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GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

Concordância nominal – conceito, estrutura e exercícios de


concordância

Cesar Vinicius de Camargo Batista


RA: 202210080

Itapetininga
2022
Cesar Vinicius de Camargo Batista
RA: 202210080

Concordância nominal – conceito, estrutura e exercícios de


concordância

Trabalho de complementação da disciplina


de Portugues Instrumental apresentado à
graduação de administração da FKB, como
requisito parcial para conclusão desta
disciplina.

Itapetininga
2022
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Sumário
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................5

2 OBJETIVO GERAL....................................................................................................6

2.1 Objetivo Específicos................................................................................................6

2.2 justificativa...............................................................................................................6

3.DESENVOLVIMENTO...............................................................................................7

3.1 Concordância nominal.............................................................................................7

3.2 Tipos e formas de concordância nominal...............................................................9

A Concordância entre substantivo e um adjetivo:.................................................9

Concordância entre substantivo e mais do que um adjetivo...............................10

Concordância entre expressões..........................................................................11

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................14
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1 INTRODUÇÃO

O presente artigo pretende analisar e compreender com exercícios a


concordância nominal que é a relação entre palavras que garante que os
substantivos concordem com artigos, adjetivos, pronomes e numerais.
Exemplo: Estas três obras maravilhosas estavam esquecidas na biblioteca.
Neste exemplo, o pronome "estas", o numeral "três" e o adjetivo
"maravilhosas" concordam com o substantivo "obras", que é um substantivo feminino
e está no plural.
Desde o seu surgimento, com a obra The Logical Structure of Linguistic
Theory (LSLT; Chomsky, 1955), a Teoria Gerativo-Transformacional deslocou o foco
de interesse das teorias linguísticas de uma descrição das línguas particulares para
uma descrição da competência linguística, ou seja, do que o falante sabe quando
sabe uma língua. Num movimento de ruptura com o empirismo então vigente, a
Teoria Gerativo Transformacional se coloca como uma teoria linguística racionalista,
na qual se busca, para além da adequação descritiva característica dos modelos
empiristas, adequação explicativa. Nesse sentido, o termo gramática passa a ser
sinônimo de teoria da linguagem. E gramática gerativa, uma gramática que, a partir
de meios finitos, é capaz de gerar todas as sentenças gramaticais de uma língua, e
apenas as sentenças gramaticais.
Com o surgimento da Teoria de Princípios e Parâmetros, a pesquisa em
aquisição de linguagem ganhou novas perspectivas e, por isso mesmo,
desenvolveu-se sobremaneira. Entretanto, o novo modelo trouxe uma questão
fundamental para que a pesquisa pudesse avançar: afinal, o que é um parâmetro?
Inicialmente, dizia-se que os princípios eram parametrizáveis; com o avanço da
pesquisa, essa hipótese mostrou-se problemática e foi substituída pela idéia de
parametrização lexical: dado que os parâmetros são os responsáveis pela variação
encontrada entre as línguas, e sendo o léxico o locus das idiossincrasias de uma
língua, nada mais natural do que vincular um ao outro.
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2 OBJETIVO GERAL

O objetivo principal deste artigo é compreender e analisar os princípios


linguísticos da concordância nominal na elaboração de textos.

2.1 Objetivo Específicos

- Compreender a importância da concordância nominal na elaboração textual;


- Demonstrar com exemplos a concordância nominal;

2.2 justificativa

Optamos por esse estudo devido à baixa qualidade na formação e elaboração


de textos e artigos com o uso de baixa opções linguísticas. O uso informal e
coloquial da linguagem atualmente é devastador durante a aplicação da
concordância nominal.
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3.DESENVOLVIMENTO

3.1 Concordância nominal

Todo enunciado sempre é produzido com a intenção de se estabelecer uma


interação verbal, uma comunicação, uma transmissão de informações para os
nossos interlocutores. Por isso, nenhum texto pode ser apenas um aglomerado de
palavras ou frases sem conexão. As mesmas precisam apresentar entre si uma
relação que lhes confira sentido e também articulações gramaticais que dê clareza e
precisão às ideias ali apresentadas.
No português culto do Brasil, os fenômenos de concordância de
número plural são considerados obrigatórios e redundantes, uma vez que
repetem marcas contendo a mesma informação em pontos diversos da cadeia
sintagmática. Nos casos gerais, a tradição gramatical brasilei-ra3 prevê o
seguinte:
• na concordância dentro do sintagma nominal, colocam-se marcas
explícitas de plural em todos os seus elementos flexionáveis quando o núcleo
do sintagma for formalmente plural;
• na concordância do predicativo com o sujeito, repetem-se marcas
formais de plural em todos os elementos flexionáveis dos predicativos
quando o sujeito for formalmente plural; e
• na concordância verbal, colocam-se marcas explícitas de plural no
verbo, quando o sujeito for formalmente plural ou quando for composto.
Todavia, pesquisas diversas têm mostrado que, no português falado do
Brasil, a concordância de número plural, como ilustram os exemplos a seguir, é
um fenômeno de natureza variável, apresentando tanto a preservação das
marcas redundantes (variantes explícitas) quanto a perda das marcas
redundantes (variantes zero), condicionadas por fatores linguísticos e não-
lingüísticos:
• concordância no sintagma nominal: "suas tias", "quatro meses",
"doze latinha", "os cara", "os meus filhos", "uns colega meu", "as boas
ações", "umas casinha bonitinha", "do meus próprios filho", "as três coisa mais
importante"; • concordância verbo/sujeito: "eles fazem umas obras lindas", "as
pessoa num pode chega a um portão";
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• concordância predicativo/sujeito: "eles eram menores", eles estavam


perdidos", "meus irmãos são legal", "os vizinho fica doido". A perda de
marcas redundantes ou a preservação das não redundantes em fenômenos
lingüísticos diversos têm sido normalmente previstas na literatura linguística à
luz de princípios que estabelecem a natureza de codificação da previsibilidade
ou imprevisibilidade da informação.
Fora da literatura variacionista, hipóteses funcionalistas semelhantes
também têm sido formuladas. Haiman (1983), por exemplo, afirma que há
evidências de que "quanto mais imprevisível for um pedaço de informação,
mais codificação ele requer" (p.802) ou, em outras palavras, coloca que o
princípio da economia ou a motivação econômica se apoia "na verdade do
axioma geralmente aceito de que o que é pre-dizível recebe menos
codificação do que o que não é." (p.807). Também Givón (1991, p.87), ao
explicitar o subprincípio da quantidade, inserido por ele no princípio da
iconicidade, afirma que "informação menos previsível receberá mais material
de codificação" (também Gorsky, 1994, p.41). Em 1988, discuto em minha tese
de doutorado resultados de uma pesquisa sobre a concordância de número
no sintagma nominal (SN), apresentando um conjunto significativo de
evidências interpretadas como contra funcionais, no sentido estabelecido
anteriormente, contrapondo-as a uma série de outras colocações sobre o
mesmo tema, inclusive às minhas próprias de 1978, por ocasião de minha
dissertação de mestrado. Na exata ocasião da defesa de meu doutorado, o
saudoso colega Fernando Tarallo, então membro da banca, passou às minhas
mãos um texto de Labov, publicado em 1987 sob o título de "The overestimati-on
of functionalism", que também apresentava uma série de evidências contra
funcionais na mesma linha. Em 1994, no primeiro volume de sua mais recente
obra, Principies oflinguistic change - Internai factors, Labov retoma o tema no
capítulo 19 - "The functional character of change" -, apresentando uma versão
ampliada de seu artigo de 1987, ao qual incorpora novas evidências.
A grande maioria dos pesquisadores que estudaram a concordância
nominal em português tem afirmado que, no português falado no Brasil, há
uma tendência a se colocar a variante explícita de plural no primeiro
elemento do SN e, consequentemente, por uma questão de economia, há a
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tendência a se omiti-la nos demais elementos do SN. O que há é um jogo


complexo de relação entre as classes gramaticais não-nucleares e as
nucleares; e das classes nucleares em razão da posição no SN. A análise
indicou que a classe gramatical e a posição do elemento no SN não têm
efeito independente: as classes nucleares são relativamente sensíveis à posição
que ocupam no SN, chegando a apresentar mais variantes explícitas na
terceira do que na segunda posição do SN e as classes gramaticais não-
nucleares, por sua vez, são mais sensíveis à posição em relação ao núcleo:
se à sua esquerda apresentam mais a variante explícita; se à sua direita
apresentam mais a variante zero (Naro & Scherre, 1993).
Na sociolinguística laboviana, cujo objeto é“(...) a língua, o instrumento que as
pessoas usam para se comunicar com os outros na vida quotidiana, (...) alvo do
trabalho em variação linguística.”(LABOV, 2007, p. 3), podem se destacar duas
grandes perspectivas de análise sociolinguística, nomeadamente, à
sociolinguística histórica, a qual se preocupa como a mudança da língua ao
longo do tempo e cujas fontes são marcadamente artefatos escritos, e a
sociolinguística variacionista, cujo objeto é “a descrição das diferentes variedades
que coexistem dentro de uma comunidade de fala, relacionando-as com as
estruturas sociais; (...) ‘engloba praticamente tudo o que diz respeito ao estudo da
linguagem em seu contexto social’” (BAYLON, 1991 apud. SALOMÃO, 2011, p.
189). Por sua vez, a teoria de aprendizagem das línguas estrangeiras,
preconiza a ocorrência do processo (ensino-aprendizagem) depois do
desenvolvimento, pelo menos, da língua materna dos indivíduos (cf. LEIRIA, 2005 e
KLEIN, 1989, p. 33) e, por conta disso, tal como afirmam S. Sridhar e
KamalSridhar (1986, 1994 apud GONÇALVES 2010, p. 18), o meio envolvente
desempenha um papel preponderante, realçando o valor “dos objetivos e a
motivação dos aprendentes, e ainda a qualidade doinputa que estão expostos”. É,
na verdade, os inputs, quer de português na escola quer de shona e inglês na
sociedade e na família e a sua relação, que condicionam o fenômeno de
variação (mudança) na língua em aprendizagem, neste caso, o português.
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3.2 Tipos e formas de concordância nominal

A Concordância entre substantivo e um adjetivo:


O adjetivo deve concordar em gênero e número com o substantivo. Exemplos:
 Que pintura bonita!
 As frutas estão deliciosas.

Quando há mais do que um substantivo, o adjetivo deve concordar com


aquele que está mais próximo. Exemplo:
 Que bonita pintura e poema!
 Que bonito poema e pintura!
Mas, se os substantivos forem nomes próprios, o adjetivo deve ficar no plural.
Exemplo:
 Debaixo dos Caracóis dos seus Cabelos é uma composição dos grandes Roberto
Carlos e Erasmo Carlos em homenagem a Caetano Veloso.
 As encantadoras Clarice e Cecília Meireles pertencem ao Modernismo.
Quando há mais do que um substantivo, e o adjetivo vem depois dos
substantivos, deve concordar com aquele que está mais próximo ou com todos eles.
Exemplos:
 Que pintura e poema bonito!
 Que poema e pintura bonita!
 Que pintura e poema bonitos!
 Que poema e pintura bonitos!
Concordância entre substantivo e mais do que um adjetivo
Quando um substantivo é caracterizado por mais do que um adjetivo, a
concordância pode ser feita das seguintes formas:
Colocando o artigo antes do último adjetivo. Exemplo:
Adoro a comida italiana e a chinesa.
 Conhece a literatura brasileira e a inglesa.
Colocando o substantivo e o artigo que o antecede no plural. Exemplo:
 Adoro as comidas italiana e chinesa.
 Conhece as literaturas brasileira e inglesa.
Concordância entre números ordinais
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Nos casos em que há números ordinais ANTES do substantivo, o substantivo


pode ser usado tanto no singular como no plural. Exemplos:
 A segunda e a terceira casa.
 A segunda e a terceira casas.
Nos casos em que há números ordinais DEPOIS do substantivo, o
substantivo deve ser usado no plural. Exemplo:
 As casas segunda e terceira.
 Os lugares primeiro e segundo.
Concordância entre expressões
Abaixo, explicamos a concordância entre as expressões que trazem mais
dúvidas: anexo, bastante, meio, menos. é proibido, é bom, é necessário.

Anexo
A palavra "anexo" deve concordar em gênero e número com o substantivo.
Exemplos:
 Segue anexo o recibo.
 Segue anexa a fatura.
Mas, a expressão "em anexo" não varia. Exemplos:
 Segue em anexo o recibo.
 Segue em anexo a fatura.

Bastante (s)
Quando tem a função de adjetivo, a palavra "bastante" deve concordar em
gênero e número com o substantivo. Exemplos:
 Recebemos bastantes telefonemas.
 Venderam bastantes produtos.
Quando tem a função de advérbio, a palavra "bastante" não varia. Exemplos:
 Eles cantam bastante bem.
 Fomos bastante amigos.

Meio
Quando tem a função de adjetivo, a palavra "meio" deve concordar em gênero
e número com o substantivo. Exemplos:
 Atrasado, tomou meio copo de leite e saiu correndo.
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 Atrasado, tomou meia xícara de leite e saiu correndo.


Quando tem a função de advérbio, a palavra "meio" não varia. Exemplos:
 Ele é meio maluco.
 Ela é meio maluca.

Menos
A palavra "menos" não varia. Exemplos:

 Hoje, tenho menos alunos.


 Hoje, tenho menos alunas.

É proibido, é bom, é necessário


As expressões "é proibido, é bom, é necessário" não variam, a não ser que
sejam acompanhadas por determinantes que as modifiquem. Exemplos:
É proibido entrada.
É proibida a entrada.
Verdura é bom.
A verdura é boa.
Paciência é necessário.
A paciência é necessária.
Diante do exposto, verifica-se de forma sistemática que variáveis de
natureza informacional, associadas a princípios funcionalistas que buscam
dar conta da codificação da previsibilidade ou imprevisibilidade da informação
nos termos de economia linguística, não têm papel de destaque nos
fenômenos de concordância de número plural no português do Brasil falado
em áreas urbanas. A influência do paralelismo linguístico no nível
sintagmático e no nível discursivo, evidenciando a tendência de formas
semelhantes ocorrerem juntas, é claramente contra funcional no sentido
informacional do termo. Além disso, as variáveis função do SN e status
informacional do SN, estabelecidas como uma tentativa de buscar interpretação
informacional para a influência da variável configuração sintagmática, não se
mostraram estatisticamente significativas. Para dar conta da variável
configuração, na perspectiva não-atomística, considerei em 1988(a) duas
outras hipóteses. Uma delas tem a ver com a presença do traço [+definido]
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do artigo definido. Esse traço é discursivamente mais saliente e, portanto,


coerente com a noção mais ampla de saliência estabelecida por Naro (1981)
de que quanto mais saliência mais concordância, quanto menos saliência
menos concordância. Na linha dessa interpretação, poder-se-ia também
generalizar a influência da posição do SN à esquerda da oração favorecendo
a concordância por ser ela uma posição de tópico, e também mais saliente,
como estabelece Naro (1981) para a concordância verbal e para a concordância
nominal com base em amostras de fala de pessoas semi-escolarizadas.
Em síntese, exibem mais variantes explícitas os SNs que estiverem em
contexto de mais pluralidade, os que evidenciarem maior coesão sintagmática e
os que apresentarem o argui traço [+saliente], ou seja, os que se iniciarem por
um artigo definido, os que estiverem em posição tópica e, também (Scherre,
1988a, p.355-7), os que apresentarem pelo menos um de seus constituintes
com maior saliência fônica. Portanto, princípios de natureza não-informacional
como o da saliência proposto por Naro (1981), o da relação entre coesão e
concordância proposto por Cornish (1986) e o do processamento com
paralelismo proposto por Scherre (1988a) é que, a meu ver, dão conta de
forma mais adequada da variabilidade que envolve o fenômeno da concordância
no português do Brasil.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Embora muito já se tenha feito sobre a concordância de número no português


do Brasil, considero que reanalises dos dados de meu próprio trabalho e análises de
novos dados de áreas rurais e de áreas urbanas precisam ser feitas, a fim de
que se possa ter um real entendimento desse aspecto tão característico, tão
geral e tão sistemático que envolve o português vernacular do Brasil: a variabilidade
da concordância de número.
Resta ainda interpretar o contraste entre as estruturas cujo último
constituinte ou é um substantivo ou é um não-substantivo.
Finalmente, sugerimos que o parâmetro da concordância deveria englobar
também a concordância verbal, especialmente se assumimos, como neste trabalho, que
o mecanismo sintático responsável pela concordância é o mesmo no nível da sentença
e no nível do DP. Desse modo, faz-se necessário, a partir de agora, investigar a
aquisição da concordância verbal nas línguas aqui analisadas (e também ampliar o
escopo das línguas analisadas) para verificar as possíveis correlações existentes, de
modo a possibilitar uma maior compreensão dos fenômenos de concordância em seus
aspectos morfológicos, sintáticos e semânticos.
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CORNISH, F. Anaphoric Relations in English and French : A Discourse


Perspecti-ve. Great Britain: Biddies, 1986.
GIVÓN, T. Functionalism and Grammar: A Prospectus. Oregon, 1991.
(Mi-meogr.).
GORSKY, E. M. Condições de entrada e continuidade do referente em
narrativas orais. Rio de Janeiro, 1985. Dissertação (Mestrado) - Universidade
Federal do Rio de Janeiro.
KIPARSKY, P. Explanation in phonology. In: PETERS, S. (Ed.) Goals of
Linguistic Theory. New Jersey: Prentice Hall, 1972. p.189-225.
LABOV, W. The functional character of change: The overestimation of functio-
nalism. Language and Society, v.20, p.545-68, 1994.
LABOV, W. The functional character of change: The overestimation of functio-
nalism. Language and Society, v.20, p.545-68, 1994.
LEMLE, M., NARO, A. J. Competências básicas do português. Rio de
Janeiro, 1977. (Relatório final de pesquisa apresentado às instituições
patrocinadoras Fundação Movimento Brasileiro de Alfabetização - MOBRAL e
Fundação Ford).
LOBATO, L. M. P. A concordância nominal no português do Brasil à luz da
teoria deprincípios-e-parâmetros e da sociolinguística variacionista. Brasília,
1994. (Mimeogr.).

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