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Universidade Rovuma
Lichinga
2022
Erodia Ussene
Lúcia Inácio Omar
Omar Abasse Mastala
Rocha Carlos Sandifolo
Vanila Teodósio
Universidade Rovuma
Lichinga
2022
Índice
1. Introdução...........................................................................................................................3
2. Objectivos...........................................................................................................................3
2.1. Gerais...........................................................................................................................3
2.2. Específicos...................................................................................................................3
4. A Intencionalidade...........................................................................................................9
4.1. A Aceitabilidade...........................................................................................................9
4.2. A Informatividade......................................................................................................10
4.3. A Relevância..............................................................................................................10
5. O Conceito de Texto.........................................................................................................11
6. Textualidade......................................................................................................................12
7.4. A denotação................................................................................................................14
9. Conclusão..........................................................................................................................17
1. Introdução
O presente trabalho aborda assuntos inerentes a Elementos Formais de Um Texto. Neste
sentido, a compreensão e a produção de textos orais e escritos, nos mais variados géneros em
uso nas escolas, envolvem muitos elementos preponderantes na composição ou produção de
uns textos. O texto, fundamentado a partir da textualidade, que é o conjunto de características
que possibilita conhecê-lo, e cujos sentidos estão na interacção que se estabelece entre o
leitor, o texto e o seu autor, deve ser a base norteadora para trabalhar os elementos
linguísticos, a leitura, a compreensão e a produção textual, tanto na modalidade oral, quanto
na escrita. Desta feita, o trabalho esta organizado da seguinte forma: elementos pré-textuais,
elementos textuais, e elementos pois-textuais.
2. Objectivos
2.1. Gerais
Conhecer os elementos preponderantes na elaboração de um texto.
2.2. Específicos
Identificar os elementos que possibilitam a produção de um texto;
Mencionar os factores ou elementos predominantes para a elaboração de um texto;
Analisar os vários textos e as suas diferenciações.
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Para muitas pessoas, produzir um texto não é tarefa fácil. E lê-lo não se restringe
apenas à decodificação dos seus sinais gráficos, pois envolve algo mais dinâmico, profundo e
complexo, que é a sua compreensão.
O conhecimento linguístico: que envolve tudo o que se sabe sobre a língua, como as
regras morfológicas e sintácticas, o uso do léxico;
O conhecimento enciclopédico ou conhecimento de mundo: que é constituído por
todos os saberes adquiridos, formal ou informalmente, durante a vida do leitor e
armazenados em sua memória;
E o conhecimento interacional: que consiste na mobilização dos saberes
relacionados às formas de interacção para podermos interagir por meio da linguagem,
o que nos possibilita realizar certas formas de comunicação. É preciso que o texto
esteja inserido na cultura dos leitores/ouvintes e seja escrito na língua que eles
dominam para que produza os sentidos, os efeitos desejados pelo escritor/falante. “O
domínio da língua é também uma condição da produção de um texto."
(MARCUSCHI, 2008).
É o factor relacionado aos sentidos do texto. É importante para o seu entendimento, para a sua
compreensão.
De acordo com CAVALCANTE, (2011) assevera, quando um texto é produzido, o seu autor
tem em mente o(s) possível(is) destinatário(s) e, é claro, deseja ser compreendido por ele(s).
“Todo texto tem, portanto, a sua coerência”.
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A coerência não é um ente concreto, que pode ser visualizado, sublinhado ou apontado no
texto. É algo subjectivo que o leitor capta com base em um conjunto de elementos a partir do
contexto e levando-se em consideração o contexto, a situação comunicativa, os seus
conhecimentos sociocognitivos e internacionais, além do material linguístico. Vale lembrar
que se entende por contexto a superfície de um texto.
Segundo Xavier (2011), de acordo com as concepções da Linguística Textual, a coesão não é
um factor necessário para que se considere uma produção oral ou escrita como texto, pois a
sua ausência não chega a comprometer o seu sentido.
Koch (1994) divide a coesão em duas grandes modalidades que são a coesão
referencial e a coesão sequencial. Assim se expressa a autora:
Para Koch (1994), a coesão referencial é aquela em que um determinado elemento do texto
refere-se a outro do mesmo texto. O primeiro elemento, ela chama de forma referencial e o
segundo, de referente textual. Já a coesão sequencial é aquela que se refere às questões
linguísticas que estão dispostas em uma determinada sequência no interior do texto, entre as
quais são estabelecidas as relações semânticas e também as pragmáticas.
Em outras palavras, a coesão referencial é aquela que se realiza por meio de aspectos
semânticos, enquanto a sequencial se realiza por meio de elementos conectivos.
A coesão frásica assegura a ligação significativa entre os elementos que ocorrem ao nível da
frase:
Fenómenos de concordância entre sujeito e verbo (em pessoa e número), entre sujeito
e predicativo do sujeito e entre complemento directo e complemento directo e
predicativo do complemento directo (em género e numero).
Tem a ver com interligação semântica das frases que ocorrem no texto. Esta forma de coesão
é assegurada por diferentes tipos de conectores, cujos valores (causa, consequência, contraste,
adição…) especificam o tipo de ligação entre as frases, dando pistas essenciais para a
interpretação do texto.
Este mecanismo de coesão textual tem a ver com a presença, no texto, de traços gramaticais
comuns, da mesma ordem de palavras ou da mesma estrutura frásica em partes do texto
próximas.
Em qualquer texto ocorrem expressões que são referencialmente dependentes, ou seja, cuja
interpretação depende de outras expressões anteriores ou posteriores a elas. Ao conjunto
destas expressões designamos cadeia referencial.
4. A Intencionalidade
Ao produzir um texto oral ou escrito, o autor tem uma finalidade, possui certas
intenções que devem ser identificadas, compreendidas. E isso é importante para o processo da
textualização. Além dele, o leitor/ouvinte também tem suas intenções. Principalmente no que
diz respeito à produção escrita, existe certa intenção no ato de ler.
4.1. A Aceitabilidade
A aceitabilidade é o elemento formal de um texto relacionado à recepção do texto pelo
leitor/ouvinte, considerando-o como uma configuração aceitável, coerente e coesa, isto é,
carregada de significado e, portanto, compreensível.
Para a Linguística Textual, a aceitabilidade não se limita apenas ao plano das formas, pois se
estende, de maneira mais ampla, ao plano do sentido. Isso significa dizer que um texto,
mesmo apresentando falhas gramaticais, pode ser aceitável desde que tenha sentido.
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4.2. A Informatividade
Esse elemento, refere-se às informações transmitidas pelo texto.
Todo texto comunica algo. É importante ressaltar que o leitor/ouvinte não deve confundir
informação com conteúdo e sentido, pois apresentam conceitos distintos. Se alguém perguntar
a um leitor pelo conteúdo do texto que ele acabou de ler, por exemplo, não significa a mesma
coisa que perguntar pelas informações nelas contidas. Para tornar essa afirmação mais clara, o
texto pode estar falando sobre violência numa determinada cidade (conteúdo) e trazer uma
série de informações bastante abrangentes sobre o assunto, inclusive dados estatísticos que
comprovem o que o autor afirmou, e até omitir certas informações consideradas não
relevantes. Outro texto pode falar sobre o mesmo conteúdo, porém trazer informações
diferentes. Isso demonstra que conteúdo e informação não são a mesma coisa. Já os sentidos
do texto vão sendo construídos pelo leitor no ato da leitura e, logicamente, pelo ouvinte no
caso específico do texto oral.
4.3. A Relevância
A relevância é o elemento de um texto que exerce certa exigência para que todos os
enunciados que formam o texto sejam passíveis de interpretação e compreendidos como
falando a respeito de um mesmo assunto.
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5. O Conceito de Texto
Jota att all (1981, sp) assevera que, texto é qualquer tipo de enunciado analisável, seja
um simples monossílabo, seja todo o material linguístico de uma comunidade. Para quem o
texto significava qualquer enunciado, mesmo que formado por apenas um monossílabo,
contanto que dotado de significação, como por exemplo, ai!, oi!, passível de análise, até
exemplos mais complexos que compõem todo o acervo linguístico de uma comunidade de
fala.
Conforme Koch (2010), os sentidos do texto não estão em si próprio e, por isso, devem ser
construídos utilizando-se os elementos textuais fornecidos pelo autor, juntamente com os
conhecimentos do leitor, durante a atividade da leitura.
6. Textualidade
Sabemos que intrínsecos a uma construção textual estão elementos discursivos e textuais
que são fundamentais à construção dos sentidos do texto. Entende-se por textualidade um
conjunto de características que nos possibilita conhecer um texto.
Textualidade é um conjunto de características que fazem com que um texto seja considerado
como tal,e não como um amontoado de palavras e frases.
De acordo com uma teoria pitagórica, existem duas modalidades de expressão: uma é mais
corrente, apresenta-se “nua” desprovida de figuras e de qualquer recurso técnico – estilísticos;
outra caracteriza-se pelo ornato, pelo vocabulário escolhido e pelo uso de figuras estilísticas.
Quando pensamos nos diversos tipos e géneros textuais, devemos pensar também na
linguagem adequada a ser adoptada em cada um deles. Por isso existem a linguagem literária
e a linguagem não literária.
Distinguir linguagem literária da não literária não é tão difícil. Apesar de haver
aspectos convergentes nos dois tipos de discurso.
Domício Filho (2001) Definiu algumas particularidades que somente são observadas
em um texto literário. São elas:
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Complexidade: é uma das características do discurso literário. Talvez seja por esse
motivo que muitos leitores ainda encontrem certa resistência aos textos literários, já
que a Literatura não tem compromisso em dar às palavras seus exactos sentidos, o que
certamente pode ser um entrave linguístico. Nos textos literários, a semântica é
subvertida, bem como as regras da gramática normativa.
Multissignificação: diz respeito às variadas interpretações que um texto literário
permite. A subjectividade e o emprego de recursos estilísticos são responsáveis por
essa variação de sentidos. Cada leitor, de acordo com seu senso estético e repertório
cultural, pode fazer uma leitura diferente para um poema, um conto, uma crónica e
demais textos literários."
A linguagem literária pode ser encontrada em vários géneros, como na prosa, nas
narrativas de ficção, na crónica, no conto, na novela, no romance e nos poemas. Compreendê-
la de cuidado e aguçado senso estético para interpretar e analisar esse tipo de discurso que
foge das convenções e oferece o que a arte da literatura tem de melhor.
7.4. A denotação
É, pois a representação intelectual do objecto, isto é, o seu sentido próprio, ou primeiro
sentido;
Há palavras em que o sentido próprio predomina de tal forma que quase não se vêem
possibilidades de conotação, como, por exemplo, casaco, erva, garrafa; outras, porém,
impõem-se pelos sentidos conotativos, aponto de dificilmente se poderem concretizar as suas
denotações: janota, tarado, idiota… podem ainda citar signos em que a conotação e denotação
se equilibram, palavras que denotam objectos (mundos reais), mas que se abrem à
imaginação, sobretudo dos poetas: lua, estrela, olhos, céu, coração, entre outros.
9. Conclusão
Chegado ao fim do nosso trabalho, concluímos que a textualidade é o resultado das
características que fazem com que possamos diferenciar um amontoado de frases de um texto
e, existem factores ou elementos que o caracteriza: a coerência e a coesão (de natureza
linguística e conceitual); e a intencionalidade, a aceitabilidade, a situacionalidade, a
informatividade (de natureza social e pragmática).
Portanto, para o estudo relacionado aos elementos formais de um texto, existe uma
extrema diferença entre a coesão e a coerência, e ela reside no âmbito de que:
A coesão é o mecanismo relacionado com os elementos que asseguram a ligação entre
palavras e frase, de modo a interligar as diferentes partes de um texto.
Quanto que, a coerência é responsável por estabelecer a ligação lógica entre ideias, para que,
juntas, garantam que os tenha sentido.
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ANTUNES, Irandé. Análise de textos. Fundamentos e práticas. São Paulo: Parábola Editorial,
2010.
KOCH, Ingedore Villaça. A coesão textual. 7 ed. São Paulo: Contexto, 1994.
XAVIER, Antonio Carlos dos Santos. Como se faz um texto: a construção da dissertação
argumentativa. 5 ed. Catanduva: Rêspel, 2011.