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KOCH, Ingedore Villaça. Introdução à linguística textual: trajetória e grandes temas.

São
Paulo: Contexto, 2015. 173 p.

Amanda Xavier Vasconcelos (UEA)

O livro Introdução à linguística textual: Trajetória e grandes temas da Ingedore Villaça Koch,
publicado pela editora Contexto, 2015. Retrata sobre a temática da linguística textual, na qual
traça um distanciamento do que é defendido pela gramática tradicional e passa a assumir e
defender ideias que são levantadas pelas Ciências Cognitivistas e Sociais.
A autora apresenta ao leitor os principais trabalhos mundiais que usam como base as ideias
cognitivistas, e destaca as várias concepções de texto que têm sido adotadas nas últimas
décadas e como isso influencia na evolução da disciplina.
A obra de Villaça é dividida em duas partes principais: a primeira parte do livro que leva a
titulação de Análises Interfrásticas e Gramaticais de Texto, evidencia uma linha do tempo da
trajetória da Linguística textual, na qual priorizavam-se os mecanismo Interfrásicos, que
tinham raiz oriundas do gerativismo, estruturalismo e funcionalismo, em que se entendia o
texto como uma sucessão de unidades linguísticas. A partir da ideia de que existe uma
competência textual para além da competência linguística, de base chomskiana, viu-se a
necessidade da elaboração de gramáticas textuais. Deste modo, passou-se a encarar o texto
como uma unidade linguística hierarquicamente superior. Ainda nessa primeira fase da
linguística textual, defendia-se a abordagem semântica, na qual empregava apenas à
semântica do texto o papel de explicar e estruturar os significados de um texto e suas relações
de sentido.
É a partir da virada pragmática que encontrou-se a necessidade de encarar o texto como
produto de uma atividade mais complexa, como instrumento de realização de intenções
comunicativas e sociais do falante. Seguindo uma ordem cronológica, a autora nos apresenta
a virada cognitivista, em que se passa a entender o texto como o resultado de operações
mentais, com isso, passou-se a enxergar o processamento textual como estratégico e
indissociável de seus usuários e de seus conhecimentos prévios que são convocados na
construção textual. Em seguida, surge a visão sociocognitivo-interacionista, tendo como base
a interiorização de que os processos cognitivos não são exclusivamente individuais, mas
também sociais.
Por fim, no último capítulo da primeira parte do livro, Koch apresenta ao leitor um
afastamento dos princípios de construção textual do sentido, conceituando a coesão textual e
usando exemplos de elementos que podem ter função coesiva. Além disso, a autora conceitua
também a coerência, a situacionalidade, informatividade, intertextualidade, intencionalidade e
a aceitabilidade, para depois disso poder analisar criticamente a separação entre fatores
centrados no texto e no usuário defendida por Beaugrande & Dressler.
Na segunda parte, Ingedore V. Koch apresenta a explicitação detalhada dos conceitos
anteriormente abordados. Dessa forma, a autora objetiva situar o leitor no campo claro e
múltiplo da Linguística. Tal capítulo é providencial para um leitor que adentra no processo de
construção do real das diferentes estratégias de referenciação e sistematização. A
sistematização é escolhida como recurso pedagógico mais eficiente pela autora, permitindo
demonstrar que os referentes são objetos do discurso, continuamente (re)construindo na
interação verbal. Koch, ressaltada a descrição pormenorizada e sistematizada dos diferentes
tipos de marcadores, classificando por funções: marcadores de conteúdo proposicional,
discursivo-argumentativos, textuais e metadiscursivos. Cuidadosamente explicados pela
Ingedore Koch, facilitando a compreensão do leitor na ideia principal da Linguística Textual.
Diante do exposto, a segunda parte se finaliza com o levantamento das ideias principais do
livro Introdução à linguística textual: a intertextualidade e dos gêneros do discurso, temas que
foram já abordados em anteriores trabalhos da professora.
Por tudo isso, é imprescindível o cuidado na organização textual para que possa refletir com
competência e autoridade, sobre a necessidade crescente da Linguística Textual construindo
conhecimentos transdisciplinar é o argumento final para situá-la como uma obra
indispensável para todos os que conhecem e queiram conhecer um pouco mais sobre a
Linguística Textual.

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