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ligação peptídica Liga
extremidade C ou terminal carboxilo, que pos- nância máxima de - 85 kl.mol") tem c. 40% de
sui um grupo a-carboxilo livre. O esqueleto carácter de dupla ligação. A L. P. tem, por isso,
central de um péptido ou proteína consiste, um carácter parcial de dupla ligação, devido à
pois, numa sequência repetida de formação de uma orbital p envolvendo três áto-
O
mos: os átomos de C e O do grupo carbonilo e
o átomo de N do grupo amídico. As quatro
11 consequências principais do carácter parcial de
--N-C" - C--
dupla ligação da L. P. são:
I
H
I
R
1. O grupo imina (-NH-) da L. P. não tem ten-
dência significativa para se ionizar ou protonar
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Liga ligação peptídica
Terminal carboxílo
pos de átomos serem demasiadamente peque- Configuração eis dos átomos de carbono
nas. Aminoácidos com cadeias laterais volumosas
têm menos pares de valores de <I>e ljI permiti- mesmo lado da L. P., o que origina restrições
dos, ao contrário do que acontece com a glici- de natureza espacial entre as cadeias laterais R
na. A prolina tem um <I>restringido a valores mais volumosas - a configuração eis é, por
de _600 a -77' devido à restrição imposta na liga- isso, c. 8 kl.mol' menos estável do que a con-
ção N-Ca pela sua cadeia lateral particular. figuração trans. Por este motivo, a configuração
O esqueleto de uma cadeia polipeptídica pode trans é a configuração que predomina nas ca-
então ser visualizado como uma série de pla- deias peptídicas. Há uma excepção importante
nos rígidos separados por grupos metileno a esta generalização: L. P. envolvendo a prolina
(-CHR-), contendo o carbono a (que é tetraé- podem ser igualmente eis ou trans, porque a
drico): natureza espacial do anel hidropirrólico da pro-
H
Ácido aspârtíco
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ligação de persulfureto Liga
-trans de L. P. aminoácido X-prolina, não só dada por uma enzima. Nas células, o catabolis-
durante o enrolamento de proteínas como em mo das proteínas, que decorre com a hidrólise
proteínas na forma nativa. das L. P. que ligam os aminoácidos sucessivos
A síntese de um dipéptido a partir de dois ami- nas cadeias polipeptídicas, recebe a designação
noácidos, i. é, a formação de uma L. P., é um de proteólise. Uma outra reacção de hidrólise
processo endergónico, que ocorre com uma de L. P. específicas, mas de natureza não-enzí-
variação de energia livre padrão da ordem de mática, envolve o reagente brometo cianogénico
~GOI = +10 kl.mol'. Por este motivo, o equilí- (BrC '" N), o qual cliva especificamente ao la-
brio desta reacção em solução aquosa favorece, do do grupo carboxilo de resíduos de metionina.
do ponto de vista termodinâmico, a reacção de R. BOA VIDA FERREIRA
Terminal
N··· --N-C--C-N-C--C--'
(11 1 11
"Terminal
C
J J r Á Á
NH2
lor de ~GO/ decresce progresssivamente à me-
dida que os aminoácidos vão sendo adicionados Cisteína
l
Cisteína
à cadeia polipeptídica, atingindo valores de
~G'" --: 2 kl.mol' para polipéptidos muito gran- Oxidação
des. Este baixo valor reflecte a tendência dos
~ ~2H
grupos terminais ionizados -NH3• e -COO-
favorecerem a hidrólise das L. P. adjacentes. As H2
proteínas são, por isso, teoricamente instáveis,
podendo sofrer hidrólise espontânea se con- HOOC-CH-CH2 -S-S-CH2-CH
I -COOH
siderarmos períodos de tempo suficientemente
longos. Contudo, nas condições que se obser- I
NH2
vam nas células, estas reacções espontâneas
ocorrem de modo demasiado lento, na ausên- Cistina
cia de enzimas apropriadas, para terem qualquer
efeito significativo no metabolismo celular. Por As L. P. não dirigem nem comandam o enrola-
outras palavras, uma vez sintetizada, uma pro- mento espontâneo e termodinâmico das pro-
teína mantém-se estável a menos que seja degra- teínas. Contudo, uma vez adquirida a estrutura
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