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Prova de História da Filosofia Moderna II – Prof. Thadeu Weber.

Aluno: Lucas Felipe Dias

1) Em que consiste a “revolução filosófica” proposta por Kant em relação ao


método e qual é o resultado para as pretensões da metafísica?

Ao observar os físicos modernos, como Galileu, e suas descobertas, assim como a


revolução nos estudos astronômicos feitos por Copérnico, Kant modifica toda a
concepção tradicional do conhecimento, o realismo tomista, em que a relação do
conhecimento se dá do objeto para o sujeito, o sujeito é passivo no conhecimento. No
entanto, Kant faz a inversão copernicana na teoria do conhecimento, que consiste em o
sujeito impõe suas condições para o objeto, o intelecto, a razão determina o
conhecimento, e não o objeto. A busca pelo caminho seguro do conhecimento, motiva
Kant à reformulação das categorias aristotélicas, como forma de eliminar o realismo
aristotélico. Os conceitos puros, são a condição presente no sujeito, de conhecimento,
o a priori é possível somente no sujeito, assim o objeto se enquadra nos conceitos puros
do entendimento, levando a relação sujeito para o objeto. A lição, “a razão compreende
somente o que ela mesmo produz segundo seu projeto”, implica na relação
determinante da razão para o conhecimento. No âmbito moral, a revolução copernicana,
proposta por Kant, possibilita a visão de que a razão determina à vontade para o agir
moral, logo a razão determina a vontade e a mesma que determina as condições de
conhecimento. Assim, a metafísica deixa de ser objeto para enquadrá-la no método
adequado para um possível conhecimento e passíveis leis.

2) Explique: espaço e tempo são formas puras da sensibilidade.

São os primeiros princípios para que se possa conhecer fenômenos. Renunciando


a todas as características empíricas em algum objeto, restará ainda algo puro revelado
ser a priori em meio a princípios sensíveis. Espaço e tempo são condições de
possibilidade para conhecer, mas não se esgota neles. É o que de mais puro a razão
pode encontrar. São definidos dentro da sensibilidade como faculdade de intuição, por
meio da qual apreendemos os objetos que podemos conhecer. Puros a priori, ou seja,
independentes da experiência, e inerentes ao sujeito e aos objetos de conhecimento.

3) Explique: a autonomia é o fundamento da dignidade da pessoa humana em


Kant.
Nos escritos sobre o que é o esclarecimento, Kant afirma que é preciso sair da
minoridade e passar para a maioridade do uso da razão. A minoridade consiste em se
deixar guiar por outra pessoa que pensa por você. Sendo o uso privado da razão, que
consiste em transmitir os pensamentos da instituição na qual se ocupa algum cargo. A
maioridade aborda justamente o uso público da razão e é neste âmbito que se encontra
a autonomia do pensamento, este uso consiste em expor ideias autorais perante
públicos letrados. Só somos livres quando autônomos e isso é dar a si a própria lei. A
partir do imperativo categórico (já explicado anteriormente). A partir da liberdade da
vontade de maneira racional, consiste o fundamento da dignidade da pessoa humana
embasada na autonomia: a razão determina a vontade, a vontade determina a ação
moral, e todos se dão de maneira autônoma (dando a lei a si próprio) e respeitando a
autonomia alheia. A partir disso é possível embasar o cumprimento da lei positiva, afinal
lei ética e lei jurídica tem a mesma origem, diferenciando-se apenas na motivação: a
primeira interna, a segunda externa. Mas assim chegamos a formulação de um
imperativo categórico do direito: age externamente que teu arbítrio possa coexistir com
a liberdade e o arbítrio de qualquer outro. Desse modo, conserva-se a vontade e a
dignidade humana.

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