Avaliação Crítica do Capítulo sobre Semântica. Livro: "Conecte: Gramática
Reflexiva - Parte 3".
No terceiro volume do livro Conecte, o tema da Semântica é discutido no
trigésimo segundo capítulo, começando na página 381, que é intitulado como "Introdução à Semântica". Assim, os autores iniciam o assunto através da delimitação conceitual seguinte: “As palavras têm por sentidos que podem variar, dependendo do contexto em que são empregadas. É o caso, por exemplo, da palavra terra, que pode assumir sentidos diferentes, dependendo do contexto em que estiver inserida. Esse e outros aspectos das palavras relacionados ao sentido são estudados pela semântica." A declaração traz uma perspectiva válida sobre a natureza contextual e variável do significado das palavras, enfatizando a relevância da semântica nesse processo. Porém, também poderia destacar as complexidades intrínsecas à análise semântica, especialmente ao lidar com a abundância e a flexibilidade da linguagem. A proposta de definição do objeto em análise é, “a Semântica é a parte da gramática que estuda os aspectos relacionados ao sentido de palavras e enunciados.” A afirmação é firme, mas uma crítica construtiva poderia incluir a ampliação para tratar da interdisciplinaridade da semântica, levando em consideração os aspectos pragmáticos, a variação semântica, a evolução da linguagem e a conexão com outras áreas linguísticas. A seguir, são tratados alguns aspectos abordados pela semântica, a exemplo de: Sinonímia, antonímia, campo semântico, hiponímia, hipronímia e polissemia. Desse modo, vamos começar pelos conceitos de Sinonímia E Antonímia. Os autores trazem que Sinônimos, “são palavras de sentidos aproximados que podem ser substituídas uma pela outra em contextos diferentes.” Já os Antônimos, “são palavras de sentidos contrários.” É fundamental levar em consideração a complexidade e a diversidade dessas relações linguísticas. A contextualização, a multiplicidade de significados e as sutilezas são elementos decisivos para uma compreensão abrangente da utilização das palavras na linguagem. Embora seja verdade que sinônimos tenham sentidos semelhantes, é relevante observar que a variedade de sinônimos pode variar em intensidade, sutileza e aplicação. Nem todos os sinônimos são completamente intercambiáveis em todos os contextos. Então, “o termo mais apropriado para designar os - sinônimos é quase-sinônimo, já que não existem sinônimos perfeitos. O princípio de economia lingüística nos fala que nenhuma palavra da língua existe à toa;” (ASSAD, 2004, p. 14). Alguns sinônimos podem ser mais adequados em determinadas situações do que outros. E assim como os sinônimos, os antônimos podem ter uma variedade de relações de oposição. Alguns antônimos representam oposição direta (por exemplo, "rico" e "pobre"), enquanto outros têm relações mais complexas de contraste (por exemplo, "comprar" e "vender"). Em relação ao Campo Semântico, os autores trazem o seguinte trecho de um texto para exemplificar o assunto:
Nesse fragmento, as palavras gavião, patos, andorinhas, melro, corvo e pintassilgo
pertencem ao mesmo campo semântico, pois apresentam familiaridade de sentido. Também, estão relacionados às aves que possuem um sentido mais amplo. Então, os “Hipônimos e Hiperônimos” são palavras pertencentes a um mesmo campo semântico, sendo hipônimo uma palavra de sentido mais específico e o hiperônimo uma palavra de sentido mais genérico.” No entanto, ao incluir exemplos específicos, considerar de forma mais abrangente as relações semânticas e estar consciente da complexidade e ambiguidade em certos casos, é possível enriquecer ainda mais a compreensão desse conceito. A ideia de que os hipônimos são mais específicos e os hiperônimos são mais genéricos é válida, mas é importante reconhecer que essa relação forma uma hierarquia semântica. Em alguns casos, essa hierarquia pode ser clara, porém em outros, a distinção pode ser sutil e até mesmo subjetiva. Seria benéfico oferecer exemplos concretos para ilustrar a relação entre hipônimos e hiperônimos, assim ajudando a tornar o conceito mais palpável e ressaltando como essas relações funcionam em diferentes contextos. Sobre a definição de polissemia no livro: “é a propriedade que uma palavra tem de apresentar vários sentidos.” Entretanto, uma análise crítica poderia contemplar aspectos adicionais, considerando não apenas a polissemia como a existência de múltiplos sentidos, mas também abrangendo a variedade e complexidade desses significados. Alguns termos podem abarcar uma extensa gama de significados, enquanto outros apresentam variações mais sutis. A polissemia está frequentemente intrinsecamente vinculada ao contexto em que uma palavra é empregada. Destaca-se a relevância de reconhecer que os sentidos polissêmicos de uma palavra são ativados e compreendidos com base no contexto específico da comunicação. Por fim, a ambiguidade é definida da seguinte maneira: “é a duplicidade de sentidos que pode haver em um texto, verbal ou não verbal.” Ainda que a definição aborde de maneira precisa a dualidade de sentidos presente na ambiguidade, a adição de detalhes suplementares, como a diversidade de ambiguidades, intencionalidade, exemplos e considerações culturais, pode enriquecer e ampliar a compreensão desse conceito. Vale ressaltar que a ambiguidade frequentemente está sujeita à interpretação do leitor ou espectador. Reconhecer o impacto da ambiguidade na comunicação, muitas vezes resultando em mal-entendidos, é crucial. Isso sublinha a importância da clareza na expressão, especialmente em contextos nos quais uma interpretação ambígua pode acarretar problemas. Referências
Cereja, William; Cochar, Thereza. Gramática Reflexiva - Texto, Semântica e
Interação - Parte 3. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
ASSAD, Claúdia. A Sinonímia no Dicionário. v.20, p. 17,2004.