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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Português

Reflexão sobre a Prosódia: Perspectivas e desafios

Nome do aluno: Código do estudante

Tete, Março 2023


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Departamento de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Português

Reflexão sobre a Prosódia: Perspectivas e desafios

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em Ensino
de Português da UnISCED.

Tutor:

Nome do aluno: Código do estudante

Tete, Março 2023


Índice
1. Introdução...............................................................................................................................3

1.1. Objectivos............................................................................................................................3

1.1.1. Objectivo Geral.................................................................................................................3

1.1.2. Objectivos Específicos......................................................................................................3

1.2. Metodologias........................................................................................................................3

2. Reflexão sobre a Prosódia: Perspectivas e desafios................................................................4

2.1. Conceitos e funções da Prosódia..........................................................................................4

2.2. Elementos Prosódicos..........................................................................................................4

2.2.1. Funções de Entonação.......................................................................................................5

2.3. Importância da Prosódia......................................................................................................6

2.4. A prosódia nas estereotipias.................................................................................................7

3. Conclusão................................................................................................................................9

4. Referências Bibliográficas....................................................................................................10
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1. Introdução
O presente trabalho de Fonética e Fonologia do Português, surta sobre a Reflexão sobre a
Prosódia: Perspectivas e desafios. A prosódia é um termo geral utilizado para designar um
conjunto de fenômenos conhecidos sob os nomes de entonação, ritmo, tempo, quantidade,
tom, acentuação e pausas, e que qualifica por diversas razões os elementos suprassegmentais
da linguagem. Portanto, é um macrossistema que se constitui de três subsistemas (ordens
estruturais): o sistema de organização métrica (acento rítmico), sistema de organização tonal
melódica (tom, entonação) e o sistema de organização temporal (quantidade, tempo e pausas)
que organizam a fala no nível lexical (morfema, palavra) e no nível pós-lexical (enunciado,
discurso).

Os elementos prosódicos como a acentuação, o ritmo, a entonação e as pausas fazem parte de


recursos expressivos (ou modos de expressão) que os humanos utilizam intencionalmente para
veicular as informações linguísticas e paralinguísticas, como a comunicação de informações
gramaticais, emocionais, atitudinais e idiossincráticas (DI CRISTO, 2000). Estes recursos
constituem sistemas interativos como o sistema verbal, o sistema vocal e o sistema postural-
gestual.
1.1. Objectivos
Constitui Objectivos deste trabalho os seguintes:

1.1.1. Objectivo Geral


 Refletir sobre a Prosódia: Perspectivas e desafios.

1.1.2. Objectivos Específicos


 Conceituar a Prosódia;
 Identificar as funções da Prosódia;
 Descrever a Prosódia.

1.2. Metodologias
A metodologia usada para a elaboração deste trabalho foi à pesquisa bibliográfica. Centrado
nas obras virtuais isto nos artigos científicos, etc.
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2. Reflexão sobre a Prosódia: Perspectivas e desafios


2.1. Conceitos e funções da Prosódia

A prosódia é um termo geral utilizado para designar um conjunto de fenômenos conhecidos


sob os nomes de entonação, ritmo, tempo, quantidade, tom, acentuação e pausas, e que
qualifica por diversas razões os elementos suprassegmentais da linguagem.

A prosódia é um macrossistema que se constitui de três subsistemas (ordens estruturais): o


sistema de organização métrica (acento rítmico), sistema de organização tonal melódica (tom,
entonação) e o sistema de organização temporal (quantidade, tempo e pausas) que organizam
a fala no nível lexical (morfema, palavra) e no nível pós-lexical (enunciado, discurso).

Di Cristo, 2000 apresenta uma definição ampla de prosódia:

A prosódia é um braço da linguística de expressão que se prende à descrição fonética e à


representação fonológica dos elementos fônicos da linguagem não co-extensivos aos
fonemas, tais como o acento, a entonação, o ritmo e a quantidade (tempo e pausa), cuja
manifestação concreta na fala está associada às variações de F0, à duração e à intensidade
(parâmetros prosódicos físicos) que são percebidos como as mudanças de altura ou de
melodia, de duração (ou comprimento) e de volume sonoro (parâmetro prosódico
subjetivo). Na comunicação oral, os sinais prosódicos são polissêmicos e vinculados às
informações linguísticas e paralinguísticas que contribuem: para decodificação dos
enunciados do discurso; para a interpretação das diversas significações pragmáticas dos
atos de fala; para a caracterização dos indivíduos (função idiolectal) e de sua condição de
pertencer a uma comunidade dialetal ou sócio letal particular e para o reconhecimento do
estilo da fala e do estilo discursivo (variáveis fono estilísticas).

2.2. Elementos Prosódicos


Os elementos prosódicos como a acentuação, o ritmo, a entonação e as pausas fazem parte de
recursos expressivos (ou modos de expressão) que os humanos utilizam intencionalmente para
veicular as informações linguísticas e paralinguísticas, como a comunicação de informações
gramaticais, emocionais, atitudinais e idiossincráticas (DI CRISTO, 2000). Estes recursos
constituem sistemas interativos como o sistema verbal, o sistema vocal e o sistema postural-
gestual.

 A acentuação consiste em colocar um valor em uma ou várias sílabas no interior de uma


palavra ou de um grupo de palavras quer por uma força expiratória (acento de energia),
quer por uma variação da altura (acento do tom). É possível encontrar três parâmetros
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prosódicos do acento: a F0 (F0), a duração ou a intensidade e, dependendo da língua, um


destes três parâmetros é predominante.
 O ritmo é definido por recorrência de grupamentos constituídos sob a base de uma
organização hierárquica do nível de proeminência.
 O termo entonação é empregado como um sinônimo de prosódia. Na realidade ele é um
componente da prosódia, um conjunto de variações melódicas da altura da voz ou da F0.
Estas variações estendem-se em geral por todo o enunciado. A entonação faz referência ao
sistema de padrões prosódicos significantes que caracterizam a organização tonal no nível
supralexical (ou pós-lexical). Estes padrões melódicos são ligados à organização métrica
dos enunciados, que representam seus pontos de apoio.
Dentro de uma língua, os padrões melódicos distintivos são em número limitado e
organizam-se sob a forma de uma gramática. As pausas designam paradas dentro do
desenvolvimento da fala, existindo dois tipos de pausa: as pausas silenciosas (relativa ao
tempo de parada durante o discurso) e as pausas preenchidas (hesitação e prolongamento
silábico).
A entonação é um aspecto prosódico que interage com diferentes componentes do
conhecimento linguístico e da situação de comunicação, exercendo um papel importante
no processo comunicativo. Ela exerce influência na efetividade da comunicação entre
pessoas, pois organiza uma informação para favorecer a interação conversacional, auxilia
na apresentação do que o falante quer falar, expressa a atitude do falante e estrutura a
mensagem sob o ponto de vista gramatical e textual (TENCH,1996). Pode-se afirmar,
portanto, que, sem a entonação, a compreensão e a expressão oral estariam comprometidas
resultando em dificuldades linguísticas e consequentemente emocionais e sociais.

2.2.1. Funções de Entonação

Crystal (1981) propõe algumas funções para a entonação, sendo elas:

 A função gramatical, em que a entonação, juntamente com outros aspectos não segmentais
(tais como ritmo e pausa) é usada para marcar e demarcar a integração de estruturas
gramaticais como a sentença. A entonação serve para dissolver ambiguidade Em uma
oração como “Posso oferecer-lhe chá ou café?” o que marca a diferença entre uma questão
com resposta entre uma das alternativas ou afirmativa-negativa é a entonação. Por
exemplo, a resposta para Posso oferecer-lhe CHÁ ou CAFÉ? seria excludente (chá ou
café), mas para POSSO oferecer-lhe chá ou café? seria sim ou não;
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 A função semântica, que auxilia na organização do significado e do discurso, ajudando a


identificar informação nova, a focalizar a informação, etc.;
 A função atitudinal, em que as atitudes e emoções são transmitidas através do contexto do
enunciado, como, por exemplo, a raiva, a surpresa etc., embora, para este autor, não esteja
muito claro até que ponto estas características prosódicas são específicas da linguagem ou
se elas se baseiam em características da expressão emocional;
 A função psicológica, em que a variação da entonação exerce influência no
comportamento do indivíduo influenciando os padrões de resposta. A tonicidade,
principalmente, tem um papel importante no controle (desempenho) dos comportamentos;
 A função social, na qual a entonação estaria relacionada a características sociolinguísticas
como sexo, classe, status profissional, atuando como facilitador na interação social.

Tench (1996) também se preocupou em estabelecer as funções da entonação na comunicação,


sendo as mais conhecidas a função atitudinal, a função comunicativa, a função informacional,
a função sintática, a função textual e a função estilística. A função comunicativa, por
exemplo, é usada para expressar e reconhecer uma série de intenções comunicativas como a
afirmação, pedido, ordem, aviso, etc. Uma F0 ascendente ou descendente indica, de maneira
geral, as intenções comunicativas do falante que o ouvinte é capaz de reconhecer e interpretar.
Através da entonação pode-se distinguir entre uma ordem e um pedido, entre uma pergunta e
uma exclamação, entre uma afirmação e uma negação, mesmo que as palavras utilizadas
sejam as mesmas. Fonagy (2003) apresentou e discutiu em seu artigo “Des fonctions de
l’intonation: essai de synthèse”, as funções da prosódia que contribuem com a articulação e o
enriquecimento da mensagem. Destacam-se a função de ênfase, na qual a prosódia dirige a
atenção para segmentos do enunciado; a função sintática onde a prosódia desempenha o papel
de retirar a ambiguidade de enunciados com dois (ou mais) sentidos; a função modal, que
permite a identificação das modalidades dos enunciados; e a função imitativa, em que a
prosódia representa movimento espacial, físico e metafórico do texto, são algumas das
funções descritas no texto.

2.3. Importância da Prosódia

Podemos dizer que a prosódia é parte essencial da linguística e que tem um papel
importantíssimo na organização da língua falada, constituindo a infra-estrutura rítmica da
língua falada, a sua organização no tempo, e contribuindo para facilitar ao falante a retenção
de certos segmentos na sua memória.
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A prosódia é formada por uma série de parâmetros que o falante não entende
discriminadamente, mas sim como um todo. Esse todo confere também uma totalidade de
significados, entendidos como um conjunto e apenas descriminados em análise.

2.4. A prosódia nas estereotipias

As Estereotipias não são sempre enunciadas no mesmo tom de voz. Na realidade, observa-se
uma variação de frequência, intensidade e ritmo na cadeia de segmentos expressos pelo
paciente. O volume de fala e a intensidade vocal podem também variar. No entanto, não está
muito claro se estas características prosódicas realmente correspondem com o conteúdo
desejado pelo paciente. Também não se sabe ao certo se o paciente utiliza entonações
ascendentes e descendentes intencionalmente, para distinguir, por exemplo, perguntas e
afirmações.

Um número de afasiologistas, incluindo Alajouanine e Lhermitte (1964) têm expressado a


visão de que pacientes com Estereotipia podem utilizar sua entonação para transmitir
significado: eles habilidosamente modulam sua Estereotipia para expressar necessidades,
pensamentos e sentimentos (LEBRUN, 1993). A observação clínica indica que os indivíduos
afásicos produzem uma expressão fluente com variações de entonação, com a intenção de
transmitir informação comunicativa. Nos afásicos mais severos, tem-se a impressão de que o
paciente não tenta suprimir o enunciado e que ele está aparentemente sem consciência sobre a
falta de sentido do enunciado. Em pacientes menos severos, observa-se que eles têm
consciência sobre o enunciado que está sendo emitido sem intenção. “É como se eles
soubessem o que dizer, mas na hora da emissão saísse algo completamente diferente e eles
tivessem consciência disso” (CODE, 1994, p.145)

A afirmação de que as variações de entonação (que são produzidas na Estereotipia, em


situação de comunicação) parecem transmitir informação tem sido objeto de estudos
experimentais e grande discussão. Para alguns estudiosos do tema, a impressão clínica que os
pacientes com Estereotipia transmitem intenção comunicativa variando o contorno
entoacional, nos levaria a crer que existe um certo grau de processamento controlado, a nível
consciente, volitivo.

Em um estudo realizado com nove pacientes afásicos apresentando Afasia Global e


Estereotipia não lexical com estrutura silábica CV, Bleser & Poeck (1985) encontraram uma
variabilidade de duração de enunciado e frequência fundamental muito limitada. Esta variação
tão pequena de entonação não serviria para expressar atos de fala o que os levou a concluir
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que os sujeitos estudados não seriam capazes de transmitir informação através da prosódia. O
estudo demonstra que o afásico, que utiliza a Estereotipia para se expressar, tende a usar de
forma limitada o seu repertório de padrões de entonação e a pobreza ou ausência lexical não é
compensada pelo uso de aspectos supra-segmentais da expressão oral. A partir deste estudo,
os autores levantam a hipótese que as Estereotipias são o produto de um processamento
automático sem a interferência de um controle cognitivo.
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3. Conclusão
Conclui que a prosódia é a parte essencial da linguística e que tem um papel importantíssimo
na organização da língua falada, constituindo a infra-estrutura rítmica da língua falada, a sua
organização no tempo, e contribuindo para facilitar ao falante a retenção de certos segmentos
na sua memória. Portanto, prosódia é formada por uma série de parâmetros que o falante não
entende discriminadamente, mas sim como um todo. Esse todo confere também uma
totalidade de significados, entendidos como um conjunto e apenas descriminados em análise.

Também conclui que a entonação é um aspecto prosódico que interage com diferentes
componentes do conhecimento linguístico e da situação de comunicação, exercendo um papel
importante no processo comunicativo. Ela exerce influência na efetividade da comunicação
entre pessoas, pois organiza uma informação para favorecer a interação conversacional,
auxilia na apresentação do que o falante quer falar, expressa a atitude do falante e estrutura a
mensagem sob o ponto de vista gramatical e textual. Pode-se afirmar, portanto, que, sem a
entonação, a compreensão e a expressão oral estariam comprometidas resultando em
dificuldades linguísticas e consequentemente emocionais e sociais.
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4. Referências Bibliográficas
TENCH, P. The Intonation Systems of English. New York: Cassel, 1996. p.1-29.

SHARI, R. BAUM, MARC D. PELL, M.D. Production of Affective and Linguistic Prosody
by Brain-Damaged Patients. In: Aphasiology, vol.11, no2, 177-198,1997.

SHEIK, J. I. & YESAVAGE, J. A. Geriatric Depression Scale (GCS): Recent Evidence and
Development of a Shorter Version. In SHEIK, J. I. & YESAVAGE, J. A. In: Clinical
Gerontology: A Guide to Assessment and Intervention. New York: The Haworth Press, 1986.
p. 165-173.

SIEGAL, SIDNEY, E N. JOHN CASTELLAN-JR. Estatística Não- Parametrica para


Ciências do Comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2006.

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