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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
Departamento de Ciências de Educação
Curso de Licenciatura em Ensino de Português
Cadeira de Teoria da Literatura
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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 4
2. DESENVOLVIMENTO ........................................................................................................ 6
3. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 16
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................. 17
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1. INTRODUÇÃO
Ao longo desse tema foram desenrolados vários aspectos sobre o tema tais como: a semiótica,
a significação, a arte, a linguística, o emissor – autor e narrador –, o feedback, a criação literária,
a autocomunicação, o código, a memória, o sistema literário, o canal, a mensagem, redundância
e ruído, o receptor – leitor, estética, destinatário e leitura –, metacomunicação e pragmática da
comunicação.
Visto que, a comunicação literária distingue-se quer da comunicação linguística oral, quer da
comunicação linguística escrita, embora partilhe com esta com algumas características
importantes. Assim, a comunicação linguística oral é uma comunicação próxima e instantânea,
isto é, constitui uma modalidade de comunicação na qual na esfera dos intercomunicantes se
intersectam espacial e temporalmente. O processo comunicativo entre o emissor e o receptor
realiza-se de ambos e de um determinado contexto de situação.
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1.1. Objectivos
1.3. Metodologia
Fonseca (2002) diz que “a pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências
teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos
científicos, páginas de web sites” (p. 32).
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2. DESENVOLVIMENTO
Segundo Charles Morris, “um intérprete representa a instância de produção semiótica e o/os
outro (s) representa (m) a instância da recepção”.
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Compreender se é possível ou necessário conciliar a semiótica da significação e a
semiótica da comunicação.
O processo da produção artística ignora que a obra de arte só existe obra de arte enquanto
objecto de transação estética, o que pressupõe um receptor como indispensável pólo do peculiar
processo de intercompreensão representada por essa transição estética.
Admitindo por conseguinte que todo o processo artístico constitui um peculiar fenómeno
comunicativo, julgamos teoricamente indispensável o reconhecimento de que as várias artes
possuem um estatuto comunicacional diferenciado. Esta diferenciação funda-se na natureza
diversa dos signos constituintes do sistema semiótico de cada arte. A literatura, dada a sua
essencial solidariedade semiótica com o sistema da comunicação por excelência de que o
homem dispõe a linguagem verbal, ocupa necessariamente uma posição privilegiada entre
todas as artes.
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A comunicação literária é mais complexa do que a comunicação linguística por envolver uma
rede de relações ambíguas entre os seus interlocutores: o código do emissor/autor pode não ser
reconhecido pelo leitor/receptor, mesmo que pertençam à mesma comunidade linguística; a
descodificação da mensagem literária depende de factores subjectivos e ideológicos; o texto
literário é marcado pela conotatividade e pela plurissignificação, o que pode impedir a
comunicação; a mensagem literária é mais marcada por factores culturais e sociais do que uma
mensagem não literária, além de que, por norma, utiliza o livro impresso, o que implica a
dependência de terceiros (editores, livreiros, distribuidores, etc.).
Segundo Aguiar & Silva (1984), “é uma comunicação do tipo disjuntivo, isto é, ocorre na
ausência, de uma das instâncias designadas por emissor e por receptor e com um lapso temporal
de maior ou menor amplitude entre o momento de emissão e o momento de recepção”.
Analisando a figura de emissor, o mesmo autor afirma que o emissor é a instância que produz
a mensagem, e pode também ser designada por fonte. E no contexto da comunicação
literária, são atribuídas ao emissor as designações genéricas de autor, escritor e poeta.
Etimológica e semanticamente, poeta é aquele que faz, que produz e executa; é uma entidade
que faz existir algo que antes não existia.
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Autor é aquele que está na origem de algo, aquele que faz produzir e crescer e que é
também, em conformidade com o uso jurídico do vocábulo, o garante.
Escritor é aquele que utilizando um código grafémico, transmite determinados sinais
através de determinado canal, produzindo mensagens com determinadas características
sintácticas, semânticas e pragmáticas.
Existem outras formas de se apresentar o emissor nos textos literários, por exemplo, alguns
usam pseudónimos, onde o autor assina o texto usando um nome fictício, usa um outro nome
que não seja realmente seu.
Na literatura moçambicana temos como exemplo o escritor Ungulane Ba Ka Khosa, cujo seu
nome de identificação é Francisco Esaú Cossa, mas assina os seus textos usando o primeiro
nome acima citado. Outros autores usam heterónimos, isto é, criam um autor dotado de
personalidade própria, que se torna responsável pela produção do texto.
Um dos exemplos mais significativos do uso desta técnica é o poeta português Fernando
Pessoa, cujos textos eram assinados usando vários heterónimos: Ricardo Reis, Álvaro de
Campos e Alberto Caeiro.
Apresenta-nos algumas possibilidades das quais os emissores podem usar para assinar os seus
textos. Os textos podem ser anónimos, podem ser assinados usando pseudónimo ou heterónimo,
e explica as razões de um texto ser apresentado com um autor anónimo, contudo, não explica as
razões que levam um autor a assinar usando heterónimos.
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2.6. Feedback na comunicação literária
Enquanto alguns autores como Cesare Segre “negam a possibilidade da existência de feedback
no circuito da comunicação literária, argumentando que o eixo emissor/receptor se fractura,
com solução de continuidade, em dois segmentos, sendo emissor à mensagem e mensagem à
receptor”.
Refira-se que o fenómeno de feedback pode ocorrer mesmo após a morte do autor e, nesta
situação as editoras encarregam-se por melhorar os tais aspectos e/ou actualizar os aspectos
formais, com fins comerciais. Ainda o mesmo fenómeno pode ocorrer quando um autor
submete a leitura a alguns leitores e só depois faz os arranjos finais e públicos.
Procuram explicar qual deve ser o conceito a usar no âmbito da comunicação literária, uma vez
que existe uma problemática no concernente ao uso do termo, isto é, qual é o termo que se
enquadra no âmbito da actividade do emissor. A questão é se pode se chamar criação ou
produção. Este autor explica que até meados do século XVIII a poesia e a poética estavam ligadas
ao princípio aristotélico de mimese, representação, imitação. E com o movimento renascentista,
surge a teoria de génio, aquele que cria, que faz as coisas aparecerem do nada, a epifania. O que
se contrapõem à produção, uma vez que a produção implica trabalho, investigação,
observação, etc.
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Segundo Macherey “Defende que o conceito da criação implica o mistério, a epifania, o dom
inexplicável e, por outro lado elimina ou oculta o trabalho real que está na origem da obra
literária”.
É neste contexto que o termo produção vai sendo desvalorizado, uma vez que exclui de certa
forma o trabalho, ao olhar o escritor, poeta, autor como um indivíduo dotado de poderes
mágicos.
O texto literário é resultado de trabalho, que é uma actividade ou prática social, desenvolvida
pelos homens em sociedade e, trabalho pressupõe produção de algo. Mas os formalistas russos
preferiam usar o termo ou conceito construção uma vez que o autor tem a sua disposição,
material literário, ao qual impõe um princípio construtor, isto é, a determinada intenção artística
de modo que a obra literária se configura como uma complexa interacção de numerosos
factores.
Os formalistas centram de certa forma para o conceito intertextualidade, uma vez que os textos
mantêm uma relação directa com outros textos da sua época, autores, e de outras regiões.
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O fenómeno de autocomunicação literária verifica-se não apenas quando o Emissor/ Receptor
se situa num marco temporário bastante posterior ao de emissão mas sempre que o autor, num
esforço de análise crítica da sua produção, se transforma num leitor observador- juiz. Quer
dizer, quando o autor lê o seu próprio texto, ele é outro em relação a instância da emissão.
Entendemos com isto que a autocomunicação a pessoa que produz um texto é a mesma que lê
o seu próprio texto, constituindo-se assim numa heterocomunicação intra-individual e não uma
heterocomunicação interindividual.
São aspectos que constituem o processo geral de comunicação, mas operam de maneira
diferente quando se trata de comunicação literária.
Canal é o meio pelo qual a mensagem literária é comunicada. É normalmente escrito, embora
possa ser verbal quando um poema é recitado, um monólogo é contado ou cantado. Canal
corresponde ao local (meio) onde a mensagem será transmitida, por exemplo, jornal, livro,
revista, televisão, telefone, dentre outros.
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2.11. Redundância e ruído na comunicação literária
Há algumas expressões que são usadas automaticamente, mas que, se o escritor parar e refletir,
verá que são casos de pleonasmo. Algumas formas de pleonasmo são: goteira no teto,
hemorragia de sangue, subiu lá para cima, desceu lá para baixo, inventar coisas novas, dar
doações e voltar para trás.
A memória representa, em termos semióticos, a chamada tradição literária, que não deve ser
identificada com uma inerte ou indiferenciada acumulação diacrónica de elementos, já que a
memória, em cada estádio sincrónico do sistema, se encontra organizada e valorada
sistematicamente. Sem a memória, o sistema não funcionaria (os códigos não podem
obviamente ser gerados na ausência da memória).
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O receptor de uma mensagem é a entidade com capacidade semiótica efectiva, que em
condições apropriadas pode modificar essa mensagem.
O leitor pretendido ou visado, de leitor ideal e de leitor real, importa referir o conceito de leitor
empírico proposto e difundido por Wolfgang Iser nos seus estudos sobre a teoria da resposta
literária. O texto literário só alcança existência plena ao ser lido como texto literário, ao ser
objecto de leituras efectuadas por um número indefinido de leitores reais.
Não basta possuir uma razoável ou mesmo boa, competência linguística para se poder realizar,
em condições apropriadas, uma leitura literária de um texto literário. Os significados não estão
no texto, como muitas vezes se afirmar em jeito de lugar-comum e como, com perfeita
consciência teorética.
Os significados do texto literário são produzidos na transação do leitor com o texto, no diálogo
que se estabelece entre o leitor e o texto, no jogo das perguntas que o leitor formula ao texto e
das respostas que o texto vai proporcionando ao leitor. O leitor percepciona a manifestação
linear textual, isto é, a superfície lexemática do texto ou a estrutura de superfície do texto.
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– os quais podem ser leitores ou ouvintes ou leitores – ouvintes – e assim se originando, a partir
de um acto de comunicação.
Exemplo:
Falante 1: — Nossa, as janelas estão todas abertas! Como está frio aqui!
Falante 2: — Só um momento, irei fechá-las.
Embora o falante 1 não tenha solicitado expressamente que as janelas fossem fechadas, o
falante 2 inferiu, por meio da análise do que foi dito por seu interlocutor, que, para eliminar o
frio, deveria fechar as janelas, intenção implícita no discurso do falante 1.
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3. CONCLUSÃO
Conforme as pesquisas feitas, consuma- se que, a linguagem deve ser estudada em toda a
variedade das suas funções. Para se ter uma ideia geral dessas funções, é necessária uma
perspectiva sumária dos factores constitutivos de todos os processos linguísticos e de todos os
actos de comunicação verbal.
Entretanto, o emissor envia uma mensagem ao destinatário. A mensagem deve ter um contexto
a que se refere; um código total ou parcialmente comum ao codificador e ao descodificador da
mensagem; e, finalmente, um contacto, um canal e uma conexão psicológica entre o emissor e
o receptor, que os capacite a entrarem e permanecerem em comunicação.
Portanto, o acto de comunicar-se é essencial tanto para os seres humanos e os animais, uma
vez que através da comunicação partilhamos informações e adquirimos conhecimentos. Note
que somos seres sociais e culturais. Ou seja, vivemos em sociedade e criamos culturas as quais
são construídas através do conjunto de conhecimentos que adquirimos por meio da linguagem,
explorada nos actos de comunicação.
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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Aguiar & Silva. (1998). Teoria da Literatura. (8ª edição). Coimbra: Almedina.
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