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Orações Complectivas
Sociolinguística
3ᵒ Ano
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Índice
1 Introdução.....................................................................................................................................4
3 As complectivas finitas.................................................................................................................8
7Conclusão....................................................................................................................................14
Bibliografia....................................................................................................................................15
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1 Introdução
As línguas podem ter mais de uma expressão morfossintáctica disponível para a expressão de
orações complectivas e produzir uma variedade de tipos de construções encaixadas intra e
interlinguisticamente (Dik, 1997b).
Portanto, o presente trabalho surge no âmbito das actividades curriculares do modulo de
Linguística Descritiva do Português, enquadrado na licenciatura de português. No mesmo, fara
se um estudo sobre as orações complectivas. O trabalho tem como objectivo geral, compreender
a aplicabilidade das orações complectivas em diferentes contextos linguísticos.
Contudo, o trabalho obedece a seguinte estrutura: introdução, desenvolvimento e conclusão. Na
Introdução está patente a ideia inicial em relação ao trabalho desde o tema a ser desenvolvido, os
objectivos por serem alcançados aquando da produção do trabalho, as metodologias e ainda a sua
estrutura. No desenvolvimento é feito relato minucioso do conteúdo que norteia o trabalho e por
fim a Conclusão com a ideia final e os ganhos em relação ao trabalho realizado. Incluirá
igualmente pensamento racional de alguns autores com vista a trazer aspectos importantes para o
desenvolvimento do tema. A pesquisa realizada neste trabalho foi classificada como descritiva,
pois, se buscou para a construção do referencial teórico explorar o tema a partir de uma pesquisa
bibliográfica, ferramenta que permitiu a exploração mais profunda de cada tema. Sendo assim,
na pesquisa descritiva os fatos são observados, registados, analisados, classificados e
interpretados sem que o pesquisador interfira neles.” (Ciribelli, 2003, p. 54).
Para o levantamento bibliográfico, foram consultados materiais publicados em livros, manuais,
dissertações e web sites. A base de dados mais utilizada foi o Google, utilizando-se a palavras-
chave: frase e orações complectivas. o material foi seleccionado de acordo com a relação destes
artigos com o tema e foi analisado segundo a interpretação dos mesmos, ou seja, depois de
recolhidos os dados, deve-se passar para a interpretação dos dados, que devem ser analisados,
controlados e classificados de acordo com a análise do trabalho estatístico e na interpretação.
(Ciribelli, 2003. Pág., 54).
O presente trabalho para uma fácil compreensão se encontra dividido em capítulos, títulos e
subtítulos e estão postos em negrito ou itálico as partes necessárias para uma boa percepção.
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2 Orações subordinadas complectivas
Ex:
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Todos lhe prometeram [ isso ]
Torna importante referir que, de acordo com Cunha e Cintra ( ob.cit.pag 597) , depois de certos
verbos que exprimem uma ordem , um desejo ou uma suplica, a línguas portuguesa permite a
omissão da integrante.
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semântica do predicado encaixador é, ainda assim, um factor importante para a selecção da
forma de expressão das orações subordinadas.
As completavas podem ser substituídas podem ser identificadas por testes de substituição.
As complectivas com a função sintáctica de sujeito podem ser substituídas pelo pronome
demonstrativo invariável isso em posição préverbal. Isso surpreende-me;
com a função sintáctica de objectivo directo podem ser substituídas pelos pronomes
demonstrativos isso e –o: O João sabe isso/O João sabeo,
3 As complectivas finitas
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O fenómeno inverso é a supressão da preposição que introduz legitimante uma complectiva
finita. A preposição suprimida é frequentemente de e o fenómeno tem sido o queísmo.
Ex.: ?”os responsáveis pela campanha, desejos os que o convívio resultasse num sucesso, não
pararam de telefonaram para as casas das mais conhecidas figuras do palco”.
Trabalhos sobre a semântica das complectivas finitas têm também chamado a atenção
para o facto de nem sempre o Conjuntivo estar associado a dependência temporal (Silvano,
2002; Oliveira, 2008), como mostram os exemplos abaixo: o verbo pedir selecciona
Conjuntivo, verificando-se, no entanto, dependência temporal apenas quando o verbo da
complectiva se encontra no Pretérito Imperfeito.
a. O Rui pediu-me que fosse falar com ele.
b. O Rui pediu-me que vá falar com ele
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A maioria das complectivas infinitivas tem um complementador nulo (i.e., a)
posição de complementador não é preenchida,. No entanto, algumas complectivas infinitivas,
seleccionadas por alguns verbos declarativos de ordem, são introduzidas pelo complementador
para, que resulta da reanálise da preposição homófona.
No caso de complectivas que são complemento de verbos com mais de um argumento interno, o
infinitivo flexionado também ocorre. No entanto, neste último caso, ao contrário do que acontece
com os outros casos de infinitivo flexionado, se o verbo é um verbo de controlo de objecto (a
referência do sujeito do complemento oracional é obrigatoriamente estabelecida pelo objecto
directo ou indirecto do verbo), então a leitura de controlo de objecto (ou seja, a leitura em que se
verifica identidade referencial entre o sujeito encaixado e o objecto matriz) mantém-se mesmo
com o infinitivo flexionado.
O presidente obrigou [os arquitectos] i [a [-] reconstruírem a muralha].
Esta muito breve descrição dos diferentes tipos de orações subordinadas complectivas torna
evidente a complexidade da sua aquisição.
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b) a sequência à direita do verbo preceptivo forma um único constituinte, como se conclui
do seu comportamento sob Topicalização e Pseudo-Clivagem e em pares pergunta
resposta.
Ex. [Os miúdos a devorar (em) o doce ], eu não vi [-]
A aquisição de orações complectivas levanta uma série de questões gerais: por um lado, as
complectivas são uma instância de subordinação e discutir a sua aquisição leva a colocar toda
uma série de questões gerais sobre a emergência de capacidades de produção e compreensão de
processos de subordinação. Por outro lado, as orações complectivas são argumento (externo ou
interno) de predicadores (verbos, nomes, adjectivos) e as suas propriedades são condicionadas
pelas propriedades (sintácticas e semânticas) desses predicadores. Finalmente, e de um ponto de
vista semântico, a produção de orações complectivas permite expressar conceitos complexos,
como os que manifestam aquilo que se tem designado Theory of Mind.
De um ponto de vista geral, as estruturas com complectivas, como acontece com as estruturas
que envolvem subordinação, exemplificam a propriedade de recursividade da linguagem
humana: um dos elementos constituintes de uma frase é ele próprio uma outra frase, sendo
possível, usando esta propriedade, e de um ponto de vista puramente gramatical, construir uma
frase ilimitadamente longa.
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Nas frases que representam pedidos, ordens, exigências, etc., mesmo que o destinatário não
esteja presente, este é normalmente interpretado como o sujeito da oração infinitiva, uma vez que
é pragmaticamente natural que quem executa o ato seja o mesmo a quem se faz o
pedido/ordem/exigência.
Por essa razão, este destinatário pode ser representado, na oração matriz, por um complemento
indirecto que, quando ocorre, é correferencial com o sujeito da
oração infinitiva que pode ou não estar foneticamente realizado:
A professora disse (-te) para [-/tu] não copiares. (Barbosa e Raposo, 2013: 1930/31)
Eu insisti (com os jardineiros) para [-/eles] não cortarem essa árvore. (idem)
O prisioneiro implorou (aos guardas) para [-/eles] o libertarem. (idem)
Nas orações em que o objecto indirecto da oração matriz está expresso e é correferente com o
sujeito nulo da oração infinitiva, alguns falantes aceitam o uso do infinitivo simples:
A professora disse-te para [-] não copiar. (Barbosa e Raposo, 2013: 1931)
Ela insistiu com os jardineiros para [-] não cortar a árvore. (idem)
Ele implorou aos guardas para [-] o libertar. (idem)
Quando se trata de pedidos expressos por pedir, insistir, implorar e não de ordens, a
correferência entre o sujeito da oração matriz e o sujeito da oração subordinada é permitida
e, nesse caso, tanto o infinitivo simples como o flexionado são possíveis:
Nós pedimos (ao professor) para sair(mos) mais cedo. (Barbosa, Raposo 2013: 1931)
Os alunos insistiram (com a professora) para ir(em) à casa de banho. (idem)
Os prisioneiros imploraram (aos guardas) para ser(em) libertados.
Existe ainda uma terceira possibilidade de construção com estes verbos que exprimem
ordens/pedidos; de facto, pode ser expresso um terceiro elemento que não é nem quem faz o
pedido/ordem nem quem recebe o pedido/ordem, como nos exemplos seguintes:
(115) O professor disse-me para tu não copiares.
(116) A Maria pediu à mãe para o João ver televisão.
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7Conclusão
Com este trabalho, procurou se, por um lado, aprofundar o conhecimento sobre as orações
complectivas português e, por outro, explorar dados que possam trazer algumas relações assim
como as diferenças das orações complectivas finitas das não finitas.
As orações subordinadas complectivas caracterizam-se pelo facto de serem sempre um
argumento de um verbo, nome ou adjectivo da oração matriz, sendo por isso aproximadas a uma
expressão nominal.
No que diz respeito às complectivas infinitivas, o infinitivo flexionado é produzido
precocemente, mas não em todos os contextos possíveis; para além disso, algumas estruturas de
controlo oferecem dificuldades mesmo a crianças em idade pré-escolar (e, presumivelmente, em
idade escolar).
No que diz respeito às complectivas finitas, a estabilização da distribuição do conjuntivo
prolonga-se até pelo menos aos 9 anos. Finalmente, saliente-se que as subordinadas complectivas
são ainda um domínio em que se podem observar diferenças entre o desenvolvimento típico e o
atípico, podendo observar-se dificuldades na sua produção (por exemplo, omissão de
complementador nas finitas) de forma prolongada no desenvolvimento atípico.
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Bibliografia
Cunha, Celso, Cintra, Luís F. Lindley (1992). Nova Gramática do Português Contemporâneo.
Edições João Sá da Costa. Lisboa.
Bechara, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 37ª Ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003.
Frege, g. Lógica e filosofia da linguagem. Tradução de Paulo Alcoforado. 2. ed. São Paulo:
Edusp, 2009. Saramago, J. Todos os nomes. Lisboa: Círculo de Leitores, 1997.
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