Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Preposições
Universidade Púnguè
Chimoio
2022
2
Preposições
Universidade Púnguè
Chimoio
2022
3
Índice
1. Introdução............................................................................................................................4
1.1. Objectivos.....................................................................................................................4
1.1.1. Geral......................................................................................................................4
1.1.2. Específicos............................................................................................................4
1.2. Metodologia.................................................................................................................4
2. Preposições..........................................................................................................................5
2.1.9. Contra....................................................................................................................9
2.1.10. Desde.....................................................................................................................9
2.1.11. Entre......................................................................................................................9
2.1.12. Perante...................................................................................................................9
2.1.14. Sob........................................................................................................................9
2.1.15. Sobre...................................................................................................................10
2.1.16. Trás.....................................................................................................................10
3. Conclusão..........................................................................................................................12
4. Bibliografias......................................................................................................................13
4
1. Introdução
Estudando a língua através de Gramáticas Normativas e/ou Livros Didácticos (LD), o falante
depara-se com a definição de preposição como palavra que não possui significado em si
mesma e que serve, apenas, para conectar as palavras. Curioso é o fato de que são esses
mesmos materiais que apresentam listas com vários sentidos, valores semânticos, efeitos de
sentidos e outros termos sinónimos que uma preposição pode expressar.
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
Conhecer a preposição.
1.1.2. Específicos
Definir preposição na perspectiva de diferentes autores;
Mencionar as preposições;
Descrever as preposições.
1.2. Metodologia
2. Preposições
As preposições são partículas “transitivas” (Raposo et al., 2013: 1500) que permitem a junção
de elementos do discurso e “ocorrem num determinado ponto do texto indicando o modo pelo
qual se conectam as porções que se sucedem”. Deste modo, são palavras invariáveis em
número, género, pessoa, tempo ou modo, tendencialmente monossilábicas, “cuja função
consiste em estabelecer uma relação sintáctica e semântica entre duas expressões x e y”
(Raposo et al., 2013: 1497). À expressão x, chamamos termo subordinante e é “aquele que
determina a presença da preposição” (Raposo et al., 2013: 1497); já relativamente à expressão
y, esta é determinada em função da presença da preposição. Sendo tipicamente um sintagma
nominal, pode ainda surgir de outro modo: oração finita, infinitiva, um sintagma verbal no
interior de uma perífrase verbal, uma predicação secundária não-verbal – adjectivo, um
sintagma preposicional, um adjectivo e um advérbio.
Afirma ainda que estas são categorias lexicais, porque seleccionam complementos e estão-
lhes associados valores semânticos.
Cunha e Cintra (1987) definem a preposição como palavra invariável que relaciona dois
termos de uma oração, sendo que o sentido do primeiro é completado pelo segundo. E
secundam ainda que as preposições são palavras invariáveis que relacionam dois termos de
uma oração, de tal modo que o sentido do primeiro (antecedente) é explicado ou completado
pelo segundo (consequente).
Exemplo:
Antecedente – saíram;
Preposição –de;
Consequente – casa.
Por sua vez Luft (1986), contrariando Mateus, defende que as preposições são palavras
gramaticais, com função substantiva chamada regência. Para secundar, afirma ainda que são
conectivos subordinantes, que relacionam um consequente a um antecedente. E também pode
6
Exemplos:
Continuando, Barbosa (1871:218) citado por Dias (2009) afirma que “a preposição é uma
parte conjuntiva da oração que, posta entre duas palavras, indica a relação de complemento
que a segunda tem para a primeira”. Ainda nesta perspectiva, encontramos Meira (1985) que
vê as preposições como elementos necessários entre os verbos e os respectivos complementos,
constituindo uma relação léxico-sintáctica denominada tradicionalmente por regência, onde o
verbo é sempre o elemento regente e o complemento a componente regida.
Segundo Cuesta & Luz (1971: 550) a preposição “a” é a mais frequente em português e,
talvez por isso, na Gramática do Português se enuncie que esta “é uma das preposições do
português que ocorre num número mais variado de contextos e que está associada a mais
valores semânticos”
7
De acordo com Cunha e Cintra (1992: 562, 563), na Nova Gramática do Português
Contemporâneo, refere-se a ideia de movimento – “afastamento de um ponto, de um limite,
procedência, origem” (Cunha e Cintra, 1992: 562) relativo ao espaço (a), ao tempo (b), e à
noção (c).
a) Eu vivo em Paris;
b) Na próxima semana vamos viajar;
c) Ele ficou em coma.
8
Na Gramática do Português, a preposição “para” surge com o valor espacial direccional (a); e
com o valor temporal, localizando uma determinada situação num intervalo de tempo futuro
(b) (Raposo et al., 2013: 1553). Deste modo, é ainda registada a representação de um
determinado indivíduo que “tem algo para ganhar ou para perder” (Raposo et al., 2013: 1554),
assim como a introdução do valor de finalidade (c).
Em relação à preposição “sem”, por ser totalmente simétrica da preposição “com”, como se
refere na Gramática do Português, os autores acabam por se ocupar menos a defini-la e a
procurar explicitar a relação que estabelece com os argumentos que selecciona. De destacar a
Nova Gramática do Português Contemporâneo, onde Cunha e Cintra (1992: 571) referem que
esta preposição está associada à “subtracção, ausência [e] desacompanhamento” e como
exemplo citam Luandino Vieira: “O sol subia no céu azul sem nuvens”.
2.1.8. Até
Desde longe, sob o céu limpo de nuvens, a intensa claridade arroxeada do poente,
irradia como uma assombração.
2.1.11. Entre
Movimento = percurso de uma extensão entre limites, através de, duração: Vai-se por aí
devagarinho.
2.1.14. Sob
2.1.15. Sobre
A preposição trás, que indica situação posterior, arcaizou-se. Na língua actual é substituída
pelas locuções atrás de e depois de; mais raramente, por sua sinónima após.
O sentido originário desta preposição era “além de”, que subsiste nos compostos. Trás-os-
Montes e trasanteontem.
Nas contracções e combinações, há situações bem mais comuns que outras. Primeiro, as
contracções não são formadas exclusivamente com a participação de uma preposição, a
exemplo das contracções formadas entre o pronome "aquele" e outros pronomes. Igualmente,
há casos incomuns em que contracções são constituídas por três palavras, ao contrário de que
comummente prevalecem as contracções formadas a partir de duas palavras. Por fim, há
formações consagradas na norma padrão actual, mas também muitas outras utilizadas em
âmbito restrito, seja na linguagem informal, seja no uso arcaico. Nesse uso arcaico, a
preposição arcaica per (presente em expressões do latim, como per capita, "por cabeça") foi
substituída pela preposição "por", mas as contracções ainda são feitas a partir da grafia antiga.
Contracção preposicional
de + o = do
de + a = da
a + a = à de + os = dos
a + as = às de + as = das
a + o = ao (arcaico: ò) em + o = no
de + ele = dele em + a = na
a + os = aos (arcaico: òs)
de + ela = dela em + os = nos
a + aquele = àquele de + eles = deles em + as = nas
a + aquela = àquela de + elas = delas
A partir da
A partir da preposição com… A partir da preposição por…
preposição para…
com + a = coa por + o = pelo (arcaico: polo
com + as = coas )
com + o = co por + a = pela (arcaico: pola
com + os = cos para + o = pro )
com + mim = comigo para + a = pra por + os = pelos (arcaico: po
com + ti = contigo para + os = pros los)
com + si = consigo para + as = pras por + as = pelas (arcaico: po
com + nós = connosco las)
com + vós = convosco
O gramático afirma que “isoladamente, as preposições são palavras vazias de sentido, se bem
que algumas delas contenham uma vaga noção de tempo e lugar”. (CEGALLA, 2008, p. 270).
12
3. Conclusão
Compreendemos, a partir do que é posto nestes materiais de estudo, que o aspecto semântico
não possui e/ou encontra pouca relevância. No caso das preposições, o significado é colocado
como contextual, sendo esse contexto o contexto sintáctico, ou seja, o significado da
preposição depende das palavras que ela liga, sendo, muitas vezes, óbvia o tipo de relação por
ser claro o sentido, principalmente dos verbos.
13
4. Bibliografias
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. - 48. ed.
-São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.
Cuesta, P. & Luz, M. A. (1971). Gramática da Língua Portuguesa. Lisboa: Edições
70.
Cunha, C. & Cintra, L. (1992). Nova Gramática do Português Contemporâneo.
Lisboa: Edições João Sá da Costa.
DIAS, Hildizina Norberto et al, (2009), Português Moçambicano: estudos e
Reflexões,Maputo, Imprensa Universitária.
LUFT, Celso Pedro, et al, (1980)Novo Manual de Português, Gramática Guia
ortográfico Redacção Literatura Textos e Testes, Rio de Janeiro: EDITORA GLOBO.
MATEUS, Maria Helena Mira, et. al, (2003), Gramática da Língua Portuguesa, 6ª
ed., Lisboa: CAMINHO.
Raposo, E. & Xavier, M. (2013). Preposiçao e sintagma preposicional. In Raposo, E.;
Nascimento, M.; Mota, M; Segura, L.; & Mendes, A. (Orgs.) Gramática do
Português. (pp. 1497-1598) Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.