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Pronomes Clíticos
Licenciatura em Contabilidade e Auditoria
Braiton José
Gildo Agostinho Nota Santos
Lianeva da Graça Manuel Raice
Moisés Zeca
Yumna Mahomed Bachir Daud
Zélia Arnaldo Augusto
Tete
Agosto 2023
Braiton José
Gildo Agostinho Nota Santos
Lianeva da Graça Manuel Raice
Moisés Zeca
Yumna Mahomed Bachir Daud
Zélia Arnaldo Augusto
Pronomes Clíticos
Tete
Agosto,2023
Índice Pág.
1. INRODUÇÃO ..................................................................................................................... 5
3. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 14
1. INRODUÇÃO
1.1. Contextualização
Os pronomes clíticos têm sido caracterizados como formas semelhantes a palavras, mas que
dependem estruturalmente de uma palavra vizinha numa dada construção. O Português é uma
língua com pronomes clíticos de 1ª, 2ª e 3ª pessoas (me, te, se, lhe, nos), que conservam a
flexão casual e que, consoante os contextos sintácticos, ocorrem em posição proclítica,
mesoclítica ou enclítica.
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1.2. Objectivos
1.2.1. Geral:
Compreender sobre os pronomes clíticos e sua forma de aplicação.
1.2.2. Específicos:
Conceituar os pronomes clíticos;
Apresentar os critérios para a distinção dos tipos de pronomes clíticos;
Identificar tipos de clíticos pronominais;
Analisar os padrões de colocação dos clíticos pronominais.
1.3. Metodologias
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. Clítico/clitização – Breves Considerações
DUARTE (1983, p.159) define o clítico pronominal como sendo um constituinte da frase que
é fonologicamente e sintacticamente dependente de um verbo, adjacente a esse verbo, e que é
interpretado como sujeito, objecto directo ou indirecto do mesmo.
CUNHA & CINTRA (1999, p.78) definem o clítico pronominal como sendo o elemento que
se combina fonologicamente com palavras com que não forma construções morfológicas,
ficando a depender do acento dessas palavras e podendo ser enclítico, proclítico e mesoclítico.
Ainda MATOS (2003, p.286-287) afirma que os clíticos pronominais são também designados
pronomes átonos ou clíticos especiais e que correspondem prototipicamente às formas átonas
do pronome pessoal que ocorrem associadas à posição dos complementos dos verbos.
Consoante a pessoa gramatical e a forma casual a que correspondem, os clíticos pronominais
podem ser não-reflexos e reflexos. Em relação à função sintáctica que os clíticos
desempenham, esta não se limita a denotar a pessoa gramatical, podendo, também, exibir uma
função predicativa, ou revestir-se de propriedades morfo-sintácticas características de alguns
sufixos derivacionais.
Estas definições têm em comum o facto de os autores considerarem o clítico como um ponto
de convergência de três áreas: fonologia, morfologia e sintaxe, divergindo apenas no grau de
ênfase atribuída a cada um desses aspectos.
seguem, em adjacência estrita). A palavra hospedeira dos pronomes clíticos é sempre o verbo,
pelo que aqueles podem receber o nome de „clíticos verbais‟.
Quando vários clíticos co-ocorrem, a ordem por que surgem é igualmente distinta da
canónica, aparecendo primeiro o clítico impessoal depois o clítico dativo e por fim o
acusativo, como no exemplo (1). O dativo e o acusativo, quando co-ocorrem, formam entre si
um grupo clítico (assim, no exemplo abaixo, o grupo clítico lhos resulta da junção do clítico
dativo lhe com o acusativo os).
MATOS (2003, p.835) aponta cinco (5) critérios para a distinção dos tipos de clíticos, no
Português como em outras línguas românicas:
O se-passivo tem por referente uma entidade arbitrária identificada com o chamado “agente
da passiva”. Tal como o se-nominativo, não admite as construções de redobro. No entanto
admite interpretações de extracção simultânea de clíticos. Exemplos:
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Neste sub-tipo enquadram-se o dativo ético e o dativo de posse. Há outros autores que
rejeitam o estatuto argumental dos dativos éticos e de posse. É o caso de SPORTICHE (1988)
que, adoptando uma proposta de Kayne, sugere que eles podem ser tratados como clíticos
associados a constituintes nominais sem conteúdo referencial.
O dativo de posse difere do dativo ético pelo facto de, embora não esteja correlacionado com
uma posição argumental do predicador verbal, estar associado a uma posição de argumento ou
de adjunto de um complemento deste predicador. É parafraseável por um possessivo. Essa
posição torna-se visível na construção de redobro de clítico.
Dói-me a perna.
Dói-me a perna a mim.
Este clítico exibe uma forma idêntica à dos pronomes anafóricos reflexos. É também
designado de ergativo ou anticausativo. Esta designação deve-se ao facto de a sua ocorrência
inibir a presença do argumento externo do verbo a que se associa, argumento externo esse que
deteria normalmente as relações temáticas de causador ou de agente. A sua função é
fundamentalmente a de descausativar o verbo principal a que se associa, comportando-se
deste modo como um sufixo derivacional incausativo.
Designam-se como casos de clítico inerente as formas do pronome reflexo que não estão
associadas a qualquer posição argumental ou de adjunto e em que o clítico não pode ser
interpretado como uma partícula destransitivadora.
O quadro abaixo, retirado de MATOS (2003, p.837), mostra o paradigma dos clíticos
nãoreflexos e reflexos, de acordo com a pessoa gramatical e a forma casual a que
correspondem:
Ainda segundo SAID ALI (1965), a língua portuguesa faz parte das línguas que se
caracterizam pelo ritmo ascendente, em que se enuncia primeiro o termo menos importante e
depois, com acentuação mais forte, a informação nova e de relevância para o ouvinte.
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A posição V+CL é considerada a posição básica no Portugues Europeu, padrão não marcado
nas frases finitas e não finitas. Pode ocorrer adjacente a uma forma verbal simples ou a uma
forma verbal complexa.
A posição mesoclítica ocorre nas formas verbais do Futuro e do Condicional, nas condições
que não aconselham a posição enclítica do pronome.
Segundo MARTINS (2013, p.2232) a mesóclise ocorre com o acrescento de uma condição
morfológica aos pronomes clíticos quando têm como hospedeiro uma forma verbal do futuro
ou condicional e ocorrem num contexto sintáctico tipicamente associado à ênclise. Os
pronomes mesoclíticos ocorrem então numa posição interna ao verbo.
A mesóclise deve-se à origem das formas do futuro e do condicional. Estas formas eram
analíticas, constituídas pela justaposição do infinitivo do verbo principal e das formas
reduzidas do presente e do imperfeito do indicativo do verbo haver (amar-te-ei procede de
amar te hei; e mandar-me-ás de mandar me hás, etc.).
FROTA e VIGÁRIO 1996 (citado por DUARTE 2003, p.853) caracterizaram os atractores de
próclise como palavras funcionais pesadas e sugeriram que os enclíticos passam a proclíticos
na presença de palavras funcionais pesadas que c-comandem e precedam o clítico no mesmo
sintagma entoacional (SEnt).
2.7. Ligação dos clíticos a verbos de que não são complemento (subida do clítico)
Nas frases finitas, os pronomes clíticos cliticizam ao verbo de que são complemento. Em
algumas estruturas completivas infinitivas, no entanto, o clítico pode ligar-se quer ao verbo
infinitivo de que é complemento (não vais responder-me?) quer ao verbo finito que
selecciona a oração infinitiva (não me vais responder?). Nesta segunda situação, o clítico não
cliticiza ao verbo de que é complemento (nos exemplos, o clítico me é o complemento
indirecto de responder), ligando-se antes ao verbo que de que depende a oração infinitiva.
“Utilizando uma linguagem metafórica, em linguística chama-se a este fenómeno subida do
clítico, porque o clítico como que “sobe” da forma verbal infinitiva da oração subordinada
(…) para a forma verbal (…) da qual depende a oração subordinada” (MARTINS 2013,
p.2234).
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3. CONCLUSÃO
Quanto aos tipos de pronomes clíticos destacam-se os seguintes: pronomes clíticos com
conteúdo argumental que se subdividem em dois tipos: (i) de referência definida e (ii) de
referência arbitrária, clítico argumental proposicional: clítico demonstrativo que são os que
ocorrem com verbos que seleccionam frases por objecto directo, Clíticos quase – argumentais,
onde encontramos dois tipo (Clítico com estatuto argumental e funcional e Clíticos
referenciais não-associados à grelha argumental), clítico com comportamento de afixo
derivacional que são aqueles que exibem uma forma idêntica à dos pronomes anafóricos
reflexos e clítico sem conteúdo semântico ou morfo-sintáctico que são os que designam-se
como casos de clítico inerente as formas do pronome reflexo que não estão associadas a
qualquer posição argumental.
Referências Bibliográficas
Cunha, C.; Cintra, Luís F. L. (1999). Nova Gramática do Português Contemporâneo (8ª.).
Lisboa: João Sá da Costa.