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Crisalda Michamo

Helton Ubisse
Jotália Cossa
Shílzia Hassamo

A Estrutura da frase complexa em Português: Estruturas de coordenação

Licenciatura em Ensino de Português

Universidade Save
Chongoene
2024
Crisalda Michamo
Helton Ubisse
Jotália Cossa
Shílzia Hassamo

A Estrutura da frase complexa em Português: estruturas de coordenação

Licenciatura em Ensino de Português

Trabalho a ser apresentado em forma de Seminário


ao Departamento de Letras e Ciências Sociais,
Curso de Licenciatura em Ensino de Português para
o efeito de avaliação parcial na cadeira de
Semântica e Pragmática do Português.
O docente:
 Prof. Doutor Ângelo Mauai

Universidade Save
Chongoene
2024
CAPĺTULO I:Fundamentação Teorética
Neste capítulo, importa referenciar o entendimento de Severino (2002), que fala sobre o quadro
teórico que constitui categorias e conceitos, formando sistematicamente um conjunto
logicamente coerente, dentro do qual o trabalho do pesquisador se fundamenta e se desenvolve.
(p. 34)

Dessa forma, para a materialização do trabalho, propomo-nos a apresentar alguns conceitos


pertinentes para a compreensão eficiente do percurso que vai debruçar o estudo sobre: A
estrutura da frsae complexa em Português: Estruturas de coordenação.Portanto, iremos discutir
conceitos tais como: frase,frase simples e complexa, oração, coordenação, elipse, anáfora, e
processos de enfatizacação e coordenação e aposição.

1.0.Discussão dos conceitos

1.1. Noções de oração

Na perspectiva de Martino (2014) a oração é todo enunciado que contêm verbo.

Ex:

 Marcela amou -me durante quinze meses e onze contos de reis.

Alguns autores definem a oração de forma mais complexa:

Segundo Lima (2006) a oração é caracterizada como uma frase que divide-se em sujeito e
predicado, termos essenciais para que haja uma oração, de acordo com a tradição gramatical.

Na perspectiva de Bechara (2009) a oração é definida como um tipo de enunciado caracterizado


por conter um núcleo fundamental, o verbo, em torno do qual se reúnem o sujeito e o predicado,
estabelecendo uma relação predicativa.

1.2.Noções de coordenação

Segundo Mateus et all (2003) a coordenação é um processo de formação de unidades complexas.

Para Rapouso (2013) a coordenaçã integra-se na classe mais vasta dos processos paratáticos,
caracterizados por combinarem unidades gramaticais idênticas ou semelhantes, por vezes sem
qualquer articulação formal, de tal maneira que, no constituinte resultante, as duas unidades são
equivalentes, encontrando-se no mesmo nivel hierarquico da estrutura sintactica.

Na visao de Peres e Moia (1995) o processo gramatical de coordenação consiste em ligar duas
ou mais estruturas por um operador designado conjuncao coordenativa, de tal modo que as
expressoes que são coordenadas desempenham conjuntamente uma funcao sintactica na frase em
que se inserem.Em geral, as expressoes coordenadas são da mesma categoria sintactica, seja
possivel coordenar constituintes de diferentes categorias.

Em seguida apresentaremos alguns exemplos de estruturas de coordenacao de expressoes da


mesma categoria:

 Mais de metade doos rapazes e raparigas que se encontram nesta sala são açorianos.
( coordenação copulativa de nomes)
 O Paulo fez um desenho ou escreveu um poema.( cordenação disjuntiva de sintagmas
verbais ou de frases, consoante a análise sintáctica)

Como se pode verificar, em todas estas estruturas o constituinte resultante na coordenação tem
no seu conjunto a mesma função sintáctica que teriam os constituintes que são coordenados, se
ocorresem isoladamente.

O processo de coordenação surge normalmente apenas nas estruturas frásicas.p.375

1.2.1.Características da coordenação

Mateus et all (2003) afirma que a coordenação caracteriza-se por combinar constituintes do
mesmo nível categorial- nucleos ou constituintes plenamente expandidos, sintagmas ou frases,
que desempenham as mesmas funções sintácticas e semânticas.A expressão linguística resultante
é uma unidade complexa que exibe as mesmas funções dos termos iniciais:

 Afinal, eles estavam com ou contra os manifestantes?


 Podes levar a criança quanto ao restaurante como ao cinema.
 O pedro e a Ana vieram visitarmos.
 Acho que ele participou no concurso mas não ganhou a viajem à Madeira.
 Ele disse que o desastre tinha ocorido de madrugada e que não havia sobreviventes.
No primeiro exemplo são coordenados núcleos que permitem formar o núcleo preposicional
complexo com ou contra. No segundo exemplo são coordenados sintagmas, sintagmas
proposicionais ( ao restaurante, ao cinema ) e no tereceiro exemplo são coordenados sintagmas
nominais ( o pedro, a Maria). No quarto e quinto exemplos são coordenadas frases, mais
precisamente, tipos diferentes de projeções frásicas. Assim, no quarto exemplo são coordenados
por mas os dois sintagmas flexionais que ocorrem na frase completiva iniciada por acho que (ele
participou no concurso, não ganhou a viajem a Medeira ). No último exemplo são coordenados
pela conjução copulativa e dois SCOMPs: que o desastre tinha ocorido de madrugada, que não
havia sobreviventes.p.552

1.2.2. Oração coordenante e coordenada

Segundo Casteleiro (1995) as orações que integram as frases complexas formadas por
coordenacao dispoem-se em geral, segundo uma ordem fixa a qual implica, portanto, uma certa
hierarquizacao entre elas.É o que concluimos da analise de exemplos como os seguintes:

 Os esquilo vivem nas florestas, abitam ninhos abandonados e alimentam-se frutos


silvestres.

Assim, no exemplo acima verifica-se que as tre oracoes constituintes contêm o mesmo sujeito
( os esquilos). Ora, tal sujeito está expresso na oração inicial. E esta, portanto, que deve preceder
lógica e formalmente as seguintes, podendo, por isso, ser designada como oração coordenante.
As outras são orações coordenadas àquela, a primeira assindenticamente, isto é, sem conjunção
expressa, e a última sindenticamente, ou seja, com a conjunção explicitada.

Nota: As orações coordenadas apresentam em geral apaagamento de constituintes que se tornam


reduntantes por esratrem já expressos na oração coordenante.Como podemos notar no exemplo
acima as orações coordenadas revelam um apagamento do sujeito.

 As raposas são animais inofensivas, mas os lobos são perigosos.

No exemplo acima podemos notar que a segunda oração implica um contraste relativamente a
primeira, o qual é expresso por meio da conjunção mas. Do ponto de vista lógico formal a
primeira funciona, pois, como oração coordenante relativamente a segunda.
Nota: Na frase acima a oração coordenada releva, de certo modo apagamento de um constituinte
do complemento predicativo (anaimais).

O apagamento ou elipse de constituintes é pois, uma propriedade específica das orações


coordenadas.Note-se que, sem apagamentos (reduntantes, as frases tornar-se-iam pooucos
naturais:

 Raposas são animais inofensivos, mas os lobos são animais inofensivos.

1.2.3.Propriedades formais das conjunções de coordenação

i. Ocupam a posicao inicial do menbro coordenado


 Eles leram o jornal e viram o noticiario na televisao.
 Eles leram o jornal [ ou viram o noticiario na televisao.]
ii. Não podem deslocar-se no interior do termo coordenado
 A Marta compra livros para os filhos e / mas o Paulo le-os.
 *A Marta compra livros para os filhos [ o Paulo e le-os].
 *A Marta compra livros para os filhos [ o Paulo le-os e].
 *A Marta compra livros para os filhos [ o Paulo mas le-os].
iii. Não podem concorrer para uma mesma posicao estrutural- a de nucleo da estrutura
coodenada
 *Eles não leram o jornal [e mas viram o noticiario na televisao]
 *Eles não leram o jornal [ou e viram o noticiario na televisao]
iv. Coordenam constituintes frasicos e não frasicos

[O calor comeca a fazer-se sentir] [mas as ferias ainda vem longe]

[Muitos adilescntes mas poucos adultos] vao a esses concertos.

v. Podem co-ocorrer com complementadores quando coordenam as frases subordinadas por


eles iniciadas.

 Ela disse que estava cansada [mas que não se podia deitar]
 Quando estiveres de ferias [ou quando não tiveres aulas podes ir ao cinema]
1.2.4.Propriedades das estruturas paratáticas

Em seguida apresentaremos a

lgumas propriedades das estruturas paratáticas que por conseguinte as destinguem da


subordinação, baseando-nos na perspectiva de Mateus et all (2003).

i. Enquanto a subordinação opera sobre unidades oracionais fraáicas, a coordenação pode


ter por domínio da aplicação todos os tipos de categorias sintácticas;
ii. Na subordinação, a oração subordinada desempenha sempre na subordinante uma função
sintáctica (sujeito, complimento directo, complimento preposicionado ou adjunto) e uma
função tematica (tema, adjunto de fim, de causa, de tempo); o mesmo não sucede nas
estruturas de coordenação mesmo que envolvam coordenação frásica mobilidade de
constituinte.
Atentemos-nos nos seguintes exemplos:
 O Pedro comprou o jornal e a Maria leu-o.
 Ele disse que tinha comprado o jornal e que a Maria o tinha lido.

Com efeito, nas frases acima o menbro cordenante não é sujeito de nenhum constituinte incluido
no segundo menbro coordenado; do mesmo modo, o segundo termo coordenado não é
selecionado como um complemento ou um adjunto de um elemento presente no primeiro
menbro coordenado.Pelo contrário, como a coordenação de domínios subordinados motra,
ambos os termos coordenados desempenham a mesma função sintáctica e a mesma função
semântica.

iii. Uma outr apropriedade que nos permite distinguir a subordinacao da coordenacao é a
mobilidade dos constituintes.De facto contrariamente ao tradicionalmente assumido,os
termos corrdenados tem muito pouca mobilidade. Assim, diferentemente do que acontece
com as frases subordinadas completivas e adverbiais como nos exemplos:
 Ele so confessou que detestava cozinhar á Maria.
 Que detestava cozinhar, ele so confessou á Maria.
 Ele vai ao restaurante quando não quer fazer o jantar.
 Quando não quer fazer o jantar, ele vai ao restaurante.
As frases coordenadas não podem ser facilmente deslocadas na frase. vejam-se os seguintes
contrastes:

 Eles partiram para o Algarve mas não foram de férias.


 * Mas não foram de férias, eles partiram para o Algarve.
 Não só o desastre foi aparatoso, como não houve sobreviventes.
 * Como não houve sobreviventes, não so o desastre foi aparatoso.

Esta mesma falta de mobilidade se verifica em estruturas de coordenacao não frasica, como
ilustrado seguidamente:

 Poucos professores mas muitos alunos comprareceram a reuniao geral.


 *Mas muitos alunos, poucos professores compareceram a reunião geral.
iv. A aparente intercomutabilidade dos termos coordenados, frequentemente apresentada
como uma das propriedades caracteristicas da coordenacao pela gramatica tradicional
repousa numa certa liberalidade de manipulacao dos exemplos e na consideracao de um
subcaso muito restrito de estruturas coordenadas.Como mostram os seguintes exemplos:
 O Joao vai ao cinema mas a Maria vai ao concerto.
 A Maria vai ao concerto mas o Joao vai ao cinema.
 Ele levou a criança [não so ao restauante como ao cinema].
 Ele levou a criança [não so ao cinema como ao restaurante].

A manipulação efectuada consiste em não considerar como parte integrante dos partes
coordenados os conectores coordenativos que o introduzem. Adicionalmente os casos
considerados são aqueles em que os termos são semanticamente simétricos e formalmente
independentes um do outro, sendo irrelevante qual deles ocupa a posicao de coordenante e de
coordenado.

v. Quando os termos coordenados não são nem semanticamnete simêtricos:


 Senti uma vertigem e desmaei.

Nem formalmente independentes um do outro:

 O João vai ao cinema mas a Maria não.


 *Eles não foram de férias mas [a Ana e o Pedro] forma para o Algarve.
Estas manipulações não são possíveis, ou porque produzem resultados pragmaticamente
anomalos:

 # Desmaei e senti uma vertigem.

Ou porque determinam construções mal formadas vejam os exemplos a seguir na interpretação


em que eles e a Ana e o Pedro são co-referentes.

 * Mas a Maria não, o Jao vai ao cinema.


 * Eles não foram de férias mas [a Ana e o Pedro] foram para o Algarve.

Com efeito, em construções elípticas como:

 O João vai ao cinema mas a Maria não.


 * Mas a Maria não, o Jao vai ao cinema.

O menbro coordenante tem de estar numa posição estrutural que lhe permita fixar o conteudo do
constituinte eliptico, motivo pelo qual tem de o precder.Quanto ao exemplo:

 * Eles não foram de férias mas [a Ana e o Pedro] foram para o Algarve.

A impossibilidade de o pronome sujeito no primeiro menbro coordenado ser interpretado


como co-referente do sujeito coordenado da frase coordenante pode ser explicada como uma
infração a um dos princípios gerais que guiam o estabelecimento da referência e co- referencia
das expressões nominais.

vi. As coordenadas assimétricas estabelecem nexos entre os menbros coordenantes que, do


ponto de vista semantico, se aproximam da relacao entre subordinante e subordinada.
Assim os exemplos:
 Não comes a sopa e não te levo ao cinema.
 Está um dia quente mas a criança tem frio.

São equivalentes a:

 Se não comeres a sopa, não te levo ao cinema.


 Embora esteja um dia quente, a criança tem frio.
Porém, apesar do seu valor semântico de subordinação, as frases acima comportam-se
formalmente como coordenaçõs.Em primeiro lugar, nenhum do seus menbros exibe a mobilidade
característica das estruturas subordinadas correspondentes, como mostram os constrastes a baixo:

 * E não te levo ao cinema, não comes a sopa.


 *Mas a criança tem frio, está um dia quente.
 Não te levo ao cinema se não comeres a sopa.
 A criança tem frio, embora seja um dia quente.
vii. Os menbros coordenados podem tipicamente ocorrer co autonomia em fragmentos
discursivos distintos, como ilustramos a seguir:

A-Não como a sopa.

B-E eu não te levo ao cinema

A-Hoje so tenho tido arrelia: o tránsito esta diabólico, bati com o carro e faltei ao
trabalho

B-Mas não penses mais nisso, porque tudo se há-de-compor.

Sem serem necessariamente interpretados como envolvendo o concurso de dois locutores


distintos A e B para a realização concertada de uma única frase complexa formada por
coordenação como acontece em:

A- A Maria não come a sopa…


B- E a mãe não a leva ao cinema.
A. Hoje está quente…
B. Mas a criança tem frio.

viii. Nas frases presentes numa estrutura de subordinacao apenas o segundo procedimento é
possivel, dado que as frases subordinadas não podem caracteristicamente repartir-se por
fragmentos discursivos autonomos.Assim, enquanto as frases a seguir:
A- Se a Maria não come a sopa…
B- A mae não a leva ao cinema,
A- Embora hoje esteja quente…
B- A crianaca tem frio.

Paralelas a :

A-Maria não come a sopa…

B-E a mãe não a leva ao cinema.

A-Hoje está quente…

B-Mas a criança tem frio.

São possivei, os exemplos:

A- Se não como a sopa


B- Eu não te levo ao cinema

A-Hoje so tenho tido arrelias: o transito esta diabolico, bati com o carro e faltei ao trabalho, Bati
com o carro e faltei ao trabalho.

B-Embora não penses mais nisso, porque tudo de há-de compor.

Correlatos dos exemplos a seguir são marginais:

A- Não como a sopa.

B-E eu não te levo ao cinema

A- Hoje so tenho tido arrelia: o transito esta diabolico, bati com o carro e faltei ao trabalho

B- Mas não penses mais nisso, porque tudo se há-de-compor.

Em suma, a distinção entre a coordenação e subordinação é sobretudo de ordem formal e não


semantica.

1.2.5. Subcategorias das estruturas de Coordenação

Segundo Rapouso et all (2013) a articulação dos termos de uma estrutura composta pode ser feita
de duas maneiras distintas: Coordenação simples e coordenação correlativa.

1.2.5.1.Coordenação simples
É aquela composta por uma única conjunção indroduzindo o segundo termo (e articulando-o ao
primeiro), e os conectores que ocorrem nessas frases, designam-se conjuções coordenativas
simples.

 [Ele teve sorte e [-]venceu a vida].


 Ele quer [um carro ou uma moto].

1.2.5.2.Coordenação correlativa

É aquela composta por duas conjuções ou locuções cada uma delas introduzindo um dos tempos
(e a segunda articulando o primeiro com o segundo), como se ilusta nos exemplos abaixo:

 [Nem os atletas e nem o treinador] prestaram declarações a impressa.


 Para assistir ao jogo, os adeptos [ou tiram dias de férias ou faltam as suas ocupacões].
 Quando precisava de algum conselho, ela telefonava [ora ao Paulo ora ao João].

Nota: A este tipo de conjunções simples sendo o todo formado pelo seu redobro nem…nem…
ou…ou…ora…ora…, a este de conector denomina-se conjunção coordenativa correlativa por
redobro ou simplesmente correlativa.

No caso dos exemplos abaixo em que o conector complexo inclui ou mais elementos de
natureza adverbial e, na maioria dos casos um dos seus menbros ou ambos é uma locução
( excetua-se tanto…como): não só.. mas também, não só…como (também); a este tipo de
conector chama-se locução conjuncional coordenativa correlativa adverbial ou
simplesmente locução correlativa.

 Encontram no palco [não só os cantores mas também os músicos]


 [Tanto os jogadores como os adeptos] ficaram indignados com a decisão do àrbitro

1.2.5.3.Coordenação binária e múltipla

Segundo Raouso et all (2013) a coordenacao binaria é aquela que envolve dois termos, como
podemos verificar nos seguintes exemplos:

 Encontram no palco [não só os cantores mas também os músicos]


 [Tanto os jogadores como os adeptos] ficaram indignados com a decisão do àrbitro
Na perspectiva do mesmo autor, a coordenação multipla é aquela que envolve mais de dois
termos:

 Fez o trabalho submeteu-o a concurso e ganhou o prémio.


 Para fazeres o bolo tens de ter [ovos manteiga farinha e açucar].

Este tipo de coordenação é usada tipicamente na elaboração de listas em que se enumerem


varios elementos, como em esse curso apresenta as disciplinas de [introdução a informática
morfologia lexicologia semântica e didática].

Excepção: a conjunção mas não permite coordenação múltipla:

*[A Ana foi ao concerto mas o Rui foi ao cinema mas o Luis foi ao teatro]

1.2.5.4.Coordenação simples sindética,assindética e polissindética

Na visao de Rapouso et all (2013) coordenação simples sindêtica é aquela em que a conjunção
coordenativa só ocorre realizada antes do último termo. Em seguida mostraremos de forma
ordenada exemplos de coordenaçã simples, binária e sindética:

 [Ele teve sorte e [-] venceu na vida].


 Ele quer [ um carro ou uma moto]
 Estavam [ preocupados com a crise mas está normal esperançados em adebelar]

A coordenação assindética é aquela cuja conjunção é omitida. Os casos mais típicos de


coordenação assindética são aqueles que envolvem coordenação múltipla com uma conjunção
implícita de valor copulativo:

 [Fez o trabalho submeteu-o a concurso, ganhou o prémio]

As coordenações polissindênticas são usadas frequentemente quando a coordenação múltipla


consiste numa lista de elementos, para dar ênfase a extensão dos elementos listados.

 Para fazeres o bolo, tens de ter [ovos e manteiga e farinha e açúcar]

Peres e Moia (1995) acrescentam cinco estruturas de coordenação, que são nomeadamente:

 Copulativa ou aditiva;
 Disjuntiva ou alternativa;
 Adversativa;
 Conclusiva;
 Explicativa.

1.2.5.5.Coordenação copulativa e disjuntiva

No que respeita ao plano semântico, as expressões coordenadas copulativa e disjuntivamente


contribuem de forma autónoma, com a totalidade do seu significado, para interpretação
semântica das frases em que se inserem. Em certos casos de coordenação copulativa de
estruturas nominais, se verfica um processo algo complexo de composição dos valores
semânticos das expressões coordenadas, o qual dá origem as chamadas leituras grupais, que
contrastam com as chamads leituras distribuitivas. vamos exemplificar os factos sintáticos e
semânticos que acabamos de referir, cingindo-nos, como objectivo de simplificar a exposisâo, ao
uso da conjunçâo coordenativa copulativa e comparemos as seguintes frases.

Ex:

 A Rita comprou um carro.


 A Rita e o Paulo compraram um carro.

Confirmando o que dissemos sobre a sintaxe destas estruturas, vemos que, na segunda frase, a
função sintáctica de sujeito é desempenhada pelo sintagma nominal a Rita e o Paulo. Assim
sendo, podemos dizer que os sintagmas nominais a Rita da primeira frase e a Rita e o Paulo da
segunda são equivalentes no que respeita a função sintática.

No plano semântico, a frase A Rita comprou um carro é ambíguia, na medida em que pode
significar que o Paulo e a Rita compraram um carro juntos ou cada um comprou o seu carro.

Assim sendo, podemos considerar que a conjução coordenativa e está a desempenhar uma de
duas funções: ou esta permitir a refrencia a uma entidade coletiva formada apartir das entidades
Rita e Paula, entidade essa que é o comprador de um carro- leitura grupal-, ou esta a permitir
que a propriedade de comprar um carro se aplique tanto a Rita como ao Paulo, tomados
independentimente um do outro-leitura distribuitiva.

Essas duas possibilidades de interpretação semântica restringem-se a coordenação de sintagmas


nominais.
Segundo Casteleiro (1995) as orações disjuntivas são de dois tipos: umas apresentam, em geral,
opções que se excluem, outras,não.As que apresentam opções que se excluem são denominadas
verdadeiras disjuntivas ou alternativas, e as que não apresentam opções que se excluem
denominam-se distributivas.

As conjunções que regem as verdadeiras disjuntivas são ou…ou ( eventualmente apenas


ou). Os coordenadores que regem as distributivas são nem…nem, ora…ora e certas formas de
origem verbal como quer…quer, seja…seja, e outras (por exemplo tanto… como…,etc).

Eix alguns exemplos de um tipo e de outro:

 Ou se descobrem novas formas de energia, ou a civilizaçãõ industrial para.


 Esse candidato vai ganhar as eleições, quer elas sejam antecipadas, quer sejam adiantas,
(quer se mantenham na data prevista).
 Seja Benfica a jogar, seja o porto a representar o pais, a vitoria sera de Portugal.

Atraves desses exemplos pode ver-se que as orações regidas pelas formas de origem verbal
quer..quer… e seja..seja, a apresentam comportamento sintáctico diverso entre si e ainda
relativamente a ou…ou ( ou nem…nem).

Assim quer…quer são compatives com formas finitas do verbo ser, mas seja…seja… so
adimitem o infinitiva.Neste sentido quando quer se combinar com seja esta forma readire o seu
valor verbal plena.

A origem verbal da forma quer esta bem patente no facto de ela so ser compativel com o
conjuntivo.Por sua vez, o valor verbal de seja esta patente na exigencia de concordancia com o
sujeito da oração.

 *Seja esses clubes a jogar (em)


 Sejam esses clubes a jogar(em).

Por outro lado as orações disjuntivas regidas pelas formas correlatas quer…quer e seja…seja
exigem a presença de uma oração coordenante colocada antes ou depois delas e a qual de certo
modo de subordinam pelo menos em termos logico-semânticos.

Pelo contrário as oraçõs disjuntivas regidas de ou…ou … nem…nem… e ora …ora… não
dependem de nenhuma oração coordenante.
Alem do valor de negação contido em nem…nem … existe entre esta e ou…ou uma diferença
importante já assinalada anteriormente.

Assim no caso de ou…ou…se uma oração é verdadeira a outra tem de ser falsa e vice
versa.No caso de nem…nem … so podem ser ambas falsas.Com ora…ora… todas possibilidades
são admitidas por isso se diz, como vimos anteriormente que ou e ou são disjuntivas plenas e as
outras são distribuitivas.

A coordenação copulativa pode ser efectuada mediante outros conectores- muitos dos quais
constituidos por mais de uma unidade gráfica e por isso tradicionalmente designados locuções
conjuncionais- para alem de e. É, por exemplo, o caso de assim como, de bem como, de nem, e
das expressões descontinuas não so… mas também e tanto… como.

Particularidades da locução conjuncional nem

Nem

 O Paulo não conhece a Ana nem a Rita


 *O Paulo conhece a Ana nem a Rita
 Ninguem conhece a Ana nem a Rita
 *Venho almoçar nem venho jantar

Nem só pode ser usado quando ocorre, em posição apropriado, uma expressão com uma marca
negativa, como não ou ninguem. Quando este oprerador não está presente nem tem de ser
substituido pelo coordenador e seguido do operador de negação, isto é, pela sequencia e na.
Vejam-se as seguintes frases gramaticais, resultantes dessa substituição nas frases gramaticais
dadas acima:

 O Paulo conhece a Ana e não (conhece) a Rita


 Venho almoçar e não venho jantar

No respeita ao plano de significado, podemos dizer que o valor semantico da expressao


resultante de uma coordenação disjuntiva se pode definir infromalmente como uma alternatuva
entre os valores das expressoes coordenadas.Assim, em:

 Não sei se o proprietario pensa reconstruir o edificio ou deixa-lo arruinar-se.


Afirma-se que uma dada entidade referida por o proprietério está perante a alternativa de
reconstruir o edifico ou deixar o edifício arruinar-se, desconhecendo o enunciador as suas
intenções.Neste caso concreto, em vertude do conteudo proposicional os dois termos de
alternativa excluem-se mutuamente pelo que diremos que se trata de uma estrutura de
disjunção exclusiva.Outros exemplos de disjuncao exclusiva são os que temos nas frases
seguintes:

 O Paulo passa no exame ou tem de repetir o ano.


 So há duas hipoteses: ou o governo cai ou o governo mantem-se.

Casos existem, porem, em que os termos da alternativa não se excluem necessariamente são os
casos de estrutura de disjunção inclusiva. Como os que a seguir exemplificamos:

 Podes ouvir musica, ou ler, ou passear no jardim, ou fazer oque te der na real gana.
 Leva do que quiseres, peras ou maça

Na visao de Casteleiro (1995) desiganam-se como orações copulativas aquelas que implicam
uma relacao de coordenacao aditiva.Sao em geral, introduzidas pelas conjuncoes e e nem ( que
tem valor de negação sendo equivalente a e não ) e ainda por coordenadores correlatos do tipo
nem..nem…, não so… mas… tambem,etc. Eix alguns exemplos:

 As plantas não crescem e nem dão flores.


 As árvores não so cresceram mas tambem deram flores

1.2.5.6.Valores da conjunção copulativa e na visão de Rapouso (2013)

 Valor adversativo

Nos exemplos abaixo, as oracoes coordenadas por e apresentam um sentido adversativo,


podendo, por isso, receber uma interpretacao identica a da coordnacao adversativa com mas.

 Passo a vida a corre e estou sempre atrasada. ( mas estou sempre atrasada)
 Fui convidada para a afesta e não fiquei centente. ( mas não fiquei contente)
 Valor conclusivo

Em determinados contextos as oraçõs coordenadas por e assumem um valor conclusivo.

 Acabei a tarefa que tinha entre mãos e vou descansar. ( por isso vou descansar)
 Estava doente e não conseguia levantar-se da cama. ( portanto, não conseguia levanatr
ada cama)
 Valor condicional

As orações copulativas com e podem também expressar condicionalidade.

 Não fazes o que te peço, e fico zangada. (se não fazes oque peço, fico zangada.)
 Valor de sequencialidade temporal

As orações coodenadas mesmo sem a presença de um marcador temporal explícito, podem ainda
expressar a ordenação temporal dos acontecimentos, quando denotam situações que são, pelo seu
conteúdo, facilmente entendidas como sequenciais. Notemos os exemplos a seguir, em que está
implícito o valor temporal dos advérbios.

 Vimos a Maria e dirigimo-nos ao café da esquina. (vimos a Maria e (depois) dirigimo-


nos ao café da esquina)
 Peguei na mala e entrei no autocarro. ( Peguei na mala e (de seguida) entrei no autocarro)

1.2.5.7.Orações adversativas

Segundo Casteleiro (1995) são aquelas em que a relaçõo de coordenação é de oposição ou


contraste.As conjunções que as introduzem são mas e e ( esta, em certos casos, como já vimos).

A essas conjunções devem acrescemtar-se adverbios coordenadores e locuções adverbiais do


mesmo tipo, como, por exemplo, porem, contudo, todavia, no entanto, entretanto, não obstante,
entre outros.Repare-se que essas formas adverbiais podem, alias, combinar-se com mas e e . Eix
alguns exemplos:

 Ontem ficamos em casa, mas hoje, contudo ( entretanto,porem, todavia etc, ), saimos.

As conjunções mas e e devem ocupar o inicio da frase coordenada.As outras formas adversativas
já mencionadas gozam de grande mobilidade na oração.

 Mostrámos-lhes as dificuldades existentes, contudo ( entretanto,etc), os rapazes não


ligaram.
 Mostramos-lhes as dificuldades existentes, os rapazes não ligaram,
contudo( entretanto,etc).

Das duas posições posições mencionadas nestes exemplos a ultima ( em fim de oração ) é, sem
duvidas, a menos boa mas aceitavel, contudo.

1.2.5.8.Condições para a boa formação das construções coordenadas copulativas e


disjuntivas

Condição de compatibilidade entre os constituintes coordenados, é aplicável em todos casos.

Essa condicao pressupoe que nem tudo pode ser coordenado numa lingua natural.Existem, de
facto, incompatibilidades, que podem sertanto de ordem semantica como de ordem sintactica.
ilustraremos em seguida os exemplos que denotam a incompatibilidade semântica:

 O Paulo é o nosso candidato e continuará a sê˗lo.


 *O Paulo é o nosso candidato e passará a sê˗lo.

Vejamos que o primeiro exemplo, é de uma incompatibilidade que poderemos considerar


semântico-sintáctica e o segundo de uma incompatibilidade estritamente sintáctica:

 *Este rapaz é americano e o professor de ingles da minha irma.


 *O Paulo acha que a Ana simpatica e que a Rita é antipática.

Condição de preservação de propriedades semânticas ou sintacticas dos constituintes


coordenados, diz respeito a coordenação de expressões predicativas (verbais, adjectivais ou
nominais):

*A Sara dirigiu-se e falou com o director.

O que acontece nesta frase é que se pretende que o sintagma preposicional com director funcione
como argumento simultaneamente do predicado verbal dirigir-se e do predicado verbal falar.
Uma estratégia de otencao de uma estrutura gramatical é a pronominalização:

 A Sara dirigiu-se ao director e falou com ele.

Condição de observação de restrições aplicáveis aos constituintes coordenados- diz respeito


aos casos em que a estrutura coordenada é selecionada por uma expressao predicativa.
Observemos a seguinte frase, que apresenta uma coordenação de sintagmas preposicionais que
consideramos malformada:

*O Paulo está ansioso por ir para férias e em passar os dias de papo para o ar.

A razão por que nesta frase se viola esta condição reside no facto de no argumento interno do
predicador ansioso, se coordenarem dois sintagmas preposicionais, dos quais apenas um é
introduzido pela preposição requerida para esse argumento, isto é, por . Gramaticais são as
seguintes:

 O Paulo está ansioso por ir para férias e por passar os dias de papo para o ar.
 O Paulo está ansioso por ir para férias e passar os dias do papo para o ar.

1.4. Elipse ;;

Segundo Mateus el all (2003) a coordenação é um dos domínios em que privilegiadamente a


elipse opera.A elipse tem como finalidade eliminar a informação reduntante: a informação já
dada no primeiro menbro coordenado é alvo de elipse.Como podemos notar nos seguintes
exemplos:

 O Paulo apresentou uma proposta aos colegas durante a reunião e a Ana também
apresentou uma proposta aos colegas durante a reunião.
 O Paulo apresentou uma proposta aos colegas durante a reunião mas a Ana não
apresentou uma proposta aos colegas durante a reunião.

A não omissão dos elementos idênticos nas estruturas de coordenação é interpretada como um
processo enfático, que veincula uma informação menos precisa do que a das estruturas elípticas
correspndentes, na medida em que não destaca informação nova que seria a realizada nas
estruturas abaixo.

Esta tensão entre não redundância e caracter informativo está presente em todas as
estrututuras de coordenação elípticas e não elípticas assim, uma frase como :*O Paulo apresentou
a proposta e a Ana. Não é redundante, mas é suficientemente informativa.
A coordenação dos dois SNs da frase acima produz uma interpretação pragmaticamente anámala
( apresentar uma proposta é uma situação diversa de apresentar uma pessoa), mas não há
indicações formais que mostrem que os constituintes a coordenar são as frases.Pelo contrário em
"O Paulo apresentou a proposta e Ana também e O Paulo apresentou a proposta e a Ana não "
são exemplos não reduntantes e informativos: em ambos os casos o conteudo do predicado do
segundo termo coordenado é estabelecido pelo primeiro, e a presença dos advérbios também e
não indica que exite um predicado elíptico denotativamente idêntico como podemos ver em O
Paulo apresentou a proposta e Ana também ou disjunto em O Paulo apresentou a proposta e a
Ana não relativamente ao predicado realizado do primeiro menbro coordenado.

1.5.Anáfora

Segundo Mateus (2003) na retórica, a anáfora é considerada uma figura de estilo que consiste na
repetiçã de uma palavra ou de um grupo de palavras no início de enunciados sucessivos, visando
enfatizar tal expressão:

 A escola informa; a escola trnasmite conteúdos; a escola não ensina a raciocinar.

Na linguística moderna, o conceito de anáfora não é uniforme, tendendo, de qualquer modo, a ser
visto como o processo que consiste em utilizar uma forma linguística ou um vazio para remeter
para algo que foi dito anteriormente neste caso o antecedente.

1.5.1.Anáfora nominal

 Sentou-se uma rapariga ao meu lado no teatro; esta rapariga era minha vizinha e
começamos a conversar.
 O meu irmão chegou de férias, aquele querido.

1.5.2.Anáfora pronominal

 O teu irmão chegou de férias; ele / [-] vinha moreno e satisfeito.


 As testemunhas disseram que elas / [-] tinham visto o rebentamento do pneu.

1.5.3.Anáfora atraves do quantificador todos, tudo e outras expressões de síntese

 Mulheres, crianças, velhos, todos são atingidos pelas minas.


 Naquele verão houve o ataque, falêcias, acidentes; tudo contribuiu para o nosso
desalento.

1.5.4.A Anáfora atraves de demonstrativos invariáveis- o ou isso

 As pessoas que fogem aos impostos fazem isso deliberadamente.


 A Rita quer ser pianista e a amiga quer se-lo também.

1.5.5.Anáfora atraves de elipse

 Gosto da tua casa mas prefiro a minha [-]


 Não podes resolver esse problema sozinha, mesmo que queiras [-]
 Mesmo que queiras [-], não podes revolver esse problema.

Nos dois primeiros exemplos ilustram casos distintos de elipse, no terceiro exemplo o vazio
substitui o nome casa, sendo um caso típico de elipse nominal, e por fim o último exemplo
ilustra um caso de elipse do SV, tendo o bazio o valor de resolver esse problema sozinha.

1.6.Processos de Enfatização

Segundo Casteleiro (1995) a ênfase é um processo de realçar um determinado constituinte da


frase.A ênfase pode ser expressa por meios fonéticos ou sintácticos.

Um meio sintáctico usual de realizar a ênfase consiste em alterar a ordem habitual de colação
das palavras na frase.

Se em vez da ordem habitual sujeito-verbo-complemento tivermos, por exemplo complemento-


sujeito-verbo o constituinte deslocado recebe um valor ênfatico.

Ex:

 O Paulo deixou esses livros em casa.


 Esses livros, o Pedro deixeou-os em casa.

O elemento deslocado recebe uma ênfase contrastiva.


Tal ênfase pode ser reforçada com outros meios sintácticos, como por exemplo com a expressão
é que.

Ex:

 Esses livros é que o Pedro deixou em casa.


 A feira é que vamos no proximo sábado.

As frases seguintes relevam meios usuais na linguagem locoquial de exprimir a ênfase.

Ex:

 Os meninos ficam é em casa.


 O que eles sabem é discutir.

Os constituintes enfatizados são os que se encontram a direita de é nos exemplos acima,


respectivamente, em casa e discutir, e entre é.

Repetição enfática

Segundo Rapouso (2013) num uso estilisticamente marcado, a coordenação adversativa marca a
repetição enfática de um adjectivo ou de um verbo, com a finaldade de reforçar alguma
propriedade que se atribuiu ao sujeito da predicação ou à entidade representada pelo nome
modificado (no caso de a repetição envolver um adjectivo atribuitivo, como se ilustra abaixo):

 Essa crianca corre, mas corre (muito).


 O prédio era alto, mas (mesmo) alto.
 Uma noiva linda, mas (realmente) linda entrou na igreja.

Neste cuso, o segundo termo coordenado pode combinar-se com um advérbio quantificacional,
como muito, como mesmo ou realmente.O advérbio muito pode ele próprio ser coordenado
desde modo:

 Ele corre muito, mas (mesmo) muito.

Nesta construção, o contraste típico da coordenação adversativa advêm não de uma oposição
entre proriedades ou valores de verdade, mas sim da própria intensidade atribuída à propriedade
ou a actividade, intensidade essa sentida pelo falante como algo inesperado.
1.5.Coordenação e aposição

Segundo Mateus et all (2003) a coordenação distingue-se da aposição, um proceso que consiste
em justapor a sintagmas ou frases outros sintagmas e frases, materializando-se a conexão entre
essas unidades atraves da utilização de pausas e de uma entoação específica:

 O João, um amigo nosso, participou nessa expedição à Amazónia.


 A coroa sueca, disseram no telejornal, foi desvalorizada.
 O cometa Hele Bopp, que tem propiciado um magnífico espetáculo, continuará visívvel.

Os exemplos acima mostram que é possivel apor constituintes sem os coordenar:

 O João, um amigo nosso, participou nessa expedição à Amazónia: apresenta um aposto


nominal;
 A coroa sueca, disseram no telejornal, foi desvalorizada: exibe uma frase intercalada
 O cometa Hele Bopp, que tem propiciado um magnífico espetáculo, continuará visível:
apresenta uma frase relativa apositiva.

Em qualquel dos casos acima o aposto não pode ser substituido por um sintagama
coordenado:

 *O João, e/ ou um amigo nosso, participou nessa expedição à Amazónia


 *A coroa sueca, e / mas disseram no telejornal, foi desvalorizada
 *O cometa Hele Bopp, e que tem propiciado um magnífico espetáculo, continuará
visível

Por outro lado as frases que apresentaremos a diante mostram que a aposição é compatível com
a coordenação, embora a presença da conjunção copulativa seja facultativa.

 A Inglaterra, e talvez também a França, interveio no conflito armado nessa altura.


 A Inglaterra, talavez também a França, interveio no conflito armado nessa altura.

Em suma a aposição não pode ser reduzida a um caso de coordenação na medida em que
pode incluir processos de formação de unidades sintácticas complexas distintos da coordenação
e ser, inclusivamente, compatível com este.

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