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UNIVERSIDADE PÚNGUÈ

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E CONTÁBEIS

Pronomes Clíticos
Licenciatura em Contabilidade e Auditoria

Braiton José
Gildo Agostinho Nota Santos
Lianeva da Graça Manuel Raice
Moisés Zeca
Yumna Mahomed Bachir Daud
Zélia Arnaldo Augusto

Tete
Agosto 2023
Braiton José
Gildo Agostinho Nota Santos
Lianeva da Graça Manuel Raice
Moisés Zeca
Yumna Mahomed Bachir Daud
Zélia Arnaldo Augusto

Pronomes Clíticos

Trabalho de Técnicas de Expressão em


Língua Portuguesa, a ser entregue no
Curso de Contabilidade, como requisito
parcial de avaliação, sob orientação de:
Docente: Prof. Dr. Rufino Alfredo

Tete
Agosto,2023
Índice Pág.
1. INRODUÇÃO ..................................................................................................................... 5

1.1. Contextualização ............................................................................................................. 5

1.2. Objectivos ........................................................................................................................ 6

1.2.1. Geral: ........................................................................................................................ 6

1.2.2. Específicos: .............................................................................................................. 6

1.3. Metodologias ................................................................................................................... 6

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 7

2.1. Clítico/clitização – Breves Considerações ...................................................................... 7

2.2. Conceito de clítico pronominal ....................................................................................... 7

2.3. Critérios para a distinção dos tipos de clíticos ................................................................ 8

2.4. Tipos de clíticos pronominais .......................................................................................... 8

2.4.1. Clíticos com conteúdo argumental ........................................................................... 8

2.4.1.1. Clíticos argumentais de referência definida ......................................................... 8

2.4.1.2. Clíticos argumentais de referência arbitrária ........................................................ 9

2.4.2. Clítico argumental proposicional: clítico demonstrativo ......................................... 9

2.4.3. Clíticos quase - argumentais .................................................................................... 9

2.4.3.1. Clítico com estatuto argumental e funcional ........................................................ 9

2.4.3.2. Clíticos referenciais não-associados à grelha argumental .................................. 10

2.4.4. Clítico com comportamento de afixo derivacional ................................................ 10

2.4.5. Clítico sem conteúdo semântico ou morfo-sintáctico ............................................ 11

2.5. Distribuição dos clíticos pronominais ........................................................................... 11

2.6. Padrões de colocação dos clíticos pronominais ............................................................. 11

2.6.1. Posição enclítica (...V+CL...) ................................................................................. 12

2.6.1.1. Forma verbal simples ......................................................................................... 12

2.6.2. Posição mesoclítica ................................................................................................ 12

2.6.3. Posição proclítica ................................................................................................... 13


2.7. Ligação dos clíticos a verbos de que não são complemento (subida do clítico) ........... 13

3. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 14

Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 15


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1. INRODUÇÃO
1.1. Contextualização

O presente trabalho de Técnicas de Expressão em Língua Portuguesa, tem como tema


“Pronomes Clíticos”. Nele serão apresentados diversos aspectos inerentes aos pronomes
clíticos, bem como os seus exemplos para uma melhor percepção.

Os pronomes clíticos têm sido caracterizados como formas semelhantes a palavras, mas que
dependem estruturalmente de uma palavra vizinha numa dada construção. O Português é uma
língua com pronomes clíticos de 1ª, 2ª e 3ª pessoas (me, te, se, lhe, nos), que conservam a
flexão casual e que, consoante os contextos sintácticos, ocorrem em posição proclítica,
mesoclítica ou enclítica.
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1.2. Objectivos
1.2.1. Geral:
 Compreender sobre os pronomes clíticos e sua forma de aplicação.

1.2.2. Específicos:
 Conceituar os pronomes clíticos;
 Apresentar os critérios para a distinção dos tipos de pronomes clíticos;
 Identificar tipos de clíticos pronominais;
 Analisar os padrões de colocação dos clíticos pronominais.

1.3. Metodologias

Para a realização do trabalho, utilizaram-se vários métodos, dentre os quais a pesquisa


bibliográfica, que consistiu na recolha minuciosa dos conteúdos a serem abordados, assim
como em materiais já publicados por alguns autores. A pesquisa bibliográfica, segundo
(KOCHE, 1997 pág. 122), é aquela que se “desenvolve tentando explicar um problema,
utilizando o conhecimento disponível a partir das teorias publicadas em livros ou obras
congêneres”.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. Clítico/clitização – Breves Considerações

Os pronomes clíticos correspondem prototipicamente às formas do pronome pessoal que


representam complementos do verbo, como exemplificado a seguir com o clítico dativo te
como complemento do verbo ditransitivo dar, em (1), e o clítico acusativo a, como
complemento do verbo transitivo abordar, em (2):

1. O exército dá-te bolsa.


2. E como a ousadia é a alma do negócio na zunga, o rapaz abordou-a insistentemente,
para não dizer chatamente.

2.2. Conceito de clítico pronominal

DUARTE (1983, p.159) define o clítico pronominal como sendo um constituinte da frase que
é fonologicamente e sintacticamente dependente de um verbo, adjacente a esse verbo, e que é
interpretado como sujeito, objecto directo ou indirecto do mesmo.

CUNHA & CINTRA (1999, p.78) definem o clítico pronominal como sendo o elemento que
se combina fonologicamente com palavras com que não forma construções morfológicas,
ficando a depender do acento dessas palavras e podendo ser enclítico, proclítico e mesoclítico.

Ainda MATOS (2003, p.286-287) afirma que os clíticos pronominais são também designados
pronomes átonos ou clíticos especiais e que correspondem prototipicamente às formas átonas
do pronome pessoal que ocorrem associadas à posição dos complementos dos verbos.
Consoante a pessoa gramatical e a forma casual a que correspondem, os clíticos pronominais
podem ser não-reflexos e reflexos. Em relação à função sintáctica que os clíticos
desempenham, esta não se limita a denotar a pessoa gramatical, podendo, também, exibir uma
função predicativa, ou revestir-se de propriedades morfo-sintácticas características de alguns
sufixos derivacionais.

Estas definições têm em comum o facto de os autores considerarem o clítico como um ponto
de convergência de três áreas: fonologia, morfologia e sintaxe, divergindo apenas no grau de
ênfase atribuída a cada um desses aspectos.

Ao processo de ligação do clítico ao seu hospedeiro, chama-se cliticização. Os pronomes


clíticos não têm acentuação própria e por isso dependem do acento da forma verbal
hospedeira, à qual se ligam procliticamente (quando a precedem) ou encliticamente (quando a
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seguem, em adjacência estrita). A palavra hospedeira dos pronomes clíticos é sempre o verbo,
pelo que aqueles podem receber o nome de „clíticos verbais‟.

Quando vários clíticos co-ocorrem, a ordem por que surgem é igualmente distinta da
canónica, aparecendo primeiro o clítico impessoal depois o clítico dativo e por fim o
acusativo, como no exemplo (1). O dativo e o acusativo, quando co-ocorrem, formam entre si
um grupo clítico (assim, no exemplo abaixo, o grupo clítico lhos resulta da junção do clítico
dativo lhe com o acusativo os).

Exemplo: Não se lhos ofereceu, porque já tinham esgotado.

2.3. Critérios para a distinção dos tipos de clíticos

MATOS (2003, p.835) aponta cinco (5) critérios para a distinção dos tipos de clíticos, no
Português como em outras línguas românicas:

1. O seu potencial referencial ou predicativo;


2. A possibilidade de receberem um papel temático;
3. A sua referência específica ou arbitrária;
4. A capacidade de ocorrerem em construções de redobro de clítico e de extracção
simultânea de clítico; e
5. A faculdade de funcionarem como um afixo capaz de alterar a estrutura argumental de
um predicado.

2.4. Tipos de clíticos pronominais


2.4.1. Clíticos com conteúdo argumental

Os clíticos argumentais repartem-se em dois subtipos: (i) de referência definida e (ii) de


referência arbitrária. Dentro dos clíticos de referência definida encontram-se os pronominais
(acusativos, dativos) e as anáforas ou anafóricos (reflexos, recíprocos).

2.4.1.1. Clíticos argumentais de referência definida

Os clíticos pronominais e anafóricos são caracterizados como argumentos dos verbos


transitivos ou ditransitivos porque ocorrem associados às posições de objecto directo ou
indirecto, como por exemplo:

 Convidaram-na para jantar. Argumental acusativo


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 A Wanda pediu-lhe um doce. Argumental dativo


 Encontraram-se na APL. Argumental recíproco
 Ela lava-se sozinha. Argumental reflexo

2.4.1.2. Clíticos argumentais de referência arbitrária

CUNHA e CINTRA (1984) e BECHARA (1999) designam-no por clítico sujeito


indeterminado e outros linguistas por se-nominativo. O se-nominativo, serve para assinalar
um sujeito frásico que denota uma entidade arbitrária. É parafraseável por expressões
nominais como alguém. Exemplos:

 Diz-se que o governo vai perder as eleições.


 A grande questão está naquilo em que se acredita.
 A grande questão está naquilo em que alguém/ uma pessoa acredita.

Como consequência desta natureza semântica, o se-nominativo não aceita a construção de


redobro de clítico. Exemplo:

 Alguém aluga-se casas.

2.4.2. Clítico argumental proposicional: clítico demonstrativo

O pronome invariável o, correlato do demonstrativo isso, está entre os clíticos pronominais e


denota situações e estados de coisas. Ocorre com verbos que seleccionam frases por objecto
directo. Exemplo:

 A Joana disse que [ que ia à festa ] e a Amélia também o disse.

Surge, também, em estruturas copulativas como predicado nominal, desempenhando o papel


de núcleo das orações pequenas seleccionadas pelo verbo, como por exemplo na frase abaixo:

 A Joana está [ alegre ] e a Amélia também o está.

2.4.3. Clíticos quase - argumentais


2.4.3.1. Clítico com estatuto argumental e funcional

O se-passivo tem por referente uma entidade arbitrária identificada com o chamado “agente
da passiva”. Tal como o se-nominativo, não admite as construções de redobro. No entanto
admite interpretações de extracção simultânea de clíticos. Exemplos:
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 Venderam-se hoje muitos livros na feira do livro.


 Venderam-se hoje muitos livros por alguém na feira do livro.
 Já hoje se venderam e compraram muitos livros na feira do livro.

2.4.3.2. Clíticos referenciais não-associados à grelha argumental

Neste sub-tipo enquadram-se o dativo ético e o dativo de posse. Há outros autores que
rejeitam o estatuto argumental dos dativos éticos e de posse. É o caso de SPORTICHE (1988)
que, adoptando uma proposta de Kayne, sugere que eles podem ser tratados como clíticos
associados a constituintes nominais sem conteúdo referencial.

O dativo ético designa o locutor, manifestando o seu interesse na realização da situação


expressa pela frase. Ocorre em frases exortativas, envolve a forma do clítico na primeira
pessoa do singular e, marginalmente, na primeira do plural.

 Acaba-me depressa os trabalhos de casa!


 Arranja-nos lá um emprego para o rapaz!

O dativo de posse difere do dativo ético pelo facto de, embora não esteja correlacionado com
uma posição argumental do predicador verbal, estar associado a uma posição de argumento ou
de adjunto de um complemento deste predicador. É parafraseável por um possessivo. Essa
posição torna-se visível na construção de redobro de clítico.

 Dói-me a perna.
 Dói-me a perna a mim.

2.4.4. Clítico com comportamento de afixo derivacional

Este clítico exibe uma forma idêntica à dos pronomes anafóricos reflexos. É também
designado de ergativo ou anticausativo. Esta designação deve-se ao facto de a sua ocorrência
inibir a presença do argumento externo do verbo a que se associa, argumento externo esse que
deteria normalmente as relações temáticas de causador ou de agente. A sua função é
fundamentalmente a de descausativar o verbo principal a que se associa, comportando-se
deste modo como um sufixo derivacional incausativo.

 O barco virou-se. ( cf. a tempestade virou o barco.)


 Enervei-me com a situação. ( cf. aquela situação enervou-nos.)
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2.4.5. Clítico sem conteúdo semântico ou morfo-sintáctico

Designam-se como casos de clítico inerente as formas do pronome reflexo que não estão
associadas a qualquer posição argumental ou de adjunto e em que o clítico não pode ser
interpretado como uma partícula destransitivadora.

 A Mãezinha foi-se embora para Beira.


 Rio-me às gargalhadas das graças desse cómico.

2.5. Distribuição dos clíticos pronominais

O quadro abaixo, retirado de MATOS (2003, p.837), mostra o paradigma dos clíticos
nãoreflexos e reflexos, de acordo com a pessoa gramatical e a forma casual a que
correspondem:

Formas átonas do pronome pessoal


Pessoas gramaticais Clíticos não-reflexos Reflexos
Acusativo Dativo Acusativo/Dativos
1ª singular Me Me me
2ª singular Te Te te
3ª singular o/a Lhe se
1ª plural Os Nos nos
2ª plural Vos Vos vos
3ª plural os/as Lhes se
Fonte: Adaptado de MATOS, 2003 p.837.

2.6. Padrões de colocação dos clíticos pronominais

“Colocação ou ordem é a maneira de dispor os termos da oração e os grupos de palavras que


formam esses termos. A colocação habitual não se explica satisfatoriamente pela sequência
lógica das ideias, porque, sendo esta a mesma por toda a parte, varia entretanto a colocação de
um idioma para outro.” (SAID ALI 1965, p.198).

Ainda segundo SAID ALI (1965), a língua portuguesa faz parte das línguas que se
caracterizam pelo ritmo ascendente, em que se enuncia primeiro o termo menos importante e
depois, com acentuação mais forte, a informação nova e de relevância para o ouvinte.
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Apesar da diversidade tipológica acima referida, os clíticos pronominais têm um


comportamento uniforme quanto aos padrões de colocação: todos eles exigem um hospedeiro
verbal, o que se traduz num requisito de adjacência entre o clítico pronominal e uma forma
verbal, finita ou não-finita, contrariamente ao que acontecia no português antigo e mesmo no
português clássico, onde os casos de interpolação (cf. Martins, 1994, p.273 e 275) de
constituintes eram frequentes.

Vejam-se os exemplos abaixo, de BARBOSA (1996), com os juízos de gramaticalidade do


Portugues Europeu padrão à direita:

 Carlos pediu para o nós irmos buscar. Português Europeu padrão


 Quantas vezes te eu disse para estares calado? Português Europeu padrão

2.6.1. Posição enclítica (...V+CL...)

A posição V+CL é considerada a posição básica no Portugues Europeu, padrão não marcado
nas frases finitas e não finitas. Pode ocorrer adjacente a uma forma verbal simples ou a uma
forma verbal complexa.

2.6.1.1. Forma verbal simples

Ocorre, obrigatoriamente, em contextos de frases-raiz, em frases coordenadas e em frases


subordinadas que não apresentem atractores de próclise que c-comandem e precedam o clítico
no mesmo sintagma entoacional. Vejamos os seguintes exemplos:

 O Mauro viu-a no mercado.


 A Daniela zangou-se com o Keven [ e deu-lhe com o chinelo na cabeça ].

2.6.2. Posição mesoclítica

A posição mesoclítica ocorre nas formas verbais do Futuro e do Condicional, nas condições
que não aconselham a posição enclítica do pronome.

Segundo MARTINS (2013, p.2232) a mesóclise ocorre com o acrescento de uma condição
morfológica aos pronomes clíticos quando têm como hospedeiro uma forma verbal do futuro
ou condicional e ocorrem num contexto sintáctico tipicamente associado à ênclise. Os
pronomes mesoclíticos ocorrem então numa posição interna ao verbo.

 Ele dir-lhe-á se tenho ou não razão.


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 O Simão dir-lhes-ia, se quisesse.

A mesóclise deve-se à origem das formas do futuro e do condicional. Estas formas eram
analíticas, constituídas pela justaposição do infinitivo do verbo principal e das formas
reduzidas do presente e do imperfeito do indicativo do verbo haver (amar-te-ei procede de
amar te hei; e mandar-me-ás de mandar me hás, etc.).

2.6.3. Posição proclítica

Nas análises que adoptam uma perspectiva sintáctico-semântica, como as de EPIPHANIO


(1918), DUARTE (1983), MARTINS (1994), DUARTE & MATOS (1995), (2000),
considera-se que posição proclítica só pode ocorrer quando o padrão enclítico for proibido por
condições gerais tais como depois de advérbios e de frases introduzidas por alguns pronomes
ou seja, pela presença dos atractores de próclise ou proclisadores. Os atractores da próclise em
português moderno distribuem-se por diferentes classes sintáctico-semânticas.

FROTA e VIGÁRIO 1996 (citado por DUARTE 2003, p.853) caracterizaram os atractores de
próclise como palavras funcionais pesadas e sugeriram que os enclíticos passam a proclíticos
na presença de palavras funcionais pesadas que c-comandem e precedam o clítico no mesmo
sintagma entoacional (SEnt).

 Acho que [ ao João, a Maria ofereceu-lhe um livro. (DUARTE 2003, p.853)


 Acho [ que ao João, a Maria lhe ofereceu um livro. ((DUARTE 2003, p.853)

2.7. Ligação dos clíticos a verbos de que não são complemento (subida do clítico)

Nas frases finitas, os pronomes clíticos cliticizam ao verbo de que são complemento. Em
algumas estruturas completivas infinitivas, no entanto, o clítico pode ligar-se quer ao verbo
infinitivo de que é complemento (não vais responder-me?) quer ao verbo finito que
selecciona a oração infinitiva (não me vais responder?). Nesta segunda situação, o clítico não
cliticiza ao verbo de que é complemento (nos exemplos, o clítico me é o complemento
indirecto de responder), ligando-se antes ao verbo que de que depende a oração infinitiva.
“Utilizando uma linguagem metafórica, em linguística chama-se a este fenómeno subida do
clítico, porque o clítico como que “sobe” da forma verbal infinitiva da oração subordinada
(…) para a forma verbal (…) da qual depende a oração subordinada” (MARTINS 2013,
p.2234).
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3. CONCLUSÃO

Diante do exposto durante o desenvolvimento do trabalho, foi possível perceber que os


pronomes clíticos tem propriedades morfológicas, distribucionais e interpretativas que os
fazem diferir de outros pronomes.

Quanto aos tipos de pronomes clíticos destacam-se os seguintes: pronomes clíticos com
conteúdo argumental que se subdividem em dois tipos: (i) de referência definida e (ii) de
referência arbitrária, clítico argumental proposicional: clítico demonstrativo que são os que
ocorrem com verbos que seleccionam frases por objecto directo, Clíticos quase – argumentais,
onde encontramos dois tipo (Clítico com estatuto argumental e funcional e Clíticos
referenciais não-associados à grelha argumental), clítico com comportamento de afixo
derivacional que são aqueles que exibem uma forma idêntica à dos pronomes anafóricos
reflexos e clítico sem conteúdo semântico ou morfo-sintáctico que são os que designam-se
como casos de clítico inerente as formas do pronome reflexo que não estão associadas a
qualquer posição argumental.

Em síntese, a mesóclise é uma variante da ênclise condicionada pela morfologia, ou seja,


ocorre nos contextos da ênclise com as formas verbais do futuro e do condicional. A
interpolação é a separação entre o pronome clítico e o verbo por um constituinte sintáctico. Os
clíticos são chamados verbais porque ocorrem normalmente adjacentes ao verbo (ou seja, o
verbo é o hospedeiro ao qual cliticizam). Todavia, existem casos em que o marcador de
negação frásica (não) pode interromper a ligação entre um clítico préverbal e o verbo.
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Referências Bibliográficas

Cunha, C.; Cintra, Luís F. L. (1999). Nova Gramática do Português Contemporâneo (8ª.).
Lisboa: João Sá da Costa.

Duarte, I. (1983). Variação Paramétrica e Ordem dos Clíticos. Revista da Faculdade de


Letras, Número Especial Comemorativo do 50.º aniversário da RFL:

Koche, J. C. (1997). Fundamentos de Metodologia Científica: Teoria ciência e iniciação a


pesquisa (21ª ed.). Petrópolis: Vozes.

Martins, A. M. (2013). Posição dos pronomes pessoais clíticos. In Eduardo B. Paiva.


Gramática do português. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

Matos, G. (2014). Ênclise e próclise na coordenação. Revista de Estudos Linguísticos da


Universidade do Porto.

Said, M. A. Dificuldades da Língua Portuguesa. (1965). Rio de Janeiro, S. Paulo: Laemmert


1965.

Vigário, M. (1999). Cliticização no Português Europeu: Uma Operação Pós-Lexical. In Actas


do XIV Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Linguística, (vol II), Braga.

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