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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

Trabalho de Campo da Disciplina de Técnicas de Expressão em Língua Portuguesa

Tema: Relação de subordinação e coordenação

Estudante: Juvencio Fernando

Código de Estudante: 708223341

Nampula, Junho de 2022


Trabalho de Campo da Disciplina de Técnicas de Expressão em Língua Portuguesa

Tema: Relação de subordinação e coordenação

Trabalho de Campo a Ser Submetido ao


Instituto de Educação à Distância da
Universidade Católica de Moçambique - UCM
1º Ano.
Docente:

Nampula, Junho de 2022


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Índice
Introdução ............................................................................................................................................. 4
1. Contextualização sobre Relação de subordinação e coordenação ................................................ 5
1.1. Orações coordenadas................................................................................................................. 6
1.1.1. Orações coordenadas sindéticas ............................................................................................ 7
1.2. Oração subordinada........................................................................................................................ 8
1.2.1. Orações Subordinadas Adverbiais .............................................................................................. 8
1.2.2. Orações Subordinadas Adjectivas ............................................................................................. 10
1.2.3. Orações Subordinadas Substantivas.......................................................................................... 10
Conclusão............................................................................................................................................ 12
Referências bibliográficas ................................................................................................................... 13
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Introdução

O presente trabalho proposto na disciplina de Técnicas de Expressão em Língua Portuguesa, cujo


tema a Relação de subordinação e coordenação.

Ao se propor estudar as orações e buscar as diversas definições de coordenação e subordinação,


percebe-se que, muitas vezes, os conceitos encontrados se limitam a aspectos sintácticos. Desse
modo, objectiva-se, a partir de tais definições, demonstrar a importância de a esses aspectos
sintácticos se acrescentarem os semânticos e os pragmáticos, considerando que a língua não só
transmite informações, mas também estabelece ligação com o contexto, seja ele verbal ou não
verbal.

A comparação entre estas construções a partir das relações referenciais que se estabelecem
permitirá uma melhor compreensão das estruturas envolvidas, e contribuirá para uma maior
definição das diferenças que opõem a coordenação à subordinação. Ao mesmo tempo, essas
relações referenciais permitirão distinguir diferentes tipos de estruturas de coordenação e de
subordinação adverbial.

Objectivos

Geral

 Analisar a relação entre as orações subordinadas e coordenadas

Específicos

 Conhecer as orações subordinadas e coordenadas;


 Classificar as orações subordinadas e coordenadas.

Metodologia

Para materialização deste trabalho recorreu-se ao método bibliográfico que consistiu na consulta
de obras bibliográficas e internet, método descritivo que consistiu na descrição de informações
recolhidas nas diferentes obras onde cada autor está devidamente referenciada no final do
trabalho.
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1. Contextualização sobre Relação de subordinação e coordenação

Portanto, será realizada uma análise entre três gramáticos: Rocha Lima (1969), Bechara (1976) e
Cunha e Cintra (1985), os quais priorizam o estudo das orações coordenadas e subordinado
voltado param o nível frásico.

Tomando como referência os gramáticos citados, nota-se que Rocha Lima (1969) introduz quatro
estruturas típicas no que concerne às orações: coordenação, subordinação, correlação e
justaposição. Bechara (1976) também realiza a mesma divisão. Já Cunha e Cintra (1985) apenas
postulam três: coordenação, subordinação e justaposição. É interessante mencionar que esses
gramáticos, de modo geral, priorizam os aspectos sintácticos em detrimento dos semânticos para
definir as orações, em especial, as coordenadas e as subordinadas. Além disso, apontam
conceitos como dependência e independência para distinguir coordenação de subordinação. As
coordenadas são colocadas como independentes sintaticamente e as subordinadas dependentes
sintaticamente. Deve-se enfatizar que, apesar de as definições aludidas serem predominantes,
Rocha Lima (1969), ao conceituar as coordenadas, difere de Bechara (1976) e Cunha e Cintra
(1985), pois afirma que: “A apresentação de um pensamento global pela sucessão de orações de
sentido independente forma o período composto por coordenação” (LIMA, 1969, p.251).
Percebe-se que, ao se referir à coordenação, Rocha Lima (1969) a define como sendo
independente semanticamente, já os outros autores apenas citam uma independência sintáctica.
Observa-se que, apesar de ele apontar a independência de sentido como característica das
referidas orações, utiliza como critério predominante em suas classificações, o sintáctico.
Ademais, observam-se inadequações quando se associa a coordenação ao sentido independente.

Já Bechara (1976, p.218) declara que:

“A maioria dos tratadistas tem colocado em pontos opostos


coordenação e subordinação, mas um exame detido nos
patenteia que a oposição que se deve estabelecer não é entre
coordenadas e subordinadas, mas entre orações independentes e
dependentes”.

Koch (2002) afirma que os termos dependência e independência já não são mais suficientes para
se definir as orações. Assim, ela menciona uma citação de Garcia (2002) na qual ele contesta a
divisão de coordenadas e subordinadas por meio de definições como “independente” e
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“dependente”. Entretanto, Koch (2002) faz uma observação quando Garcia (2002) diz que
“dependência semântica mais do que sintáctica observa-se também na coordenação, salvo
apenas, talvez, no que diz respeito às conjunções „e‟, „ou‟ e „nem‟” (Garcia apud Koch, 2002, p.
110). Koch (2002, p.113) comenta que: “mesmo no caso de orações ligadas por e, ou, nem,
muitas vezes ditas „coordenadas típicas‟, não se poderia afirmar com certeza a independência de
sentido”.

Assim, por meio de sua observação, ela demonstra que até mesmo essas conjunções citadas por
Garcia (2002) como coordenadas típicas não são totalmente independentes. Em muitas orações
iniciadas, por exemplo, pela conjunção “e”, observa-se que as relações de sentido são muito
significativas, além de, muitas vezes, essas orações seguirem uma sequência lógica, o que faz
com que a ordem dos elementos afecte o sentido da frase, tornando-a, até mesmo, incoerente.
Quando se diz: “Laura entrou e fechou a porta”, percebe-se claramente o que foi exposto acima,
pois, é preciso que Laura entre primeiro para depois fechar a porta, e não o contrário. Além
desses aspectos, Koch (2002) apresenta também o fato de as orações não poderem ser
classificadas simplesmente observando as conjunções que as encabeçam. Ela cita alguns
exemplos em que a conjunção “e”, tida como coordenada aditiva, pode assumir outros valores:
“Prometeu vir e não veio (valor adversativo); Caiu da janela e morreu (valor consecutivo) ”
(KOCH, 2002, p.113).

1.1.Orações coordenadas

Dubois et al. (1973) definem como coordenação as orações que estão ligadas entre si por
conjunções coordenativas (aditivas, adversativas, explicativas, conclusivas e alternativas).

Uma oração coordenada é aquela que surge numa frase complexa e que não depende
sintaticamente da oração com a qual tem uma relação de coordenação (a). As orações
coordenadas distinguem-se das subordinadas na medida em que, em geral, não podem ser
antepostas à oração com a qual surgem coordenadas (b).

Exs.: a) Regámos as flores e demos comida aos gatos.

b) *E demos comida aos gatos regámos as flores.

As orações coordenadas podem ser sindéticas ou assindéticas.


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 Oração coordenada sindética: oração que é coordenada por intermédio de uma


conjunção ou de uma locução coordenativa; pode ser copulativa, adversativa, disjuntiva,
conclusiva ou explicativa.
 Oração coordenada assindética: oração que é coordenada por meio de uma vírgula.
1.1.1. Orações coordenadas sindéticas
 Oração coordenada copulativa: oração que se inicia com uma conjunção ou locução
coordenativa copulativa, transmitindo uma ideia de adição.

Ex.: O Miguel fez uma escultura e a Maria optou por uma pintura.

- Oração coordenada (O Miguel fez uma escultura)

- Oração coordenada copulativa (e a Maria optou por uma pintura)

 Oração coordenada adversativa: oração iniciada por uma conjunção ou locução


coordenativa adversativa e que estabelece uma ideia de contraste face à oração com que
surge coordenada.

Ex.: Atrasámo-nos, mas conseguimos chegar a tempo da partida do comboio.

- Oração coordenada (Atrasámo-nos)

- Oração coordenada adversativa (mas conseguimos chegar a tempo da partida do comboio)

 Oração coordenada disjuntiva: oração iniciada por uma conjunção ou locução


coordenativa disjuntiva e que transmite uma ideia de alternativa em relação à oração com
a qual surge coordenada.

Ex.: Apetece-te comer um chocolate ou preferes provar este bolo?

- Oração coordenada (Apetece-te comer um chocolate)

- Oração coordenada disjuntiva (ou preferes provar este bolo?)

 Oração coordenada conclusiva: oração que se inicia com uma conjunção ou locução
coordenativa conclusiva e que apresenta uma conclusão em relação à oração com a qual
surge coordenada.
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Ex.: Estou exausto; logo, vou à praia.

- Oração coordenada (Estou exausto;)

- Oração coordenada conclusiva (logo, vou à praia.)

 Oração coordenada explicativa: oração iniciada por uma conjunção explicativa e que
exprime uma justificação que legitima o ato de fala expresso pela oração com que surge
coordenada.

Ex.: Vou à água, pois apetece-me imenso mergulhar.

- Oração coordenada (Vou à água)

- Oração coordenada explicativa (pois apetece-me imenso mergulhar.)

1.2. Oração subordinada

Processo linguístico que cria o sintagma, estabelecendo entre os constituintes uma relação de
determinado a determinante; portanto se opõe à coordenação em que os termos estão em
sequência. Assim, o adjunto está subordinado ao substantivo que ele determina, o verbo está
subordinado ao sujeito, os complementos estão subordinados ao verbo. Na estrutura da frase,
entende-se por subordinação, ou HIPOTAXE, a construção sintáctica em que uma oração,
determinante, e pois subordinada, se articula com outra, determinada por ela e PRINCIPAL em
relação a ela. A construção oposta é a coordenação ou PARATAXE (CAMARA Jr., 2000,
p.226).

Dubois et al. (1973) definem a subordinação como aquelas que se ligam por meio de conjunções
ditas subordinativas. Adverbiais (temporais, causais, comparativas, condicionais, finais,
concessivas, consecutivas); Adjectivas (Relativas: explicativas e restritivas); Substantivas
(Complectivas: integrantes, interrogativas indirectas e infinitivas)

1.2.1. Orações Subordinadas Adverbiais

Orações subordinadas temporais: Expressam a ideia de tempo: - anterioridade;


simultaneidade; posterioridade. Podem ser introduzidas por:

- Conjunções: quando; enquanto;


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- Locuções: logo que; depois que; desde que;

Ex.: Ele chamou o elevador quando eu fechei a porta.

 Orações subordinadas causais: expressam a ideia de causa ou o motivo. Podem ser


introduzidas por:

- Conjunções: porque; pois; como;

- Locuções: visto que; pois que; por causa de;

Ex.: Não vou sair, porque está a chover.

 Orações subordinadas finais: expressam ideia de fim (objectivo). Podem ser


introduzidas por:

- Conjunções: para (= para que);

- Locuções: para que; a fim de que;

Ex.: Estudem, para que passem de ano.

 Orações subordinadas condicionais: expressam uma condição ou hipótese. Podem ser


introduzidas por:

- Conjunções: se;

- Locuções: salvo se; excepto se; a não ser que;

Ex.: Se estudares tens o teu futuro garantido.

 Orações subordinadas consecutivas: expressam uma consequência. Podem ser


introduzidas por:

- Conjunções: ( de tal modo que) que;

Ex.: O Pedro caiu de tal modo que partiu uma perna.

 Orações subordinadas concessivas: exprimem a ideia de oposição. Podem ser


introduzidas por:
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- Conjunções: embora;

- Locuções: ainda que; apesar de; mesmo que; se bem que;

Ex.: Ainda que me peças, não falto às aulas.

1.2.2. Orações Subordinadas Adjectivas

Orações relativas – São orações que se ligam à subordinante por meio do pronome relativo
(geralmente: que). Chamam-se adjectivas por desempenharem função sintáctica própria de
adjectivos:
Ex.: Álvaro casou com Luciana que é bonita
Oração subordinante Oração subordinada relativa

Que substitui Luciana na oração subordinada: Luciana é antecedente de que.

A oração relativa pode substituir-se pelo adjectivo bonita:

Ex.: Álvaro casou com Amélia, bonita.

Por isso, as orações relativas introduzidas por que são relativas adjectivas, desempenhando,
portanto, a função sintáctica de atributo.

 Oração relativa explicativa e relativa restritiva: a relativa explicativa não é


indispensável ao sentido da frase, podendo suprimir-se:

Ex.: Esta menina, que é francesa, precisa do nosso carinho.

Mas a relativa restritiva, como introduz uma restrição de sentido, é indispensável, não podendo
suprimir-se:

Ex.: O menino que partiu o vidro terá de o pagar.

1.2.3. Orações Subordinadas Substantivas

 Complectivas integrantes: São orações subordinadas dependentes do verbo da oração


subordinante, servindo-lhe de complemento directo, ou de sujeito, ou de predicativo do
sujeito:
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Ex.: Peço-te que venhas. (complemento directo)

Ex.: Não é justo que tantos passem fome. (sujeito)

Ex.: O interessante é que ele voou. (predicativo do sujeito)

 Complectivas interrogativas indirectas: São orações subordinadas dependentes do


verbo da oração subordinante, servindo-lhe de complemento directo ou de sujeito:

Ex.: Diz-me quantos anos tens. (complemento directo)

Ex.: Não é certo se ele virá. (sujeito)

 Complectivas infinitivas: São orações subordinadas que servem de complemento


directo, de sujeito ou de predicativo do sujeito ao verbo da oração subordinante:

Ex.: Afiançaram-me ser ele o criminoso. (complemento directo)

Ex.: É certo chegarem eles amanhã? (sujeito)

Ex.: A felicidade dos pais é verem os filhos felizes. (predicativo do sujeito)


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Conclusão

Contudo, só por meio do texto (falado e escrito) será possível verificar a frequência com que esta
ou aquela estrutura aparece, quais as conjunções que caíram em desuso, quais as novas
conjunções e formas de articulação que se implementam no sistema, em que medida as relativas
cortadoras e copiadoras, de que tratamos brevemente, aparecem em textos mais padronizados.
Enfim, o aluno deve ser ainda levado a examinar a estrutura dos períodos no seu próprio texto,
aprendendo a reconhecer os processos de que ele lança mão quando fala e escreve. E, sobretudo,
o professor e o aluno devem ir além da nomenclatura, das classificações, que acabam por levar a
um aprisionamento que impede uma visão mais nítida da maneira pela qual os termos se
organizam em orações e estas no período.
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Referências bibliográficas

BECHARA, E. (1976). Moderna gramática portuguesa. 19. ed. São Paulo: Cia Editora Nacional.

CAMARA Jr, J. M. (2000). Dicionário de lingüística e gramática. 21.ed. Petrópolis: Vozes.

CUNHA, C; CINTRA, L. (1985). Nova Gramática do Português Contemporâneo. 2ª. ed. Rio de
Janeiro: Editora Nova Fronteira.

DUBOIS, J. et al. (1973). Dicionário de lingüística. São Paulo: Cultrix.

GARCIA, M. O. (2002). Comunicação em Prosa Moderna. 21. ed. Rio de Janeiro: Editora
Getúlio Vargas.

KOCH, I. G. V. (2002). Argumentação e Linguagem. 7. ed. São Paulo: Cortez.

LIMA, C. H. R. (1969). Gramática normativa da língua portuguesa – Curso médio 14. ed. Rio de
Janeiro: F. Briguet & Cia Editores.

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