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Instituto Superior de Ciências Educação a Distância

TEMA‫ ׃‬A LIBERDADE COMO FUNDAMENTO DO AGIR MORAL

Quelimane, Maio de 2022


Autor‫׃‬Américo Muagere

TRABALHO DA CADEIRA DE‫ ׃‬ÉTICA E DEONTOLOGIA


PROFISSIONAL

TEMA‫ ׃‬A LIBERDADE COMO FUNDAMENTO DO AGIR


MORAL

Trabalho de caracter avaliativo


a ser submetido no ISCED

Quelimane, Maio de 2022


Índice
1. Introdução ................................................................................................................................ 4

2. Objectivos ................................................................................................................................ 4

2.1. Geral ................................................................................................................................. 4

2.2. Específicos ....................................................................................................................... 4

3. Metodologia ............................................................................................................................. 4

4. Liberdade ................................................................................................................................. 5

5. Limites da razão....................................................................................................................... 5

6. Formas Puras da Sensibilidade ................................................................................................ 6

7. Formas Puras do Entendimento ............................................................................................... 7

8. Liberdade como fundamento da moralidade ........................................................................... 7

8.1. A terceira antinomia ......................................................................................................... 9

8.2. A autonomia da vontade................................................................................................... 9

8.3. A doutrina da Einerleiheit .............................................................................................. 10

9. Conclusão .............................................................................................................................. 12

10. Referências Bibliográficas ................................................................................................. 13


1. Introdução

Neste Presente Trabalho da cadeira de Ética e Deontologia Profissional, irei abordar em torno do
tema A Liberdade Como Fundamento do Agir Moral onde veremos que desde o início do
pensamento filosófico, o homem tentou explicar racionalmente, através da observação da natureza,
o que é o bem, a verdade e a justiça. Seria a partir das coisas, de sua ontologia, que o pensador,
transcendendo à mera aparência, abstrairia sua forma, a essência imutável, que representaria a
verdade e a virtude buscadas pela filosofia. Desta forma, surgiram várias escolas filosóficas, cada
uma defendendo uma concepção metafisica diferente, baseada em diversas formas de interpretação
e observação da natureza.

Falar sobre moral necessariamente também é tratar da importante questão da liberdade humana e
do livre arbítrio. Na terceira seção da GMS, Kant trata deste assunto, onde dentre outras
proposições, apresenta a afirmação de que “uma vontade livre e uma vontade submetida a leis
morais, são uma e a mesma coisa”. Esta afirmação, referida também como a tese ou doutrina da
Einerleiheit, parece sugerir que fora do âmbito do dever moral, não há vontade livre, o que parece
contraditório, considerando que o agente da moralidade é um ser dotado não só de racionalidade,
mas sobretudo de sensibilidade, ambos influentes no exercício do livre arbítrio.

2. Objectivos
2.1.Geral
• Conhecer A Liberdade Como Fundamento do Agir Moral
2.2.Específicos
• Definir as Formas Puras da Sensibilidade
• Conhecer as Formas Puras do Entendimento
• Diferenciar a terceira antinomia da autonomia da vontade
3. Metodologia

Para o autor Lakatos (1991), Método é o “caminho pelo qual se chega a determinado resultado,
ainda que esse caminho não tenha sido fixado de antemão de modo refletido e deliberado”. Para
elaboração deste trabalho recorreu-se a pesquisa bibliográfica.
4. Liberdade

A liberdade tem de pressupor-se como a propriedade da vontade de todos os seres racionais. A


todo ser racional que tem uma vontade temos que atribuir-lhe necessariamente a ideia de liberdade,
sob a qual ele unicamente pode agir

A partir da lei moral nos consideramos livres, isto é, auto-legisladores, para depois concluirmos, a
partir da liberdade, que estamos submetidos à lei moral. É um círculo aparente que advém do
dualismo kantiano: o sujeito como inteligência pertence ao mundo numenal, por outro lado, como
ser sensível, pertence à esfera fenomenal. O homem enquanto ser puramente racional, considera-
se livre, para daí concluir que, enquanto ser fenomenal, está submetido à lei moral. Um ser racional
agiria sempre conforme a razão, mas o homem que pertence ao mundo sensível e ao mundo
inteligível, tem que considerar-se como submetido à lei prescritiva da razão. A razão contém a
ideia de liberdade e esta contém a lei do mundo inteligível. Logo, todo ser racional tem que
conhecer as leis do mundo inteligível como imperativos e as ações deles decorrentes como deveres.

O Direito e a lei, que se exprime no dever ser, exigem uma causa originária que lhe dê fundamento,
esta causa é a liberdade. “A liberdade não é agir independentemente do dever, mas, ao contrário,
agir conforme e sobretudo por dever. Liberdade não é o agir sem normas, ao contrário, liberdade
implica a disposição de seguir as normas que o próprio sujeito moral se representa, tendo em vista
apenas o respeito que devemos a elas”.

5. Limites da razão

A "Crítica da Razão Pura" deu início a um monumento filosófico construído por Emmanuel Kant,
no qual ele se pôs as seguintes perguntas fundamentais, em tomo das quais foi erigida toda sua
filosofia: "1. Que posso saber? 2. Que devo fazer? 3. Que me é permitido esperar?" (KANT, 2001,
p.651). O filósofo respondeu à primeira pergunta, demonstrando até onde o conhecimento humano
é capaz de se estender. Averiguou que a razão, quando se aventura para além dos limites da
experiência possível, acaba caindo em antinomias, nas quais "podemos, em qualquer caso
demonstrar, com igual evidência, propriedades diametralmente opostas, sem podermos distinguir
quais as verdadeiras e quais as falsas." (KANT. 2001, p. 18). Questões relativas ao início do
universo no tempo e seus limites no espaço, à existência de um ser necessário (Deus) e de uma
causalidade independente das leis da natureza (liberdade), podem ser defendidas ou contestadas
com igual consistência lógica sem que se possa afirmar, conclusivamente, qual é a verdade.

Em decorrência desse conflito da razão consigo mesma, a metafisica, ciência que busca por
verdades últimas que transcendem os limites da experiência, perdeu sua credibilidade, dando
ensejo ao ceticismo. Diante disto, Kant levou a razão a um tribunal, em que ela mesma julgaria,
de acordo com suas próprias leis, quais são seus limites, de forma que se lhe "assegure as
pretensões legítimas e, em contrapartida, possa condenar-lhe todas as presunções infundadas; e
tudo isto, não por decisão arbitrária, mas em nome das suas leis eternas e imutáveis. Esse tribunal
outra coisa não é que a própria Critica da Razão Pura." (KANT, 2001).

Por conhecimento puro, Kant denomina aquele determinado a priori, sem o recurso da experiência.
Segundo o filósofo, "haverá assim um conhecimento a priori, independente da experiência e de
todas as impressões dos sentidos. Denomina-se a priori esse conhecimento e distingue-se do
empírico, cuja origem é a posteriori, ou seja, na experiência." (KANT, 2001).

6. Formas Puras da Sensibilidade

Na estética transcendental, Kant identifica o espaço e o tempo como formas a priori da


sensibilidade. As formas são as condições indispensáveis para que qualquer objeto seja dado, como
intuição, por meio da sensibilidade. Com efeito, nenhum objeto pode ser pensado fora do espaço,
de modo que "o espaço é uma representação necessária, a priori, que fundamenta toda a intuição
externa." (KANT, 2001). Por esta razão, são possíveis na geometria juízos sintéticos a priori, pois
o espaço, enquanto forma (intuição pura) da sensibilidade, precede a experiência, conferindo assim
absoluta necessidade e universalidade (certeza apodítica) a todos os juízos desta ciência, que
determina sinteticamente a priori as propriedades do espaço.

O tempo, por sua vez, é também uma forma pura da sensibilidade, pois "o tempo é dado a priori.
Somente nele é possível toda a realidade dos fenômenos. De todos estes se pode prescindir, mas o
tempo (enquanto a condição geral de sua possibilidade) não pode ser suprimido." (KANT, 2001).
Se não fosse assim, não haveria princípios apodíticos das relações de tempo, como a proposição
de que tempos diferentes não são simultâneos, mas sucessivos, pois são partes de um mesmo
tempo. Isto explica como são possíveis, para a teoria geral dos movimentos na física, princípios
sintéticos a priori. O tempo não se limita, porém, à condição da intuição externa, pois é a forma
do sentido interno, no qual se tem a intuição do estado interior.

7. Formas Puras do Entendimento

Na Lógica Transcendental, segunda parte da Teoria Transcendental dos Elementos, Kant investiga
o entendimento. Segundo o filósofo:

sem a sensibilidade, nenhum objeto nos seria dado; sem o entendimento, nenhum seria
pensado. Pensamentos sem conteúdo são vazios; intuições sem conceitos são cegas. Pelo
que é necessário tomar sensíveis os conceitos (isto é, acrescentar-lhes o objeto na intuição)
como tomar compreensíveis as intuições (isto é, submetê-las a conceitos). (KANT, 2001.
p. 115).

Como na sensibilidade, o entendimento é puro em suas formas, que precedem e são condição da
experiência. O pensamento puro é, portanto, o modo como o sujeito entende os objetos dados pela
sensibilidade (fenômenos), sendo constituído por conceitos a priori, denominados categorias. Estas
se referem aos fenômenos através de juízos.

8. Liberdade como fundamento da moralidade

A idéia de liberdade é um conceito essencial para a moralidade, pois, sem uma vontade livre, que
possa agir independentemente do impulso advindo de quaisquer inclinações, não seria possível o
imperativo categórico, que ordena uma ação em si mesma necessária, sejam quais forem os
resultados que dela possam advir. Deste modo, Kant define a liberdade como sendo uma
propriedade da vontade, de modo que a vontade é "uma espécie de causalidade dos seres vivos,
enquanto racionais, e liberdade seria a propriedade dessa causalidade, pela qual pode ser eficiente,
não obstante as causas estranhas que possam determiná-la." (KANT, 2006).

Os seres irracionais, pelo contrário, são compelidos a agir pela necessidade natural, que é a
propriedade de uma causalidade determinada por causas estranhas. A necessidade natural é uma
heteronomia de causas eficientes, pois toda causa é simultaneamente efeito de outra causa anterior,
enquanto a vontade livre é uma causalidade autônoma, quer dizer, uma causa independente, dando
a si mesma as leis de sua própria causalidade.
Desta forma, a máxima da vontade livre, de acordo com suas próprias leis, é justamente a de "não
agir segundo nenhuma outra máxima que não aquela que possa ser objeto de si mesma como lei
universal." (KANT, 2006, p. 80).

Está máxima é justamente a que prescreve o imperativo categórico, que é o princípio da


moralidade, de forma que vontade livre e vontade submetida a leis morais são a mesma coisa.

Da liberdade da vontade se extrai, analiticamente, o conceito de moralidade. No entanto, do


conceito de vontade absolutamente boa não se pode derivar o conteúdo da máxima de uma lei
moral, sendo, por isto, uma proposição sintética. Somente a liberdade fornece este terceiro termo
na ligação destes dois conceitos num juízo sintético. Qual seja este terceiro termo, do qual se tem
uma idéia a priori, a possibilidade do imperativo categórico e como o conceito de liberdade se
deduz da razão pura prática, Kant ainda não indica.

Somente na "Crítica da Razão Prática", de 1788, o filósofo expõe o conceito de sumo bem, que é
justamente o resultado necessário da vontade livre, de onde provém a síntese aprioi-i dos referidos
conceitos. Nas palavras de Salgado (1986, p 187), "a liberdade é o núcleo do pensamento kantiano.
Essa liberdade sabida, plena, elevada em termos de conceito, é que gera o dever puro e o dever ser
(SoIlen), pois que impossível da existência do dever, a não ser em um ente livre. O dever ser, para
Kant, não se encontra no mundo da natureza, mas no da liberdade. Não pode por isso ser estudado
na esfera da razão teórica, mas numa outra dimensão da consciência, a razão prática.

Quanto à liberdade, é urna característica da vontade de todos os seres racionais e, por


consequência, da vontade humana. A moralidade não está, por conseguinte, limitada à natureza
humana, servindo de lei para a vontade de todo ser racional. A liberdade deve ser atribuída a todos
os seres racionais dotados de vontade, pois não se admite que a razão, enquanto autora de seus
juízos, receba influência externas, pois não adviriam dela própria, e sim de inclinações.

Portanto, um ser racional só pode conceber sua vontade como livre, quer dizer, uma razão prática,
como causalidade em relação aos objetos. Esta razão deve considerar-se autora de seus princípios,
independentemente de interferências exteriores. Deste modo, a vontade de um ser racional não é
sua própria, a não ser quando possa se considerar livre.

A sensibilidade e o entendimento, como demonstrado na obra supracitada, estão limitados à


experiência possível, de modo que a sensibilidade fornece os objetos ao entendimento para que
possam ser pensados. Contudo, ao passo que o entendimento contém apenas as regras para que se
possam entender os objetos da experiência possível, sem que, a partir de seus conceitos, seja capaz
de ultrapassá-la:

E a razão, de modo diverso, mostra sob o nome das ideias uma espontaneidade tão pura que por
ela excede em muito tudo o que a sensibilidade possa fornecer ao entendimento; e mostra a sua
mais elevada função na distinção que estabelece entre mundo sensível e mundo inteligível,
assinalando assim os limites ao próprio entendimento. (KANT. 2006, p. 85).

8.1.A terceira antinomia

Na Crítica da Razão Pura, Kant trata das antinomias, termo que ele utiliza para se referir a situações
de conflito da razão consigo mesma. A terceira antinomia também é denominada de antinomia da
liberdade, que além de ser o centro da maioria das discussões sobre o problema da liberdade,
também é a base de sustentação da ideia de liberdade no desenvolvimento da filosofia moral de
Kant, como é o caso da terceira seção da Fundamentação da Metafísica dos Costume e da Crítica
da Razão Prática. Somente com a definição da solução a esta terceira antinomia, é que fica
possibilitada uma formulação prática da liberdade da vontade. Kant defende que a chave para a
resolução do problema da liberdade está no idealismo transcendental.

Segundo Kant, uma lei moral tem sua validade firmada, e, portanto, dependente, de uma liberdade
prática, onde esta liberdade é entendida como a capacidade de agir a partir de princípios ou leis
que são formuladas pela própria razão, além da capacidade de resistir às inclinações e desejos
moralmente contrários ou conflitantes.

A resolução a esta antinomia consiste em considerar o ser humano concomitantemente pertencente


a um mundo empírico, de forma que suas ações estão conformes com as leis da natureza, mas que,
devido à sua capacidade em estabelecer a distinção entre coisas e fenômenos, também conceber-
se como livre; tal liberdade não pode ser provada, nem negada, mas pensada sem nenhuma
contradição.

8.2.A autonomia da vontade

O termo “autonomia” traz em seu bojo a ideia vulgar de “independência”. Entretanto, ao buscar o
significado etimológico desta palavra, observa-se que se trata de um termo de origem grega,
resultante da junção da preposição auto (si mesmo) com os radicais nomos (lei, norma). Desta
forma, autonomia significa estabelecer leis ou normas para si mesmo, ideia esta que encontra plena
aplicação no campo da moral. Mas a autonomia por si só é inerte e sem efeito, necessitando ser
ativada pela vontade, faculdade esta caracterizada como uma força interior que impulsiona o
indivíduo no sentido de realizar algo, mas que não em decorrência de inclinações; em se tratando
de questões morais, esta vontade é fruto do exercício racional, segundo Kant: “trata-se, porém, da
lei objetiva-prática, isto é, da relação de uma vontade consigo mesma enquanto essa vontade se
determina só pela razão”

8.3.A doutrina da Einerleiheit

A conclusão a que chega Kant de que uma vontade quando submetida a leis morais é a mesma
coisa que dizer que se trata de uma vontade livre, constitui a essência da chamada doutrina da
Einerleiheit. Duas principais interpretações a esta doutrina foram propostas: uma delas,
desenvolvida por Allison, a qual denominou de Tese da Reciprocidade98., e uma segunda,
chamada Tese da Analiticidade, foi formulada por Schönecker e Wood. Embora tratem da mesma
questão, ambas as teses interpretam de forma diferente aquela doutrina, apresentando pontos em
comum e outros até mesmo contraditórios.

Diante da relação íntima entre a liberdade da vontade e a moralidade, expressa na regra de que
uma vontade livre ou autônoma é o princípio segundo o qual não se deve agir de outra forma senão
conforme naquela máxima que guarde em si mesma como objeto de uma lei universal. Como esta
referida máxima é o próprio imperativo categórico, assim considerado, resulta que a vontade livre
e a vontade sujeita às leis morais, são condições equivalentes.

Esta doutrina da Einerleiheit levanta algumas questões relevantes no âmbito da moral e do


comportamento, tais como: quanto à responsabilidade moral, se esta pode ser imputada ao ser
racional quando destituído de liberdade; por outro lado, pode também questionar se no exercício
da liberdade, somente ações realizadas sob o imperativo categórico são moralmente válidas; sugere
também, que fora da esfera do dever moral, não há vontade livre ou autônoma, o que constitui uma
contradição no exercício do livre arbítrio, isto é, na possibilidade de escolha. Para avaliar a
validade destas e talvez de outras questões decorrentes, é necessário analisar o significado, a
abrangência e as limitações de cada um dos conceitos e princípios contidos na doutrina da
Einerleiheit, indicando, assim uma resposta ou possibilidades de respostas, mais adequadas e
coerentes, à luz do sistema moral proposto por Kant.

A presença da palavra “assim” (also), que poderia ser também “portanto”, indica que se trata de
uma conclusão. Ora, uma conclusão é precedida de premissas que a sustentam e justificam. Isto
significa que devemos procurar, examinar e interpretar tudo o que Kant apresenta anteriormente
em suas reflexões, não só na própria Fundamentação da Metafísica dos Costumes, mas em todos
os seus escritos periféricos, de onde se estendem e emanam os princípios que constituem seu
sistema moral.
9. Conclusão

Chegando a esse ponto dar por concluído o presente trabalho onde conclui que a à liberdade na
prática do dever, destacam-se a relação entre moral e liberdade, nos seguintes termos: a ética a
ciência das leis da liberdade; a liberdade, por sua vez, é um conceito estabelecido a priori; a
liberdade, na prática, é a independência do arbítrio nas ações; a liberdade se manifesta por meio
da lei moral; a liberdade é uma propriedade da razão; a liberdade é a capacidade de agir a partir de
leis criadas pela própria razão; a vontade é determinada pela razão; a vontade de todo ser racional
é uma vontade legisladora própria; a moralidade é a relação que se dá entre as ações e a vontade
vinculada a uma lei universal; a autonomia da vontade é o único princípio das leis morais e dos
deveres conforme estas leis.

De forma sintética, temos que a liberdade, enquanto propriedade da razão, se manifesta por meio
da lei moral, cujo princípio é a autonomia da vontade. Tal autonomia, por estar vinculada a
princípios a priori, resulta numa liberdade também a priori. Portanto, trata-se de uma liberdade
subsistente ao âmbito de seres puramente racionais. Todas estas considerações apontam no sentido
de confirmar a validade da tese da Einerleiheit., ou seja, uma vontade livre é aquela submetida a
leis morais.
10. Referências Bibliográficas

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. São Paulo: .Martins Fontes, 2003.

BOBBIO, Norberto. Direito e estado no pensamento de Emanuel Kant. 2. ed. São Paulo:
Mandarim, 2000.

DURANT, Will. A filosofia de Emanuel Kant ao seu alcance. Rio de Janeiro: Edições de Ouro.

HÔFFE, Otfried. Jmmanuel Kant. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. 5. ed. Coimbra: Calouste, 2001.

Fundamentação da metafísica dos costumes e outros escritos. São Paulo: Martin Claret, 2006.

SALGADO, Joaquim Carlos. A idéia de justiça em Kant: seu fundamento da liberdade e na


igualdade. Belo Horizonte: IJFMG, 1986.

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