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Língua Portuguesa para o INSS (Teoria e Exercícios)

Prof. Albert Iglésia


Aula 4 – Sintaxe das Orações do Período

Condicional. .....................................................................................19
Concessiva. .....................................................................................20
Comparativa. ...................................................................................20
Conformativa. ..................................................................................22
Proporcional .....................................................................................22
Final ...............................................................................................23
Temporal .........................................................................................23
Principais Conjunções Subordinativas ..................................................24
Orações Subordinadas Adjetivas............................................................29
Orações Adjetivas Restritivas e Explicativas .........................................29
Lista das Questões Comentadas .......................................................... 42
Gabarito das Questões Comentadas .................................................... 55

Introdução

De início, você deve observar que as orações surgem organizadas


em períodos. Um período pode ser classificado em simples ou composto.
Será simples quando contiver apenas uma oração (um verbo ou uma locução
verbal), caso em que a oração será dita oração absoluta.

Vive-se um momento social delicado.


Os alunos continuam estudando.

Será composto quando nele houver mais de uma oração, caso em


que as orações estarão articuladas em uma relação de igualdade
(coordenação) ou dependência (subordinação) sintáticas.

Eu vou à escola; você, à praia.

A primeira observação a ser feita sobre o exemplo acima é que o


verbo da segunda oração – “você, à praia” – foi substituído pela vírgula, já que
esta é uma das funções desse sinal de pontuação. A segunda, perceba, é que
as orações se equivalem sintaticamente, o que caracteriza a coordenação
entre elas. Note que na palavra “coordenação” existe o elemento “co”, que
traduz a ideia de igualdade, nivelamento. Em outras palavras, não há o
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exercício de uma função sintática (sujeito, objeto, adjunto adnominal etc.) por
qualquer das orações do período.

É necessário que vocês estudem.

A respeito da frase anterior, podemos dividi-la em duas orações: “É


necessário” e “que vocês estudem”. Alguém já deve ter percebido que o a
primeira oração é constituída por um verbo de ligação (SER) e por um termo
(“necessário”) que confere um atributo ao sujeito desse verbo. Mas onde está
o sujeito dele? Se você percebeu que o sujeito é a segunda oração (“que vocês
estudem”) está de parabéns! Caso contrário, sugiro que coloque a frase na
ordem direta:

Que vocês estudem é necessário.

Ficou melhor? Não?! Tente usar um velho e bom artifício: substitua


a oração “Que vocês estudem” pelo pronome ISSO, assim:

Isso é necessário.

Notou agora a função sintática de sujeito sendo exercida pela


oração “Que vocês estudem”? Pois é, quando uma oração desempenha alguma
função sintática na outra, dizemos que a relação entre elas é de
subordinação. Note que no vocábulo “subordinação” existe o prefixo “sub”,
tradutor da noção de posição abaixo, dependência.
Às vezes, em um mesmo período, as orações que o compõem
articulam-se de forma coordenada e, também, subordinada.

Eu disse que trabalho e estudo.

As duas últimas orações (“que trabalho e estudo”)


subordinam-se sintaticamente à primeira (“Eu disse”), complementando o
significado do verbo “disse” (o quê?), exercendo a função sintática de objeto
direto (isso). Não obstante, entre si mesmas, as duas últimas orações
estabelecem uma relação sintática coordenada. A terceira oração soma-se à
segunda para, juntas, indicarem o que foi dito. Logo, o período é misto, ou
seja, composto por subordinação e coordenação ao mesmo tempo.

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Bem, já que falamos na relação coordenada entre orações,


precisamos agora estudar as classificações e os valores semânticos de cada
uma delas. Além disso, devemos notar se essa articulação coordenada se dá
por meio de um conectivo ou não. Sendo a resposta afirmativa, teremos uma
coordenação sindética (o vocábulo síndeto significa conjunção) entre
orações. Caso a resposta seja negativa, estaremos de uma coordenação
assindética (sem conjunção).
Antes de averiguarmos detalhadamente tudo isso, quero propor um
teste a você. Tudo bem?

[...]
São pessoas de uma só família, que a obrigação do pai fez
7 sentar à mesma mesa.
Quanto ao gênero deles, não sei que diga que não seja
inútil. O livro está nas mãos do leitor. Direi somente que se há
[...]
Machado de Assis. Obra completa. Vol. II, Rio de Janeiro:
Nova Aguilar, 1994, p. 236. (com adaptações).

1. (Cespe/2014/TC-DF/Técnico em Administração) No trecho “Quanto ao


gênero deles, não sei que diga que não seja inútil” (l.8-9) a vírgula separa
orações coordenadas.

Comentário – Antes de qualquer coisa, prezado aluno, observe atentamente a


ausência de um verbo no segmento “Quanto ao gênero deles”. Então, é
descabido falar que “a vírgula separa orações”, sejam elas quais forem. Pronto,
acabou!
Resposta – Item errado.

Orações Coordenadas Assindéticas e Sindéticas

As orações coordenadas que se ligam uma às outras sem


conjunção são chamadas assindéticas. Diferentemente, as orações

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coordenadas sindéticas são conectadas por uma conjunção que recebe nome
semelhante ao da oração.

Lá estava, lá fiquei. (coordenada assindética, sem conjunção)


Sentou e olhou ao redor. (coordenada sindética, com conjunção)
Estudou, mas não passou. (coordenada sindética, com conjunção)

ATENÇÃO! 1 – Costuma-se chamar coordenada inicial a primeira oração de


um período composto por coordenação.
2 – O mesmo período pode ser composto por orações coordenadas
assindéticas e sindéticas.
“Vi, vim e venci.” (a segunda oração – “vim” – coordena-se à
primeira sem conjunção; a terceira – “e venci” – articula-se por meio da
conjunção “e”).

• Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas

a) Aditivas – indicam fatos sequenciais, dando a ideia de soma.


Ela falava, e eu ouvia.
Nossas crianças não fumam nem bebem.
Ele não só passou no concurso, mas também tirou o primeiro
lugar. (esta é uma estrutura aditiva enfática)

b) Adversativas – exprimem fatos opostos ao que se declara na


oração coordenada anterior; ideia de contraste.
Apressou-se, contudo não chegou a tempo.

Principais conjunções e locuções: mas, porém, todavia, entretanto, no


entanto, não obstante. Cuidado: senão, ao passo que, antes, em todo
caso (conforme Cegalla, 2008, pág. 290).

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[...]
7 Augusto Comte, teria a seguinte redação: “Ordem e um Novo
Progresso”. Essa renovação de ideias, entretanto, precisa do
apoio das novas gerações, pois o cenário mundial atual, e do
10 Brasil em particular, é muito diferente do registrado há duas
décadas, por exemplo. Na configuração geopolítica do século
[...]
João Campos. Uma nova educação para um novo
progresso. In: Revista Darcy, jun./2012 (com adaptações).

2. (Cespe/2014/ICMBio/Nível Médio) Sem prejuízo da correção gramatical do


texto, o termo “entretanto” (l.8) e o trecho “e do Brasil em particular”
(l.9-10), bem como as vírgulas que os isolam, poderiam ser excluídos do
período a que pertencem.

Comentário – Cabe ressaltar que a conjunção adversativa “entretanto” só


apareceu entre vírgulas por estar deslocada. Sua posição natural é no início da
oração. Já a expressão “e do Brasil em particular” tem natureza explicativa e
por isso também surgiu corretamente separada pelas vírgulas. No mais, fique
atento para o que disse o examinador: “Sem prejuízo da correção gramatical”.
Ele nada disse sobre alteração de sentido, certo? Portanto ele tem razão.
Observe o trecho reescrito já com as mudanças propostas: Essa renovação
de ideias precisa do apoio das novas gerações, pois o cenário mundial
atual é muito diferente do registrado há duas décadas, por exemplo.
Resposta – Item certo.

3. (Cespe/2014/ICMBio/Nível Superior) A expressão “no entanto” (l.20)


poderia ser substituída pelo vocábulo entretanto, sem que houvesse
prejuízo à correção gramatical e ao sentido do texto

Comentário – Agora a situação é outra. As conjunções destacadas são


permutáveis, por expressarem a mesma ideia adversativa. Não precisamos do
texto para saber isso.

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Resposta – Item certo.

[...]
A redação acima poderia ter sido extraída do editorial
7 de uma revista, mas é parte do texto O oxente e o ok, primeiro
lugar na categoria opinião da 4.ª Olimpíada de Língua
[...]
Língua Portuguesa, 1/2015. Internet: <www.revistalingua.uol.com.br> (com adaptações).

4. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) O elemento coesivo “mas” (l.7) inicia uma


oração coordenada que exprime a ideia de concessão em uma sequência
de fatos.

Comentário – A conjunção “mas” exprime ideia adversa ao que foi declarado


anteriormente.
Resposta – Item errado.

c) Alternativas – exprimem fatos que se alternam ou se excluem


mutuamente.

Ora respondia, ora ficava mudo.


Estarei lá, quer você permita, quer você não permita.

Principais conjunções: ou... ou...; ora... ora...; já... já...; quer... quer...;
seja... seja...

d) Conclusivas – expressam uma conclusão lógica que é obtida a


partir dos fatos expressos na oração anterior.

Ele estuda; passará, pois.


ATENÇÃO! A conjunção pois tem valor semântico conclusivo quando aparecer
após o verbo da oração em que surge. Antes dele, porém, ela integrará oração
de cunho explicativo.

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Principais conjunções e locuções: logo, pois, portanto, por conseguinte, por


isso, de modo que, em vista disso.

e) Explicativa – expressam a justificativa de uma ordem, suposição


ou sugestão.
Fique calmo, pois ele já vem.
Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas.

ATENÇÃO! Não devemos confundir explicação com causa, isto é, orações


coordenadas sindéticas explicativas com orações subordinadas adverbiais
causais. Uma explicação é sempre posterior ao fato que a gerou; uma causa é
sempre anterior à consequência gerada. Além disso, as orações explicativas
normalmente aparecem após frases imperativas ou optativas.
Principais conjunções: que, porque, porquanto, pois (antes do verbo da oração
explicativa)

OBSERVAÇÕES: 1 – “Não se deve classificar uma oração considerando


apenas a conjunção que a introduz.

Pediu-lhe a filha em casamento, e logo se arrependeu.

Apesar da conjunção ‘e’ ser normalmente aditiva, percebe-se que a segunda


oração é coordenada sindética adversativa; pois, nesse contexto, a conjunção
‘e’ apresenta valor de contraste, de oposição.” (João Domingues Maia)
2 – “Para a Nomenclatura Gramatical Brasileira, no entanto,
vale a forma. A conjunção ‘e’ é aditiva e fim. [...] felizmente, essa visão
limitada já está fora de moda. A classificação leva em conta o sentido efetivo.”
(Ulisses Infante e Pasquale Cipro Neto)
3 – “Há orações coordenadas assindéticas que possuem
claramente valor de sindéticas, porque apresentam um conectivo
subentendido.

Fiz o possível para prevenir-lhe o perigo; ninguém me ouviu.


Fale baixo: não sou surdo.

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A terceira oração do primeiro período (‘ninguém me ouviu’) e a segunda do


segundo período (‘não sou surdo’), apesar de formalmente assindéticas, já que
não apresentam conjunção, têm sentidos bem marcados: a primeira tem valor
semântico adversativo (equivale a ‘mas ninguém me ouviu’); a segunda,
explicativo (equivale a ‘pois não sou surdo’).
Por isso convém insistir em que você se preocupe mais com o
uso efetivo das estruturas linguísticas do que com discussões às vezes
intermináveis sobre questões de mera nomenclatura.” (Ulisses Infante e
Pasquale Cipro Neto, com adaptações).
Antes de passar adiante e tratar das orações subordinadas, quero
exemplificar o que foi dito anteriormente com uma questão de concurso
público.
Marque a alternativa em que se observa a mesma relação de sentido de adição
que se verifica entre as orações coordenadas em “Não nos deixeis cair em
tentação, mas livrai-nos do mal”.

a) Tem olhos, e não vê.


Tem boca, e não fala.
b) — Você pode viajar sozinha, mas apenas por uma semana.
c) Qualquer passo em falso, e você colocará tudo a perder!
d) A nova secretária era competente, mas principalmente responsável.

Comentário – Na alternativa A, as orações coordenadas introduzidas pela


conjunção “e” possuem claro valor semântico adversativo. Em B, a oração
“mas apenas por uma semana” expressa a condição para que o fato
mencionado anteriormente seja levado a efeito. A terceira alternativa
apresenta oração coordenada que traduz a consequência imediata da
realização do fato mencionado antes. Finalmente, é na última alternativa em
que encontramos oração coordenada (“mas principalmente responsável”) com
a mesma relação de sentido aditivo existente também na oração “mas livrai-
nos do mal”, no comando da questão.
Resposta – D

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Como você pode perceber, não devemos nos limitar à análise fria e
tradicional das conjunções durante o processo de classificação das orações. É
fundamental, antes, perceber a relação semântica existente entre elas.
A partir de agora, trataremos das orações subordinadas, que
podem exercer funções típicas de substantivos, advérbios e adjetivos.
Antes de estudarmos suas características e valores semânticos, apresentarei
um quadro-resumo delas.

Orações Subordinadas

Substantivas Adverbiais Adjetivas


1 – Subjetiva 1 – Causal 1 – Explicativa
2 – Predicativa 2 – Consecutiva 2 – Restritiva
3 – Objetiva Direta 3 – Condicional
4 – Objetiva Indireta 4 – Concessiva
5 – Completiva Nominal 5 – Comparativa
6 - Apositiva 6 – Conformativa
7 – Temporal
8 – Proporcional
9 – Final

Orações Subordinadas Substantivas

São aquelas que desempenham funções típicas de substantivos no


período simples. Elas podem surgir em duas formas:

1. desenvolvidas ligam-se à oração principal por meio das conjunções


subordinativas integrantes que e se, ou ainda por meio de um pronome
ou advérbio interrogativo.

É importante que estudemos com afinco. (conjunção integrante)


Perguntamos se voltará hoje. (conjunção integrante)
Ele quer saber que horas são. (pronome interrogativo)
Ele indagou quando será a prova. (advérbio interrogativo)

2. reduzidas apresentam verbo no infinitivo e podem ser introduzidas


por preposição.

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É importante estudar com afinco.


Pensou em omitir o fato, mas se arrependeu.

Subjetiva (equivale-se ao sujeito da oração principal)


É fundamental a sua opinião sobre o assunto.
É fundamental que você opine sobre o assunto.
É fundamental você opinar sobre o assunto.
O primeiro exemplo constitui-se de período simples. Nele há
apenas uma oração (um só verbo), cujo sujeito é a expressão a sua opinião
sobre o assunto. Colocando-se a frase na ordem direta, é mais fácil perceber
isso: A sua opinião sobre o assunto é fundamental.
Nos dois últimos exemplos, há períodos compostos, pois a
expressão inicial foi transformada em duas orações: uma na forma
desenvolvida (com a conjunção integrante que); outra na forma reduzida
(verbo opinar no infinitivo).

ATENÇÃO! Quando ocorre oração subordinada substantiva subjetiva, o verbo


da oração principal sempre fica na terceira pessoa do singular.

Estruturas típicas da oração principal nesse caso são:

1. verbo de ligação + predicativo é bom...; é conveniente...; é claro...;


está comprovado...; parece certo ...; fica evidente... etc.

É preciso que se adotem providências eficazes..


Parece estar provado que soluções mágicas não funcionam..

2. verbo na voz passiva sintética ou analítica sabe-se...; soube-se...;


comenta-se...; dir-se-ia...; foi anunciando...; foi dito... etc.

Sabe-se que a prova está próxima.


Foi dito que a prova será adiada.

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3. verbos como cumprir, convir, acontecer, importar, ocorrer, suceder,


parecer, constar, urgir etc. conjugados na terceira pessoa do singular.

Convém estarmos aqui.


Urge que tomemos uma decisão.

5. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) No trecho “É verdade que a CE


vem desenvolvendo novas formas políticas” (L.21-22), o emprego da
forma verbal singular “É” justifica-se pelo fato de essa forma verbal não
ter sujeito explícito.

Comentário – Deve chamar sua atenção a estrutura verbo de ligação +


predicativo (“É verdade”), como explicado no item 1 acima. Agora, uma
preciosa dica para classificar adequadamente as orações subordinadas
substantivas: substitua a oração “que a CE vem desenvolvendo novas formas
políticas” pelo pronome demonstrativo ISSO: É verdade ISSO. Se preferir,
reorganize tudo: ISSO é verdade. Ficou fácil identificar o sujeito da forma
verbal “É”, certo? Pois é, trata-se de um sujeito oracional e de uma oração
subordinada substantiva subjetiva.
Resposta – Item errado.

6. (Cespe/MP/Analista de Infraestrutura/2012) Seria mantida a correção


gramatical do período “É fato que os números absolutos impressionam”
(L.11-12), caso a preposição de fosse inserida imediatamente antes da
conjunção “que”.

Comentário – Estamos diante de uma estrutura típica de ORAÇÃO PRINCIPAL


(“É fato”: verbo de ligação + predicativo do sujeito) seguida de ORAÇÃO
SUBORDINADA SUBSTANTIVA SUBJETIVA (“que os números absolutos
impressionam”). Portanto não faz sentido empregar a preposição de antes da
conjunção integrante “que”. Não convém preposicionar o sujeito desse modo;
nem sequer existe algum verbo ou nome requerendo tal preposição.
Resposta – Item errado.

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[...]
Em 1808, os ventos começaram a mudar. A vinda
7 da Corte e a presença inédita de um soberano em terras
americanas motivaram novas esperanças entre a elite intelectual
luso-brasileira. Àquela altura, ninguém vislumbrava a ideia de
10 uma separação, mas se esperava ao menos que a metrópole
deixasse de ser tão centralizadora em suas políticas. [...]
Lucia Bastos Pereira das Neves. Independência: o grito que não foi ouvido. In: Revista
de História da Biblioteca Nacional, n.º 48, set./2009, p. 19-21 (com adaptações)

7. (Cespe/ANAC/Especialista em Regulação de Aviação Civil - Área 5/2012) A


oração “que a metrópole deixasse de ser tão centralizadora em suas
políticas” (L.10-11) exerce a função de complemento direto da forma
verbal “esperava” (L.10).

Comentário – Observe atentamente que estamos diante de uma estrutura


típica de voz passiva sintética (ou pronominal), com pronome apassivador “se”
e verbo transitivo direto “esperava”. Compare com o que eu disse no item 2
das “Estruturas típicas da oração principal”. Portanto a oração “que a
metrópole deixasse de ser tão centralizadora em suas políticas” (L.10-11)
funciona como sujeito (paciente) do verbo “esperava”.
Preliminarmente, a banca considerou o item certo, ou seja,
como objeto direto mesmo. Mas depois retrocedeu e mudou o gabarito.
Resposta – Item errado.

Objetiva Direta
Complementa o valor semântico do verbo transitivo direto da
oração principal, articulando-se com ela sem o intermédio de preposição
obrigatória.
Ressalte-se que, nas frases interrogativas indiretas, as orações
subordinadas substantivas objetivas diretas podem ser introduzidas pelas
conjunções subordinativas integrantes se ou que e, ainda, por pronomes
ou advérbios interrogativos.

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Tome cuidado porque as bancas examinadoras podem perguntar,


por exemplo, se “as palavras em destaque nos trechos abaixo possuem a
mesma classificação gramatical” e sublinhar, maliciosamente, dois vocábulos
introdutores de orações subordinadas substantivas objetivas diretas. Partindo
da ideia comum de que elas são iniciadas por conjunções integrantes, é
possível que algum candidato mais afoito diga “sim”, sem se dar conta de que
pode estar diante de uma conjunção integrante e um pronome interrogativo.

Todos sabemos que ele aceitará o convite.


como as coisas funcionam aqui.
onde fica a farmácia.
quanto custa o remédio.
quando acabam as aulas.
qual é a matéria da prova.

ATENÇÃO! Com os verbos deixar, mandar fazer (causativos), ver, sentir e


ouvir (sensitivos), ocorre um tipo especial de oração subordinada
substantiva objetiva direta:

Ouvi-os bater.
Deixe-me entrar.

As orações em destaque são reduzidas de infinitivo. E o mais interessante é


que os pronomes oblíquos átonos os e me são os sujeitos dos verbos no
infinitivo. Na Língua Portuguesa, esse é o único caso em que tais pronomes
desempenham tal função sintática.

8. (Cespe/IRBr/Diplomata/2012) No período “Que Demócrito não risse, eu o


provo” (L.20), o verbo provar complementa-se com uma estrutura em
forma de objeto direto pleonástico, com uma oração servindo de referente
para um pronome.

Comentário – A oração “Que Demócrito não resiste” (iniciada por uma


conjunção integrante) é subordinada substantiva objetiva direta. Por estar

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completiva nominal, o emprego da preposição suscita dúvidas. Há quem


defenda a obrigatoriedade do emprego da preposição. A Esaf, por exemplo, já
se manifestou a respeito no passado. Veja o item da prova de AFT/2003:

Na América Latina, por exemplo, “a integração global


aumentou ainda mais as desigualdades salariais”, e há uma
preocupação generalizada que o processo esteja levando uma
maior desigualdade no próprio interior dos países. Essa
desigualdade já alcançou os Estados em suas relações
assimétricas.

O item foi considerado errado também por causa da falta da preposição “de”:
...preocupação generalizada de que o processo... Mas não podemos ignorar a
argumentação daqueles que defendem a possibilidade de omissão da
preposição. O eminente Celso Pedro Luft, por exemplo, diz que “é viável a
elipse da preposição” (Dicionário Prático de Regência Nominal). O Cespe já
trilhou essa mesma linha. Analise atentamente o item seguinte
(TJ-BA/Oficial de Justiça/2005), que foi considerado correto pelo examinador.

“Não há dúvida de que, no início do século XXI, os EUA


chegaram mais perto do que nunca da possibilidade de
constituição de um império mundial”. Como na sequência há
um complemento oracional, a omissão da preposição "de" "não
há dúvida de que" também estaria de acordo com as
exigências da norma escrita culta.

Cegalla (2008:386) diz que “As completivas nominais são regidas de


preposição, a qual em certos casos pode ser omitida” (observe a contundência
da afirmação na primeira parte da frase). Ele não esclarece quais são os casos,
apenas dá um exemplo e nada mais: “Zé Grande tinha a impressão [de] que
estava voltando a ser criança”. Segundo Evanildo Bechara (2009:483-4),
“pode-se prescindir da preposição que inicia uma oração objetiva indireta ou
completiva nominal”. Ele apresenta dois exemplos: a) “ ‘...em que o avisava
[de] que em conselho se decidirá que o fossem cercar...’ ”; b) “...tive medo

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[de que] fosse ouvida...” (note que agora o conectivo também foi omitido).
Como se percebe, tudo depende do ponto de vista dos examinadores, até que
uma bibliografia seja definida no edital. Enquanto isso não acontece, devemos
analisar cuidadosamente todas as opções e marcar a melhor resposta.

Predicativa
Funciona como um predicativo do sujeito da oração principal; seu
valor semântico caracteriza, especifica, determina o sujeito dela. É de se notar
também a presença de um verbo de ligação na oração principal.
Nosso desejo era encontrares o teu caminho.
O triste é que não era uma planta qualquer.

Apositiva
Atua como aposto de um termo da oração principal e é marcada
pela pontuação (vírgula, dois-pontos). Seu significado amplia, explica,
desenvolve, resume o conteúdo da oração principal.

O boato, de que o presidente renunciaria, espalhou-se


rapidamente.
Só resta uma alternativa: encontrar o culpado.

Orações Subordinadas Adverbiais

Características
I. Têm valor semântico de advérbio (causa, tempo, condição,
finalidade etc.) e exercem função de adjunto adverbial em relação à oração
principal;

II. Desenvolvidas: possuem verbo no modo indicativo ou subjuntivo e


são introduzidas por conjunção;

III. Reduzidas: possuem verbo na forma nominal (infinitivo, gerúndio,


particípio).

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1 Empossado na prefeitura carioca, Negrão de Lima


arregalou os olhos quando os técnicos em urbanismo
informaram-lhe que havia oito milhões de ratos na cidade.
4 Perguntou: “Como é que vocês contaram?”

[...]
Carlos Heitor Cony. Folha de S.Paulo, 4/8/2013 (com adaptações).

9. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2014) Uma forma correta de


reescrita do trecho iniciado pela conjunção temporal “quando” (l.2) é a
seguinte: ao ser informado pelos técnicos em urbanismo que
existia oito milhões de ratos na cidade do Rio de Janeiro.

Comentário – Cuidado! O examinador tentou desviar seu olhar para o erro


contido na reescritura. A conjunção “quando” inicia uma oração subordinada
adverbial temporal desenvolvida (observe, além da própria conjunção, o verbo
“informaram”, que está conjugado no modo indicativo). A proposta da banca
substitui essa oração desenvolvida por uma reduzida de infinitivo: “ao ser
informado...” (observe a ausência da conjunção e o verbo “ser” no infinitivo).
Até aqui, tudo bem!
O erro surge sutilmente no emprego da forma verbal “existia”.
O verbo existir é pessoal, possui sujeito. Este é representado pelo termo “oito
milhões de ratos”. Portanto o verbo deveria ser flexionado no plural
(existiam) para concordar em número como o sujeito da oração.
Resposta – Item errado.

Classificações

Causal: expressa a causa do que se diz na oração principal.

Como não haviam combinado, uns cantavam em inglês e outros em


português. (Clarice Lispector)

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Consecutiva: apresenta a consequência do que se diz na oração principal.

Fiquei tão alegre com esta ideia que ainda agora me treme a pena na
mão. (Machado de Assis)

[...]
cadastros em lojas online. Lidamos com tantas combinações
10 desse tipo, que já se fala de uma nova categoria de estresse: a
“fadiga de senhas”. A solução para driblar o problema é o
[...]
Renata Valério de Mesquita. Você é a sua senha. In: Planeta, fev./2014 (com adaptações).

10. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2014) A oração


introduzida pela conjunção “que” (L.10) expressa ideia de consequência
em relação à oração anterior, à qual se subordina.

Comentário – Sim, é isso mesmo. A conjunção “que” é integrante (não


desempenha função sintática). Cuidado para não confundi-la com pronome
relativo (que introduz oração adjetiva e desempenha uma função sintática).
Resposta – Item certo.

Condicional: estabelece uma condição para que o fato expresso na oração


principal se realize.

Eu cantarei, se as Musas me ajudarem, a verdadeira história de


Elpenor. (Augusto Meyer)

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11. (Cespe/2014/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo) No segundo


quadrinho, a fala de Calvin é introduzida por uma oração condicional,
ponto de partida para o raciocínio de Calvin, que pode ser assim
esquematizado: Se A, então B.

Comentário – Sim, é isso mesmo. A primeira oração (“Se os ignorantes é que


são felizes” – “é que” é expressão de realce) constitui a condição para a
realização do que foi declarado na oração seguinte.
Resposta – Item certo.

Concessiva: expressa um fato que deveria impedir o acontecimento do que se


declara na oração principal.

[...] descobri-me, embora estivessem muitas pessoas na sala.


(Graciliano Ramos)

Comparativa: indica o segundo elemento de uma comparação.


Ele saiu da vida como quem sai de uma festa. (Cassiano Ricardo)

ATENÇÃO! Muitas vezes, o verbo da oração subordinada adverbial


comparativa está oculto.

As ideias marinhavam-lhe no cérebro, como em hora de temporal


[...]. (Machado de Assis)

Além disso, a oração à qual se subordina a oração comparativa pode


apresentar expressões como: mais, menos, pior, tal, tanto.

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12. (Cespe/TJ-RO/Analista Judiciário/Análise de Sistemas/2012) No que se


refere a aspectos morfossintáticos e semânticos do texto, assinale a opção
correta.

a) Na oração “que o governo popular” (L.8), que expressa uma


consequência, há elipse da forma verbal “exige” (L.7).
b) Os elementos “menos” (L.8) e “outras” (L.8) são modificadores de
intensidade relacionados ao núcleo nominal “virtudes” (L.8).
c) Sem contrariar o sentido original do texto e mantendo-se a correção
gramatical, a expressão “perante a autoridade da experiência” (L.2)
poderia ser reescrita da seguinte forma: perante ao reconhecimento
da autoridade dos mais experientes.
d) Na oração “a terceira é o pior de todos os governos” (L.7), o verbo
poderia ser suprimido e a vírgula, empregada no lugar dele, para indicar a
elipse.
e) Na linha 7, “se exige” corresponde a é exigido.

Comentário – Alternativa A: errada. A oração destacada é comparativa. O


autor do texto compara a exigência de virtudes feita pela aristocracia com a
que é feita pelo governo popular. O verbo realmente está elíptico: “que o
governo popular [exige]”. Mas isso não impede que a sentença esteja errada.
Alternativa B: errada. A ideia transmitida pelo elemento
“outras” é qualitativa, e não quantitativa.

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Alternativa C: errada. Perante já é preposição e, por isso,


dispensa outra preposição ao seu lado. Em “perante a autoridade”, o “a” é
artigo definido. Então, não é correta a sintaxe perante ao reconhecimento.
O a está sobrando no trecho.
Alternativa D: certa. A elipse do verbo pode muito bem ser
indicada por meio da vírgula. A compreensão da frase é facilitada pela
evidência do mesmo verbo na oração anterior. Veja: ...a segunda, a
aristocracia propriamente dita, é o melhor governo; a terceira, o pior de todos
os governos. A vírgula que substitui normalmente o verbo é chamada de
vírgula vicária.
Alternativa E: errada. Não confunda a estrutura “se exige”
com a flexão do verbo em voz passiva sintética. O “se” não é pronome
apassivador; é conjunção condicional. Veja o trecho com outra organização:
Contudo, se a aristocracia exige menos virtudes que o governo popular
[exige]... Outra dica legal é trocar o “se” por caso (com as devidas
adaptações): Contudo, caso exija a aristocracia menos virtudes que o governo
popular...
Resposta – D

Conformativa: a ideia expressa nela está de acordo com a que é dita na


oração principal.
Conforme nos mandara o sargento, ficamos passando um pelo outro.
(Mário Donato)

Proporcional: expressa um fato que se realiza proporcionalmente ao que se


diz na oração principal.

Quanto mais uma civilização é artista, mais ela se afasta da natureza.


(Graça Aranha)

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Final: indica a finalidade do que se diz na oração principal.

O fuzil foi passado de mão em mão, para que todos aprendessem os


quatro movimentos.

[...]
7 Todavia, as discussões sobre essa matéria ainda
aguardam decisão do Supremo Tribunal Federal, cujas teses se
dividem basicamente em duas: uma que defende a
10 inconstitucionalidade da lei, invocando o princípio de que
norma penalizadora mais dura não pode retroagir para
prejudicar o réu e ferir suposto direito adquirido [...]

Andeson de Oliveira Alarcon. As inovações eleitorais, a fichalimpa


e as eleições 2012. In: Escola Judiciária Eleitoral da Paraíba.
Internet: <www.tre-pb.gov.br> (com adaptações).

13. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) Nas linhas 11 e 12, os verbos


“retroagir”, “prejudicar” e “ferir” estão coordenados entre si e
subordinados à forma auxiliar “pode”.

Comentário – As relações não são bem essas que o examinador indicou. As


orações constituídas pelos verbos “prejudicar” e “ferir”, de fato, estão
coordenadas entre si por meio da conjunção aditiva “e”: “prejudicar o réu e
ferir suposto direito adquirido”. No entanto, tais orações mostram-se
subordinadas à oração constituída pela locução verbal “pode retroagir” e
funcionam como adjunto adverbial de finalidade. Observe ainda que, na
locução verbal, o primeiro verbo (“pode”) é o auxiliar; o segundo (“retroagir”),
o principal.
Resposta – Item errado.

Temporal: expressa o tempo em que ocorre o que se diz na oração principal.


Quando o semáforo abriu, ele tentou arrancar na bicicleta [...].
(Lourenço Diaféria)

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14. (Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/2012) As relações sintáticas do período


não seriam prejudicadas caso se substituísse “enquanto” (L.7) por ao
passo que.

Comentário – Considero esta questão difícil, pois não aprendemos isso


durante os muitos anos de estudo na escola nem em alguns cursos
preparatórios. O examinador deve ter se fundamentado na Nova gramática do
português contemporâneo (CUNHA & CINTRA, 2008, pág. 604). Leia com
atenção o que os gramáticos ensinam:

As [conjunções] PROPORCIONAIS iniciam uma oração


subordinada em que se menciona um fato realizado ou para
realizar-se simultaneamente com o da oração principal. São as
conjunções à medida que, ao passo que, à proporção que,
enquanto, quanto mais... mais , quanto mais... tanto mais,
quanto mais... menos, quanto mais... tanto menos, quanto

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menos... menos, quanto menos... tanto menos, quanto menos...


mais, quanto menos... tanto mais (...). [grifos meus]

Na página 623, existem os seguintes exemplos de orações


proporcionais:

a) “Choviam os ditos / ao passo que ela seguia pelas


mesas. /” e
b) “Duas ou três funcionárias aproximaram-se, / enquanto o
servidor / que fizera a pergunta / ia dando o fora. /”.

Esclareço que não encontrei a conjunção enquanto


classificada como adversativa nas gramáticas de Bechara, Cegalla e Celso
Cunha. Já a locução conjuntiva ao passo que consta em Cegalla (2008, pág.
290) também como adversativa.
Resposta – Item certo.

1 Em 2013, a oferta de emprego nas cidades do interior


de nove estados (São Paulo, Rio, Minas Gerais, Pernambuco,
Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul, Ceará e Pará) superou
4 expressivamente a das áreas metropolitanas desses estados, de
acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados, do Ministério do Trabalho e Emprego. E não
7 é fato episódico, mas uma nova tendência ou processo, pois,
desde 2010, cresce o peso do interior na contratação de mão de
obra formal, enquanto se reduz o peso das grandes capitais.
10 Há vários aspectos importantes nessa mudança do
vetor do emprego. Ela é registrada nos serviços, no comércio,
na construção civil e, ainda mais, na indústria. Neste segmento,
13 reforça-se a convicção de que o interior oferece não só melhor
condição de instalação de novas fábricas, como de contratação
do pessoal, que pode trabalhar perto da casa e da família, com

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16 menor custo de transporte e menor perda de tempo no


deslocamento entre a casa e o trabalho.
O Estado de S.Paulo, 6/3/2014 (com adaptações).

15. (Cespe/TJ-CE/Nível Médio/2014) Assinale a opção correta em relação às


estruturas linguísticas do texto acima.
a) A vírgula logo após “pessoal” (l.15) isola oração subsequente, que tem
natureza restritiva.
b) No trecho “a das áreas” (l.4) há elipse da palavra “cidade” logo após o
termo “a”.
c) Prejudicam-se a correção gramatical do período e suas relações sintáticas
ao se substituir “pois” (l.7) por qualquer um dos termos a seguir:
porquanto, já que, porque, visto que.
d) Alteram-se as relações sintáticas originais do período ao se substituir
“enquanto” (l.9) por ao passo que.
e) A palavra “vetor” (l.11) está sendo utilizada no sentido de direção,
orientação, sentido.

Comentário – Alternativa A: errada. A oração “que pode trabalhar perto da


casa e da família” tem natureza explicativa. Orações restritivas não podem ser
isoladas do termo a que se referem por meio da pontuação.
Alternativa B: errada. Logo após o termo “a” há elipse da
seguinte expressão: “oferta de emprego nas cidades”.
Alternativa C: errada. Não há prejuízo. Todos os conectivos
podem expressar o mesmo sentido de causa. Basta reler atentamente o
quadro acima.
Alternativa D: errada. Não há alteração. No texto, a conjunção
“enquanto” expressa proporcionalidade. A locução conjuntiva ao passo que
também pode indicar o mesmo sentido.
Resposta – E

Dizem que se conselho fosse bom ninguém daria, mesmo assim


eu arrisco um: não confunda as locuções conjuntivas à medida que e na
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Orações Subordinadas Adjetivas

As orações subordinadas adjetivas podem equivaler-se,


semanticamente, a adjetivos, ou seja, caracterizar um substantivo,
atribuindo-lhe qualidade, estado ou modo de ser. Sintaticamente, podem
exercer a função de adjunto adnominal de um termo da oração principal.
Observem:

Deve-se investir em soluções definitivas.


Deve-se investir em soluções que resolvam definitivamente os
problemas.

Comparando os dois exemplos acima, é fácil perceber que, no


segundo, a oração “que resolvam definitivamente os problemas”
discrimina o substantivo “soluções” e restringe o seu alcance semântico. Além
disso, exerce função idêntica à do adjetivo “definitivas” no primeiro exemplo:
ambas as expressões são adjuntos adnominais do substantivo “soluções”,
que é núcleo do objeto indireto.

ORAÇÕES ADJETIVAS RESTRITIVAS E EXPLICATIVAS

Na relação que estabelecem com o termo a que se referem, as


orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras distintas:
restringindo e individualizando esse termo ou simplesmente explicando,
realçando, amplificando uma informação sobre ele.

O jovem que estuda passa.


Oraç. Subord. Adj. Restritivas
O homem que luta vence.
O homem, que é mortal, almeja a vida eterna.
Oraç. Subord.
Cristo, que é filho de Deus, morreu por nós. Adj. Explicativas

No primeiro caso, as orações adjetivas equiparam-se a verdadeiros


adjetivos restritivos (aqueles cujos valores semânticos não constituem um
atributo inerente a todo e qualquer ser de mesma natureza): nem todo jovem
passa (apenas o que estuda); nem todo homem vence (somente o que luta).

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Elas funcionam como adjuntos adnominais e não podem ser separadas do


substantivo por vírgulas.
No segundo caso, as orações adjetivas têm valor semântico
explicativo, pois expressam uma característica intrínseca, essencial ao termo a
que se referem: todo homem é mortal; Cristo é filho de Deus. Por não
influenciarem o significado do termo a que se referem, podem ser retiradas da
frase ou ficar separadas do substantivo pela pontuação sem implicar alteração
semântica. Sendo assim, elas se assemelham a um aposto explicativo.

[...]
A crescente e constante ampliação da escolaridade feminina
tem contribuído para ampliar o espaço de atuação das
mulheres no mercado de trabalho também em profissões
16 que, historicamente, têm sido consideradas como espaços
masculinos. As profissões científicas e tecnológicas inserem-se
nesse contexto. Essas carreiras estão associadas a
19 conhecimentos de ciência e tecnologia cuja construção
histórica e social foi marcada por exclusões de gênero que
resultaram em campos com predominância masculina, seja pelo
22 perfil de gênero dos seus profissionais, seja pela forma como
seus conhecimentos se desenvolveram, estruturaram-se ou se
organizaram. A baixa participação feminina, nesse universo,
25 ainda é uma realidade, particularmente na Engenharia. A
reduzida presença de mulheres é um fenômeno que pode ser
visto como corolário da baixa presença feminina em cursos
28 superiores dessa área.
Nanci Stancki Silva. Engenharias no Brasil: mudanças no perfil de
gênero? Internet: <www.fazendogenero.ufsc.br> (com adaptações).

16. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) As orações


“que, historicamente, têm sido consideradas como espaços masculinos”
(l.16-17) e “que resultaram em campos com predominância masculina”

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(l.20-21) poderiam, mantendo-se a coerência do texto e a sua correção


gramatical, ser introduzidas por vírgulas, sendo, assim, interpretadas de
uma maneira não restritiva.

Comentário – As duas orações apontadas são adjetivas restritivas e,


portanto, possuem caráter restritivo. É importante notar que elas não são
separadas dos substantivos que especificam por meio de pontuação (vírgula,
por exemplo):
– “profissões que, historicamente, têm sido consideradas”;
– “exclusões de gênero que resultaram em campos”.

De fato, a inserção de vírgulas mudaria o caráter restritivo


delas para explicativo, porém afetaria o sentido original do texto.
Resposta – Item errado.

[...]

31 Então, sim, eu escolhi ser professor. É mesmo


comparável a colocar a cabeça dentro da boca de um leão ou
a qualquer outra coisa que os outros julgam louca, mas não
34 fazem ideia da emoção que causa. [...]
André da Cunha. Mas você vai ser professor? In: Revista Língua
Portuguesa, n.º 39, Escala Educacional, 2012 (com adaptações).

17. (Cespe/SEGER-ES/Analista Executivo/Direito/2013) O trecho “que os


outros julgam louca” (l.33) constitui uma oração coordenada.

Comentário – Na oração destacada pelo examinador, surge o pronome


relativo “que”. Se você tem dúvida da classe gramatical desse vocábulo, basta
substituí-lo pelo pronome relativo por excelência: o qual (com as devidas
variações de gênero e número) Se o teste der certo, então teremos realmente
um PR: ...É mesmo comparável a colocar a cabeça dentro da boca de um leão
ou a qualquer outra coisa a qual os outros julgam louca... Assim sendo, temos
uma oração subordinada adjetiva. Lembre-se de que o pronome relativo
introduz oração adjetiva e não coordenada.
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Resposta – Item errado.

1 Entre as iniciativas desenvolvidas pelo Ministério da


Integração Nacional (MI) por meio da Secretaria Nacional de
Irrigação está o programa Mais Irrigação, que prevê
4 investimentos de R$ 10 bilhões em recursos federais e em
parcerias com a iniciativa privada, para aumentar a eficiência
das áreas irrigáveis e incentivar a criação de polos de
7 desenvolvimento.

Internet: <www.integracao.gov.br> (com adaptações).

18. (Cespe/2013/MI/Assistente Técnico Administrativo) A oração subsequente


à expressão “Mais Irrigação” (l.3) tem natureza restritiva.

Comentário – Você observou a vírgula separando as orações? Ela tem um


papel importante, pois indica que a oração subsequente tem natureza
explicativa. Relendo atentamente a passagem, constata-se que essa oração
não influencia o significado do termo a que se refere (“o programa Mais
Irrigação”) e pode ser retirada da frase sem implicar alteração semântica.
Resposta – Item errado.

19. (Cespe/MTE/Contador/2014) No trecho “Não são poucos os chefes que


não sabem como tratar um tema que envolve seus subordinados” (l.3-4),
há duas orações de natureza restritiva, uma referente a “os chefes” e
outra a “um tema”.

Comentário – Sim, é verdade. Primeiramente, faça o seguinte teste:


substitua o “que” por “o qual” (e suas variações) para se certificar da
existência do pronome relativo. Veja: “Não são poucos os chefes os quais não
sabem como tratar um tema o qual envolve seus subordinados”. Agora
perceba que as orações introduzidas pelos pronomes relativos não estão
separadas por meio de vírgula.

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Resposta – Item certo.

1 As obras de dragagem objetivam remover os


sedimentos que se encontram no fundo do corpo d'água para
permitir a passagem das embarcações, garantindo o acesso ao
4 porto. [...]

Internet: <www.antaq.gov.br> (com adaptações).

20. (Cespe/Antaq/Nível Médio/2014) A oração “que se encontram no fundo do


corpo d'água” (L.2) tem função restritiva.

Comentário – Trata-se de uma informação que restringe o significado dos


sedimentos mencionados no texto. Portanto a oração é realmente (adjetiva)
restritiva.
Resposta – Item certo.

[...]
13 de comunicação. O histórico dos crimes cibernéticos, por sua
vez, remonta à década de 70, quando, pela primeira vez, foi
definido o termo hacker, como sendo aquele indivíduo que,
16 dotado de conhecimentos técnicos, promove a invasão de
sistemas operacionais privados e a difusão de pragas virtuais.
Artur Barbosa da Silveira. Os crimes cibernéticos e a Lei nº 12.737/2012.
In: Internet: <www.conteudojuridico.com.br> (com adaptações).

21. A oração “que, dotado (...) pragas virtuais” (l. de 15 a 17) é de natureza
restritiva.

Comentário – Cuidado, pois a questão é perigosa! As vírgulas que separam o


termo “dotado de conhecimentos técnicos” podem confundir você. Basta
retirá-lo para notar mais claramente o valor restritivo da oração iniciada pelo
pronome relativo “que”: “...como sendo aquele indivíduo que promove a

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antes, a exploração das relações semânticas estabelecidas entre as orações


que compõem um período. Portanto não se deixe influenciar simplesmente
pela conjunção empregada (ou não). Além dessa análise inicial, observe ainda
o sentido da frase.

[...]
Desenvolvimento Florestal (IBDF). Em 1973, foi criada a
16 Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA). Mas foi a Lei
da Política Nacional de Meio Ambiente, de 1981, que
estabeleceu a estrutura formal do Sistema Nacional do Meio
19 Ambiente (SISNAMA), integrado por órgãos federais,
[...]
Adriana Ramos. Política ambiental. In: Almanaque Brasil
socioambiental. São Paulo: ISA, 2008 (com adaptações).

22. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2013) A oração “que estabeleceu a


estrutura formal do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA)”
(L.17-19) classifica-se como adjetiva explicativa, o que justifica o fato de
estar empregada entre vírgulas.

Comentário – Esta é uma questão considerada difícil por muitos candidatos.


Muita gente ainda está sem entender o porquê do erro. Adianto a você que
estamos diante de uma locução de realce: “foi... que”. Esse “que” não
desempenha nenhuma função sintática. Logo não pode ser considerado
pronome relativo. Consequentemente, a oração não pode ser adjetiva (nem
restritiva, nem explicativa). Para entender melhor o caso, você precisa ler o
que dizem os gramáticos Cunha e Cintra:

“[A expressão ‘é que’] é uma construção fixa, que não deve


ser confundida com outra semelhante, mas móvel, em que o
verbo ser antecede o sujeito e passa, naturalmente, a
concordar com ele e a harmonizar-se com o tempo dos outros
verbos.

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Compare-se, por exemplo, ao anterior o seguinte exemplo:

‘José é que trabalhou, mas foram os irmãos que se


aproveitaram do seu esforço.’

Ou este:

‘Foi José que trabalhou, mas os irmãos é que se aproveitaram


do seu esforço.’.”

Agora, resta-nos reescrever a passagem do texto da prova


para constatarmos que a locução “foi... que” de fato é expletiva, podendo ser
retirada da frase sem ocasionar problema: Mas __ a Lei da Política Nacional de
Meio Ambiente, de 1981, __ estabeleceu a estrutura formal do Sistema
Nacional do Meio Ambiente... Notou as lacunas? Elas correspondem aos
elementos que compõem a locução “foi... que”.
Resposta – Item errado.

23. (Cespe/IFB/Cargos de Nível Médio/2011) Considerando-se apenas o


trecho “Viver em ambiente sem gravidade faz coisas curiosas com o
corpo” (L.1-2), não se pode determinar, do ponto de vista sintático, o
sujeito da forma verbal “faz”.

Comentário – Quando o examinador diz “do ponto de vista sintático”, ele não
está preocupado com o aspecto semântico, ou seja, não importa para ele a
identificação do ser responsável pela ação verbal. Nesse caso, vale mesmo é a
relação estabelecida entre os termos e as orações do período.
Assim sendo, é importante notar que a oração “Viver em
ambiente sem gravidade” funciona como sujeito (oracional) do verbo da
segunda oração: “faz” (repare a flexão em terceira pessoa do singular).
Resposta – Item errado.

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[...]

24. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Médio/2011) Seria mantida a relação


sintático-semântica entre as orações que compõem o terceiro período do
texto ao se substituir “uma vez que” (L.9) por qualquer um dos termos a
seguir: porque, porquanto, já que, visto que, conquanto.

Comentário – A locução conjuntiva “já que” integra o rol das típicas


conjunções subordinativas adverbiais que exprimem valor semântico de causa.
Semelhantemente, as conjunções (ou locuções) porque, porquanto, já que e
visto que também. Mas a conjunção conquanto, diferentemente, integra o
conjunto das conjunções subordinativas adverbiais concessivas. Isso altera a
relação sintático-semântica apontada pelo examinador.
Resposta – Item errado.

No lugar de alta carga tributária e estrutura de impostos


inadequada, o país deve priorizar investimentos que expandam
16 a produção e contribuam simultaneamente para o aumento de
produtividade, como é o caso dos gastos com educação. É dessa
forma que são criadas boas oportunidades de trabalho,
19 geradoras de renda, de maneira sustentável.
O Globo, Editorial, 12/7/2010 (com adaptações).

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25. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) A ausência de vírgula logo após


o termo “investimentos” (L.15) permite concluir que, segundo o autor do
texto, é necessário que, no Brasil, sejam priorizados investimentos
voltados para a expansão da produção e para o aumento da
produtividade.

Comentário – A ausência de vírgula faz surgir orações (subordinadas


adjetivas restritivas) que limitam e distinguem o alcance semântico do
substantivo “investimentos”. Caso uma vírgula fosse empregada, as orações
teriam natureza semântica explicativa.
Resposta – Item certo.

26. (Cespe/STM/Analista Judiciário/Execução de Mandados/2011) Entre as


orações que compõem o período “não é preciso trabalhar com esses
temas, ou sequer saber que existem” (L.14-15) estabelece-se uma
relação sintático- semântica de alternância.

Comentário – Que bela questão! Muitos candidatos erraram a resposta


porque se deixaram levar pela aparência. Em outras palavras, eles viram a
conjunção “ou” articulando as orações e prontamente concordaram com o
argumento do examinador, sem analisar a real relação existente entre os
segmentos.
A ideia é a seguinte: não é preciso trabalhar com esses
temas nem ao menos saber que eles existem. Ficou melhor assim? Deu para
perceber que a conjunção “ou”, no contexto, tem valor semântico de adição,
como a conjunção nem? Vou escrever de outra forma: não é preciso trabalhar
com esses temas e também não é preciso saber que eles existem. Então, o
que você me diz agora?
Resposta – Item errado.

Cinco curiosidades sobre Erasmo de Rotterdam (1467-1536)

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1 Nos primeiros anos como seminarista, em Bois le Due,


na Holanda, Erasmo dedicou-se mais à pintura e à música do
que à filosofia e à religião.
[...]
Filosofia, nº 28, Escala Educacional, 16
(com adaptações)

27. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) Na construção “mais à


pintura e à musica do que à filosofia e à religião” (L.2-3), o vocábulo
“que” introduz oração restritiva com verbo elíptico.

Comentário – Vocábulo que introduz oração (adjetiva) restritiva é pronome


relativo. Na qualidade de pronome relativo, o que pode muito bem ser
substituído por o/a qual, o que não é possível na passagem apresentada:
...Erasmo dedicou-se mais à pintura e à música da qual à filosofia e à religião
(estranho, não é?). Na verdade, o que é uma conjunção subordinativa que
introduz oração adverbial com valor semântico de comparação. E é nas
orações comparativas que o verbo costuma vir oculto. Observe: ...Erasmo
dedicou-se mais à pintura e à música do que se dedicou à filosofia e à
religião.
Resposta – Item errado.

28. (Cespe/Correios/Agente de Correios/Carteiro/2011) Assinale a opção


correspondente ao trecho em que há mais de uma oração.

(A) “Aposto que ela vai adorar.”


(B) “Vou mandar um cartão de dia dos namorados para a Susi Derkins.”
(C) “Ela é uma gatinha.”
(D) “Eu fiz um coraçãozão vermelho.”
(E) “Agora vou botar renda em volta.”

Comentário – Para haver mais de uma oração, é necessário haver mais de


um verbo com sentido próprio (dois verbos, duas orações, três verbos, três
orações...) ou mais de uma locução adverbial.

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Alternativa A: “Aposto” = oração principal; “que ela vai


adorar” = oração subordinada substantiva objetiva direta. O conjunto “vai
adorar” é uma locução formada por verbo auxiliar + verbo principal. Note que
ela pode ser substituída por adorará.
Alternativa B: “Vou mandar” = locução verbal (Mandarei),
uma oração.
Alternativa C: “é” = um verbo, uma oração.
Alternativa D: “fiz” = um verbo, uma oração.
Alternativa E: “vou botar” = uma locução verbal (botarei),
uma oração.
Resposta – A

[...]
16 recolher. Não adiantou. Os protestos continuaram. A semana
terminou sem que estivesse claro o futuro político do maior
aliado dos Estados Unidos da América (EUA) no mundo árabe.
[...]
Juliano Machado e Letícia Sorg. O grito árabe
pela democracia. In: Época, 31/1/2011, p. 32 (com adaptações).

29. (Cespe/TJ-ES/Cargos de Nível Superior/2011) No desenvolvimento da


argumentação do texto, a oração “sem que estivesse claro o futuro
político do maior aliado dos Estados Unidos da América (EUA)” (L.17-18)
expressa circunstância de causa em relação à oração que a antecede.

Comentário – Não! A relação é de modo. Como a semana terminou? De


maneira isso aconteceu? Interessante é que a NGB não relaciona este tipo de
oração no rol das subordinadas adverbiais. Porém esclarecidos gramáticos –
como Bechara, Cegalla e Rocha Lima, por exemplo – percebem tal
circunstância. Veja dois exemplos colhidos em Bechara e Cegalla: Os
convidados saíram sem que fossem notados. Aqui viverás em paz, sem que
ninguém te incomode.

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Resposta – Item errado.

30. (Cespe/2014/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo) As orações


“onde é muito frio” (L.4) e “que banha o litoral” (L.10) têm natureza
explicativa, o que justifica o fato de estarem isoladas por vírgulas.

Comentário – Onde é pronome relativo e não deve ser confundido com


advérbio, pois agora ele retoma um substantivo antecedente (“montanhas”). O
que também é pronome relativo, pois substitui o antecedente “mar Negro”.
Como as orações introduzidas por esses dois pronomes estão entre vírgulas,
fica evidente o caráter explicativo de ambas as orações.
Resposta – Item certo.

Fique com Deus e até a próxima aula!

Albert Iglésia

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3. (Cespe/2014/ICMBio/Nível Superior) A expressão “no entanto” (l.20)


poderia ser substituída pelo vocábulo entretanto, sem que houvesse
prejuízo à correção gramatical e ao sentido do texto

[...]
A redação acima poderia ter sido extraída do editorial
7 de uma revista, mas é parte do texto O oxente e o ok, primeiro
lugar na categoria opinião da 4.ª Olimpíada de Língua
[...]

Língua Portuguesa, 1/2015. Internet: <www.revistalingua.uol.com.br> (com adaptações).

4. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) O elemento coesivo “mas” (l.7) inicia uma


oração coordenada que exprime a ideia de concessão em uma sequência
de fatos.

5. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) No trecho “É verdade que a CE


vem desenvolvendo novas formas políticas” (L.21-22), o emprego da
forma verbal singular “É” justifica-se pelo fato de essa forma verbal não
ter sujeito explícito.

6. (Cespe/MP/Analista de Infraestrutura/2012) Seria mantida a correção


gramatical do período “É fato que os números absolutos impressionam”
(L.11-12), caso a preposição de fosse inserida imediatamente antes da
conjunção “que”.

[...]
Em 1808, os ventos começaram a mudar. A vinda
7 da Corte e a presença inédita de um soberano em terras
americanas motivaram novas esperanças entre a elite intelectual

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luso-brasileira. Àquela altura, ninguém vislumbrava a ideia de


10 uma separação, mas se esperava ao menos que a metrópole
deixasse de ser tão centralizadora em suas políticas. [...]

Lucia Bastos Pereira das Neves. Independência: o grito que não foi ouvido. In: Revista
de História da Biblioteca Nacional, n.º 48, set./2009, p. 19-21 (com adaptações)

7. (Cespe/ANAC/Especialista em Regulação de Aviação Civil - Área 5/2012) A


oração “que a metrópole deixasse de ser tão centralizadora em suas
políticas” (L.10-11) exerce a função de complemento direto da forma
verbal “esperava” (L.10).

8. (Cespe/IRBr/Diplomata/2012) No período “Que Demócrito não risse, eu o


provo” (L.20), o verbo provar complementa-se com uma estrutura em
forma de objeto direto pleonástico, com uma oração servindo de referente
para um pronome.

1 Empossado na prefeitura carioca, Negrão de Lima


arregalou os olhos quando os técnicos em urbanismo
informaram-lhe que havia oito milhões de ratos na cidade.
4 Perguntou: “Como é que vocês contaram?”

[...]
Carlos Heitor Cony. Folha de S.Paulo, 4/8/2013 (com adaptações).

9. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2014) Uma forma correta de


reescrita do trecho iniciado pela conjunção temporal “quando” (l.2) é a
seguinte: ao ser informado pelos técnicos em urbanismo que
existia oito milhões de ratos na cidade do Rio de Janeiro.

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[...]
cadastros em lojas online. Lidamos com tantas combinações
10 desse tipo, que já se fala de uma nova categoria de estresse: a
“fadiga de senhas”. A solução para driblar o problema é o
[...]
Renata Valério de Mesquita. Você é a sua senha. In: Planeta, fev./2014 (com adaptações).

10. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2014) A oração


introduzida pela conjunção “que” (L.10) expressa ideia de consequência
em relação à oração anterior, à qual se subordina.

11. (Cespe/2014/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo) No segundo


quadrinho, a fala de Calvin é introduzida por uma oração condicional,
ponto de partida para o raciocínio de Calvin, que pode ser assim
esquematizado: Se A, então B.

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12. (Cespe/TJ-RO/Analista Judiciário/Análise de Sistemas/2012) No que se


refere a aspectos morfossintáticos e semânticos do texto, assinale a opção
correta.

a) Na oração “que o governo popular” (L.8), que expressa uma


consequência, há elipse da forma verbal “exige” (L.7).
b) Os elementos “menos” (L.8) e “outras” (L.8) são modificadores de
intensidade relacionados ao núcleo nominal “virtudes” (L.8).
c) Sem contrariar o sentido original do texto e mantendo-se a correção
gramatical, a expressão “perante a autoridade da experiência” (L.2)
poderia ser reescrita da seguinte forma: perante ao reconhecimento
da autoridade dos mais experientes.
d) Na oração “a terceira é o pior de todos os governos” (L.7), o verbo
poderia ser suprimido e a vírgula, empregada no lugar dele, para indicar a
elipse.
e) Na linha 7, “se exige” corresponde a é exigido.

[...]
7 Todavia, as discussões sobre essa matéria ainda
aguardam decisão do Supremo Tribunal Federal, cujas teses se
dividem basicamente em duas: uma que defende a
10 inconstitucionalidade da lei, invocando o princípio de que
norma penalizadora mais dura não pode retroagir para
prejudicar o réu e ferir suposto direito adquirido [...]

Andeson de Oliveira Alarcon. As inovações eleitorais, a fichalimpa


e as eleições 2012. In: Escola Judiciária Eleitoral da Paraíba.
Internet: <www.tre-pb.gov.br> (com adaptações).

13. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) Nas linhas 11 e 12, os verbos


“retroagir”, “prejudicar” e “ferir” estão coordenados entre si e
subordinados à forma auxiliar “pode”.

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14. (Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/2012) As relações sintáticas do período


não seriam prejudicadas caso se substituísse “enquanto” (L.7) por ao
passo que.

1 Em 2013, a oferta de emprego nas cidades do interior


de nove estados (São Paulo, Rio, Minas Gerais, Pernambuco,
Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul, Ceará e Pará) superou
4 expressivamente a das áreas metropolitanas desses estados, de
acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados, do Ministério do Trabalho e Emprego. E não
7 é fato episódico, mas uma nova tendência ou processo, pois,
desde 2010, cresce o peso do interior na contratação de mão de
obra formal, enquanto se reduz o peso das grandes capitais.
10 Há vários aspectos importantes nessa mudança do
vetor do emprego. Ela é registrada nos serviços, no comércio,

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na construção civil e, ainda mais, na indústria. Neste segmento,


13 reforça-se a convicção de que o interior oferece não só melhor
condição de instalação de novas fábricas, como de contratação
do pessoal, que pode trabalhar perto da casa e da família, com
16 menor custo de transporte e menor perda de tempo no
deslocamento entre a casa e o trabalho.

O Estado de S.Paulo, 6/3/2014 (com adaptações).

15. (Cespe/2014/TJ-CE/Nível Médio) Assinale a opção correta em relação às


estruturas linguísticas do texto acima.
a) A vírgula logo após “pessoal” (l.15) isola oração subsequente, que tem
natureza restritiva.
b) No trecho “a das áreas” (l.4) há elipse da palavra “cidade” logo após o
termo “a”.
c) Prejudicam-se a correção gramatical do período e suas relações sintáticas
ao se substituir “pois” (l.7) por qualquer um dos termos a seguir:
porquanto, já que, porque, visto que.
d) Alteram-se as relações sintáticas originais do período ao se substituir
“enquanto” (l.9) por ao passo que.
e) A palavra “vetor” (l.11) está sendo utilizada no sentido de direção,
orientação, sentido.

[...]
A crescente e constante ampliação da escolaridade feminina
tem contribuído para ampliar o espaço de atuação das
mulheres no mercado de trabalho também em profissões
16 que, historicamente, têm sido consideradas como espaços
masculinos. As profissões científicas e tecnológicas inserem-se
nesse contexto. Essas carreiras estão associadas a
19 conhecimentos de ciência e tecnologia cuja construção
histórica e social foi marcada por exclusões de gênero que

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resultaram em campos com predominância masculina, seja pelo


22 perfil de gênero dos seus profissionais, seja pela forma como
seus conhecimentos se desenvolveram, estruturaram-se ou se
organizaram. A baixa participação feminina, nesse universo,
25 ainda é uma realidade, particularmente na Engenharia. A
reduzida presença de mulheres é um fenômeno que pode ser
visto como corolário da baixa presença feminina em cursos
28 superiores dessa área.
Nanci Stancki Silva. Engenharias no Brasil: mudanças no perfil de
gênero? Internet: <www.fazendogenero.ufsc.br> (com adaptações).

16. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) As orações


“que, historicamente, têm sido consideradas como espaços masculinos”
(l.16-17) e “que resultaram em campos com predominância masculina”
(l.20-21) poderiam, mantendo-se a coerência do texto e a sua correção
gramatical, ser introduzidas por vírgulas, sendo, assim, interpretadas de
uma maneira não restritiva.

[...]

31 Então, sim, eu escolhi ser professor. É mesmo


comparável a colocar a cabeça dentro da boca de um leão ou
a qualquer outra coisa que os outros julgam louca, mas não
34 fazem ideia da emoção que causa. [...]
André da Cunha. Mas você vai ser professor? In: Revista Língua
Portuguesa, n.º 39, Escala Educacional, 2012 (com adaptações).

17. (Cespe/SEGER-ES/Analista Executivo/Direito/2013) O trecho “que os


outros julgam louca” (l.33) constitui uma oração coordenada.

1 Entre as iniciativas desenvolvidas pelo Ministério da


Integração Nacional (MI) por meio da Secretaria Nacional de
Irrigação está o programa Mais Irrigação, que prevê

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4 investimentos de R$ 10 bilhões em recursos federais e em


parcerias com a iniciativa privada, para aumentar a eficiência
das áreas irrigáveis e incentivar a criação de polos de
7 desenvolvimento.
Internet: <www.integracao.gov.br> (com adaptações).

18. (Cespe/2013/MI/Assistente Técnico Administrativo) A oração subsequente


à expressão “Mais Irrigação” (l.3) tem natureza restritiva.

19. (Cespe/2014/MTE/Contador) No trecho “Não são poucos os chefes que


não sabem como tratar um tema que envolve seus subordinados” (l.3-4),
há duas orações de natureza restritiva, uma referente a “os chefes” e
outra a “um tema”.

1 As obras de dragagem objetivam remover os


sedimentos que se encontram no fundo do corpo d'água para
permitir a passagem das embarcações, garantindo o acesso ao
4 porto. [...]
Internet: <www.antaq.gov.br> (com adaptações).

20. (Cespe/Antaq/Nível Médio/2014) A oração “que se encontram no fundo do


corpo d'água” (L.2) tem função restritiva.

[...]
13 de comunicação. O histórico dos crimes cibernéticos, por sua
vez, remonta à década de 70, quando, pela primeira vez, foi
definido o termo hacker, como sendo aquele indivíduo que,
16 dotado de conhecimentos técnicos, promove a invasão de
sistemas operacionais privados e a difusão de pragas virtuais.
Artur Barbosa da Silveira. Os crimes cibernéticos e a Lei nº 12.737/2012.
In: Internet: <www.conteudojuridico.com.br> (com adaptações).

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21. A oração “que, dotado (...) pragas virtuais” (l. de 15 a 17) é de natureza
restritiva.

[...]
Desenvolvimento Florestal (IBDF). Em 1973, foi criada a
16 Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA). Mas foi a Lei
da Política Nacional de Meio Ambiente, de 1981, que
estabeleceu a estrutura formal do Sistema Nacional do Meio
19 Ambiente (SISNAMA), integrado por órgãos federais,
[...]
Adriana Ramos. Política ambiental. In: Almanaque Brasil
socioambiental. São Paulo: ISA, 2008 (com adaptações).

22. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2013) A oração “que estabeleceu a


estrutura formal do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA)”
(L.17-19) classifica-se como adjetiva explicativa, o que justifica o fato de
estar empregada entre vírgulas.

23. (Cespe/IFB/Cargos de Nível Médio/2011) Considerando-se apenas o


trecho “Viver em ambiente sem gravidade faz coisas curiosas com o
corpo” (L.1-2), não se pode determinar, do ponto de vista sintático, o
sujeito da forma verbal “faz”.

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[...]

24. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Médio/2011) Seria mantida a relação


sintático-semântica entre as orações que compõem o terceiro período do
texto ao se substituir “uma vez que” (L.9) por qualquer um dos termos a
seguir: porque, porquanto, já que, visto que, conquanto.

No lugar de alta carga tributária e estrutura de impostos


inadequada, o país deve priorizar investimentos que expandam
16 a produção e contribuam simultaneamente para o aumento de
produtividade, como é o caso dos gastos com educação. É dessa
forma que são criadas boas oportunidades de trabalho,
19 geradoras de renda, de maneira sustentável.
O Globo, Editorial, 12/7/2010 (com adaptações).

25. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) A ausência de vírgula logo após


o termo “investimentos” (L.15) permite concluir que, segundo o autor do
texto, é necessário que, no Brasil, sejam priorizados investimentos
voltados para a expansão da produção e para o aumento da
produtividade.

26. (Cespe/STM/Analista Judiciário/Execução de Mandados/2011) Entre as


orações que compõem o período “não é preciso trabalhar com esses

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temas, ou sequer saber que existem” (L.14-15) estabelece-se uma


relação sintático- semântica de alternância.

Cinco curiosidades sobre Erasmo de Rotterdam (1467-1536)

1 Nos primeiros anos como seminarista, em Bois le Due,


na Holanda, Erasmo dedicou-se mais à pintura e à música do
que à filosofia e à religião.
[...]
Filosofia, nº 28, Escala Educacional, 16
(com adaptações)

27. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) Na construção “mais à


pintura e à musica do que à filosofia e à religião” (L.2-3), o vocábulo
“que” introduz oração restritiva com verbo elíptico.

28. (Cespe/Correios/Agente de Correios/Carteiro/2011) Assinale a opção


correspondente ao trecho em que há mais de uma oração.

(A) “Aposto que ela vai adorar.”


(B) “Vou mandar um cartão de dia dos namorados para a Susi Derkins.”
(C) “Ela é uma gatinha.”
(D) “Eu fiz um coraçãozão vermelho.”
(E) “Agora vou botar renda em volta.”

[...]
16 recolher. Não adiantou. Os protestos continuaram. A semana
terminou sem que estivesse claro o futuro político do maior
aliado dos Estados Unidos da América (EUA) no mundo árabe.
[...]
Juliano Machado e Letícia Sorg. O grito árabe
pela democracia. In: Época, 31/1/2011, p. 32 (com adaptações).

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29. (Cespe/TJ-ES/Cargos de Nível Superior/2011) No desenvolvimento da


argumentação do texto, a oração “sem que estivesse claro o futuro
político do maior aliado dos Estados Unidos da América (EUA)” (L.17-18)
expressa circunstância de causa em relação à oração que a antecede.

30. (Cespe/2014/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo) As orações


“onde é muito frio” (L.4) e “que banha o litoral” (L.10) têm natureza
explicativa, o que justifica o fato de estarem isoladas por vírgulas.

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