Você está na página 1de 13

Instituto Superior de Ciências Educação a Distância

TEMA: ARTICULAÇÃO SINTÁTICA DO TEXTO

Quelimane, Março de 2022


Autor: Gregório António

Trabalho da cadeira de‫ ׃‬Técnicas de Expressão Oral e Escrita

Tema‫ ׃‬ARTICULAÇÃO SINTÁTICA DO TEXTO

Trabalho de caracter avaliativo

a ser submetido no ISCED

Quelimane, Março de 2022


Índice
1. Introdução ................................................................................................................................ 4

2. Objetivos.................................................................................................................................. 4

2.1. Geral ................................................................................................................................. 4

2.2. Específicos ....................................................................................................................... 4

3. Metodologia ............................................................................................................................. 4

4. Textualidade ............................................................................................................................ 5

4.1. Sequência Textual; ........................................................................................................... 5

4.2. A sequência textual narrativa ........................................................................................... 5

4.2.1. As sequências descritivas .......................................................................................... 6

4.2.2. As sequências argumentativas .................................................................................. 6

4.2.3. Sequência Injuntiva ................................................................................................... 6

5. Progressão textual. ................................................................................................................... 7

6. Coerência e Coesão textual...................................................................................................... 8

6.1. Coerência Textual ............................................................................................................ 8

6.1.1. Princípio da não contradição..................................................................................... 8

6.1.2. Princípio da não tautologia ....................................................................................... 8

6.1.3. Princípio da relevância.............................................................................................. 9

7. Coesão Textual ........................................................................................................................ 9

8. Marcadores Discursivos .......................................................................................................... 9

9. Conectores discursivos .......................................................................................................... 10

10. Conclusão........................................................................................................................... 12

11. Referências Bibliográficas ................................................................................................. 13


1. Introdução
Neste presente trabalho da cadeira de Técnicas de Expressão Oral e Escrita ira debruçar em torno
do tema Articulação sintática do texto, onde veremos que uma sequência textual é o conjunto
de elementos (palavras) que possibilita que um texto tenha características narrativas,
descritivas, argumentativas e/ou injuntivas. Desse modo, as sequências podem determinar se
o texto será predominantemente do tipo narrativo, descritivo, argumentativo ou injuntivo.

Também veremos que a Coerência e coesão são dois mecanismos fundamentais para a produção
de texto. A coesão é o mecanismo relacionado com elementos que asseguram a
ligação entre palavras e frases, de modo a interligar as diferentes partes de um texto. A
coerência, por sua vez, é responsável por estabelecer a ligação lógica entre ideias, para
que, juntas, elas garantam que o texto tenha sentido. Ambos são importantes para garantir
que um texto transmita sua respetiva mensagem com clareza, seja harmonioso e faça
sentido para o leitor.

2. Objetivos
2.1.Geral
 Conhecer a compreensão, contextualização e reflexão sobre o uso da língua e seus efeitos.
2.2.Específicos
 Conhecer as articulações sintáticas do texto;
 Diferenciar a Coerência e Coesão textual;
 Identificar os marcadores e conectores discursivos.
3. Metodologia
Para o autor Lakatos (1991), Método é o “caminho pelo qual se chega a determinado resultado,
ainda que esse caminho não tenha sido fixado de antemão de modo refletido e deliberado”. Para
elaboração deste trabalho recorreu-se a pesquisa bibliográfica
5

4. Textualidade

Costa Val (1999), apresenta a textualidade como o conjunto de características que fazem com que
um texto seja um texto, e não apenas uma sequência de frases.

4.1.Sequência Textual;

ADAM, JEAN-MICHEL (2011), debruça que uma sequência textual é o conjunto de


elementos (palavras) que possibilita que um texto tenha características narrativas, descritivas,
argumentativas e/ou injuntivas. Desse modo, as sequências podem determinar se o texto
será predominantemente do tipo narrativo, descritivo, argumentativo ou injuntivo.

As sequências são compostas de um número limitado de enunciados que se organizam em


combinações pré-formatadas; tais combinações correspondem a diferentes tipos de sequência,
entre as quais: narrativa, descritiva, explicativa e argumentativa propriamente dita.

4.2.A sequência textual narrativa

Corresponde à apresentação de acontecimentos, e envolve os seguintes elementos: situação inicial,


nó (conflito), reação (avaliação), desenlace (resolução), situação final. Os acontecimentos ocorrem
com alguém, em determinado tempo e normalmente têm uma causa. Esses elementos constituem
condições para a narrativa. Com efeito, os fatos da narrativa ocorrem em relação a uma referência
temporal, do que decorre que o tempo constitui o eixo de toda sequência narrativa. A a narrativa
envolve intenções, objetivos, ação, causa, consequências, intrigas, resolução de problemas.
ADAM, JEAN-MICHEL (2011)

Exemplo:

A coca-cola da minha vida

Eu estava na praia de Ramos com a família

Era apaixonado por uma prima chamada Edna

Edna me ofereceu um gole da sua Coca-Cola e bebi naquela garrafa

eu me senti beijado, engraçado, né, como a gente fica quando é apaixonado.


6

4.2.1. As sequências descritivas

A sequência textual descritiva está presente na grande diversidade de textos que lemos
diariamente, desde um romance, um poema, até em notícias de jornal, em publicidades. As
sequências descritivas cumprem funções variadas; é difícil imaginar um texto que não contenha
elementos de descrição.

Exemplo: enquanto a casa pegava fogo, um bebê chorava no quarto dos fundos e
dois garotos brincavam de bola na rua em frente.

Nesse exemplo há presença de verbos de ação (pegava, chorava, brincavam) em uso com
os demais elementos de uma narrativa (personagens, tempo, espaço), porém, cada elemento
permanece em seu lugar, não apresentando uma interação que gere consequências; o que temos é
um panorama de uma situação, lembrando até mesmo uma pintura impressionista.

4.2.2. As sequências argumentativas

A sequência argumentativa se define por ser uma situação textual na qual um segmento de um
texto constitui um argumento a favor de outro segmento do mesmo texto. Esse segmento pode ser
uma oração, um período ou uma sequência de enunciados.

4.2.3. Sequência Injuntiva

Comum em manuais de aparelhos eletrônicos e em receitas culinárias, a sequência


injuntiva prioriza a presença de verbos no imperativo com o intuito de orientar o
leitor, por meio de comandos, na realização de tarefas. A sequência injuntiva também pode
ser utilizada para, em um conjunto textual como o poema, transmitir um pensamento,
uma opinião.

Exemplo:

Beba coca-cola

Babe coca-cola

Beba coca-cola
7

Babe coca-cola

5. Progressão textual.

A progressão textual é um dos aspetos que compõe a construção de um texto, se esta não estiver
presente, dificilmente se compreenderá bem o que está sendo dito, ou ainda pior, se
estiver escrevendo um texto sem as características que ela traz, não conseguirá transmitir com
eficácia o raciocínio desenvolvido ao produzir sua escrita!

Segundo KOCH, (2007) o Primeiro, é necessário citar que ao escrever um texto você
deve compreender perfeitamente o tema e entender para quem você está escrevendo.
Após identificar esses dois pontos básicos, é necessário começar a construir uma
linha de raciocínio, ou seja, organizar as ideias a serem abordadas. Feito isso, comece
a identificar se você está inserindo itens que agregam coesão e coerência ao texto.
E a partir desse movimento será possível analisar se o seu texto possui ou precisa melhorar os
aspetos de progressividade.

Quando você insere elementos de conexão a sua redação, naturalmente você cria
progressão. Esses elementos podem reafirmar ou dar mais foco a ideias por meio
das conjunções ou advérbios, por exemplo. Ou ainda podem retomar uma informação
já dita por meio dos pronomes. Você ainda pode utilizar aspetos textuais como as figuras de
linguagem para realizar a omissão de orações ou termos ditos em um período ou frase.
E ainda, utilizar de paralelismo para dar valor de igualdade semântica na construção
de alguma oração. (CABRAL, 2013)

Além dos aspetos citados, existem muitos outros que sim, devem ser estudados e
identificados em sua escrita para que você possa sempre construir textos com progressividade.
A forma de organização das suas ideias, como irá desenvolver a progressão do tema,
se houver argumentação, como irá desenvolvê- la, a utilização de termos referenciais,
como irá utilizar de paráfrases para retomada de algum item já citado são aspetos
importantes que também compõem a progressão.
8

6. Coerência e Coesão textual

Para Estudiosos da Linguística Textual, um texto coerente é aquele em que há uma continuidade
de sentidos entre os conhecimentos ativados pelos interlocutores numa determinada situação
comunicativa. Koch e Travaglia (1995) lembram que dificilmente se poderá dizer o que é coerência
através de um conceito, mas é possível defini-la pelo conjunto de aspetos que a determinam, tais
como: elementos linguísticos, conhecimento de mundo e contexto.

Coerência e coesão são dois mecanismos fundamentais para a produção de texto. A coesão é o
mecanismo relacionado com elementos que asseguram a ligação entre palavras e
frases, de modo a interligar as diferentes partes de um texto. A coerência, por sua vez, é
responsável por estabelecer a ligação lógica entre ideias, para que, juntas, elas garantam
que o texto tenha sentido. Ambos são importantes para garantir que um texto transmita
sua respetiva mensagem com clareza, seja harmonioso e faça sentido para o leitor. (COSTA
VAL, 1999)

6.1.Coerência Textual

Segundo o autor FAVERO (1999), coerência textual está diretamente relacionada com a
significância e com a interpretabilidade de um texto. A mensagem de um texto é coerente
quando ela faz sentido e é comunicada de forma harmoniosa, de forma que haja uma
relação lógica entre as ideias apresentadas, onde umas complementem as outras.

6.1.1. Princípio da não contradição

Não pode haver contradições de ideias entre diferentes partes do texto.

 Coerência correta: Ele só compra leite de soja pois é intolerante à lactose.


 Erro de coerência: Ele só compra leite de vaca pois é intolerante à lactose.
6.1.2. Princípio da não tautologia

Ainda que sejam expressas através do uso de diferentes palavras, as ideias não
devem ser repetidas, pois isso compromete a compreensão da mensagem a ser emitida
e muitas vezes a torna redundante.

 Coerência correta: Visitei Roma há cinco anos.


9

 Erro de coerência: Visitei Roma há cinco anos atrás.


6.1.3. Princípio da relevância

O ordenamento das ideias deve ser correto, pois, caso contrário, mesmo que elas apresentem
sentido quando analisadas isoladamente, a compreensão do texto como um todo pode ficar
comprometida.

 Coerência correta: O homem estava com muita fome, mas não tinha dinheiro na carteira
e por isso foi ao banco e sacou uma determinada quantia para utilizar. Em seguida, foi a
um restaurante e almoçou.
 Erro de coerência: O homem estava com muita fome, mas não tinha dinheiro na carteira.
Foi a um restaurante almoçar e em seguida foi ao banco e sacou uma determinada quantia
para utilizar.
7. Coesão Textual

A coesão textual é um dos principais objetos da Linguística de texto e está intimamente ligada à
própria noção de texto. Este, por sua vez, deve estar atrelado a um sentido global, o que nos leva
à conceção de que frases isoladas, sem unidade, ou fragmentos aleatórios de palavras não chegam
a se constituírem textos. (Silvana Doria, 2015)

TRAVAGLIA (1995) diz que o significado de coesão está relacionado com mecanismos
linguísticos do texto, que são responsáveis por estabelecer uma conexão de ideias. A coesão
cria relações entre as partes do texto de modo a guiar o leitor relativamente a
uma sequência de fatos. Uma mensagem coesa apresenta ligações harmoniosas entre as partes do
texto. Elementos de coesão textual e frases de exemplo.

A coesão lexical: Ocorrem quando um termo é substituído por outro termo ou por uma locução
como forma de evitar repetições.

Coesão correta: Os legumes são importantes para manter uma alimentação saudável. As frutas
também.

Erro de coesão: Os legumes são importantes para manter uma alimentação saudável. As frutas
também são importantes para manter uma alimentação saudável.

8. Marcadores Discursivos
10

Segundo MARQUESI (2004), os marcadores discursivos são unidades linguísticas


invariáveis que permitem estabelecer conexões entre enunciados, de modo a construir um
discurso coeso e coerente.

Designação Função Marcadores discursivos


Estrutura da Ordenar Por um lado, por outro lado, em primeiro lugar,
informação informação após , antes, depois, em seguida, seguidamente, ate
que , por ultimo, para concluir…
Reformuladores Reformular o Ou seja , isto é , quer dizer, por outras palavras,
discurso, quer dizer, ou melhor , dizendo melhor , ou antes
explicando-o ,como se pode ver, é o caso de , como vimos,
ou quer isto dizer, significa isto que, não se pense que,
retificando-o pelo que referi anteriormente
Operadores Reforçar e De facto, na verdade , na realidade, com efeito , por
discursivos concretizar exemplo, efetivamente , note-se que, atende-se em,
ideias reparasse, veja que , mais concretamente , evidente
que , a meu ver, esto crer que , em nosso
entender, certamente, decerto, com toda a certeza
,naturalmente, evidentemente com isto (não ),
pretendemos , por outro lado , ou melhor, ou seja,
resumo e em suma.
Marcadores Gerir a Ouve, olha, presta atenção
conversacionais relação entre
ou fáticos os
interlocutores

9. Conectores discursivos

O autor MARQUESI, diz que os conetores ou articuladores têm como função articular, conectar,
ligar grupos de palavras; unir frases simples, formando frases complexas; estabelecer nexos
lógicos entre períodos e parágrafos, de modo a construir textos coesos e coerentes.
11

Designação/ Função articuladores / conectores do discurso


Articular ideias de contraste ou oposição mas, porém, todavia, contudo, no entanto, apesar
de, ainda que, embora, mesmo que, por mais que,
se bem que
Adicionar e agrupar elementos e ideias e, além disso, e ainda, não só...mas também /como
ainda, por um lado...por outro lado, nem...nem
(negativa)
Concluir (a partir da ideia principal) pois, portanto, por conseguinte, assim, logo, enfim,
concluindo, em conclusão
Resumir, reafirmar por outras palavras, ou seja, em resumo, em suma,
melhor
Exemplificar por exemplo, isto é, ou seja, é o caso de,
nomeadamente, em particular, a saber, entre outros

Comparar como, conforme, também, tanto. quanto, tal como,


assim como, pela mesma razão
Indicar uma consequência por tudo isto, de modo que, de tal forma que, daí
que, tanto...que, é por isso que, pela mesma razão,
do mesmo modo que
Exprimir uma opinião Na minha opinião, a meu ver, em meu entender,
parece-me que
Exprimir uma dúvida Talvez, provavelmente, é provável que,
possivelmente, porventura
Insistir nas ideias já expostas Com efeito, efetivamente, na verdade, de facto

Esclarecer, explicar uma ideia quer isto dizer, isto (não) significa que, por outras
palavras, isto é
Anunciar uma ideia de causa Pois, pois que, visto que, já que, porque, dado que,
uma vez que, por causa de
Indicar uma hipótese ou condição Se, caso, a menos que, salvo se, excepto se, a não
ser que, desde que, supondo que
12

10. Conclusão

Chegando a esse ponto dar por concluído o presente trabalho onde conclui que a textualidade é o
conjunto de características que fazem com que um texto seja um texto, e não apenas uma sequência
de frases. As sequências são compostas de um número limitado de enunciados que se organizam
em combinações pré-formatadas; tais combinações correspondem a diferentes tipos de sequência,
entre as quais: narrativa, descritiva, explicativa e argumentativa propriamente dita.

Um texto coerente é aquele em que há uma continuidade de sentidos entre os conhecimentos


ativados pelos interlocutores numa determinada situação comunicativa. Koch e Travaglia (1995)
lembram que dificilmente se poderá dizer o que é coerência através de um conceito, mas é possível
defini-la pelo conjunto de aspetos que a determinam, tais como: elementos linguísticos,
conhecimento de mundo e contexto.

Os marcadores discursivos são unidades linguísticas invariáveis que permitem estabelecer


conexões entre enunciados, de modo a construir um discurso coeso e coerente, enquanto os
conetores ou articuladores têm como função articular, conectar, ligar grupos de palavras; unir
frases simples, formando frases complexas; estabelecer nexos lógicos entre períodos e
parágrafos, de modo a construir textos coesos e coerentes.
13

11. Referências Bibliográficas

ADAM, JEAN-MICHEL. A linguística textual: introdução à análise textual dos discursos. 2. ed.
São Paulo: Cortez, 2011.

COSTA VAL, Maria das Graças. Redação e textualidade. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

CABRAL, ANA LÚCIA TINOCO. “O conceito de plano de texto: contribuições para o processo
de planejamento da produção escrita”. Revista Linha d’Água. v. 26, n. 2, 2013

FAVERO, Leonor Lopes. Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática, 1999.

FIORIN, José Luiz & SAVIOLI, Francisco Platão. Lições de texto: leitura e redação. 2ed. São
Paulo: Ática, 1997.

KOCH, Ingedore V. & ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto. 2ed. São
Paulo: Contexto, 2006.

KOCH, Ingedore V. O texto e a construção dos sentidos. 9ed.São Paulo: Contexto, 2007.

MARQUESI, SUELI CRISTINA. A organização do texto descritivo em língua portuguesa. 2. ed.


Rio de Janeiro: Lucerna, 2004

TRAVAGLIA, Luiz Carlos. A coerência textual. São Paulo: Contexto, 1995.

Você também pode gostar