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A coerência textual pode ser basicamente definida como um princípio de não

contradição e de entendimento, pois se refere às ideias lógicas que dão sentido ao texto.

“Fui ao cinema porque não gosto de filmes”! Nessa frase, facilmente se percebe que não há
coerência, isto é, não há sentido: se a pessoa não gosta de filmes, não faz sentido ir ao cinema!

Quando um texto está sem sentido, diz-se que é incoerente. Portanto, a coerência textual está
relacionada ao sentido das ideias do texto, explicitada por relações lógicas e não contraditórias.

A Coerência é um dos princípios de interpretabilidade, isto é, o texto é coerente para


as pessoas que conseguem interpretá-lo, atribuir sentido a ele.

Por isso, para estabelecer a coerência, isto é, para que o texto tenha sentido, são necessários
alguns fatores, tais como:

1 - conhecimento de mundo;

2 - conhecimento da língua;

3 - reconhecimento de fatores de contextualização;

4 - reconhecimento da intertextualidade, entre outros.

Elementos de Coerência Textual:

A intertextualidade é um dos mais importantes elementos de coerência textual, pois é muito


usada em textos literários, anúncios publicitários, charges, obras de arte, entre outros gêneros
textuais. Se o leitor não reconhecê-la, pode não atribuir coerência ao texto.

Para a compreensão de textos, isto é, para a atribuição de coerência a gêneros como poesia,
música, pintura, entre outros, o conhecimento de mundo é um dos principais fatores. Como
exemplo, pode ser citada a música “Rosa de Hiroshima”, escrita por Vinícius de Moraes e
Gerson Conrad. De maneira poética, os compositores induzem a refletir sobre as vítimas do
ataque nuclear a Hiroshima.

Se o leitor não tiver conhecimento prévio sobre os fatos históricos da Segunda Guerra
Mundial, em que as cidades de Hiroshima e Nagasaki foram bombardeadas com a tão temível
bomba atômica, dificilmente atribuirá coerência à música.

No texto, os autores não fazem referência direta a esse fato histórico e retratam a
bomba de forma poética, como, por exemplo, “a antirrosa atômica”, “rosa estúpida”.

Assim, se não tiver conhecimento sobre este triste episódio, o leitor não atribuirá
coerência à poesia, que diz ainda.

Elementos de Coerência Textual

Além dos fatores já vistos, necessários para conferir sentido ao texto, existem outros
elementos de coerência, tais como a Intencionalidade e a Intertextualidade.
Intertextualidade

É um dos mais importantes elementos de coerência textual, pois é muito usada em


textos literários, anúncios publicitários, charges, obras de arte, entre outros gêneros textuais.
Se o leitor não reconhecê-la, pode não atribuir coerência ao texto.

A intertextualidade ocorre quando um texto faz referência direta ou indireta a outro


texto que já existe. Os dois tipos básicos de intertextualidade são a paráfrase e a paródia.

Na paráfrase, o autor retoma a mesma ideia do texto original, porém com palavras
diferentes. Na paródia, a forma e a estrutura do texto podem ser semelhantes às do original,
mas o conteúdo é diferente.

PARÁFRASE

É um tipo de texto elaborado com base em outro já existente e conhecido pelos lei é um tipo
de texto elaborado com base em outro já existente e conhecido pelos leitores, mantendo a
ideia do texto original. Isso quer dizer que paráfrase é um tipo de intertextualidade.

Parafrasear significa “Interpretar um texto com palavras próprias, mantendo seu sentido
original” (in Dicio.com.br).

PARÓDIA:

A paródia questiona o conteúdo do texto original e a paráfrase mantém o conteúdo do “texto


base”, mudando apenas sua estrutura e forma.

É um texto que faz uma imitação irônica, jocosa; obra que imita outra, com o propósito
de satirizar ou ridicularizar seu conteúdo. Qualquer imitação cômica, caricata, que causa riso
ou zombaria: com sua paródia, o autor mostra o ridículo da condição humana.

Coesão textual:

A Língua Portuguesa dispõe de diversos recursos coesivos, os quais criam vínculos entre as
palavras, entre as orações e entre diferentes partes de um texto. Esses recursos estabelecem
dois tipos de coesão no texto: a coesão referencial e a coesão sequencial.

A Coesão referencial é aquela que cria um sistema de relações entre as palavras e


expressões de um texto, permitindo ao leitor identificar os termos a que se referem. O termo
referente é aquele que indica a entidade ou situação a que o falante se refere.

Nesse caso, podemos dizer que o termo referente é o cachorro. Todas as vezes que o referente
é retomado no texto, podemos utilizar palavras para orientar os leitores, indicando se devem
voltar atrás para recuperar algo que foi dito ou se devem procurar a informação mais adiante
no texto.

Coesão sequencial:

A coesão sequencial é aquela que cria nos textos as condições para sua progressão. As diversas
flexões de tempo e de modo dos verbos, bem como as conjunções, são, de modo geral, os
responsáveis pelo estabelecimento e manutenção da coIsso significa que os mecanismos de
coesão sequencial são utilizados para garantir a articulação entre as partes do texto e para
estabelecer relações entre as informações e a coesão sequencial nos textos.

Isso significa que os mecanismos de coesão sequencial são utilizados para garantir a articulação
entre as partes do texto e para estabelecer relações entre as informações.
O controle dos mecanismos coesivos contribui com a progressão temática e promove boa
articulação das ideias, informações e argumentos no interior do texto no qual está a base da
coerência textual.

Ambiguidade:
O QUE É INTERTEXTUALIDADE?

 Os textos dialogam entre si no contexto literário, elas interagem entre si quando

são processados pelos indivíduos de uma sociedade..

 Por este motivo podemos afirmar que “todo texto é um mosaico de citações,

todo texto é uma retomada de outros textos. Tal apropriação pode-se dar desde

a simples vinculação a um gênero, até a retomada explícita de um determinado


texto.” (PAULINO, WALTY E CURY, 1995, p. 22).

• Podemos concluir então que a intertextualidade “ocorre


quando, em um texto, está inserido outro texto (intertexto)
anteriormente produzido, que faz parte da memória social
de uma coletividade ou da memória discursiva”
Assim sendo, podemos afirmar que quando há o diálogo entre obras
distintas, denominamos intertextualidade, que é a possibilidade de alguns
textos serem criados a partir de outros textos, ou seja, nossas leituras e
escritas são entrelaçadas por alusões e inúmeras considerações
armazenadas em nossas mentes.

Tipos de intertextualidade

• Intertextualidade Explícita: ocorre quando há citação da fonte do


intertexto, como acontece nos discursos relatados, nas citações e
referências; nos resumos, nas resenhas e traduções; nas retomadas de
textos. (KOCH e ELIAS, 2006)
Intertextualidade Implícita: ocorre sem citação expressa da
fonte, cabendo ao interlocutor recuperá-la na memória para
construir o sentido do texto. Exige-se do leitor uma busca na
memória para a identificação do texto.

QUAL A IMPORTÂNCIA DA INTERTEXTUALIDADE?


• A intertextualidade influencia no processo de produção e de
compreensão dos enredos lidos na sala de aula e, assim, apresenta
consequências no trabalho pedagógico com o texto escrito. A
intertextualidade é de suma importância para que o leitor
desenvolva seu conhecimento de mundo e como este interfere no

nível de compreensão do texto. Ao relacionar um texto com outro, o


leitor entenderá que a intertextualidade é uma das estratégias
utilizadas para a construção dos mesmos.
Um aspecto que faz parte da formação de um bom leitor está relacionado
a referência - explícita ou implícita - a outros textos, trazidos no interior da
obra pelo autor, e que muitas vezes o leitor iniciante não se apercebe e
que deve ser explorada no decorrer da do ato de ler.
• A intertextualidade é uma forma de diálogo entre textos, que pode se
dar de forma mais implícita ou mais explícita e em diversos gêneros
textuais.

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