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As Funções da Literatura
As Funções da Literatura
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1. Introdução.................................................................................................................................3
3. Conclusão .................................................................................................................................9
1. Introdução
Objectivos:
1.1.1. Geral:
1.1.2. Especifico:
1.2.Metodologia
A metodologia usada para a realização do presente trabalho foi necessária a consulta de material
bibliográfico, que se encontra devidamente sequenciado nas referências bibliográficas.
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2. Fundamentação teórica
Contextualização:
Amaral e Martins (2002), A literatura é uma arte verbal, isto é, seu meio de expressão é a palavra.
Mas o uso da palavra não é privilégio do escritor, pois ela serve como forma de expressão para
todas as pessoas. A obra literária só existe como objecto social, que se completa na leitura e
interacção com o leitor, a “função” da literatura é dependente daquilo a que o leitor se propõe
quando busca o texto literário.
Conforme Candido (2004), A Literatura é uma forma de expressão artística que, bem como as
demais expressões, é feita visando atingir o público e, quando há algum tipo de manifestação por
parte do outro, estabelece comunicação com quem entra em contacto com a obra literária, sendo,
portanto, um ato comunicativo. Ainda sustenta o autor que:
Neste contexto, entende-se como (i) emissor aquele que envia/codifica uma informação escrita,
falada ou gesticulada; (ii) receptor aquele que recebe/decodifica a informação enviada pelo
emissor; (iii) referente o assunto da informação passada por meio de uma (iv) mensagem que é o
texto (na informação) escrito, falado ou gesticulado; (v) código a língua usada entre os
participantes do acto comunicativo; e, (vi) o canal o meio físico pelo qual o código se propaga,
como o papel, grosso modo, para a escrita, o ar para os sons da fala ou as mãos para os gestos.
Este autor defende que, se em algum momento ou por algum motivo, um dos elementos que
compõem o ato comunicativo não estiver em consonância com os demais, a comunicação e, por
conseguinte, a compreensão estarão comprometidas.
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A partir disso, é possível compreender que, durante a comunicação, emitimos textos com focos
distintos, podendo estar focado em um elemento do ato comunicativo e, por isso, Jakobson
(2008) propôs as chamadas funções da linguagem.
Jakobson, R. (2008), A arte tem como função nos ajudar a olhar o mundo, sua beleza (ou
tristeza), sua imensidão, a ver o que não se estampa de imediato, a “desempoeirar” nossa vista
para enxergar melhor. Por tanto as funções da literatura conforme o autor podem ser:
Função Estética- Proporciona prazer por meio da contemplação do belo. Para os gregos o belo,
na arte, consistia na proximidade da obra de arte com a verdade ou a natureza.
Função Evasiva - A literatura como um instrumento de fuga da realidade. Provoca sonhos, sair
um pouco da rotina, o chamado “dar asas à imaginação. (JAKOBSON, 2008).
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Amaral e Martins (2002), Platão foi o primeiro pensador a tecer considerações sobre a literatura.
Mas, como era filósofo e não literato, a sua preocupação se voltava para o campo da filosofia e
seu objectivo era alcançar a verdade das coisas. Daí os comentários dele sobre a literatura, que
nessa época não recebia esse nome mas o nome de poesia, se organizávamos em torno de um
interesse não literário. Na verdade, ele nunca criou uma teoria sistemática da literatura. Nos
muitos dos seus Diálogos encontramos afirmações a respeito da arte e da poesia que servem de
reflexão, ainda que para serem refutadas, até hoje. Para Platão, a verdade devia ser o destino para
onde convergiam todos os interesses do homem. Mas aí ele se defrontava com um problema não
pequeno diante da literatura que, não sendo filosofia, não estava interessada na verdade nem na
metafísica nem no sentido transcendental das coisas.
Este mesmo problema assume excepcional relevo em Aristóteles, pois na Poética claramente se
afirma que "a Poesia é mais filosófica e mais elevada do que a História, pois a Poesia conta de
preferência o geral e, a História, o particular". Por conseguinte, enquanto Platão condena a
mimese poética como meio inadequado de alcançar a verdade, Aristóteles considera-a como
instrumento válido sob o ponto de vista gnosiológico: o poeta, diferentemente do historiador, não
representa factos ou situações particulares; o poeta cria um mundo coerente em que os
acontecimentos são representados na sua universalidade, segundo a lei da probabilidade ou da
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necessidade, assim esclarecendo a natureza profana da acção humana e dos seus móbeis. O
conhecimento assim proposto pela obra literária actua depois no real, pois se a obra poética é
"uma construção formal baseada em elementos do mundo real", o conhecimento proporcionado
por essa obra tem de iluminar aspectos da realidade que a permite.
Amaral e Martins (2002), Para Aristóteles a literatura é tomada a partir de si mesma, ficando
salva da dependência de factores extraliterários como sociedade, política e religião. Nesse
pensador, a literatura ganha autonomia. Infelizmente sua difusão no mundo romano por meio de
Horácio trouxe confusão com a retórica e, consequentemente, uma perda significativa para os
avanços no estudo da literatura propriamente dita. Esse prejuízo atravessou toda a Idade Média
fazendo-se presente nas acções catequéticas da Igreja católica as quais ajudavam a disseminar
uma concepção pragmática, utilitária da literatura, até que nos séculos XVIII e XIX os estudos
filosóficos enveredaram pela estética e recuperaram a originalidade da estagirita, quando a visão
ética e política de literatura cede lugar à visão estética.
A poesia ganha em Aristóteles um estatuto próprio, e tem na poética a sua teoria, que é diferente
da teoria da oratória, da eloquência, isto é, a retórica. Na Poética, Aristóteles trata da natureza da
poesia, dos géneros literários e« da linguagem em que o texto está elaborado. Aristóteles nunca
criou normas. Ele procurou ver em que consistia o fenómeno literário, por isso foi descritivo em
vez de normativo. (Amaral e Martins, 2002).
Bourdieu, Pierre. (2010), Apenas com o romantismo e a época contemporânea voltou a ser
debatido, com profundidade e amplidão, o problema da literatura como conhecimento. Na
estética romântica, a poesia é concebida como a única via de conhecimento da realidade profunda
do ser, pois o universo aparece povoado de coisas e de formas que, aparentemente inertes e
desprovidas de significado, constituem a presença simbólica de uma realidade misteriosa e
invisível. O mundo é um gigantesco poema, uma vasta rede de hieróglifos, e o poeta decifra este
enigma, penetra na realidade invisível e, através da palavra simbólica, revela a face oculta das
coisas. Schelling afirma que a "natureza é um poema de sinais secretos e misteriosos" e von
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Arnim refere-se à poesia como a forma de conhecimento da realidade íntima do universo: o poeta
é o vidente que alcança e interpreta o desconhecido, reencontrando a unidade primordial que se
reflecte analogicamente nas coisas. "As obras poéticas, acentua Von Arnim, não são verdadeiras
daquela verdade que esperamos da história e que exigimos dos nossos semelhantes, nas nossas
relações humanas; elas não seriam o que procuramos, o que nos procura, se pudessem pertencer
inteiramente à terra. Porque toda a obra poética reconduz ao seio da comunidade eterna o mundo
que, ao tornar-se terrestre, daí se exilou.
Para alguns estetas e críticos, porém, a literatura constitui um domínio perfeitamente alheio ao
conhecimento, pois enquanto este dependeria do raciocínio e da mente, aquela vincular-se-ia ao
sentimento e ao coração, limitando-se a comunicar emoções. A literatura, com efeito, não é uma
filosofia disfarçada, nem o conhecimento que transmite se identifica com conceitos abstractos ou
princípios científicos. Todavia, a ruptura total entre literatura e actividade cognoscitiva representa
uma inaceitável mutilação do fenómeno literário, pois toda a obra literária autêntica traduz uma
experiência humana e diz algo acerca do homem e do mundo. "Objectivação, de carácter
qualitativo, do espírito do homem", a literatura exprime sempre determinados valores, dá forma a
uma cosmovisão, revela almas – em suma, constitui um conhecimento. Mesmo quando se
transforma em jogo e se degrada em factor de entretenimento, a literatura conserva ainda a sua
capacidade cognoscitiva, pois reflecte a estrutura do universo em que se situam os que assim a
cultivam.
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3. Conclusão
O trabalho teve como intuito de embraçar sobre as funções da Literatura, onde desenrola-se que:
A Literatura é uma forma de expressão artística que, bem como as demais expressões, é feita
visando atingir o público e, quando há algum tipo de manifestação por parte do outro, estabelece
comunicação com quem entra em contacto com a obra literária, sendo, portanto, um ato
comunicativo. A literatura pode ser também transmitida oralmente. Como exemplo, tem-se as
obras de autores clássicos como Homero, Vigílio, sobretudo com as epopeias, que eram textos
orais, tais obras são vistas na escrita – por isso permanecem, mesmo bastante antigas, Na
actualidade, a oralidade na literatura é vista dentre os cantadores e repentistas.
A literatura tem como função nos ajudar a olhar o mundo, sua beleza ou tristeza, sua imensidão, a
ver o que não se estampa de imediato, a “desempoeirar” nossa vista para enxergar melhor.
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4. Referência bibliográfica
Amaral, E.; Martins, G. (2002): Literatura para Unicamp. São Paulo: Ateliê.
Bourdieu, Pierre. (2010): As regras da arte: gênese e estrutura do campo literário. São Paulo:
Companhia das Letras.
Candido, A. (2004): Iniciação à literatura brasileira. Rio Comprido: Ouro sobre azul.