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Ernesto Salomão Macuácua

Feliciano Da Câmara Adriano Júnior

Cadeira: Filosofia

Tema: Princípios Metafísicos da Doutrina do Direito

Docente: Garcias Ruas Nagera

Michafutene, Setembro de 2013

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Índice
1.Introdução................................................................................................................................2

2. OS PRINCÍPIOS METAFÍSICOS DA DOUTRINA DO DIREITO.....................................3

2.1 Metafísica..............................................................................................................................3

2.2 Princípios Metafísicos e o Arbítrio.......................................................................................3

2.2.1 Os princípios supremos da doutrina do direito..................................................................3

2.2.1.1 Princípio universal, ou lei universal do direito...............................................................4

3. Conclusão................................................................................................................................5

4. Bibliografia.............................................................................................................................6

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1.Introdução

O presente trabalho tem com o tema «os princípios metafísicos da doutrina do Direito». Neste
estudo será privilegiada, no mais das vezes, a análise directa dos escritos de Kant, a partir de
uma postura mais preocupada com a apresentação de suas ideias. Kant é um autor conhecido
pela densidade de seu pensamento filosófico. As contribuições de Kant para o Direito foram
apresentadas fecundamente em sua obra "Metafísica dos costumes", a qual será instrumento
fundamental para o presente estudo.

Objectivos

Geral

 Apresentar os princípios metafísicos da doutrina do direito

Específicos

 Apresentar o conceito de metafísica;


 Definir os princípios metafísicos e o arbítrio;

 Indicar e explicar o princípio ou lei universal do direito.

Metodologia

Para a concretização dos objectivos preestabelecidos, foi usada como metodologia a consulta
na internet e a consulta bibliográfica, que consistiu na análise, censura e síntese de
informação, seguida da compilação do presente trabalho.

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2. OS PRINCÍPIOS METAFÍSICOS DA DOUTRINA DO DIREITO

2.1 Metafísica
Segundo CHAUI (2000: 266), a palavra metafísica foi empregada pela primeira vez por
Andrônico de Rodes, por volta do ano 50 a.C., quando recolheu e classificou as obras de
Aristóteles que, durante muitos séculos, haviam ficado dispersas e perdidas. Com essa palavra
– ta meta ta physika -, Andrônico de Rodes indicava um conjunto de escritos que, em sua
classificação, localizavam-se após os tratados sobre a física ou sobre a Natureza, pois a
palavra grega meta quer dizer: depois de, após, acima de.

2.2 Princípios Metafísicos e o Arbítrio


Conforme JAPIASSÚ (2006: 160), um princípio chama-se metafísico, se representa a priori a
condição, unicamente sob a qual objectos, cujo conceito tem que ser dado empiricamente,
podem ser ainda determinados a priori.
O livre arbítrio é o conceito a priori de uma faculdade prática humana sensível passível de ser
determinada de modo a priori pela lei moral, ou seja, um conceito “empírico” que pode ser
investigado segundo princípios que permitem determiná-lo e conhecê-lo de forma a priori.
Para TREVISAN (2011: 248), essa capacidade (a faculdade de desejar enquanto conceito de
uma vontade é a capacidade de fazer ou não fazer) do arbítrio o define, assim, como uma
faculdade guiada por uma “conformidade a fins prática” empiricamente detectável - o fim do
arbítrio o motiva a agir, isto é, a agir “em conformidade a esse fim” e a fins em geral. O seu
caráter metafísico radica-se na sua “dupla natureza”: trata-se tanto de uma faculdade
“empiricamente dada” - seu objecto e sua acção são dados sensivelmente -, quanto passível de
ser “determinada a priori” pela razão, ou seja, pela lei moral.
Como princípios “metafísicos” correspondentes figuram naturalmente os princípios supremos
da doutrina do direito e da doutrina da virtude, conforme a exterioridade ou interioridade da
conformidade a fins do arbítrio.

2.2.1 Os princípios supremos da doutrina do direito


O Direito1 pertence ao mundo das relações exteriores e constitui-se na relação de dois ou mais
arbítrios. Somente há relação jurídica se há relação entre dois ou mais arbítrios. O Direito é a
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Conjunto de normas jurídicas criadas pelos homens, susceptíveis de reger determinada sociedade numa
determinada época.
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forma universal de coexistência dos arbítrios, o conjunto das condições segundo as quais é
possível a convivência dos homens entre si, estando as liberdades externas de cada um,
limitadas e garantidas segundo uma lei universal2.

2.2.1.1 Princípio universal, ou lei universal do direito


«Age externamente de modo tal que o uso livre do teu arbítrio possa coexistir com a
liberdade de cada um segundo uma lei universal» (TREVISAN, 2011: 247) citando (MS Ak
VI: 231: 43).
Um indivíduo pode, portanto, considerar suas acções segundo seu princípio subjectivo; mas
não pode estar seguro de que um princípio tem valor objectivo excepto quando seja adequado
a uma legislação universal, isto é, quando este princípio possa ser estabelecido por sua razão
em legislação universal. O princípio supremo da doutrina do direito, por esta interessar-se
apenas pela liberdade externa, concerne só ao formal do arbítrio, que deve ser limitado na
relação externa, segundo leis da liberdade, prescindindo de todo o fim (como sua matéria). No
princípio supremo da doutrina do direito há a pretensão de universalidade exigida pelo
imperativo categórico: a posição de fins é o dado de que parte o uso da liberdade humana
regulado por tal princípio. Contudo, o imperativo categórico do direito: «aja segundo a
máxima de concordância de tua liberdade com a de todos os outros segundo uma lei
universal», deixa indeterminado quais os fins que o homem tem.
Nessa passagem, os princípios supremos da Doutrina do Direito são apresentados como
“imperativos categóricos” que enunciam a validade universal da liberdade externa, e que,
assim como em sua formulação canónica, assumem a forma de uma lei prescritiva similar à
do imperativo categórico. Devido ao carácter próprio do arbítrio humano como uma faculdade
de posição de fins, cumpre determinar o modo como o exercício desse poder prático pode e
deve ser consistente com a liberdade externa (direito). Neste caso, o fim do arbítrio é
abstraído, considerando-se apenas as circunstâncias externas nas quais uma liberdade
proporcional de escolha é mantida intocada para os demais sujeitos em sua posição autónoma
e auto-suficiente de fins. Nos princípios supremos da doutrina do direito o imperativo
categórico surge como condição de possibilidade, ou seja, como a condição inicial da
“universalidade” do exercício da liberdade expressa, por sua vez, no âmbito “metafísico -
imanente” do direito (TREVISAN, 2011: 250).

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http://jus.com.br/artigos/20165/a-doutrina-do-direito-de-emmanuel-kant#ixzz2dThjLSzI
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3. Conclusão

Depois de se ter feito uma concisa abordagem dos princípios metafísicos da doutrina do
direito, um tema que se insere na doutrina kantiana, pode-se concluir que são princípios
metafísicos aqueles que são empíricos mas que também podem ser determinados antes da
experiencia, no caso esse conceito é o arbítrio humano, a faculdade de desejar, a vontade, a
capacidade de fazer ou não fazer.

O direito no caso, aparece como a forma universal de coexistência dos arbítrios e somente há
relação jurídica onde há pelo menos dois arbítrios. O princípio universal do direito manda agir
de forma que o livre uso do arbítrio possa coexistir com a liberdade de cada um, segundo uma
lei universal, estando limitado somente na relação externa dos arbítrios. O imperativo
categórico surge como condição de capacidade, ou seja, como a condição inicial da
“universalidade” do exercício da liberdade expressa, por sua vez, no âmbito “metafísico -
imanente” do direito.

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4. Bibliografia

CHAUI, Marilena. Convinte à Filosofia. São Paulo, Ed. Ática, 2000.

JAPIASSÚ, Hilton & MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 4ª ed.. Rio de
Janeiro, Jorge Zahar Editor Ltda, 2006.

TREVISAN, D. Kosbiau. A metafísica dos costumes: A autonomia Para o ser Humano. São
Paulo, 2011.
Http://jus.com.br/artigos/20165/a-doutrina-do-direito-de-emmanuel-kant#ixzz2dThjLSzI

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