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Estratégias de leitura - Texto e

intertextualidade

Apresentação
A intertextualidade, inserida no contexto da análise textual, representa a inter-relação de textos,
em que um se conecta e dialoga com outros, gerando significados adicionais e aprofundando a
compreensão. Esse conceito vai além da simples citação ou referência, evidenciando a
complexidade das relações entre os textos e suas influências mútuas na construção de sentidos.

A intertextualidade desempenha um papel fundamental na compreensão textual, permitindo


explorar os múltiplos significados por meio das conexões entre diferentes contextos, gêneros e
culturas presentes nos textos. Compreender a intertextualidade capacita os leitores a identificar
referências, alusões e influências, promovendo uma leitura mais crítica e enriquecida, além de
possibilitar a compreensão de aspectos culturais e históricos embutidos nos textos.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai desenvolver habilidades para realizar leituras verticais
adaptadas aos seus propósitos como leitor. Aprimorará suas estratégias de leitura intertextual,
permitindo a interpretação e a conexão entre diferentes textos. Além disso, aprenderá a elaborar e
a ler textos, destacando elementos culturais relevantes, enriquecendo suas produções e a
compreensão do mundo textual.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Desenvolver leituras verticais adequadas aos objetivos do leitor.


• Aprimorar as estratégias de leitura intertextual de um texto.
• Elaborar e ler textos com foco nos elementos culturais relevantes a cada produção.
Desafio
A intertextualidade refere-se à relação dinâmica entre diferentes textos, em que um influencia e
dialoga com o outro, criando novos significados e enriquecendo a compreensão. Presente em
diversas formas de expressão, como literatura, cinema e música, a intertextualidade amplia a
profundidade das obras ao estabelecer conexões com outras produções culturais, históricas e
literárias.

Analise a situação a seguir:

Seu desafio é identificar e analisar a presença das referências literárias nos filmes indicados,
destacando como essas conexões enriquecem ou modificam a compreensão das tramas. Analise a
relação entre os textos, pontuando elementos intertextuais que contribuem para a complexidade e
a profundidade das narrativas cinematográficas contemporâneas.
Infográfico
A intertextualidade é uma ferramenta textual que destaca as relações entre diferentes obras,
reconhecendo a presença de elementos de textos anteriores em uma nova produção. Esses
elementos podem ser de natureza verbal ou não verbal e ocorrem de várias maneiras, dando
origem aos diversos tipos de intertextualidade. Compreender os tipos de intertextualidade é
fundamental para interpretar e analisar profundamente os textos, permitindo aos leitores
estabelecer conexões entre diferentes contextos culturais, literários e sociais.

No Infográfico, você vai explorar os principais tipos de intertextualidade presentes na construção


de textos, compreendendo cada um por meio de exemplos práticos. Identificar e diferenciar esses
tipos facilita a compreensão das estratégias utilizadas pelos autores na criação de conexões e
diálogos entre diferentes obras.
Aponte a câmera para o
código e acesse o link do
conteúdo ou clique no
código para acessar.
Conteúdo do livro
A intertextualidade é uma propriedade fundamental presente nos textos e que reflete a relação
entre diferentes obras literárias ou culturais. Ela se manifesta quando um texto faz referência, de
forma direta ou indireta, a outras obras, estabelecendo conexões, diálogos e influências entre elas.
Essas referências podem se dar por meio de alusões, citações, paráfrases, paródias e outros
recursos, oferecendo uma riqueza de significados e facilitando a compreensão do texto pelos
leitores.

A importância da intertextualidade reside na sua capacidade de ampliar os horizontes de


compreensão textual, permitindo que o leitor se conecte com múltiplos contextos culturais e
literários. Ao reconhecer e compreender os elementos intertextuais em um texto, os leitores
podem aprofundar sua análise, decodificar significados ocultos, identificar referências culturais e
literárias, bem como ampliar sua compreensão sobre a construção dos significados presentes nas
obras.

No capítulo Estratégias de leitura — Texto e intertextualidade, base teórica desta Unidade de


Aprendizagem, você vai desenvolver habilidades para realizar leituras verticais mais eficazes,
adaptadas aos seus objetivos como leitor, além de aprimorar suas estratégias de leitura intertextual,
permitindo uma análise mais aprofundada das relações entre diferentes textos. Também aprenderá
a elaborar e a interpretar textos, focalizando os elementos culturais relevantes em cada produção,
facilitando, assim, a compreensão e a interpretação dos conteúdos textuais.

Boa leitura.
COMUNICAÇÃO E
EXPRESSÃO

Letícia Sangaletti
Revisão técnica:
Laís Virginia Alves Medeiros
Mestra em Letras – Estudos da Linguagem:
Teorias do Texto e do Discurso
Bacharela em Letras – Habilitação Tradutora: Português e Francês

S225c Sangaletti, Leticia.


Comunicação e expressão [recurso eletrônico] / Leticia
Sangaletti, Laís Virginia Alves Medeiros; [revisão técnica:
Laís Virginia Alves Medeiros] . – Porto Alegre: SAGAH 2018.

ISBN 978-85-9502-215-7

1. Comunicação. 2. Língua Portuguesa. I. Medeiros, Laís


Virginia Alves. II. Título.

CDU 81’38

Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147


Estratégias de leitura –
texto e intertextualidade
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Desenvolver leituras verticais adequadas aos seus objetivos como


leitor.
„„ Aprimorar as estratégias de leitura intertextual de um texto.
„„ Elaborar e ler textos com foco nos elementos culturais relevantes a
cada produção.

Introdução
Neste texto, você vai trabalhar com o terceiro nível de uma leitura vertical,
que é o nível cultural. Assim, irá aperfeiçoar a leitura que faz do que está
por trás das linhas de um texto. Para isso, você necessita de conhecimento
de mundo e de outros textos com os quais o texto lido está dialogando.
A intenção é construir um julgamento sobre o que foi dito, levando você
a se posicionar diante de um fato.

Concepção de intertextualidade
A intertextualidade é um dos grandes temas a que a linguística textual tem
se dedicado. Por isso, há várias pesquisas e estudos voltados ao assunto. No
conjunto dos conhecimentos constitutivos do contexto, se destaca aquele
referente a outros textos. Este consiste na intertextualidade.
Para Roland Barthes (1988, p. 69), “[...] o texto é um tecido de citações,
saídas dos mil focos da cultura [...]”. Quem pode decifrar as múltiplas vozes
é o leitor, que deve ter a capacidade de perceber os “mil focos da cultura”
no período da enunciação: “O leitor é o espaço mesmo onde se inscrevem,
sem que nenhuma se perca, todas as citações de que é feita uma escritura.”
(BARTHES, 1988, p. 70).
104 Estratégias de leitura – texto e intertextualidade

Nessa perspectiva, a intertextualidade é possível no processo do texto, e


no ato de leitura, quando se pode notar o intertexto. Outro renomado teórico
da intertextualidade, Gérard Genétte (1992), diz que a intertextualidade é um
dos fenômenos da transtextualidade. Marcuschi (2008, p. 130) explica que
fazem parte dessa transtextualidade:

„„ A intertextualidade, que supõe a presença de um texto em outro (por


citação, alusão, etc.);
„„ A paratextualidade, que diz respeito ao entorno do texto propriamente
dito, sua periferia (títulos, prefácios, ilustrações, encartes, etc.);
„„ A metatextualidade, que se refere à relação de comentário de um
texto por outro;
„„ A arquitextualidade, bastante mais abstrata, que põe um texto em
relação com as diversas classes às quais ele pertence (por exemplo, um
poema de Baudelaire se encontra em relação de arquitextualidade com
a classe dos sonetos, com a das obras simbolistas, com a dos poemas,
com a das obras líricas, etc.);
„„ A hipertextualidade, que recobre fenômenos como a paródia, o pas-
tiche, etc.

Ao tratar os mecanismos da textualidade como critérios, Marcuschi (2008)


ressalta que a intertextualidade é também um princípio constitutivo. Nesse
sentido, ela compreende o texto como uma comunhão de discursos, e não
como algo isolado ou apenas um simples critério de textualidade.
Mas, afinal, você sabe o que é intertextualidade? Koch e Elias (2006) dizem
que, para responder a essa pergunta, é necessário levar em conta outras duas
perguntas: “Quantas vezes, no processo de escrita, constituímos um texto
recorrendo a outro(s) texto(s)?” e “Quantas vezes, no processo de leitura de
um texto, necessário se faz, para a produção de sentido, o (re)conhecimento
de outro(s) texto(s) – ou do modo de constituí-los?”.
Para Koch e Elias (2006, p. 59), “[...] todo texto é um objeto heterogêneo,
que revela uma relação radical de seu interior com seu exterior; e desse exterior,
evidentemente, fazem parte outros textos que lhe dão origem, que o prede-
terminam, com os quais dialoga, que retoma, a que alude, ou a que se opõe.”.
Já os estudiosos Beaugrande e Dressler (apud KOCH; TRAVAGLIA, 1997,
p. 45) dizem que “[...] a intertextualidade se refere aos fatores que vão depender
da utilização adequada de um texto e do conhecimento que se tenha de outros
textos anteriores.”.
Estratégias de leitura – texto e intertextualidade 105

A intertextualidade ocorre quando há um texto inserido em outro texto que já foi


reproduzido anteriormente e que faz parte da memória social de uma coletividade.
Trata-se de um elemento constituinte e constitutivo do processo de escrita/leitura.
Além disso, abrange as diversas maneiras pelas quais a produção/recepção de um
determinado texto depende de conhecimentos de outros textos por parte dos inter-
locutores, ou seja, dos diversos e variados tipos de relações que um texto sustenta
com outros textos (KOCH; ELIAS, 2006).

Observe exemplos nas Figuras 1 e 2.

Figura 1. Exemplo de intertextualidade em uma campanha de conscientização no trânsito.


Fonte: Ester (2013).
106 Estratégias de leitura – texto e intertextualidade

Figura 2. Exemplo de intertextualidade em uma campanha publicitária.


Fonte: Simoni (2010).

Você pode constatar, nos exemplos, que há o intertexto, ou seja, um texto


inserido em outro, ambos constituídos a partir da memória social. No primeiro,
há visualmente a imagem da personagem Pinóquio, que, quanto mais mente,
mais aumenta o nariz. Já no segundo, há uma intertextualidade com o filme
Kill Bill.
Nesse caso, mesmo que não exista a explicação do texto-fonte, o leitor
consegue constatar a intertextualidade, pois o texto-fonte faz parte da memória
social, o que possibilita que seja facilmente recuperado (KOCH; ELIAS,
2006). Se o leitor não tiver lido ou visto a história do Pinóquio e visto o filme
de Tarantino, não vai compreender a intertextualidade.
Conforme Koch e Elias (2006), a intertextualidade pode ser implícita ou
explícita, como você vai ver a seguir.

Intertextualidade explícita e implícita


A intertextualidade explícita ocorre quando se faz a citação da fonte do
intertexto. Acontece, por exemplo, em discursos relatados, nas citações e
referências, nos resumos, resenhas e traduções; e também nas retomadas
de texto de parceiro para encadear sobre ele ou questioná-lo na conversação
(KOCH; ELIAS, 2006).
As teóricas explicam que a intertextualidade com explicitação da fonte
aparece em diversos gêneros textuais. Porém, para que ocorra a produção de
sentido, além da verificação do fenômeno, o leitor deve considerar a importância
e a função da escolha realizada pelo autor. Isso quer dizer que o leitor deve se
perguntar: por que e para que o autor citou a fonte, se ele poderia não citar?
Estratégias de leitura – texto e intertextualidade 107

A intertextualidade se constitui também de modo implícito. Pode ocor-


rer com alusões, na paródia, em certos tipos de paráfrases e ironias. Essa
intertextualidade se dá sem a citação da fonte. Assim, é responsabilidade
do interlocutor recuperar na memória a informação e construir o sentido do
texto. Quando isso não ocorre, grande parte ou mesmo toda a construção do
sentido fica prejudicada (KOCH; ELIAS, 2006).
Nas produções marcadas por esse tipo de intertextualidade, a fonte não
é apresentada pelo autor, conforme as teóricas. Isso pois ele pressupõe que
a informação já faça parte do conhecimento do leitor, que deve estabelecer
“diálogo” entre os textos e a razão da recorrência implícita a outros textos,
para que haja a produção de sentido.

No que concerne à intertextualidade implícita, a manipulação operada pelo produ-


tor do texto sobre texto alheio ou mesmo próprio possui a finalidade de produzir
determinados efeitos de sentido. Esse recurso é usado bastante na publicidade, no
humor, na canção popular e também na literatura, por exemplo (KOCH; ELIAS, 2006).

Para você ver exemplos de intertextualida-


des, leia a reportagem “Intertextualidades”
(SOUZA, c2000-2015) neste link ou código:

https://goo.gl/sbMOuZ

Intertextualidade, leitura e produção de


sentido
Para o processo de compreensão do texto, além de conhecer o texto-fonte,
Koch e Elias (2006, p. 85-86) afirmam que “[...] necessário se faz também
considerar que a retomada de texto(s) em outro(s) propicia a construção de
108 Estratégias de leitura – texto e intertextualidade

novos sentidos, uma vez que são inseridos em outra situação de comunicação,
com outras configurações e objetivos.”.
Samoyault (2008) reúne em seu livro comandos a partir de orientações
de teóricos como Genette e Champagnon. Conforme a pesquisadora, a partir
do texto Palimpsestes, de Gérard Genette, se adquiriu o hábito de distinguir
as práticas intertextuais em dois tipos: relação de copresença e relação de
derivação. Na de copresença, há, por exemplo, o A presente no texto B. No
caso da derivação, há A retomado e transformado em B, o que Genette chama
também de prática hipertextual. A partir dessa distinção, se organizou uma
tipologia, conforme descreve Samoyault (2008).
A citação, a alusão, o plágio e a referência são práticas de intertextuali-
dade nas quais se inscreve a presença de um texto anterior no texto atual.
Nas palavras da teórica, “Essas práticas da intertextualidade dependem pois
da copresença entre dois ou vários textos, que absorvem mais ou menos o
texto anterior em benefício de uma instalação da biblioteca no texto atual ou,
eventualmente, de sua dissimulação.” (SAMOYAULT, 2008, p. 48).
A seguir, você pode compreender melhor algumas das categorias de
intertextualidade.

„„ Citação: é identificável de modo imediato, tendo em vista o uso de


marcas tipográficas específicas, como aspas, itálicos, separação do texto
citado. Para Samoyault (2008, p. 49), “Basta uma dessas marcas para
assinalar a citação, a ausência total de tipografia própria transforma
a citação em plágio, cuja definição mínima poderia ser a citação sem
aspas, a citação não marcada.”.
„„ Alusão: remete a um texto anterior sem marcar a diferença da citação. De
acordo com Samoyault (2008), às vezes não é intertextual propriamente
dita, sendo exclusivamente semântica, como o enunciado “ele só pensa
naquilo”, uma alusão erótica. Mas pode ser também uma alusão intertextual,
como a realizada por James Joyce (apud SAMOYAULT, 2008, p. 50) em
Ulysses, quando se refere à “Helena de Argos, a jumenta de Troia que não
era de madeira e que alojou tantos heróis nos seus flancos.”. Aqui, há uma
alusão mitológica e alegórica que não é plenamente visível. Esse tipo de
intertextualidade depende muito do efeito de leitura. Ela é frequentemente
subjetiva e raramente é necessário desvendá-la para compreender o texto.
„„ Plágio: trata-se de uma retomada literal, porém sem marcas, o que torna
a designação do heterogêneo nula. Quando ocorre a apropriação total,
questões jurídicas devem ser levantadas a seu respeito, considerando que
coloca em causa a propriedade literária, mais ou menos legitimada. Para a
Estratégias de leitura – texto e intertextualidade 109

teórica, os termos de roubo e fraude são associados ao plágio e deslocam


com mais frequência a questão do literário para o jurídico: “Introduzindo
problemáticas ligadas à autoridade, à assinatura e à originalidade que ele
anula, [...] o plágio merece assim ser mantido na tipologia, quando mesmo
outras noções parecem poeticamente mais exatas ou mais eficazes para
descrever certas operações de empréstimo.” (SAMOYAULT, 2008, p. 63).
„„ Referência: constitui-se também de intertextos ambíguos, assim como a
alusão e o plágio. Para identificá-la, é necessário que o leitor possua de-
terminada cultura e sagacidade, tornando a relação intertextual aleatória.

As práticas de relação de derivação entre textos podem implicar uma transformação


quando se encontra uma paródia, ou uma imitação, que é o pastiche do texto anterior.

„„ Paródia: transforma uma obra precedente de modo a fazer uma caricatura


ou reutilização de qualquer forma, transpondo-a. Sua construção visa à
ludicidade, à subversão, de modo a desviar o hipotexto para zombar dele,
e ainda à admiração. Possui caráter comum ao do patrimônio parodiado,
o que possibilita aos leitores reconhecerem o hipotexto facilmente.
„„ Pastiche: imita o hipotexto, remetendo “[...] menos a um texto preciso
do que ao estilo característico de um autor e, para isso, o sujeito pouco
importa.” (SAMOYAULT, 2008, p. 55). O pastiche admite variantes.

Integração e colagem estão entre as operações de absorção de um texto por outro. De


acordo com Samoyault (2008), a partir dos diversos fenômenos de integração e colagem,
poderia se construir outra tipologia dos intertextos, que está ligada aos mecanismos
próprios da escritura intertextual, diferenciando os fenômenos de integração e colagem.

„„ Integração: seus operadores atuam nos textos que absorvem mais


ou menos o texto anterior, em benefício da biblioteca no texto atual
110 Estratégias de leitura – texto e intertextualidade

e, em seguida, de sua dissimulação, eventualmente (SAMOYAULT,


2008).
„„ Colagem: nessas operações, o texto principal é colocado ao lado do
intertexto e não o integra, o que valoriza o fragmentário e o heterogêneo.
Elas podem aparecer acima do texto, como a epígrafe, e no meio do
texto, como imagens colocadas no texto (SAMOYAULT, 2008).
„„ Epígrafe: destacada do texto que ela antecede e introduz, a epígrafe
é constituída, geralmente, por uma citação, com referência do autor e
do texto do qual foi retirada. É uma colagem feita acima do texto, na
sua abertura (SAMOYAULT, 2008).

Para saber mais sobre o processo de intertextualidade, leia o texto “Intertextualidade


e produção textual” (FRANCO, 2011).

CARPINEJAR, F. Somos todos Chapecoense. O Globo, Rio de Janeiro, 29 nov. 2016.


Disponível em: <http://blogs.oglobo.globo.com/fabricio-carpinejar/post/somos-
-todos-chapecoense.html>. Acesso em: 08 out. 2017.
ELEUTÉRIO, J. M. Categorias de análise textual aplicadas à leitura e à produção de
textos. Linguagem, São Carlos, v. 17, 2010. Disponível em: <http://www.letras.ufscar.
br/linguasagem/edicao17/art_eleuterio.pdf>. Acesso em: 08 out. 2017.
JUBA CRUZZ COVERS MUSICAIS. Texto e contexto: Prof. Pasquale explica! [S.l.]: YouTube,
2015. 1 vídeo. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=h8XgdSDSbzU>.
Acesso em: 08 out. 2017.
KOCH, I. G. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender: os sentidos do texto. 3. ed. São Paulo:
Contexto, 2006.
LAERTE. [Estatuto da Família]. [S.l.]: JusLiberdade, 2015. Charge. Disponível em: <http://
jusliberdade.com.br/wp-content/uploads/2015/10/Redu%C3%A7%C3%A3o-da-
-Maioridade-4.jpg>. Acesso em: 08 out. 2017.
LATUFF. Sartori e o piso dos professores. [S.l.]: Sul21, 2014. Charge. Disponível em: <https://
www.sul21.com.br/jornal/sartori-e-o-piso-dos-professores/>. Acesso em: 08 out. 2017.
SOLÉ, I. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto Alegre: Penso, 1998.
Dica do professor
As estratégias de leitura são ferramentas valiosas para compreender textos de maneira mais
profunda e crítica. No contexto da intertextualidade, se explora como diferentes obras se
entrelaçam, dialogam e se influenciam mutuamente. Esse fenômeno enriquece a compreensão
textual ao revelar conexões entre obras literárias, culturais e artísticas, estimulando uma análise
mais complexa sobre o universo dos textos e suas relações.

Nesta Dica do Professor, você vai saber mais sobre estratégias de leitura e intertextualidade,
identificando as diversas estratégias utilizadas para identificar, analisar e interpretar as relações
entre diferentes textos.

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Exercícios

1) Estratégias de leitura são conjuntos de técnicas e habilidades utilizadas pelos leitores para
compreender, interpretar e analisar textos de maneira mais eficaz. Elas são fundamentais
para que o leitor consiga extrair significados mais profundos, identificar informações
importantes, reconhecer relações entre ideias e contextualizar o conteúdo lido.

Considerando esse contexto, analise o trecho a seguir e indique a alternativa correta:

Para Brasileiro (2013), uma das tarefas mais difíceis do pesquisador, na fase inicial do
trabalho, é caracterizar a metodologia da sua pesquisa quanto aos fins, aos meios e à
abordagem.

No trecho destacado, o tipo de intertextualidade do qual a autora lançou mão foi:

A) bricolagem.

B) alusão.

C) citação.

D) epígrafe.

E) paródia.

2) O desenvolvimento de estratégias de leitura permite a navegação fluida por diferentes


gêneros textuais, tornando-se essencial não apenas na esfera acadêmica, mas também no
cotidiano, ao lidar com variados tipos de informação presentes em jornais, livros, artigos,
entre outros. Essas estratégias englobam desde a compreensão literal do texto até a
capacidade de inferir mensagens implícitas e estabelecer conexões com conhecimentos
prévios, tornando-se uma habilidade crucial para a construção do conhecimento e o
aprimoramento da compreensão textual.

A partir desse contexto, considere o trecho a seguir:

O chefe da seção disse à equipe: “Vamos juntos, turma! Um galo sozinho não tece uma
manhã”.

Qual foi o tipo de intertextualidade utilizado pelo autor?

A) Alusão.
B) Paráfrase.

C) Paródia.

D) Pastiche.

E) Epígrafe.

3) – "[...] Elas acreditam que o príncipe encantado está a caminho e que um dia serão felizes
para sempre. Mas, enquanto isso não acontece, o negócio é viver cada experiência livre e
sem culpa. Suas avós eram consideradas mulheres de verdade: cuidavam dos filhos e da
casa, tal qual a Amélia da canção de Mário Lago e Ataulfo Alves, de 1942. A geração
seguinte exorcizou a Amélia e deu passos largos na luta pela igualdade de direitos entres os
sexos, deixando para as filhas um campo menos minado no trajeto para o sucesso
profissional" [...]
(Orosco, 2003).

Ao mencionar a personagem Amélia, da canção de Mário Lago e Ataulfo Alves, a autora


pretende:

A) diferenciar as mulheres de verdade, como as avós, das mulheres da sociedade


contemporânea.

B) apresentar um modelo de mulher na sociedade que vive sem culpa e sem preocupação.

C) fazer uma citação de uma famosa canção sobre o papel da mulher para comprovar a sua tese.

D) mostrar uma geração de mulheres que exorcizou a desigualdade entre os gêneros.

E) remover a ideia da existência de um príncipe encantado, perfeito e do “felizes para sempre”.

4) No contexto da produção artística e da cultura, é comum uma forma de expressão que utiliza
elementos visuais para fazer referência, ridicularizar ou subverter obras, ícones ou conceitos
previamente estabelecidos.

Considerando a relevância dessa técnica na arte moderna e na comunicação visual, analise a


imagem a seguir e identifique o tipo de intertextualidade utilizada na segunda imagem.
A) Paródia.

B) Paráfrase.

C) Epígrafe.

D) Pastiche.

E) Alusão.

5) Quando se lê um texto e, direta ou indiretamente, se remete a outro, se trata do fenômeno


linguístico da intertextualidade, que é o diálogo entre textos. Leia os três fragmentos
seguintes, retirados de textos de Drummond, Chico Buarque e Adélia Prado:

"Quando nasci, um anjo torto


Desses que vivem na sombra
Disse: Vai Carlos! Ser 'gauche' na vida."
(Andrade, 1964)
"Quando nasci veio um anjo safado
O chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim."
(Buarque, 1989)

"Quando nasci um anjo esbelto


Desses que tocam trombeta, anunciou:
Vai carregar bandeira.
Carga muito pesada pra mulher
Esta espécie ainda envergonhada."
(Prado,1986)

Chico Buarque e Adélia Prado estabelecem, respectivamente, em relação a Carlos


Drummond de Andrade, os seguintes tipos de intertextualidade:

A) Paráfrase e paródia.

B) Alusão e paráfrase.

C) Alusão e citação.

D) Epígrafe e paródia.

E) Bricolagem e paráfrase.
Na prática
Na era moderna da comunicação, a intertextualidade tem um papel crucial na compreensão e na
criação de significados. Ela se manifesta em diferentes formas de expressão, desde textos literários
até anúncios publicitários, buscando conectar múltiplas referências e contextos para enriquecer a
mensagem transmitida. Compreender a intertextualidade se tornou uma habilidade vital para
decodificar a complexidade das informações presentes no mundo contemporâneo.

Neste Na Prática, você vai conhecer um caso em que a intertextualidade foi essencial. A análise
minuciosa revelou a presença de referências literárias marcantes, criando conexões entre a
literatura clássica e a publicidade moderna.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Um texto está isolado no mundo?


Neste vídeo, você vai conferir uma explicação sobre a intertextualidade e sua importância tanto
para a construção de texto como para a interpretação. O vídeo traz a seguinte reflexão: será que
todo texto não é atravessado por outro texto?

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A intertextualidade como marca dos stickers do WhatsApp


Confira, neste artigo, uma reflexão bem interessante sobre o uso frequente de stickers no
WhatsApp, explorando sua relevância na comunicação on-line, analisando o caráter intertextual
dessas figurinhas e ressaltando como demandam conhecimento prévio para compreensão.

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Breve discussão sobre a intertextualidade


Confira, neste artigo, um panorama abrangente sobre o conceito multifacetado da
intertextualidade. A reflexão apresenta a construção dessas raízes desde a polifonia de Bakhtin até
as nuances e limitações da teoria. Este artigo é um ponto de partida para aqueles que buscam
compreender o assunto, ajudando a avaliar as diversas implicações e interpretações que a
intertextualidade oferece no universo da literatura.
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