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Paula Cristina da Gama Lobo

Expressão e Compreensão Oral

Licenciatura em Gestão de Empresas

Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância


Beira
2021

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Paula Cristina da Gama Lobo

Expressão e Compreensão Oral

Licenciatura em Gestão de Empresas

Trabalho da Cadeira de técnica de


expressão a ser apresentado no curso de
gestão de empresas para efeitos de
avaliação na orientação do

Docente: Andrade Henrique

Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância


Beira
2021

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Índice
CAPITULO I-INTRODUÇÃO ........................................................................................ 4

1. Introdução.................................................................................................................. 4

CAPITULO II-DESENVOLVIMENTO .......................................................................... 5

2. Expressão e Compreensão Oral................................................................................. 5

2.1. A Comunicação Oral ............................................................................................. 5

2.2. Os mecanismos da oralidade ................................................................................. 6

2.3. Modelo de Compreensão Oral ............................................................................... 6

2.3.1. Processos de Compreensão ................................................................................ 6

2.4. As estratégias da oralidade .................................................................................... 7

2.6. A Expressão e Compreensão oral como principio de Conversação ...................... 9

2.7. Compreensão oral como principio de Conversação .............................................. 9

6.2. A Expressão oral como principio de Conversação .............................................. 10

2.8. Princípio da Progressão na Expressão e Compreensão oral ................................ 11

2.8.1. Conduzir o discurso ......................................................................................... 11

CAPITULO III-CONCLUSÃO...................................................................................... 13

3. Conclusão ................................................................................................................ 13

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CAPITULO I-INTRODUÇÃO

1. Introdução
É um facto que a oralidade pode ser adquirida e desenvolvida a partir dos contextos
familiares em que as crianças se inserem. Mas, tendo em conta a investigação actual
sobre este domínio da comunicação verbal, nada justifica a tendência para considerar
que a comunicação oral não pode ser um objecto de ensino e aprendizagem. Pelo
contrário: confirma-se a necessidade de investir, não só no planeamento da abordagem
didáctica da oralidade, como também na avaliação das competências adquiridas neste
domínio em ambos os casos, tendo em conta as vertentes da compreensão e da
expressão. Neste trabalho, pretende-se relembrar aspectos essenciais da comunicação
oral falando dos seus mecanismos e estratégias que caracterizam esse instrumento da
comunicação.

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CAPITULO II-DESENVOLVIMENTO

2. Expressão e Compreensão Oral


Segundo Barbeiro A comunicação tem desempenhado um papel importante na vida dos
seres humanos, visto que, é um instrumento que acompanha a evolução do homem a
cada dia e esse apresenta varias dinâmicas. Antigamente a comunicação era um
instrumento não muito usado nas arenas das relações entre os povos, contudo, pelo
pouco conhecimento da comunicação as tribos entravam em conflitos.

Segundo Barbeiro Entretanto, foi deste modo que, na idade media concretamente na
Grécia e Roma onde a comunicação ganhou uma bola de oxigénio e começou a ganhar
mais terreno a nível mundial conquistando assim os anseios dos líderes políticos. Foi
no contexto do triângulo comercial onde a comunicação e a compreensão oral entre os
povos desenvolvem consoante interacções activas entre os Estados em troca de
produtos e bens.

Segundo Barbeiro Contudo, a comunicação desenvolvia consoante a evolução das


relações entre os povos. Após a conferencia de Berlim, a comunicação tornou se um
instrumento essencial para as relações entre as pessoas, de diferentes nacionalidade e
cultura. Hoje em dia, com a globalização a comunicação atravessa além-fronteiras as
suas peculiaridades, dado que a comunicação é o transporte seguro para um mundo
integrado.

2.1.A Comunicação Oral

Segundo Barbeiro A comunicação é definida como sendo a troca de informações entre


dois ou mais interlocutores por meio de sinais, regras ou gestos entendíveis, esses são as
características essenciais de uma comunicação.

Segundo Barbeiro Entretanto, assume-se antes um conceito de comunicação mais amplo


e uma relação de complementaridade entre a oralidade e a escrita, uma vez que os
aspectos que as separam decorrem de diferenças no enquadramento espácio-temporal e
nos objectivos comunicativos que condicionam a forma e o conteúdo dos enunciados,
Mais do que em qualquer outro, no discurso oral, em que os falantes se encontram
muito frequentemente no mesmo contexto situacional, esse contexto desempenha um
papel crucial na construção do sentido.

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Devido a essa circunstância, o discurso oral é caracterizado pela presença de marcas
discursivas específicas partindo da modalidade discursiva e atendendo ao contexto de
aprendizagem.
Contudo, entende se por expressão oral a capacidade para produzir sequencias fónicas
dotadas de significado e conformes à gramática da língua.
Entretanto esta competência implica a mobilização de saberem linguísticos e sociais e
pressupõe uma atitude cooperativa na interacção comunicativa, bem como o
conhecimento dos papéis desempenhados pelos falantes em cada tipo de situação.

Segundo Carvalho Compreensão oral é capacidade para atribuir significado a discursos


orais em diferentes variedades de português.
Esta competência envolve a recepção e a descodificação de mensagens por acesso a
conhecimento organizado na memória.

Segundo Sá (2018) refere que, ʺé um facto que a oralidade pode ser adquirida e
desenvolvida a partir dos contextos familiares em que as crianças se inserem. Mas,
tendo em conta a investigação actual sobre este domínio da comunicação verbal, nada
justifica a tendência para considerar que a comunicação oral não pode ser um objecto de
ensino e aprendizagem.
2.2.Os mecanismos da oralidade

Segundo Sá (2018) é necessário reconhecer que trabalhar a oralidade implica ter em


conta determinados mecanismos, presentes tanto na compreensão como na expressão:

 Linguísticos, abrangendo o nível lexical e gramatical;


 Enciclopédicos, ligados ao conhecimento do mundo, que provém das vivências
pessoais e de eventos contextualmente situados;
 De organização textual, ligados ao recurso aos tipos/géneros textuais que traduzem
diferentes propósitos comunicativos.
2.3.Modelo de Compreensão Oral

2.3.1. Processos de Compreensão

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 Reconhecer: Sons e palavras;
 Seleccionar: Sons, palavras; expressões, ideias e relevantes;
 Interpretar: Compreender o conteúdo do discurso- intenção comunicativa;
Significado global; ideias principais; entender ambiguidades; captar a ironia, o humor.
Compreender a forma do discurso- Estrutura ou organização (diferentes partes)
Entender palavras que marcam a estrutura: abertura, encerramento, mudança de tema;

 Antecipar: Saber activar a Informação de que dispomos sobre a pessoa ou tema,


para preparar a compreensão do discurso, saber antecipar o que vai ser dito a partir
do que já se disse;
 Inferir: Saber interpretar os códigos não verbais perceber ideias implícitas retirar
conclusões;

 Reter: Recordar palavras, frases e ideias durante uns segundos para poder
interpretá-las, reter na memória em longo prazo os aspectos mais importantes,
utilizar os diferentes tipos de memória (visual e auditiva) para reter informação.
2.4.As estratégias da oralidade

Segundo Sá (2018) Estas pressupõem a existência de três etapas na compreensão oral

 A pré-escuta, que prepara para a compreensão;


 A escuta, que permite um primeiro acesso ao sentido do
texto oral;
 A pós-escuta, que conduz à construção do sentido do texto.
Por parte do ouvinte.
Enquanto a primeira etapa implica o recurso a estratégias como a realização de
previsões e a formulação de hipóteses, as outras duas estão associadas a estratégias
como a apreensão das ideias veiculadas pelo texto, a identificação das ideias principais e
secundárias, a realização de inferências e a monitorização da compreensão, que,
normalmente, só ligamos à compreensão do texto escrito.

2.5. Por sua vez, a expressão oral contempla diversos níveis:


 Fonético-fonológico, associado ao uso da entoação, para reforçar a expressividade e
sublinhar alguns aspectos do discurso;

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 Léxico-semântico, ligado à capacidade de seleccionar vocabulário adequado à
situação de comunicação oral em causa;

 Morfossintáctico, responsável pela concordância e pelo uso apropriado de


conectores (tão importantes no discurso escrito como no discurso oral);

 Textual, associado à coerência e à coesão, que asseguram clareza na apresentação


das ideias e na sua articulação; obviamente, depende do nível léxico-semântico e,
sobretudo, do nível morfossintáctico.
Segundo Luna (2016) ʺé necessário ter em conta os vários aspectos referidos no
enquadramento teórico e na apresentação dos princípios subjacentes à didáctica da
oralidade. ʺ (p34)

Vamos analisar uma grelha de avaliação criada para esta finalidade:

1. Pronuncia correctamente as palavras


2. Articula com facilidade
3. Dá a entoação apropriada
4. Domina o volume de voz
5. Imprime o ritmo adequado
6. Faz as devidas pausas
7. Adopta uma postura corporal correta
8. Manifesta a expressividade facial apropriada

E no que diz respeito à compreensão oral, é necessário ter em conta os vários aspectos
que constam do enquadramento teórico e da apresentação dos princípios subjacentes à
didáctica da oralidade.
Vamos analisar uma grelha de avaliação criada para esta finalidade:

1. Faz previsões/Formula hipóteses sobre o texto a ouvir


2. Toma notas por escrito à medida que vai ouvindo
3. Pesquisa o sentido das palavras/expressões que desconhece (no dicionário,
na internet)

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4. Pesquisa sobre a informação que desconhece (numa enciclopédia, na internet)
5. Apreende a informação explicitamente apresentada
6. Constrói inferências centradas na informação implícita
7. Confirma/infirma as previsões feitas/hipóteses formuladas
8. Identifica as ideias principais do texto
9. Integra as ideias construídas no reconto/paráfrase/resumo do texto
10. Ouve novamente o texto se necessário
11. Identifica o tipo/género textual
12. Argumenta, de forma inteligente, para apoiar as suas opções

2.6.A Expressão e Compreensão oral como principio de Conversação

Segundo Carvalho Para a existência de uma comunicação é necessário mencionarmos


os elementos da própria comunicação que são: Emissor, Mensagem e o Receptor.
Portanto, são esses elementos fundamentais que fazem a comunicação.

2.7. Compreensão oral como principio de Conversação

Segundo Carvalho Saber escutar, organizar e reter informação é essencial para a


compreensão oral do, discurso, uma conversa ou uma palestra, entretanto, saber
distinguir entre facto e opinião, informação implícita e explícita, o que é essencial do
que é acessório. Portanto, é necessário interpretar a informação ouvida, distinguindo o
facto de opinião, o essencial do acessório, a informação explícita da informação
implícita.

Segundo Barbeiro (2007) refere que ʺé necessário saber compreender os diferentes


argumentos que fundamentam uma opinião, saber escutar, visando diferentes
finalidades, discursos formais em diferentes variedades do português, cuja
complexidade e duração exijam atenção por períodos prolongados. ʺ (p22)

Carvalho defende a ideia de que o receptor deve ter a capacidade de interpretar


criticamente a informação ouvida, analisando as estratégias e os recursos verbais e não
verbais utilizados, compreender o essencial da mensagem, apreendendo o fio condutor
da intervenção e retendo dados que permitam intervir construtivamente em situações de
diálogo ou realizar tarefas específicas. (200, p34)

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6.2. A Expressão oral como principio de Conversação

Segundo Luna (2016) Com já havia mencionado que a expressão oral é a capacidade
para produzir sequencias fónicas dotadas de significado e conformes à gramática da
língua. Portanto, a produção oral reflecte no discurso ou actos de fala de um individuo
para cm outro. Contudo, a expressão oral é tida como o elemento principal na
comunicação.

Segundo Luna (2016) Para que haja comunicação é necessário que o locutor tome a
palavra respeitando assim o tempo da palavra dos outros planificar e apresentar
exposições breves sobre temas variados, produzir breves discursos orais em português
padrão com vocabulário e estruturas gramaticais adequados.

Segundo Luna (2016) Entretanto, relatar ocorrências, fazer descrições e exposições


sobre assuntos do quotidiano, de interesse pessoal, social ou escolar, com algum grau de
formalidade, apresentar e defender opiniões, justificando com pormenores ou exemplos
e terminando com uma conclusão adequada, produzir discursos orais coerentes em
português padrão, com vocabulário adequado e estruturas gramaticais de alguma
complexidade.

Segundo Luna (2016) refere que ʺdeve se tomar a palavra em contextos formais,
seleccionando o registo e os recursos adequados às finalidades visadas e considerando
as reacções dos interlocutores na construção do sentido, produzir discursos orais
correctos em português padrão, usando vocabulário e estruturas gramaticais
diversificados e recorrendo a mecanismos de organização e de coesão discursiva. ʺ
(p.32)

Segundo Luna (2016) A construção do discurso oral é caracterizada como improviso


contínuo, em resposta a enunciados imprevistos, mudando rapidamente não só o assunto
como até o interlocutor. A aprendizagem de uma língua, de facto, envolve não só o
sistema de regras que cria um número infinito de enunciados, mas também a
aprendizagem de sequencias de itens lexicais reconhecidas pela convenção de uso da
língua numa comunidade linguística.

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Assim, ensinar a língua oral não significa tão-só trabalhar a capacidade de falar em
geral, mas antes desenvolver o domínio dos géneros que apoiam a aprendizagem de
outras áreas disciplinares e também os géneros públicos no sentido mais amplo do
termo (exposição, entrevista, debate, teatro, palestra, etc.).

Segundo Luna (2016) há necessidade de construção de um contexto de aprendizagem


cooperativo que ajude a tornar-se confiante e competente no uso da linguagem falada, a
escuta guiada de documentos orais de diferentes tipos, representativos de situações de
interlocução autênticas e apresentando usos diversificados da língua, quer em português
padrão quer noutras variedades.
Segundo Luna (2016) Os exercícios de comparação entre diferentes formas de utilizar a
língua oral em contexto, confrontando os recursos verbais e não verbais utilizados e os
efeitos produzidos.
Segundo Luna (2016) Envolvimento em actividades diversificadas de comunicação
oral, que permitam os indivíduos desempenhar vários papéis, quer em termos do treino
da escuta, quer no campo da expressão oral, participação em actividades orientadas para
o aprofundamento da confiança e da fluência na expressão oral formal: debate, relato,
síntese, exposição oral, dramatização.
Segundo Luna (2016) O trabalho no campo da comunicação oral deve proporcionar o
contacto com usos da linguagem mais formais e convencionais, que exijam um controlo
consciente e voluntário da enunciação, tendo em vista a importância assumida pelo
domínio da palavra pública no exercício da cidadania.
Segundo Luna (2016) É importante que os alunos aprofundem a consciência da acção
realizada através da fala, que implica o conhecimento das especificidades do oral e das
convenções que regulam esta modalidade de comunicação, em termos linguístico-
discursivos, retóricos e contextuais. Este trabalho concretiza-se através da observação e
da reflexão analítica sobre um conjunto alargado de textos que integre as práticas orais
próprias e as de outros.
2.8.Princípio da Progressão na Expressão e Compreensão oral
2.8.1. Conduzir o discurso
 Conduzir o tema:
Iniciar ou propor um tema
Desenvolver um tema
Dar por terminada uma conversação.(Barbeiro, 2007)

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 Conduzir a interacção:
Manifestar que se quer intervir
Escolher o momento adequado para intervir
Ceder o turno de palavra no momento adequado. (Barbeiro, 2007)

 Negociar o significado:
Saber avaliar a compreensão do interlocutor
Segundo Barbeiro (2007) para a progressão da expressão e compreensão oral é
necessário:

 Articular correctamente as palavras


 Apropriar-se de padrões de entoação e ritmo
 Usar princípios de cortesia e formas de tratamentos adequados
 Participar em actividades orientadas de expressão oral, respeitando regras e papéis
específicos.

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CAPITULO III-CONCLUSÃO

3. Conclusão

No domínio da compreensão do oral dos indivíduos deverão desenvolver habilidades


de escuta para serem capazes de extrair informação dos textos ouvidos. É fundamental a
realização de actividades que ensinem as pessoas a escutar, a reter e a registar a
informação pertinente a partir de discursos com diferentes graus de formalidade e
complexidade.
A aprendizagem sistemática de vocabulário é indispensável para compreender os
discursos ouvidos. É preciso promover o alargamento do vocabulário dos cidadãos para
que eles compreenda os discursos de cada dia, se integre plenamente na vida social a
que agora pertence e na comunidade de que faz parte.

No domínio da expressão oral é fundamental que se evolua de situações de


comunicação oral informais para situações progressivamente mais formais. Os
indivíduos aprenderão primeiro a utilizar a palavra para gerir os conflitos e as
interacções sociais, respeitando as regras de convivência social e as regras da língua.

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Bibliografia

BARBEIRO, L. F. (2007). Aprendizagem da ortografia: princípios, dificuldades e


problemas. Lisboa: Edições ASA.
CARVALHO, P. A. A. R. (2007). Estrutura da narrativa e abordagem da lecto-escrita
no 1º Ciclo. Dissertação de mestrado. Aveiro: Universidade de Aveiro. Disponível
em: http://ria.ua.pt/handle/10773/4764
LUNA, E. (2016) Abordagem da oralidade na formação inicial de profissionais da
educação: um estudo num segundo ciclo profissionalizante de Bolonha em Portugal.
Sá, C, M (2018) Técnicas de Comunicação Oral e Escrita. Editora: UA Editora.
Universidade de Aveiro. Serviços de Documentação, Informação Documental e
Museologia Aveiro. Portugal.

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