Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Título do Trabalho:
FUNÇAO DA LITERATURA
Título do Trabalho
FUNÇAO DA LITERATURA
1.1.Objectivos ........................................................................................................... 4
2.1.Contextualização ................................................................................................. 5
3. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 10
4. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................... 11
1.INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como objetivo discutir o paralelo entre as funções da linguagem e
as funções da literatura, perpassando por cada uma das funções que podem emergir das
obras literárias, a saber: função lúdica, função catártica, função pragmática, função
cognitiva e função estética.
Sabe-se que a Literatura é uma forma de expressão artística que, bem como as demais
expressões, é feita visando atingir o público e, quando há algum tipo de manifestação por
parte do outro, estabelece comunicação com quem entra em contato com a obra literária,
sendo, portanto, um ato comunicativo.
1.1.Objectivos
1.1.1.Objectivo Geral
Conhecer as funções da literatura
1.1.2.Objectivos específicos
Identificar as funções que a literatura vem adquirindo durante os tempos ;
Descrever o paradoxo da literatura na conceção de Aristóteles e Platão;
Identificar os aspectos diferenciados da literatura do romantismo e
contemporariedade.
A obra literária só existe como objeto social, que se completa na leitura e interação com
o leitor, a “função” da literatura é dependente daquilo a que o leitor se propõe quando
busca o texto literário.
A partir da questão de foco da informação, Jakobson (2008) propôs que, já que há seis
elementos da comunicação, é possível enfocar especificamente cada um deles e, assim,
há, para cada um dos elementos, uma função da linguagem, sendo: (i) a função emotiva,
(ii) a função conativa, (iii) a função referencial, (iv) a função poética, (v) a função
metalinguística e (vi) a função fática, conforme podemos ver na Figura 1.
Já na Literatura, quando se pensa nas funções da linguagem, deve-se tomar cuidado, pois,
apesar de observar as diferenças entre as obras, é preciso, em primeira instância,
compreender que, pelo fato de o ato de comunicação ocorrer de maneira muito distinta
no espaço e no tempo, não é possível imaginar as mesmas funções da linguagem sendo
aplicadas tal qual para obras literárias.
Didimo (1983) propôs que as funções da literatura são: (i) função lúdica, (ii) função
catártica, (iii) função pragmática, (iv) função metaliterária, (v) função cognitiva, (vi)
função sinfrônica e (vii) função humanizadora, sendo que a função de (i) é causar prazer
no leitor, (ii) é mobilizar o próprio autor dentro do texto, (iii) é despertar no leitor algum
tipo de desconforto consigo, (iv) é mobilizar a própria literatura em prol de si, (v) é passar
algum tipo de ensinamento para o leitor, (vi) é superar a barreira espaçotempo e (vii) é
tornar o leitor mais humano.
Ora, para Platão, a verdade estava fora do mundo aparente. A verdade estava nas idéias e
tudo o que aparecia aos sentidos, ou seja, todo o mundo do fenômeno era um mundo de
aparência e, se era aparente, não era verdadeiro. Se não era verdadeiro, era falso. Aqui
temos um problema sério.
É que Platão criou imaginariamente um Estado ideal, a república, quer dizer, a coisa
pública, do povo. Para que o Estado funcionasse direito era necessário que nele tudo se
orientasse pela verdade. Então qualquer coisa que escapasse a esse interesse devia ser
banida da República sob pena de este Estado desmoronar política, administrativa e
socialmente. Ele mesmo considerava esse Estado tão perfeito quanto possível.
Dizia ele: “A mim me parece que esse gênero de poesia é veneno para os que o ouvem,
se não estiverem munidos de seu antídoto, que consiste em dar o justo valor a tais coisas”
(PLATÃO, p.
271).
No livro (ou diálogo) Fedro, Platão diz que o poeta não deve ser submetido à censura.
Esse juízo aparentemente favorável nada tem de defesa ou de valorização estética. Ele
decorre do fato de Platão achar que o poeta se deixa levar pela emoção, pelo imaginativo.
A censura deve ser evitada porque ele é alguém que se entrega aos impulsos íntimos,
tornando-se um possesso no momento de proferir a palavra divina.
Para que a poesia pudesse ser admitida na República era necessário que o artista tivesse
consciência do que estava imitando e demonstrasse interesse nas coisas da realidade
objetiva, mas a beleza que exibe em sua obra está calcada numa fantasia, por isso nada
tem de real. Como na República tudo deve estar organizado a partir da verdade, a poesia
deve se voltar para os hinos aos deuses, e para a homenagem aos homens de destaque
porque assim ela estará prestando um serviço útil e contribuindo para a formação do
caráter do cidadão.
Aristóteles nunca criou normas. Ele procurou ver em que consistia o fenômeno literário,
por isso foi descritivo em vez de normativo. Afi nal de contas, “De que é feita a
literatura?”, “Como é feita a literatura?” são perguntas básicas para se compreender sua
Poética.
Como vimos, o principal lugar em que Platão trata da literatura é o Livro X d’A
República. Livro esse em que ele vai traçar também as normas que devem reger a
sociedade. Vimos também que Platão não chega a ser propriamente um teórico da
literatura, já que as referências que ele lhe faz são todas voltadas para o melhor
funcionamento da sociedade. A literatura não é vista por ela mesma, mas apenas como
um artefato social que pode ter ou não serventia política na ordem do Estado, a depender
de suas condições. A valorização que ela poderia receber na República vem de critérios
extraliterários, critérios que nada têm a ver com a linguagem ou a arte.
Aristóteles estava habituado a verifi car in loco os fatos para os quais precisava de
explicação. Assim é que diante das obras literárias não foi procurar em idéias abstratas ou
valores éticos a causa da literatura. Antes, penetrou analiticamente nos textos e deles
arrancou os elementos que iam dar base à sua compreensão de poesia. Nesta atitude, está
a novidade aristotélica para a literatura. A poesia encontrou nele um lugar de refl exão
sobre a natureza do seu ser, suas formas de organização, a matéria de que é feita.
4. BIBLIOGRAFIA
BOURDIEU, Pierre. As regras da arte: gênese e estrutura do campo literário. São
Paulo: Companhia das Letras, 2010.
WILLIAM JR., K. Wimsatt; BROOKS, Cleanth. Crítica literária: breve história. Lisboa:
Calouste Gulbenkian, 1971.