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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distancia

Tema do Trabalho

As Relações lexicais

Nome: Isaura Tomás conforme ; Código: 708211150

Curso: Licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa

Cadeira: Língua Portuguesa I

Ano de Frequência: 1º Ano

Nome do docente: Preciosa Caninha Wisse

Tete, Janeiro de 2022


Índice
1.Introdução .................................................................................................................................... 3

2.Desenvolvimento.......................................................................................................................... 4

2.1.Conceito de relações lexicais................................................................................................. 4

2.2.As principais relações lexicais............................................................................................... 4

2.3.Distinção de hiperonímia e hiponímia................................................................................... 6

2.3.1.Hiperonímia .................................................................................................................... 6

2.3.2.Hiponímia ....................................................................................................................... 7

2.4.Conceito de homonímia e polissemia. ................................................................................... 8

2.4.1.Conceito de homonímia .................................................................................................. 8

2.4.2.Conceito de Polissemia ................................................................................................... 9

3.Conclusão ................................................................................................................................... 10

4.Bibliografia ................................................................................................................................ 11

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1.Introdução
O presente trabalho e o segundo da cadeira de Língua Portuguesa I, o mesmo será de carácter
investigativo, nele sará abordada o conceito de relações lexicais; serão explicadas as principais
relações lexicais; distinguir hiperonímia e hiponímia e definir homonímia e polissemia.

Sublinha-se que saber o significado de uma expressão não implica simplesmente saber sua
definição ou conteúdo semântico. Da mesma forma que conhecemos a definição ou conteúdo de
uma palavra, um falante competente sabe como relacioná-la a outras palavras: Que palavras são
sinônimas? Quais são antônimas? Quais são merônimos, relacionados pela relação de uma parte
a um todo? E quais são hipônimos, relacionados por uma relação é um tipo de?

A descrição e explicação dessas relações têm sido uma dasprincipais tarefas de uma das sub-
áreas da semântica,conhecida como semântica lexical. Relações comosinonímia, antonímia,
meronímia e hiponímia são todas formas de relações paradigmáticas de uma expressão: as
relações que determinam a escolha de um item lexical no lugar de um outro. Na construção de
qualquer enunciado, o falante é confrontado com uma escolha entre vários itens lexicais.

Para o desenvolvimento do trabalho será usada a revisão bibliográfica de várias obras que serão
descritas no final. O trabalho terá a seguinte estrutura: 1. Introdução, 2. Desenvolvimento, 3.
Conclusão, 4. Referências bibliográficas.

O trabalho será definido para responder os seguintes objetivos:

Objetivo Geral:

• Analisar as relações lexicais.

Objectivos específicos:

• Conceituaras relações lexicais;


• Explicar as principais relações lexicais
• Distinguir hiperonímia da hiponímia e;
• Definir homonímia e polissemia.

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2.Desenvolvimento
Ao concebermos o léxico como uma rede de relações e de propriedades, que se materializam nas
unidades lexicais e nas correlações estabelecidas entre elas, estamos isolando dois componentes
fundamentais. De um lado, devemos destacar as propriedades lexicais: cada signo lingüístico, por
mais instrumental que seja, se faz representar por um conjunto de traços conceituais, a forma
ainda mais eficaz de que dispomos para tratar a descrição de significados.

2.1.Conceito de relações lexicais

As palavras podem estabelecer diversas relações, sejam elas por origem, por significado, por som,
por área temática etc. A linguística textual utiliza tanto o campo semântico quanto o campo
lexical com o objetivo de um uso mais adequado das palavras da língua portuguesa.

No campo lexical, as palavras se referem a uma mesma realidade; já no campo semântico, as


palavras se referem a diferentes realidades de um mesmo conceito.

O campo lexical é formado pelas palavras que pertencem a uma mesma área de conhecimento ou
domínio, e está dentro do léxico de alguma língua. As palavras formadas por composição e
derivação a partir de um mesmo radical também fazem parte do mesmo campo lexical.

O léxico é o conjunto de palavras utilizadas em uma língua ou pertencente a determinado texto.


Por exemplo, o léxico da língua portuguesa é o conjunto de todas as palavras compreensíveis em
nossa língua. Como o idioma é vivo e os vocábulos vão desaparecendo, enquanto novos surgem,
não existe um falante que domine completamente o seu léxico. Além das mudanças que ocorrem
na língua, a quantidade de palavras é extensa, o que impossibilita que alguém possa guardar
todas elas em sua memória.

2.2.As principais relações lexicais


As relações se organizam essencialmente através de fenômenos conhecidos como sinonímia,
hiponímia, hiperonímia, homonímia, meronímia, polissemia e antonímia. Neste trabalho, tratou-
se das 4.

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Análise das relações semânticas: a hiponímia, a meronímia e a sinonímia.

A primeira relação semântica que interessa examinar neste trabalho é a hiponímia.


Diferentemente do que acontece com a relação de sinonímia, como veremos mais adiante, este
tipo de relação semântica não suscita problemas para o seu reconhecimento, pois é diretamente
depreendida da organização semântica que seestabelece a partir da associação entre as coisas do
mundo e as classes a que elas pertencem.

Neste sentido, trata-se da relação existente entre um item lexical de sentido mais específico
([+específico]) e outro de sentido mais genérico ([+genérico]), que compartilha com o primeiro
determinados traços semânticos. Para Marques, o que ocorre nesse tipo de relação associativa é
uma espécie de transitividade, isto é, “se x é hipônimo de y e y é hipônimo de z, então x é
hipônimo de z” (MARQUES, 1990, p.100). Nestes termos, a hiponímia pode ser definida como
“x é um y”, isto é, se boi é hipônimo de mamífero e mamífero é hipônimo de animal, então boi é
hipônimo de animal. Pode-se dizer, então, que esse tipo de associação provém do fato de o
sentido de um item lexical ser mais abrangente que outro. O ordenamento é estabelecido a partir
do item lexical de sentido mais genérico, ou seja, do mais abrangente.

A segunda relação semântica relevante para o presente trabalho é conhecida como meronímia. O
termo merônimo, segundo Houaiss, significa ‘palavra que designa parte de outra’. Seguindo essa
definição, estudar as relações de meronímia é analisar a composição dos objetos e as associações
que se estabelecem entre itens lexicais a partir das noções [ser constituinte de], [fazer parte de],
[ser componente], etc. Esse tipo de relação acontece quando os itens lexicais relacionados
expressam que são partes constitutivas de outro, como acontece nos pares lexicais aba/chapéu,
pétala/margarida, braço/corpo, artigo/jornal, etc.

A terceira relação semântica relevante para este exercício é a sinonímia. Este tipo de relação
semântica designa a associação entre dois ou mais itens lexicais com sentido muito próximo, ou
seja, que apresentam significação [afim]. A informação importante aqui é que não são os
conteúdos dos itens lexicais em si que dão visibilidade à aproximação de sentido entre eles, mas
a possibilidade de que um possa substituir o outro em contexto lingüístico idêntico, sem alteração
do sentido literal.

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No entanto, há outras condições que facilitam o reconhecimento da relação de identidade entre
dois itens lexicais. Ilari e Geraldi (1999) apresentam, entre outras, as seguintes: 1 - os itens
lexicais devem denotar o mesmo conjunto de objetos “por alusão a alguma propriedade” (p.41);
2 – os itens lexicais devem contribuir da mesma forma para a constituição do sentido do contexto
lingüístico em que ocorrem; 3 – os itens lexicais, quando substituídos em contextos idênticos,
devem manter as condições de verdade do enunciado, ou seja, a substituição não pode acarretar
que “a frase passe de falsa a verdadeira ou vice-versa” (p.41); e 4 – os itens lexicais envolvidos
em uma relação de identidade sofrem sempre algum tipo de especialização, de sentido ou de uso.

Em termos de organização do conteúdo lexical para fins de registro dicionarístico, a hiponímia, a


sinonímia e a meronímia são importantes à medida que possibilitam a hierarquização dos
sentidos de um item lexical. O limite entre a hiponímia e a meronímia estabelece-se a partir do
tipo de observação do significado dos itens lexicais envolvidos na relação, ou seja, para que
possamos identificar as associações meronímicas, precisamos examinar a composição do objeto
que o item lexical denota na perspectiva das propriedades que compõem esse objeto e não na
perspectiva desse objeto em relação a um conjunto maior ao qual ele pertence. Isto significa,
mais precisamente, examinar as propriedades composicionais dos objetos em si.

2.3.Distinção de hiperonímia e hiponímia

2.3.1.Hiperonímia
A hiperonímia é a relação de inclusão na unidade mais geral do significado veiculado por outra
unidade – o hipónimo. É o caso da palavra rosa em relação a flor (hiperónimo).

De acordo com Matos (2010, p.268), na relação semântica de hiperonímia/hiponímia, o


significado mais amplo do hiperónimo está incluído nos significados dos hipónimos.

Exemplos: Explicação:

Flor______________ rosa, cravo, hortênsia Os hipónimos rosa, cravo e hortênsia partilham


o traço de sentido de flor

Veículo a motor__ automóvel, avião, Os hipónimos automóvel, avião e motociclo


motociclo partilham o traço de sentido do veículo a motor

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2.3.2.Hiponímia
A hiponímia é a relação de sentido não simétrica existente entre duas palavras e estabelecida
segundo critérios de inclusão. É assim que rosa, túlipa, cravo, lírio, etc., estão incluídos em flor.

Hiponímia (do Grego hypo-‘sub’) é a relação lexical descrita pela expressão tipo de. Uma cadeia
de hipônimos defineuma hierarquia de elementos: carro esportivo é umhipônimo de carro, já que
carro esportivo é um tipo decarro. Carro, por sua vez, é um hipônimo de veículo, já quecarro é
um tipo de veículo. Outros exemplos de hiponímiaincluem:

1. café expresso – café –bebida

2. gato siamês–gato – felino - mamífero

3. galinha –galináceo – ave - animal

Um procedimento padrão de identificação de hiponímia é baseado na noção de inclusão de classe.


A é um hipônimode B se todo A é necessariamente um B, mas nem todo B é necessariamente um
A. Por exemplo, todo café expresso é um café, mas nem todo café é um café expresso, já que há
também café pingado, café carioca. Pode-se dizer que a hiponímia é uma relação transitiva: se A
é um hipônimo de B, e B de C, então A é um hipônimo (mais remoto) de C. Aplicando esta
propriedade de transitividade nos exemplos acima, temos, em (3) , gato siamês como um
hipônimo (mais remoto) de mamífero. A hiponímia também tem uma função comunicativa
crucial. Acontece com freqüência de não sermos hábeis em recuperar o termo mais preciso para o
referente que temos em mente. Em outras situações, a menção do termo mais preciso seria
desnecessariamente informativo. A existência de um termo mais acima na hierarquia hiponímica
( referido como um hiperônimo) permite que a referência seja realizada.

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Na relação semântica de hiperonímia/hiponímia, os hipónimos estão ao nível do sentido
dependentes do hiperónimo, sendo, regra geral, tipos de espécies dos seus hipónimos. (Matos
2010, p.268)

Exemplos: Explicação:

mamífero_____ felídeo, canídeo fenídeo e canídeo são hipónimos do


hiperónimo mamífero

felídeo________ gato, tigre Gato e tigre são hipónimos do hiperónimo


felídeo.

2.4.Conceito de homonímia e polissemia.

2.4.1.Conceito de homonímia
Segundo Matos (2010, p.265), a homonímia é a relação semântica que ocorre quando duas
palavras distintas, apesar de escritas de forma idênticas, têm significados diversos.

Ex: Eu canto fado. [ forma do verbo <cantar>]

Deixei o casaco no canto da sala. [nome]

De outra forma Matos explica que a homonímia é um fenómeno linguístico que corresponde a
relação entre palavras que têm significados distintos, ou seja, que se referem a entidades
diferentes, mas que partilham a mesma forma grafémica e fonológica.

Outros exemplos:

• rio [curso de água]; rio [forma de verbo rir];


• são [relativo a pessoa santifica]; são [forma do verbo ser]; são [saudável].

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2.4.2.Conceito de Polissemia
Quando a mesma palavra pode adquirir vários significados, existindo entre eles traços de sentido
comuns, diz se polissémica, ou seja, pode assumir vários significados.

Exemplos: Explicação

O meu leitor de CD's está O nome leitor refere o eletrodoméstico com a função
avariado. de ler ou identificar a informação digital de um
Compact Disk.

O Pedro é o leitor mais O nome leitor refere a pessoa que se dedica a ação de
assíduo desta biblioteca ler, enquanto acto de identificar o sentido da
informação veiculada por palavras, frases ou textos.

Em diferentes contextos (cultural, temporal, social, etc), o sentido das palavras pode mudar. A
esse fenômeno chamamos polissemia.

Polissemia- è a multiplicidade de sentidos que uma mesma palavra da língua pode apresentar, em
diferentes contextos de uso.

Veja alguns critério que, respondem pela explicação de muitos casos de diferenciação entre
polissemia e homonímia, representados pela formas contrastantes nos padrões abaixo:

• (i) formas verbais do presente do indicativo ou do subjuntivo e nomes temáticos em –a e


em –e – lut-a (v)/lut-a (n); vend-a (v)/vend-a (n); compr-a (v)/compr-a (n); mat-a (v)/mat-
a (n); trava (v)/trava (n); val-e (v)/val-e (n); trav-e (v)/trav-e (n); pel-e (v)/pel-e (n);
• (ii) formas verbais da primeira pessoa de presente do indicativo e nomes com o tema em
–o, cont-o (v)/cont-o (n), vot-o (v)/vot-o (n); lut-o (v)/lut-o(n); cant-o (v)/cant-o (n);
• (iii) e, menos freqüentemente, formas verbais do presente do indicativo na terceira pessoa
do plural e nomes com tema em –ão, - v-ão (v)/v-ão (n), s-ão (v)/s-ão (n); formas verbais
de particípio e nome com tema em o-/-a = mort-o (v)/mort-o (n); mort-a (v) /mor -a (n);
cozid-o (v)/cozid-o (n); feit-o (v)/feit-o (n).

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3.Conclusão
No desenvolvimento do trabalho concluímos que o campo lexical é formado pelas palavras que
pertencem a uma mesma área de conhecimento ou domínio, e está dentro do léxico de alguma
língua. As palavras formadas por composição e derivação a partir de um mesmo radical também
fazem parte do mesmo campo lexical.

Que o léxico é o conjunto de palavras utilizadas em uma língua ou pertencente a determinado


texto. Por exemplo, o léxico da língua portuguesa é o conjunto de todas as palavras
compreensíveis em nossa língua. Como o idioma é vivo e os vocábulos vão desaparecendo,
enquanto novos surgem, não existe um falante que domine completamente o seu léxico. Além
das mudanças que ocorrem na língua, a quantidade de palavras é extensa, o que impossibilita que
alguém possa guardar todas elas em sua memória.

Sendo assim consideramos que a compreensão dos fenômenos lexicais ainda constitui um desafio
muito grande para qualquer análise lingüística. Aqui procuramos comentar alguns deles,
selecionando princípios gerais que nos levassem a uma percepção mais orgânica dos dois
fenômenos que foram selecionados para análise. Em trabalhos com léxico, todavia, permanecem
sempre duas sensações: a necessidade de ampliarmos os exemplos em análise e o risco de que
qualquer generalização não sobreviva o próximo exemplo. Esse é um risco que precisamos estar
correndo.

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4.Bibliografia
Abreu, S. P. de; Lara, L. Z. O tratamento semântico do léxico enológico: o caso das impressões
sensoriais. In: Lingüística aplicada à Terminologia e à Lexicologia: Cooperação Internacional:
Brasil e Canadá. NEC/UFRGS, Org. Enilde Faulstich e Sabrina Pereira de Abreu, Porto Alegre:
UFRGS, Instituto de Letras, NEC. 2003.

Houaiss, A.; Villar, M. de S.. 1 ed. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. RJ:
Objetiva, 2001.

Ilari, R.; Geraldi, J. W. 2 ed. Semântica. Série Princípios. São Paulo: Ática, 1985.

Marques, M. H. D. Introdução à Semântica. Rio de Janeiro: Zahar Editor, 1990.

Sanger, J. C. A Practical Course in Terminology Processing. Amsterdam: John Benjamins, 1996.

Lyons J. Semântica estrutura II: relações de sentido. Semântica-I. Lisboa: Presença/Martins


Fontes, 1980, 219-270.

Mari, H. Dimensões do processo de significação: relações lexicais.

Mol, M. L. de A. Português: língua pátria, fator de identidade e resistência. Belo Horizonte:


SEE-MG, 2001, p. 63-82.

Palmer, F. R. Estrutura lexical. A semântica. Lisboa: Edições 70, 1979, p. 73-106.

Rei, J. E., Curso de Redacção II, Porto: Porto Editora, 2000.

Matos at ell, J. C.; Grámatica moderna da lingua portuguêsa, escolar editora; 2010.

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