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RESUMO AV2 E AV3

Nascimento da Filosofia
A crise e a filosofia reaparecem juntas não só em livros, mas, sobretudo, em canais de
comunicação; em jornais da imprensa televisiva ou em programas moldados para a mídia digital. Em 2022,
no Brasil, filósofos, historiadores, psicanalistas e pensadores são diariamente convidados para dialogar
sobre pandemia, sobre política e sobre saúde mental.

Isso acontece porque a filosofia tanto envolve a reflexão científica como a reflexão ética, através
das perguntas: o que é a realidade? e como devo agir?. São perguntas de cientistas e de doutrinadores
éticos. Além, num terceiro campo, a antiguidade teve no estoicismo um exemplo inquestionável de filosofia
(de salvação pessoal sem Deus) que era um “modo de vida”, pois apresentava exercícios práticos para uma
vida equilibrada e saudável, com ênfase no que poderia ser controlado e distanciamento do incontrolável.
Zenão e Marco Aurélio são representantes do estoicismo.
ARISTOTELES
• Para Aristóteles o bem seria a plenitude, e todo ser tenderia para ela.

• Para Aristóteles o meio de conseguir a felicidade são os hábitos ou disposições do homem para alcançar as virtudes.

• Para Aristóteles a virtude consiste em disposições resultantes do esforço do homem para submeter os seus atos à razão e
aos fins supremos da sua natureza.

• A Felicidade é a finalidade/objetivo final da vida humana e que ele denomina de bem supremo

• A felicidade, em seu modo de ver, significa certa maneira de viver específica do homem, ser social por natureza,
destinado a desenvolver suas potencialidades na vida em sociedade.

• A política é ciência da felicidade humana, uma ciência prática que busca o conhecimento como meio para a ação e que se
divide em ética e política.

• O homem ao longo da vida encontra uma hierarquia de bens até alcançar o bem supremo que coincide com o seu fim
último, a felicidade
CARACTERISITICA DA FILOSOFIA AGOSTINIANA

• A justiça é a virtude que realiza a ordem, que dá a cada um o que é devido: subordina o inferior ao

superior, mantém a igualdade entre coisas iguais e dá a cada um o que lhe pertence.

• A exigência fundamental da lei é que tudo esteja ordenado.

• A justiça deriva da lei eterna, que nos ordena conservar a ordem e impedir que ela seja

perturbada.

• Para que um conjunto de partes concorde na busca de um mesmo fim, é preciso que cada qual

esteja em seu lugar e desempenhe sua própria função corretamente.


CARACTERISITICA DA FILOSOFIA AGOSTINIANA

• A paz da alma racional é o acordo entre o conhecimento e a vontade e a liberdade não se reduz
à capacidade de escolha que a alma tem garantida pelo livre-arbítrio, ela só é verdadeira para os
que são felizes e aderem à lei eterna;

• O livre arbítrio significa para o ser humano possuir por completo a si mesmo, significa cada um
ter domínio sobre as próprias capacidades da sua mente, podendo usufruir delas livremente.

• Em A Cidade de Deus, Agostinho (2006) defende que uma sociedade se forma a partir do amor
de vários indivíduos pelo mesmo objeto. Ele exemplifica com os espetáculos: os espectadores
ignoram-se mutuamente, mas, ao admirarem a performance do ator, também passam a nutrir
simpatia uns pelos outros
HOBBES
O absolutismo Monárquico nasceu inspirado na visão de Hobbes sobre o ser humano. Segundo ele,
os seres humanos são livres, competem e lutam entre si. Mas como têm em geral a mesma força, o conflito se
perpetua através das gerações, criando um ambiente de tensão e medo permanentes. Para Hobbes, criar uma
sociedade submetida à lei e na qual os seres humanos vivam em paz e deixem de guerrear entre si, pressupõe
que todos os homens renunciem a sua liberdade original e deleguem a um só deles (o soberano) o poder
completo e inquestionável.

O monarca deve possuir autoridade absoluta, porém, os súditos possuem a liberdade de desobedecer
ou resistir quando suas vidas estão em perigo

Na visão hobbesiana o homem é violento e egoísta, sendo assim, a guerra de todos contra todos é o
que impõe a presença do estado forte para controlar os súditos, que devem renunciar à liberdade originária e
depositá-la nas mãos do monarca. Hobbes trata do estado como um Leviatã - um monstro de força necessário,
pois os súditos são incapazes de assumir responsabilidades pelas escolhas.
JEAN JAQUES ROUSSEAU

Rousseau, ao contrario de Hobbes, afirma que o homem nasce livre


(bom e feliz) e por toda a parte encontra-se limitado por leis, além de
outras influências que o corrompem, de modo que a desigualdade
impera. Assim, os direitos individuais precisam ser respeitados pela
vontade geral e popular
PROTESTANTISMO
As ideias de Lutero influenciaram de forma permanente a relação capital/trabalho.
A Reforma protestante foi fundamental para o nascimento e consolidação do
capitalismo, mas sua ações não tinham esse objetivo, s atos de Lutero, em um
primeiro momento, não buscavam uma ruptura com a Igreja católica, eles tinham
como objetivo primeiro debater o comportamento e as práticas cotidianas da
Igreja, mas, como já foi dito, o protestantismo foi fundamental para a
consolidação do capitalismo, devido à sua concepção religiosa do trabalho. Ele
abriu as portas para a modernidade porque gerou repercussões políticas e
econômicas de grande importância
A Liquidez
“A passagem da fase "sólida" da modernidade para a "líquida" - ou seja, para uma condição
em que as organizações sociais (estruturas que limitam as escolhas individuais, instituições que
asseguram a repetição de rotinas, padrões de comportamento aceitável) não podem mais manter sua
forma por muito tempo (nem se espera que o façam), pois se decompõem e se dissolvem mais
rápido que o tempo que leva para moldá-las e, uma vez reorganizadas, para que se estabeleçam.”
(Bauman, 2007/2007, p. 7).

As formas de vida contemporânea se assemelham pela vulnerabilidade e fluidez, incapazes


de manter a mesma identidade por muito tempo, o que reforça um estado temporário e frágil das
relações sociais e dos laços humanos. Essas mudanças de perspectivas aconteceram em um ritmo
intenso e vertiginoso a partir da segunda metade do século XX. Com as tecnologias, o tempo se
sobrepõe ao espaço. Podemos nos movimentar sem sair do lugar.
Modernidade Líquida
“Para Bauman, na modernidade em sua versão líquida, tudo é volátil, as relações humanas e
a vida em conjunto (como as relações familiares, de casais, de grupos de amigos, de afinidades
políticas e assim por diante), perdem consistência e estabilidade.” Os novos arranjos socioculturais
vigentes no mundo contemporâneo. É uma época marcada, segundo o sociólogo, por fragilidade,
imprevisibilidade e incerteza, em que nada é feito para durar.

Configuração do líquido-moderno (marcos transformadores)

1. Separação entre o poder e a política visível na supervalorização do indivíduo em detrimento ao


Estado;

2. Enfraquecimento da ideia de comunidade;

3. Fracasso do planejamento a longo prazo e a queda de instituições norteadoras;

4. Responsabilização individual pelo fracasso ou sucesso da vida pessoal.


Modernidade Líquida
O termo é utilizado como uma metáfora para exemplificar um estado de fluidez ou liquidez, em que
a forma das coisas não resiste com o tempo - diferentemente dos sólidos, os líquidos não mantêm sua forma
com facilidade.

“As rotinas antigas e aparentemente eternas começaram a se desintegrar; os hábitos antigos e


convenções começaram a mostrar sua idade e os rituais, sua debilidade” (2007/2007, p. 100).

“O contemporâneo passa a ser marcado pelo fim dos padrões, da estabilidade, da segurança e das
certezas. Sucumbe-se ao tempo da indefinição, do medo e da insegurança.” (Bauman, 2006). “ [...] o homem
moderno passa a estar sozinho na construção de sua própria vida e da configuração do mundo a sua volta.
[...] Por isso mesmo essa forma de ‘derreter os sólidos’ deixava toda a complexa rede de relações sociais no
ar – nu, desprotegido, desarmado e exposto, impotente para resistir às regras de ação e aos critérios de
racionalidade” (Bauman, 2000/2001, p.10).
MODERNIDADE LÍQUIDA
Bauman afirma que na modernidade líquida o indivíduo é que moldará a
sociedade à sua personalidade. Primeiro, sem os parâmetros da modernidade
sólida, o indivíduo será definido pelo seu estilo de vida, por aquilo que ele
consome e o modo que consome. Segundo, na modernidade, há sempre
movimentação. As pessoas agora se deslocam mais facilmente e podem viver
em vários lugares do mundo, sempre quando têm recursos para tal. Terceiro, a
competição econômica, que fez os salários diminuírem e os trabalhadores
perderem a segurança do emprego.
Modernidade Sólida
“A noção de sólido definida pelo autor aponta que, a solidez de uma sociedade, molda-se em torno
de um imperativo categórico de cada época histórica tendo uma íntima ligação entre tempo e espaço. Desta
forma, o termo “sólido” soa como algo rígido, duradouro e previsível em suas formas e possibilidades, em
muitos de seus aspectos, como as dimensões econômica, social e política.” ( SILVA, MENDES, ALVES, 2015,
p.252)

[...] a fase sólida da modernidade, é regida por uma racionalidade onde a técnica pautada no
conhecimento científico tinha como objetivo planejar a vida de forma a estabelecer algum nível de segurança
subjetiva aos indivíduos em face a um futuro não-determinado.” ( SILVA, MENDES, ALVES, 2015, p.253)

Ela caracterizava-se por princípios orientados pela ordem, em que os indivíduos se conformavam aos modelos
de conduta e experimentavam determinado grau de segurança em seus vínculos
Modernidade Sólida
“[...] os sólidos que [...] estão derretendo neste momento da modernidade fluída, são
elos que entrelaçam as escolhas individuais” Dessa forma, a responsabilidade sobre a
construção e execução das políticas da vida, seu sucesso e fracasso passam a ser de cada um.”
(Bauman, 2000/2001, p.12).

“[...] um dos principais efeitos desse redirecionamento foi a dissolução das forças que
poderiam ter mantido a questão da ordem e do sistema na agenda política. Os sólidos que
estão derretendo [...]“são os elos que entrelaçam as escolhas individuais em projetos e ações
coletivas – os padrões de comunicação e coordenação entre as políticas de vida conduzidas
individualmente, de um lado, e as ações políticas de coletividades humanas, de outro”.
(Bauman, 2000/2001, p.12).
Bauman e o amor líquido

Bauman, quando trata da fragilidade dos vínculos humanos nas


sociedades contemporâneas usa ter como "modernidade líquida" e "amor
líquido“. Nessa perspectiva, estaríamos vivendo um momento sociocultural e
histórico de maior individualização, onde as pessoas buscam mais liberdade
individual e estão menos desejosas de procurar a segurança proporcionada
pelos vínculos familiares, dos grupos comunitários, das classes sociais, dos
relacionamentos amorosos duradouros.
Bauman e o amor líquido

Quando usa o termo amor líquido, por exemplo, ele retrata relacionamentos afetivo-
sexuais embasados no descompromisso de vínculos fixos entre parceiros. É uma metáfora que
expressa a fragilidade dos vínculos. Bauman rebatiza as relações de conexões e aponta as
diferentes possibilidades do contato humano na atualidade. Ele diz que o que se ganha em
quantidade nos relacionamentos, perde-se em qualidade e profundidade. Na sua visão as
experiências às quais o ser humano se refere como amor se expandiram muito, entretanto, ao
invés de haver mais pessoas que atingem de fato os elevados padrões do amor, esses padrões
foram baixados. Embora o amor líquido esteja relacionado à sua efemeridade, ainda assim
distingue-se do desejo no que diz respeito aos ideais de satisfação.

Resumindo: Temos apenas nos conectado, deixando de amar para privilegiar o desejo, já que
temos focado em consumir e não em cuidar e preservar.
“Revolução Gerencial”
O indivíduo é convocado a se tornar um consumidor e gerador de sua própria renda,
sendo cada vez mais responsabilizado por sua formação e sucesso. Somado à dinamização da
produção e do consumo, Bauman descreve que os indivíduos isoladamente são comumente
convocados a solucionar problemas socialmente gerados, ou seja, resolver questões que
ultrapassam sua esfera de resolução. [...] sem os conhecimentos, habilidades ou recursos
necessários para resolução de problemas que só poderiam ser resolvidos coletivamente, em
atividades envolvendo grupos de pessoas organizadas para esse fim, retroalimenta-se o
contexto de sensação de solidão amplamente disseminado pela contemporaneidade”. (
SILVA, MENDES, ALVES, 2015, p.253).
GLOBALIZAÇÃO

Se compararmos o cenário vivido no mundo há cinquenta anos, verificaremos uma enorme


alteração de condições ambientais e importantes mudanças no desempenho organizacional. Se
antes verificávamos estabilidade, definição, certeza, abundância, pouca sofisticação tecnológica e
baixos níveis de consciência social, hoje passamos por períodos de turbulência, ambiguidade,
incertezas, escassez, sofisticação tecnológica e melhoria significativa dos níveis de consciência social
devido aos próprios impactos da globalização.

Fato: O mundo globalizado não é um mundo homogêneo, mas sim um espaço marcado por
significativas diferenças culturais. A mudança ou o aumento da integração entre as pessoas,
também uma maior aproximação de pensamentos, tendo em vista a facilidade de discussões e
trocas de informações, conceitos, ideias, objetivos, etc.
Globalização
A Globalização tem algumas características que a define, dentre elas:

1. A migração de pessoas de um país para outro em busca de empregos e melhores condições de vida,

2. Empresas de países desenvolvidos instalam-se em países subdesenvolvidos em busca de espaços maiores


e mais baratos e também de mão de obra barata,

3. As indústrias distribuem as etapas de produção em vários países a fim de baratear os custos. Ela faz parte
do processo de expansão do capitalismo, que atinge as diversas esferas da sociedade, em escala planetária

4. É um processo que embora apresente tendência à homogeneização do espaço mundial, é seletivo e


excludente;

5. A utilização cada vez mais frequente de celulares que conferem maior mobilidade nas comunicações,
modifica as formas de controle dentro e fora dos grupos e torna públicas conversas consideradas, no
passado, restritas ao mundo privado
Sociedade em Rede

“A globalização traz, como um dos seus efeitos mais perceptíveis,


a possibilidade de se estabelecer explicitamente sistemas de interação
social em rede, em que sujeitos, através de links, participam de trocas
econômicas e culturais em amplas escalas, que extrapolam limites
espaciais e temporais antes rígidos” (MANTELE, 2004)
Sociedade em Rede
Manuel Castell define sociedade em rede como um conjunto de nós interconectados e definindo o
“nó como o ponto no qual uma curva se entrecorta [...]. As redes são estruturas abertas, capazes de se
expandirem de forma ilimitada, integrando novos nós desde que consigam comunicar-se dentro da rede, ou
seja, desde que partilham os mesmos códigos de comunicação”.

Castell ainda afirma em como instrumentos de poder, as redes representam meios de inclusão e
exclusão, motivados por tecnologias da informação e que operam à velocidade da luz, configurando
processos e funções predominantes em nossa sociedade: a sociedade em rede.

Castells discute o que significa estar em rede e qual a interferência do desenvolvimento


tecnológico nas nossas formas de sociabilidade. Para ele, a sociedade em rede é um fenômeno social em
que as relações foram intensificadas por redes tecnológicas.
Tipologias de Redes: redes tecnológicas ou organizativas
e as redes sociais

Redes tecnológicas: tipifica uma forma especial de organização,


apresentando maior flexibilidade, velocidade e adaptabilidade, tendo
surgido no âmbito das ciências empresariais e sendo usadas como
enfoque inovador junto das organizações econômicas, dos negócios,
dos processos de produção, dos meios competitivos financeiros e do
comércio, todos ligados ao campo da Revolução Tecnológica
Informacional.
Tipologias de Redes: redes tecnológicas ou organizativas e as
redes sociais

Redes Sociais: relaciona-se com as interações sociais, incluindo todas as suas organizações e
movimentos, vistos como um conjunto de atores (nós) e laços (vínculos interconectados)
[...]. Tais redes refletem o grau de aproximação entre os diferentes atores de um contexto
determinado. Tipificam ainda os laços desses atores mantidos na rede e com a rede [...].
Tais laços poderão ser fortes, estreitamente associados, ou fracos e débeis. As redes sociais
prosperam quando existir confiança e respeito mútuo entre os associados, dando ênfase
aos laços e unidades às redes, marcadas por afinidades, fluxos de recursos, transações
materiais e outras formas de apoios, interações de conduta, pertencimento ao mesmo
grupo, valorização afetiva de um agente ao outro [...]
Revolução Tecnológica Informacional
Castell diz que Revolução Tecnológica Informacional “ [...]constitui-se por um agrupamento de
inovações técnicas, organizacionais e administrativas inter-relacionadas, baseadas principalmente em
insumos baratos de informação.” (BRAZ, 2019, p.9). Ele diz essa revolução tecnológica possui as
seguintes características:

• Se reduz à informação, sendo a sua própria matéria-prima, usando as tecnologias como meios para
atingir a informação.

• A informação faz parte integral de toda atividade humana e os processos da existência individual ou
coletiva são diretamente moldados pelo novo modo tecnológico.

• Envolve a lógica da rede, em qualquer sistema ou conjunto de relações usam-se essas mesmas
tecnologias da informação.

• Baseia-se na flexibilidade.
“A invenção dessas novas tecnologias proporcionou grande e
desconhecida revolução, afetando o planeta de forma profunda, alterando
sobremaneira as relações dos indivíduos, a sua forma de sentir, pensar e
viver. [...] Segundo Castells, nesse contexto, pode-se verificar a mudança ou o
aumento da integração entre as pessoas, também uma maior aproximação de
pensamentos, tendo em vista a facilidade de discussões e trocas de
informações, conceitos, ideias, objetivos, etc. Já que como aduz o autor, “as
novas tecnologias da informação estão integrando o mundo em redes globais
de instrumentalidade” (BRAZ, 2019, p.9).

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