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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO – UFMA

CENTRO DE CIÊNCIAS, EDUCAÇÃO E LINGUAGENS DE BACABAL – CCEL


COORDENAÇÃO DE LETRAS

GABRIELA DA SILVA LIMA


WENDY NAELLY FREITAS SANTANA DA SILVA

A PROGRESSÃO TEXTUAL NA PRODUÇÃO


DISSERTATIVA-ARGUMENTATIVA NO ENEM

BACABAL
2021
GABRIELA DA SILVA LIMA
WENDY NAELLY FREITAS SANTANA DA SILVA

A PROGRESSÃO TEXTUAL NA PRODUÇÃO


DISSERTATIVA-ARGUMENTATIVA

Projeto de Pesquisa apresentada ao Curso de


Licenciatura em Letras da Universidade Federal
do Maranhão, UFMA- Centro de Ciências,
Educação e Linguagens - CCEL, Bacabal,
projeto de pesquisa apresentado como
requisito para obtenção de nota nas
disciplinas de Metodologia Científica e
Língua Portuguesa.

BACABAL
2021
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA......................................................04
2. OBJETIVOS.............................................................................................. 05
3. REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................... 05
4. METODOLOGIA......................................................................................08
5. CRONOGRAMA........................................................................................09
6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................10
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1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

O presente projeto tem como tema a progressão textual na produção


dissertativa-argumentativa no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Tendo em
vista que essa progressão textual é fundamental para que o texto progrida de forma
coesa e coerente. Entretanto, observando a porcentagem dos candidatos que realizam a
avaliação e que atingem uma pontuação baixa, podemos perceber que não conseguem
ou não sabem abordar esse critério de forma correta, pois resulta em uma
desorganização em toda estrutura, com isso a redação fica com uma falência do
conteúdo. Podemos analisar que uma parte desses erros está na forma em que esse
conteúdo é aplicado nas aulas de gramática ou em que forma esses alunos buscam
compreender a metodologia aplicada para que consigam obter o entendimento, são
questões que não estão, necessariamente, como foco nesta pesquisa, mais que contempla
um dos porquês dessa dificuldade de aprendizagem.
Nesse sentido, a pesquisa buscar analisar como a progressão textual é
produzida no gênero dissertativo-argumentativo no Exame Nacional do Ensino Médio
(ENEM). Com a proposta de analisar a progressão textual em sete redações nota mil da
edição 2020, que estão disponibilizadas no site do G1.
Este projeto partiu de como essa construção semântica é estabelecida nas
redações nota mil e que, a partir dessa pesquisa possa se detalhar com mais clareza de
que forma esses procedimentos textuais é feita. Possibilitando em novas oportunidades
de compreensão sobre o papel de progressão textual que é requerido nas redações.
A informação sobre o tema da pesquisa é de como o candidato tem o domínio
sobre os elementos diversos e indispensável para construção de um texto. No ENEM, a
progressão tem que está conectada em todos os conhecimentos inseridos pelo candidato,
para que os argumentos estejam em harmonia dentro do texto. Os candidatos devem
procurar se esquematizar e conciliar o que escreve sobre o tema, para que não fuja e
cause problemas em outros níveis das competências exigidos, como é o caso da
competência III, que não permite que o participante se contradiga sobre o que será dito
sobre a proposta. Ou seja, a progressão textual, antes de mais nada ela está inserida em
todo um contexto, o qual veremos mais a frente. Contudo, para um texto ter sentidos ele
tem que passar por vários critérios, tais estes, que são denominados critérios da
textualidade.
Além disso, esta pesquisa contribui para o debate acadêmico, pois possibilita a
tantos estudantes que ingressam no Ensino Superior com pouco conhecimento sobre os
elementos textuais, o que torna este projeto importante para a compreensão e no auxílio
da escrita de trabalhos acadêmicos futuros. Entretanto, esta pesquisa não trará apenas
vantagens a vida acadêmica mais para a sociedade, com reflexões sobre a forma que se
expressam por meio da escrita. Assim também, como indagações aos alunos e
professores que estão em suas etapas finais do ensino médio sobre o uso correto desses
procedimentos linguísticos.
Para o embasamento teórico selecionamos autores que tem seus fundamentos
na Linguística Textual, sendo eles: Marcuschi (2008); Antunes (2005); Koch (2003);
Koch e Elias (2008); Cavalcante (2013).
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2. OBJETIVOS

Objetivo geral:

-Investigar como a progressão textual se estabelece na produção de um texto


dissertativo argumentativo nota mil do Enem.

Objetivo específico:

-Analisar como os conhecimentos linguístico e enciclopédico funcionam na produção


das redações.

-Apresentar a maneira que a coesão sequencial é usada para compor a progressão


textual nessas redações.

-Detalhar a maneira que os elementos coesivos se apresentam nos textos dissertativos


argumentativos.

3. REFERENCIAL TEÓRICO

Nesta seção, iremos apresentar a discussão da progressão textual em textos do


gênero argumentativo em redações nota mil no ENEM. Como referencial teórico
utilizaremos os estudos de Marcuschi (2008) em seu trabalho Produção Textual,
Análise de Gêneros e Compreensão, trazendo sua contribuição para a construção de um
sentido de um texto, assim também como Koch (2003) que também irá falar sobre a
construção dos sentidos de um texto em sua obra O texto e a construção dos sentidos.
Contando ainda com o trabalho de Koch; Elias (2008) Ler e compreender: os sentidos
do texto. Antunes (2005) que retomará os assuntos de coesão e coerência. Assim como
Cavalcante (2013) em sua obra “Os sentidos do texto” que abordará os tipos de
conhecimentos. Tendo em vista que, todos esses autores irão desencadear a pesquisa
feita para que possamos compreender as formas que essas redações se construíram para
que se alcançasse um excelente resultando, tanto em pontuação como na estrutura do
texto.
Mediante isso, falaremos das etapas que constitui para que o texto prossiga de
forma coerente e coesa. Na estrutura do texto, não podemos dispensar o funcionamento
do sistema linguístico, que é definido por Marcuschi (2008) como Linguística Textual:

A LT parte da premissa de que a língua não funciona nem se dá em


unidades isoladas, tais como os fonemas, os morfemas, as palavras ou
as frases soltas. Mas sim em unidades de sentido chamadas texto,
sejam elas textos orais ou escritos. (Marcuschi, 2008, p. 73)
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Nessa perspectiva, a Linguística Textual não pode ser vista como um texto
isolado, mas que há uma forma de linguagem que se estabelece como uma unidade
básica de comunicação, necessariamente, são construídos no texto aspectos linguísticos,
que serão importantes para uma boa organização das partes de um texto. Segundo Koch
(2003), texto é, em seus perspectivos estudos:

[...]resultados da atividade verbal de indivíduos socialmente atuantes,


na qual estes coordenam suas ações no intuito de alcançar um fim
social, de conformidade com as condições sob as quais a atividade
verbal se realiza. (Koch, 2003, p. 26)

Entendemos assim, que texto não é apenas um conjunto de palavras que será
formadas propositalmente, de qualquer jeito, para que se crie sentido é preciso ativar
conhecimentos que são adquiridos no decorrer da vida. Esses conhecimentos que estão
armazenados em nossa memória são ativados quando estamos diante de questões que
exige nosso conhecimento sociocultural. Dessa forma, Cavalcante (2013) afirma que,
“esses conhecimentos podem ser de natureza linguística, enciclopédica e interacional”
(p. 21). Em sua análise sobre esses conhecimentos ela se baseou-se nos estudos de Koch
e Elias.
O conhecimento linguístico abrange o conhecimento desenvolvido pelo
indivíduo sobre o sistema da língua e suas regras. Entretanto, esse conhecimento não
atua sozinho para a construção do entendimento, ele precisa recorrer a outro tipo de
conhecimento, que é o enciclopédico (conhecimento de mundo), que auxiliará nos
conhecimentos adquiridos tanto formal como informal. O conhecimento interacional
interfere nas ações verbais, ou seja, do discurso em um texto (entre pessoas) que se
estabelece como interação por meio da linguagem.
Nessa pesquisa, dar-se-á mais ênfase ao conhecimento linguístico e
enciclopédico, que é o objeto de estudo da gramática e dos conhecimentos adquiridos
no decorrer da vida, ou seja, abordará os conteúdos que são empregados na gramática e
o estudo lexical existente nos textos. Em um contexto explícito são oferecido palavras
que nos leva a entender o cotexto. A parte implícita como explica Cavalcante (2013)
assegura a “metáfora do iceberg” que explica sobre essas partes “explícita e implícita”
(p. 28). Nessa percepção podemos correlacionar dois temas importantes da linguística
para a construção do sentido – coesão e coerência.
Para que um texto esteja bem estruturado e de forma compreensível é
importante dois fatores está presente, a coesão e a coerência, assim poderá alcançar a
progressão textual exigida nas redações. Desse modo, começaremos falando sobre a
coesão.

“Conceituar a coesão como o fenômeno que diz respeito ao modo como


os elementos linguísticos presentes na superfície textual se encontram
interligados entre si, por meio de recursos também linguísticos,
formando sequências veiculadoras de sentido.” (Koch, 2003, p. 45)

Ou seja, diz respeito a como esses elementos irão se interligar na superfície do


texto, um exemplo disso são os conectivos. Antunes (2005) ressalta que a continuidade
introduzida na coesão é uma das peças fundamentais para que se construa uma relação
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de reiteração, associação e conexão (p.59). Ainda nessa percepção de Antunes (2005)


ele vai dizer que os textos com a presença de coesão não devem se limitar no ato de
tirar e pôr palavras, pois, sabemos que para desencadear um texto que haja interação
verbal, temos que ativar uma série de conhecimentos para que possamos alcançar uma
conexão para quem escreve/ouvi. Portanto, ele ressalta que não são só esses
procedimentos e recursos que ocorrem na superfície do texto que devem ser visto com
mais relevância, mas sim, o que um texto coeso e coerente tem a se desenvolver em toda
suas etapas.
A coerência, por sua vez, segundo Koch (2003) é o “modo como os elementos
subjacentes à superfície textual vêm a constituir, na mente dos interlocutores, uma
configuração veiculadora de sentidos.”(p.52), isto é, ela será responsável pela produção
do sentido. Na percepção de Koch (2003), ela não está presente no texto, ela deverá ser
construída a partir do texto e levando em conta os recursos coesivos já inseridos na
superfície textual que atuará como pistas para o receptor na hora da construção do
sentido. Para que um texto se torne coerente será preciso ativar o conhecimento
enciclopédico, o conhecimento linguístico entre os receptores, e o conhecimento
interacional.
Koch (2003), tendo em base esse contexto já iniciado por Antunes sobre o
estudo da coesão, dirá “Tenho considerado em meus trabalhos duas grandes
modalidades de coesão: a remissão e a sequenciação.” (p.46), essas duas modalidades
seriam, a coesão referencial (referenciação) e a coesão sequencial (sequenciação). Essa
última subdivide-se em, sequenciação parafrástica (com recorrência) e sequenciação
frástica (sem recorrência). Visto que, a coesão sequencial é a qual terá mais foco nesta
pesquisa, pois é ela que diz respeito de como vai se estabelecer os elementos de
sequenciação do texto.
A sequenciação com recorrência constitui-se com ou sem termos de elementos
progressivos, esses elementos é que farão o sentido e a organização textual. Pelo fato de
ser complexa, ocorrerá mais uma subdivisão que irão se formar com mais clareza as
formas que o texto pode se desenvolver e as várias formas de sentido atribuídos na
produção. Koch e Elias (2008) define esse procedimentos como: Recorrência de termos;
Recorrência de estrutura: paralelismo sintático; Recorrência de conteúdos semântico:
paráfrase; Recorrência de recursos fonológicos; Recorrência de tempo e aspecto verbal.
A sequenciação sem recorrência vai estabelecer as ordenações das relações
semântica ou pragmática que se encontra nas partes dos textos, fazendo com que o texto
dê continuidade no que será proposto. Para isso, os procedimentos usado nessa
sequenciação textual, segundo Koch e Elias (2008) será: Procedimentos de manutenção
temática; Progressão temática; Encadeamento e Progressão tópica. Para nossa pesquisa
analisaremos também a sequenciação sem recorrência nos textos argumentativo, pois
ela falará de como essa sequenciação ou progressão textual se atribui no desempenho
desses textos, de modo a enfatizar os elementos conectores utilizados.
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3. METODOLOGIA

O desenvolvimento desta pesquisa, partiu de uma abordagem qualitativa e


quantitativa, pois iremos explicar e analisar como se deu a construção dos elementos
coesivos para que se obtesse uma boa progressão textual. Além disso, o projeto conta
com o estudo de caso, já que utilizaremos livros e artigos para o andamento da pesquisa.
Serão coletadas as redações nota mil do Exame Nacional do Ensino Médio
(ENEM) com o tema: “O estigma associado às doenças mentais na sociedade
brasileira”, da edição de 2020 (1º aplicação), a fim de apresentar os elementos usados
pelos participantes, para que conseguissem alcançar os critérios necessários de uma boa
ocorrência dos elementos coesivos, de modo que adquirissem um texto organizado
progressivamente. Esses textos dissertativo-argumentativo foram divulgados pelo INEP,
porém os que analisaremos estão disponíveis para consulta no site do G1. O corpus
desta pesquisa partiu de analisar sete redações nota mil.
O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), foi constituído em 1998, com o
intuito de avaliar a aprendizagem dos estudantes do país. Porém, se tornou uma
avaliação para pré-vestibulantes somente em 2004 com a implementação do Programa
de Universidades para Todos (ProUni) e em 2009 o Sistema de Seleção Unificada
(SISU). O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) fundado em 1999, não foi
suficiente para arcar com as expectativas do INEP, sendo assim foi implementado esse
programas posteriormente, abrindo portas à diversas pessoas para o ingresso no Ensino
Superior. Se tornou, portanto, uma prova contendo 180 questões objetivas de várias
áreas do conhecimento e a produção de uma redação.
A redação se trata de um gênero textual dissertativo-argumentativo, ou seja,
trata-se de um gênero que deverá expor um ponto de vista por meio de argumentos. Em
suma, a redação estabele uma correção feita por etapas, tais são conhecidas por
competências, isto é, ficam responsável em examinar os diversos aspectos que o texto
requer. E ainda nas competências há uma subdivisão em níveis, o que proporcionará ao
avaliador ver se o participante conseguiu alcançar os critérios pedidos. Dentre esses
critérios cobrados está a coesão, mais especificamente, a coesão com elementos
sequencias, que mostrará se o texto obteve uma progressão e articulção dos argumentos.
Para a nossa pesquisa, os critérios utilizados na escolha desses textos
argumentativos dissertativos foi a facilidade para ter o acesso à eles, e ainda, o fato
deles serem o nível máximo de excelência no que tange à progressão textual. Desse
modo, podemos investigar e demonstrar um dos fatores para que o texto se torne coeso
para quem for produzir uma escrita, e principalmente, para quem precisa aprendê-los.
Outro ponto será a organização e a articulação usadas por esses participantes em inserir
os conhecimentos em seu discurso.
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4. CRONOGRAMA

Atividades 2021 2022


Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
Escolha do tema de X
pesquisa
Levantamento X X
bibliográfico
Elaboração do projeto X X
de pesquisa
Defesa do projeto de X
pesquisa
Leitura e X X X X
levantamento
bibliográfico
Coleta dos dados X X X X
Análise dos dados X X X X
Redação da X X
monografia
Defesa da monografia X
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, I.C. Lutar com palavras: coesão e coerência: Como se faz coesão?. In:
Irandé Costa Antunes. (Org.). São Paulo: Parábola Editoral, 2005. p. 50-56.

CAVALCANTE, M. M. Texto, contexto e coerência: Tipos de Conhecimento e


contextos. In: Mônica Magalhães Cavalcante. (Org.). Os sentidos do texto: Texto,
contexto e coerência. 1.ed. São Paulo: Contexto, 2013. p. 21-28.

KOCH, I.G.V. O texto: construção dos sentidos: O Que É um Texto. In: Ingedore
Grunfeld Villaça Koch. (Org.). O texto e a construção dos sentidos: O texto:
construção dos sentidos. 7. ed. São Paulo: Contexto, 2003. p. 26.

KOCH, I.G.V. A construção dos sentidos no texto: coesão e coerência: A coesão


Textual. In:___________________________. (Org.). O texto e a construção dos
sentidos: A construção dos sentidos no texto. 7. ed. São Paulo: Contexto, 2003. P 45-
46.

KOCH, I.G.V.; ELIAS, V.M. Ler e compreender: os sentidos do texto: Sequenciação


Textual. In: Ingedore Grunfeld Villaça Koch; Vanda Maria Elias. (Org.). 2.ed. São
Paulo: Contexto, 2008. p.151-181.

MARCUSCHI, L.A. Processo de construção textual: Noção de texto e linguística de


texto. In: Luiz Antônio Marcuschi.(Org.). Produção Textual, Análise de Gêneros e
Compreensão.3.ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. p. 73.

Enem: Leia redações nota mil da edição 2020 da prova. G1.Globo. 28 maio de 2021.
Seção: Educação. Disponível em:
https://g1.globo.com/educacao/enem/2021/noticia/2021/05/28/enem-leia-redacoes-nota-
mil-em-2020.ghtml . Acesso em: 19 ago. 2021.

Exame evolui desde a criação, há 17 anos, e amplia oportunidades na educação superior. Mec.gov. 18
set. 2015. Seção: Ministério da Educação. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/ultimas-
noticias/212-educacao-superior-1690610854/30781-exame-evolui-desde-a-criacao-ha-17-anos-e-amplia-
oportunidades-na-educacao-superior . Acesso em: 22 ago. 2021.

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