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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

FUNÇÃO DA LITERATURA

Nome: Manuel Eugénio João Código:51230703

Machaze,Agosto,2023
UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

FUNÇÃO DA LITERATURA

Nome: Manuel Eugénio João Código:51230703

Trabalho de Campo a ser Submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em Ensino
de língua Portuguesa da UNISCED

Tutor: João Doutor

Machaze,Agosto de 2023
Índice
1. Introdução ......................................................................................................................... 4
2. Conceito da Literatura ..................................................................................................... 5
3. Função da Literatura ...................................................................................................... 5
3.1. Paradoxo da função da literatura concebido por Platão .............................................. 6
3.2. Paradoxo da função da literatura concebido por Aristóteles ....................................... 6
3.3. Literatura como conhecimento entre Romantismo e Contemporaneidade ................ 7
4. Conclusão .......................................................................................................................... 8
5. Bibliografia. ..................................................................................................................... 10
1. Introdução

O presente trabalho científico é da cadeira de Introdução aos Estudos Literários do


primeiro ano do curso de licenciatura em ensino da língua portuguesa pela Unisced e
irá abordar sobre a Função da Literatura. A Literatura está presente em todas as
civilizações, das mais antigas tribos até no quotidiano das grandes cidades
contemporâneas. Seja nos livros clássicos, seja nos muros das
capitais, manifestações verbais podem ser consideradas expressões literárias.

1.1. Objectivo geral:


 Conhecer a Função que a Literatura adquiriu ao longo dos tempos.
1.2. Objectivos específicos:

 Definir o conceito de Literatura


 Identificar as funções que a literatura foi adquirindo dos tempos, desde Horácio à
contemporaneidade;
 Explicar em que reside o paradoxo da função da literatura concebido por Platão e
Aristóteles;
 Mencionar os aspectos diferenciadores das discussões da literatura como
conhecimento.
1.3. Metodologia

Quanto a fonte de informação trata-se de uma Pesquisa bibliográfica que de acordo


com Perovano (2016), o estudo bibliográfico é elaborado com referenciais impressos
ou electrónicos.

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2. Conceito da Literatura

Actualmente, definir Literatura parece não ser tarefa tão simples. Isso porque,
vai depender da civilização em que é escrita ou ainda da época da produção,
uma obra pode ou não ser considerada literária.

Literatura é toda manifestação de linguagem que tem como uma das


finalidades a expressão estética ou seja, é Literatura um discurso que não
pretende apenas comunicar algo, mas também construir um dizer que seja belo
ou envolvente em um nível sensível e humanamente profundo. Por outra
podemos dizer que a literatura é uma arte de criar o belo usando a palavra
como matéria-prima, com a finalidade de engajar o leitor.

3. Função da Literatura
A literatura é variável de uma época para outra, desde os tempos passados até
então ela adquiriu várias funções. Partindo do Horácio já dizia que a Literatura
tem uma função bem nobre, deleitar ensinando-nos a ser melhores, mais cultos.
Contradizendo dele, artistas do século XIX vão pregar a arte pela arte, mãe de
uma literatura que nasce apenas da necessidade de expressão do escritor, que
não deve ser encarada como uma ferramenta de esclarecimento social, mas
valorizada pelo prazer que oferece. Paradoxalmente, vários autores da época
vão usar a escrita para pregar e imortalizar as ideologias nacionais de um
período eufórico, por motivo das liberdades que a modernização tecnológica
fazia.
Na tradição que hoje seguimos nos estudos literários, fica a lição de António
Cândido, que retoma Horácio para referir que Literatura tem a função
educativa, nos coloca em contacto com outros lugares e tempos, mostrando
como viviam os homens antes da invenção do cinema. Claro que esse
mundo que ela nos apresenta nunca existiu fora das páginas do livro, assim
como as imagens em movimento do cinema revelam um mundo organizado
e reconstruído artificialmente.
Segundo Didimo (1983) propôs que as funções da literatura são:
 (i) Função lúdica) que é causar prazer no leitor;
 (ii) Função catártica que é mobilizar o próprio autor dentro do texto;
 (iii) Função pragmática que é despertar no leitor algum tipo de desconforto

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Consigo;
 (iv) Função meta literária que é mobilizar a própria literatura em prol de si;
 (v) Função cognitiva que é passar algum tipo de ensinamento para o leitor;
 (vi) Função sinfrônica que é superar a barreira espaço-tempo e;
 (vii) Função humanizadora que é tornar o leitor mais humano.

3.1. Paradoxo da função da literatura concebido por Platão

O Platão foi o primeiro pensador de que se tem notícia a tratar da literatura, mas o seu
interesse é a política, que mantém a ordem na organização do Estado. A República é o
Estado, e o pensamento de Platão é uma apreciação ética, quer dizer, voltada para os
costumes e os valores da sociedade organizada.
O Estado é um modo de funcionamento da sociedade. O Estado, diz ele, são “muitos
homens com o propósito de se servirem uns dos outros.”
A poesia apenas voltada para si mesma é prejudicial, pois além de não contribuir para
a ordem do Estado, favorece a corrupção dos costumes. No Íon, Platão diz que o
rapsodo não deve ser levado a sério nem também ser censurado, pois nesse momento
ele está possuído por um espírito.
A verdade está no campo das ideias. Só essa verdade é perfeita, pois é criação divina.
Tudo o mais é imitação e, portanto, está distanciado dela, não pertence à sua essência.
Na República, a poesia como uma simples imitação isto é, aparece como um feito
humano afastado da verdade em três graus ou níveis. Para Platão, todos os poetas são
imitadores de fantasmas e jamais chegam à realidade. A literatura em Platão é tomada
apenas do ponto de vista ético e político filosófico. O seu valor consiste não em ter
uma razão própria de ser, mas em poder servir à sociedade. Assim, todo o valor da
literatura vem de elementos Externos a ela e não dos seus próprios constituintes.

3.2. Paradoxo da função da literatura concebido por Aristóteles

Da mesma forma que Platão, Aristóteles também era um filósofo. Entretanto, na


condição de um estudioso das questões da natureza, Aristóteles estava habituado
a verificar in loco os fatos para os quais precisava de explicação. Assim é que
diante das obras literárias não foi procurar em ideias abstractas ou valores éticos a
causa da literatura. Antes, penetrou analiticamente nos textos e deles arrancou os

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elementos que iam dar base à sua compreensão de poesia. Nesta atitude, está a
novidade aristotélica para a literatura. A poesia encontrou nele um lugar de
reflexão sobre a natureza do seu ser, suas formas de organização, a matéria de
que é feita. Em Aristóteles temos a literatura sendo tomada a partir de si mesma,
ficando salva da dependência de factores extraliterários como sociedade, política
e religião. Nesse pensador, a literatura ganha autonomia. Infelizmente sua difusão
no mundo romano por meio de Horácio trouxe confusão com a retórica e,
consequentemente, uma perda significativa para os avanços no estudo da
literatura propriamente dita. Esse prejuízo atravessou toda a Idade Média
fazendo-se presente nas acções catequéticas da Igreja católica as quais ajudavam
a disseminar uma concepção pragmática, utilitária da literatura, até que nos
séculos XVIII e XIX os estudos filosóficos enveredaram pela estética e
recuperaram a originalidade do estagirita, quando a visão ética e política de
literatura cede lugar à visão estética.
Aristóteles considera-a como instrumento válido sob o ponto de vista
gnosiológico: Diferenciando o poeta, do historiador, visto que não representa
factos ou situações particulares; o poeta cria um mundo coerente em que os
acontecimentos são representados na sua universalidade, segundo a lei da
probabilidade ou da necessidade, assim esclarecendo a natureza profana da acção
humana e dos seus móbeis. O conhecimento assim proposto pela obra literária
actua depois no real, pois se a obra poética é "uma construção formal baseada em
elementos do mundo real", o conhecimento proporcionado por essa obra tem de
iluminar aspectos da realidade que a permite.

3.3. Literatura como conhecimento entre Romantismo e Contemporaneidade


Na estética romântica, a poesia é concebida como a única via de conhecimento da
realidade profunda do ser, porque o universo aparece povoado de coisas e de
formas que, aparentemente inertes e desprovidas de significado, constituem a
presença simbólica de uma realidade misteriosa e invisível. O mundo é um
gigantesco poema, uma vasta rede de hieróglifos, e o poeta decifra este enigma,
penetra na realidade invisível e, através da palavra simbólica, revela a face oculta
das coisas. Schelling afirma que a "natureza é um poema de sinais secretos e
misteriosos" e von Arnim refere-se à poesia como a forma de conhecimento da

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realidade íntima do universo: o poeta é o vidente que alcança e interpreta o
desconhecido, reencontrando a unidade primordial que se reflecte analogicamente
nas coisas.
Na contemporaneidade, o termo literatura como conhecimento tem preocupado
em particular a dita estética simbólica ou semântica. Segundo Ernest Cassirer e
Susanne Langer , literatura, longe de constituir uma diversão ou actividade
lúdica, representa a revelação, através das formas simbólicas da linguagem, das
infinitas potencialidades obscuramente pressentidas na alma do homem Cassirer
afirma que a poesia é "a revelação da nossa vida pessoal" e que toda a arte
proporciona um conhecimento da vida interior, contraposto ao conhecimento da
vida exterior oferecido pela ciência, e Susanne Langer igualmente considera a
literatura como revelação "do carácter da subjectividade", opondo o modo
discursivo, próprio do conhecimento científico, ao modo a representativo, próprio
do conhecimento proporcionado pela arte. Podemos admitir que toda a obra
literária autêntica traduz uma experiência humana e diz algo acerca do homem e
do mundo. "Objectivação, de carácter qualitativo, do espírito do homem", a
literatura exprime sempre certos valores, dá forma a um universo, revela almas.
De acordo com Marcel Proust a literatura deve exprimir a nossa essência
subjectiva e incomunicável. O que não tivemos que decifrar, esclarecer através do
nosso esforço pessoal, o que era claro antes de nós, não nos pertence. Não vem de
nós próprios senão o que arrancamos da obscuridade que está em nós e que os
outros não conhecem".

4. Conclusão

É com muita honra ter elaborado este trabalho onde durante a pesquisa, conclui que as
funções da literatura, por tratarem de obras que remetem ao mundo elevam o leitor a
construir sentido e interpretar o meio circundante, podem ter focos que levem o leitor
a ter percepções distintas do texto lido. Tendo em conta que as obras literárias, em
suas mais diversas facetas, são capazes de servirem como prazer ao leitor ou até
mesmo despertar em interesse por sua estranheza, tem como grande foco fazer com
que quem as lê possa, acima de tudo, compreender melhor o mundo e, assim,
conforme propõe Cândido (2004), torna o homem mais humano. Cada período
histórico produz sua literatura com uma marca particular, seja pelas técnicas de

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produção, ou seus modos de recepção e, sobretudo sua definição enquanto prática
social e actividade humana. Ao longo desses tempos a literatura desempenhou várias
funções como prazer e o doce; evasão, conhecimento profundo do ser humano e
diversão.

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5. Bibliografia.

MÓDULO DE INTRODUCAÇÃO AOS ESTUDOS LITERÁRIOS.

Alisson Hudson Veras L ima Vanessa Silva Almeida (P 66,67)

Internet

https://.recantodas letras.com.br/pensamentos/2173344

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