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André Rafael

Chela Victor Raimundo Mangue

Helena Muagerene

Helena Carau

Sara Avião José Boene

Classe das preposições

Universidade Rovuma

Extensão de Cabo Delgado

2022
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André Rafael

Chela Victor Raimundo Mangue

Helena Muagerene

Helena Carrau

Sara Avião José Boene

Classe das preposições

Curso de Licenciatura em Ensino de Português com Habilitações em Inglês

Trabalho de Língua Portuguesa III,


apresentado à Faculdade de Letras e
Ciências Sociais para fins avaliativo,
sob orientação de:

Mestre: Ramadane Jone Carimo

Universidade Rovuma

Extensão de Cabo Delgado

2022
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Índice

Introdução.............................................................................................................................................4
1.3. As preposições................................................................................................................................5
3.1.Preposições essenciais:....................................................................................................................7

4. Preposições e sua função semântica.................................................................................................8

4.1. Outras preposições: circunstâncias................................................................................................9

5. Contracção das preposições.............................................................................................................10

5.1. Locuções prepositivas...................................................................................................................10


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Introdução

O presente trabalho de pesquisa apresenta uma temática de extrema importância no


contexto gramático da língua portuguesa, sobre as preposições que são palavras invariáveis
usadas no nosso quotidiano para nos comunicarmos na sociedade até ao mundo inteiro. A
morfologia, ela é composta por diversas classes de palavras mas neste artigo está mais
aprofundado a classe das preposições e sua função semântica, contracção das preposições,
locuções prepositivas, onde estão bem detalhadas em principais grupos de cada tipo ou
subclasse das deposições segundo as diferentes ideias de dois autores.

De lembrar que, as preposições são palavras usadas para marcar as relações


gramaticais que substantivos, adjectivos, verbos e advérbios desempenham no discurso. Em
outras palavras, as preposições são unidades linguísticas dependentes de outras, ou seja, elas
não aparecem sozinhas no discurso e servem justamente para estabelecer a ligação entre dois
termos.
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1.Classe das preposições


1.2.Conceitos
Para Azevedo o autor, difine as classes das preposiçoes faz parte do grupo das “classes
invariáveis”, que compreende o advérbio, a preposição, as conjunções subordinativa e
coordenativa e a interjeição (paradigmas morfológicos). Para ele, essas classes não se
distinguiriam no campo da morfologia, por isso também são descritas segundo seu
funcionamento como unidade do discurso e como constituintes dos sintagmas e orações.
(quando originam sintagmas preposicionais que ocupam o mesmo lugar dos sintagmas
adjetivais, leite sem gordura/leite magro, noite de lua/noite enluarada; e dos sintagmas
adverbiais moravam nesta casa/moravam aqui, acordavam ao meiodia/ acordavam tarde”)
(paradigma sintático).
Por fim, tanto quanto as demais espécies de conectivos, o autor aponta que as preposições
também contribuem para o significado das construções de que participam. Elas podem
acrescentar à unidade que se segue um significado à construção. (paradigma semântico).
como nos exemplos seguintes:
1.Viajou sem destino;
2.viajou com a família;
3.viajou para o Norte;
4.viajou pelo litoral.

Segundo Bechara o autor,entende e “chama-se classes de preposiçoes como a unidade


linguística desprovida de independência – isto é, não aparece sozinha no discurso – e, em
geral, átona (paradigma morfológico), que se junta a substantivos, adjetivos, verbos e
advérbios para marcar as relações gramaticais que elas desempenham no discurso, seja em
grupos unitários nominais ou nas orações (paradigma sintático). Não exerce nenhum outro
papel que não seja ser índice da função gramatical de termo que ela introduz”. (Bechara,
2009: 296).
1.3. As preposições
Não é fácil encontrar uma definição consensual sobre a noção de preposição. Alguns
gramáticos, como Cunha & Cintra (2005:551), por exemplo, preferem usar uma definição
relacional, ao afirmarem que as “preposições são palavras invariáveis que relacionam dois
termos de uma oração, de tal modo que o sentido do primeiro (antecedente) é explicado ou
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completado pelo segundo (consequente)”,


Ex: Vou a Maputo.
Na mesma linha de Cunha & Cintra (1999), encontramos a gramática de Matos et alii
(2013:) ao explicar que “a preposição é uma palavra invariável que relaciona dois termos
de uma oração.”
Vista desta forma, esta definição parece-nos que não prevê que uma preposição possa
introduzir uma oração. Ou seja, que a relação entre as palavras não se situa, apenas, a nível
de orações, como também podem acontecer a nível inter-oracional, como mostra o exemplo.
Ex: a. Até que eles decidam, fico ansiosa.
b. Para que tudo ocorresse bem, houve muito trabalho.

Raposo et alii (2013:1497) usam uma definição funcional, afirmando que as


preposições “são palavras invariáveis e geralmente monossilábicas, cuja função consiste
em estabelecer uma relação sintática e semântica entre expressões,” e dão o seguinte
exemplo:
O Pedro voltou para o seu escritório tarde.

Vilela (1999:249) entende que a “preposição (= pré + posição) serve de instrumento


de ligação entre dois segmentos, em que a sequência colocada após a preposição fica
dependente de ‘um certo modo’ da sequência que precede a preposição”. Mais adiante, o
autor afirma que à semelhança das conjunções, as preposições têm a função de ligar
elementos linguísticos e caraterizar determinadas relações semânticas entre esses
elementos. Vilela (1999:250) explica que “tanto as preposições como as conjunções são
palavras de ligação, são invariáveis e não podem funcionar como elementos frásicos.
Contudo, as preposições distinguem-se das conjunções pela sua capacidade de regência e
por serem semanticamente a expressão de uma dada relação”.

Diga-se, com Vilela (1999:252), que não se pode dizer, como em (Cunha & Cintra,
1999), que uma preposição tem tal ou tal valor, porque a mesma preposição pode ter vários
valores, mas podemos afirmar que as preposições possuem um valor protópico, que pode
ser ou de lugar ou de tempo ou de lugar e tempo, e, depois, adquirem valores abstratos.

(a) Ele veio de Vila Real. ( lugar).


(b) Ele veio de manhã. ( tempo ).
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(c) Ele veio de comboio. (instrumento).

2. Relações estabelecidas entre as preposições


As preposições têm a capacidade de reger, isto é, de comandar ou solicitar uma outra palavra,
um termo seguido ou consequente. Assim, estabelecem-se relações entre o termo regente ou
antecedente e o termo regido ou consequente. Vejamos.
A loja de Maria (a relação de posse)
(Antecedente) (Preposição) Consequente)
Voltei para Minas ( a relação de lugar)

(Antecedente) (Preposição) (Consequente)

 Do modo de vista, sintáctico: liga palavras entre si;


 Do ponto de vista mórfico: é invariável;
 Do ponto semântico: estabelece certos tipos de relação entre as palavras que liga.

3. Tipos de preposições

Deacordo com (CUNHA e CINTRA, 2001,p.555) eles etendem que as preposiçoes apresenta
as tipos e classificaçoes diferentes, ou seja eles apresenta dois tipos de preposiçoes.
As preposições dividem-se em:
a) Essenciais: são aquelas sempre classificadas como preposições:a, ante, após, até, com,
contra, de, desde, em, entre, para, perante,por (per), sem, sob, sobre, trás.
b) Acidentais: são palavra de outras classes que funcionam, às vezes, como preposição:
afora, conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo, segundo,
tirantes, etc.

As relações entre as palavras podem também ser exercidas por mais de uma palavra que
funcionam como preposição, ou seja, por meio das locuções prepositivas.

3.1.Preposições essenciais:

São aquelas que só aparecem na língua propriamente como preposições, sem outra função.
Nos exemplos anteriores, vimos como a preposição de manteve-se sempre sendo preposição,
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embora tenha estabelecido relação entre unidades linguísticas diferentes, garantindo-lhes


classificações diferentes de acordo com o contexto.
São preposições essenciais: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para,
perante, por ou per, em algumas variações históricas e geográficas], sem, sob, sobre e trás.

Exemplos:

 Caminhou até o parque para exercitar-se.


 Farei o trabalho com você. Colarei os cartazes com fita adesiva.
 Gostaria de convidar-te a minha festa amanhã.

No penúltimo exemplo, a preposição com possui significados diferentes: no primeiro caso,


indica companhia, no segundo caso, indica instrumento.

3.2.Preposições acidentais:

São aquelas que não possuem originalmente a função de preposição, mas que podem
acabar exercendo essa função em determinados contextos, ou seja, pode assumir outras
funções morfológicas.

São preposições acidentais: afora, conforme, consoante, durante, excepto, fora, mediante,
menos, não obstante (?), salvo, Segundo, senão, antes e visto.

Exemplos

 Fora eu, todos foram bem.

Fora seria, comummente, um advérbio de lugar (Ex.: O objecto estava fora da bolsa.).
Entretanto, no contexto da primeira frase, torna-se preposição acidental, já que significa “com
excepção de”.

 Segundo testemunhas, ficou tudo bem.

Segundo seria, comummente, um numeral (Ex.: Cheguei em segundo lugar na corrida.).


Contudo, no contexto da primeira frase, torna-se preposição acidental, já que significa “de
acordo com”.
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4. Preposições e sua função semântica

Apesar de as preposições manifestarem essencialmente uma funcao relacional, possuem


também um significado que se actualizam em diversos sentidos em funcao do contexto em
que ocorrem. Apresentam se a seguir alguns exemplos:
Preposições Significado
A Movimento ou situação no espaço e tempo
Após Posterioridade em relação a um limite espacial ou temporal
Em Relação de espaço, de tempo, de situação
Para Movimento em direcção a um limite, no espaço ou no tempo, finalidade
Desde Ponto de partida, espacial ou temporal
Sem Ausência, exclusão
Com Adição, companhia
De Movimento de afastamento, proveniência, origem, relação de posse
Por Relação de movimento, extensão ou aproximação a um limite no espaço e
no tempo, finalidade
Até Aproximação a um limite espacial ou temporal

4.1. Outras preposições: circunstâncias

A classe gramatical representada pelas preposições ocupa a função de ligar dois termos em
uma oração. E, dependendo do contexto em que se inserem, denotam sentidos distintos.
Para que se possa compreender melhor este fato linguístico, deu se a ênfase ao termo
“semântica”, uma vez que o mesmo representa uma das partes que se relaciona à Gramática,
estando directamente ligado ao significado das palavras em meio a um enunciado.
Ao retratarmos sobre tal significado, é importante sabermos que um mesmo vocábulo pode
apresentar diferentes sentidos, e este atribui-se única e exclusivamente a uma análise
contextual.
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No caso das preposições, de modo mais específico, subsidiaremos nos seguintes exemplos em
evidência:
 Atendo-nos ao significado representado pelas preposições, concluímos que a primeira
oração revela o “assunto” que permeou a reunião, ou seja, as pendências da empresa.
 Na segunda, temos o “lugar” no qual se encontra o livro.
Visando aprimorar cada vez mais os nossos conhecimentos, analisaremos alguns casos
representativos da referida ocorrência.
Valores semânticos de:
 Posse: Estes objectos escolares são de Pedro.
 Causa: Os atingidos pelo terramoto estão morrendo de fome.
 Matéria: Os objectos feitos com porcelana encontram-se expostos ao evento.
 Assunto: Os jornais noticiaram sobre a violência que assola a sociedade.
 Companhia: Irei com meus amigos à festa.

 Finalidade: Viajaremos nas férias para nos divertirmos.


 Instrumento: O garoto feriu-se com o objecto cortante.
 Lugar: A universidade que pretendo ingressar-me fica em Brasília.
 Origem: Os visitantes vinham do Maranhão.
 Tempo: A trajectória percorrida foi de trinta minutos.
 Meio: A comunicação feita pela Internet é muito dinâmica.
 Conformidade: Realizei a pesquisa conforme as fontes bibliográficas indicadas.
 Modo: Recebemos as visitas com imensa alegria.
 Oposição: Somos contra as ideias daquele professor.

5. Contracção das preposições


A contracção, por sua vez, ocorre quando, ao juntar-se a outra palavra, há redução da
preposição, podendo, inclusive, haver alteração fonética ou junção de sons — geralmente,
estamos falando de preposição + artigo (definido: o/a/os/as, indefinido: um/uma/uns/umas),
ou pronome (pessoal na 3ª pessoa: ele/ela/eles/elas, demonstrativo:
este/isto/esse/isso/aquele/aquilo e suas variáveis no feminino e no plural).
Ao ligarmos a preposição a ao artigo a, temos, por contracção, a preposição à (utilizamos
crase para indicar essa contracção):
a+a=à
a + as = às
a + aquele = àquele
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a + aqueles = àqueles
a + aquela = àquela
a + aquelas = àquelas

5.1. Locuções prepositivas

As locuções prepositivas são expressões que cumprem a função de preposição.


Geralmente são formadas por advérbio ( ou locução adverbial) e uma preposição. Quando
temos um grupo de palavras com valor e emprego de uma preposição, damos a esse conjunto
o nome de locução prepositiva. As principais locuções prepositivas são constituídas de um
advérbio ou de uma locução adverbial seguido da preposição de, a e com.

Alguns exemplos de locuções prepositivas estão na tabela a seguir:


Locuções prepositivas
Abaixo de de acordo com junto a
Acerca de debaixo de junto de
Acima de de modo a não obstante
A fim de dentro de para com
à frente de diante de por baixo de
Antes de Em baixo de por cima de
a respeito de em cima de por dentro de
Atrás de em frente de por detrás de
Através de em razão de quanto a
com respeito a fora de sem embargo de

Exemplos:
 Encaminhei o requerimento junto à documentação. (com a).
 Levantou-se cedo, a fim de pegar o voo das 5 horas. (para).
 O João viajou para o Canadá, apesar da crise financeira.
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Conclusão

São vários os aspectos a conceder já que chegou-se ao fim deste trabalho. Pode-se dizer que a

classe das preposições é uma das partes de ampla importância, pois ela demonstra nos os

diferentes termos da língua portuguesa que utilizamos as vezes de uma forma não adequada,

ou seja, sem o devido enquadramento e também sem concordância verbal.

Falar das preposições é além de um simples conteúdo, porque ainda tem muito o que se

aprender por causa da diversificação geográfica e histórica, em que alguns termos são

pronunciadas ou usadas de forma diferente, como o caso da preposição por em que alguns

escrevem per. Então, devem ser explicitas para que a maioria das pessoas falantes da língua

portuguesa possam ter a noção dos termos da classe das preposições.


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Referência bibliográfica

1.AZEREDO, J. C. (2004). Fundamentos de gramática do português. 3. ed. Jorge Zahar, RJ.

2.BARBOSA, J. S. (1822). Grammatica philosophica da lingua portugueza ou principios


de grammatica geralapplicados à nossa linguagem. Academia Real das Sciencias, Lisboa.

3.BASSO, R.; PIRES DE OLIVEIRA, R. (2012). Feynman, a linguística e a curiosidade


revisitado. Matraga,v. 19, n. 30, p. 13-40.

4.BECHARA, E. (2009) Moderna gramática portuguesa. 37. ed. RJ: Nova Fronteira

5.CUNHA e CINTRA, Dicionario de lingua portugesa.porto editora, lisboa 2001.

6..Dicionário da língua portuguesa. (2013). Porto: Porto Editora,

7.PAGANI, Luiz Arthur (UFPR).(2008) Classes gramaticais: são Paulo 2003.

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