz.
O menino sumiu por muito tempo...
A árvore ficou tristonha outra vez.
Um dia o menino veio e a árvore estremeceu, tamanha a sua
alegria, e disse: “ Venha, menino, venha subir no meu tronco,
balançar-se nos meus galhos e ser feliz.”
“ Estou muito ocupado pra subir em árvores”, disse o menino.
Eu quero uma casa pra me obrigar, quero uma esposa, quero ter
filhos, para isso é preciso que eu tenha uma casa. Você tem uma
casa pra me oferecer?
“ Eu não tenho uma casa disse a árvore; “ a casa em que moro é
esta floresta. Mas corte os meus galhos e faça sua casa e seja
feliz.”
O menino depressa cortou os galhos e levou-os embora para fazer
com eles uma casa. E a árvore ficou feliz.

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O menino ficou longe por um longo, longo tempo; no dia em que
voltou a árvore ficou alegre, de uma alegria tamanha que mal
podia falar...
“ Venha, venha, meu menino”, sussurrou: “ venha brincar.”
“Estou velho pra brincar”, disse o menino, e também estou muito
triste. “ Eu quero um barco ligeiro que me leve pra bem longe;
você tem algum barquinho que possa me oferecer?”
“ Corte meu tronco e faça seu barco”, a árvore disse. “ Viaje pra
longe e seja feliz.”
O menino cortou o tronco, fez um barco e viajou. E a árvore ficou
feliz... Mas não muito.
Muito tempo depois o menino voltou.
“ Desculpe, menino, a árvore disse: não tenho mais nada pra lhe
oferecer. As maçãs já se foram.
Meus dentes são fracos demais para maçãs, falou o menino.
Já se foram os galhos para você balançar, a árvore disse.
Já não tenho idade pra me balançar , falou o menino.
Não tenho mais tronco pra você subir, a árvore disse. Estou muito
cansado e já não sei mais subir, falou o menino.
“ Eu bem que gostaria de ter qualquer coisa para lhe oferecer,
suspirou a árvore. Mas nada resta de mim, sou apenas um toco
sem graça. Desculpe...”
“ Já não quero muita coisa, disse o menino, só um lugar
sossegado onde possa me sentar, pois estou muito cansado.”
“ Pois bem, retrucou a árvore enchendo-se de alegria: eu sou
apenas um toco, mas um toco é muito útil pra sentar e descansar.
Venha ,menino, depressa, sente-se em mim e descanse.”
Foi o que o menino fez, e a árvore ficou feliz.

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