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Curso: Filosofia Disciplina: História da Filosofia Medieval

Professor:Saulo Brito Aluno: Danilo da Silva Monteiro Período: 2°Semestre de 2023

1.
Em “A Consolação da Filosofia”, Boécio está sofrendo de uma “doença” simbólica,
que é o desespero causado pela perda de suas posses, da fortuna para a desgraça. Boécio foi
um homem de grande fortuna, mas agora está preso esperando ser julgado. Acusado de
conspirar contra o rei Teodorico. A doença de Boécio é, portanto, a incapacidade de aceitar
que a roda fortuna desce e sobe, e de como ele (Boécio) se apega às coisas passageiras, que a
fortuna dá e tira.1
A Fortuna é retratada como uma deusa que controla a sorte e o destino dos homens.
Ela é retratada como um “monstro” que atrai as pessoas com promessas falsas. Boécio quer
se ver livre dela. O remédio que a Filosofia oferece a Boécio é uma mudança de visão sobre
onde está a verdadeira felicidade. Ela tenta curar ele desse desespero, lembrando-o de que a
verdadeira felicidade não pode ser encontrada nas coisas passageiras e materiais que a
Fortuna dá ou tira. Em vez disso, a verdadeira felicidade está na busca pela sabedoria. A
Filosofia ensina a Boécio a desprezar a Fortuna, sem ter medo dela ou desejá-la, e a encontrar
consolo na sabedoria e na virtude.

2.
No “Livro da Alma” , Avicena critica a definição de alma como a forma do corpo,
preferindo dizê-la como "perfeição". Ele diz que a alma, enquanto universal, é uma referência
mental que se aplica a almas numericamente diferentes, cada uma sendo uma alma própria de
um determinado indivíduo. A definição de alma como entelequia primeira é insuficiente para
Avicena porque a entelequia, na filosofia aristotélica é a realização plena e completa de uma

1 (“Resenha: A Consolação da Filosofia - O Estoico”, [s.d.])


tendência, potencialidade ou finalidade natural. No entanto, para Avicena, a alma não é
apenas a forma, mas também a que controla os corpos, sendo uma reguladora para eles.
Avicena dá dois sentidos para o termo “perfeição”, sendo aquilo que ele chama de
“primeira perfeição” e “segunda perfeição”. Ele usa o exemplo de uma espada para
exemplificar essas duas perfeições. Ele diz, que aquilo que torna uma coisa o que ela é, no
caso o formato ou forma da espada, é a perfeição primeira. Ao falar da perfeição segunda, diz
a respeito não ao formato da espada, mas ao corte da espada.

Pois bem, a perfeição [se apresenta] sob dois aspectos: primeira perfeição e
segunda perfeição. A primeira perfeição é aquela por meio da qual a espécie
se torna espécie em ato, como, por exemplo, a figura da espada. A segunda
perfeição é, dentre as coisas, aquela que se segue à espécie da coisa quanto
às suas ações e paixões, tal como o corte que a espada tem; ou como o
discernimento, a deliberação, a sensação e o movimento que o homem
possui2.

3.
Hugo de São Vitor acreditava que o estudo e o trabalho eram meios de se chegar a
sapiência, isto é, a sabedoria. Ele dividiu a sabedoria em duas partes principais, que são:
Inteligência e ciência. A inteligência é divida em: “prática também chamada de ética ou
moral, que se preocupa com a reflexão sobre os costumes e a ação correta” 3. A prática
também é chamada de ética ou moral, que se preocupa com a reflexão sobre os costumes e a
ação correta. Hugo de São Vitor divide a ciência em quatro partes: a ciência teórica, a ciência
prática, a ciência mecânica e a ciência lógica. As três primeiras ciências são direcionadas para
orientar o homem em sua vida natural, enquanto a ciência teórica é usada para conduzir o
homem ao conhecimento supremo.
A inteligência e a ciência, juntas, auxiliam na restauração do homem, permitindo que
ele se torne um “homem novo”. Através da busca pela verdade (inteligência teórica), da
reflexão sobre a ação correta (inteligência prática) e da realização apropriada das ações
(ciência), o homem pode se aproximar da sabedoria.

2 IBN SINA (AVICENA), Livro da alma, p. 38


3 Sávio Laet de Barros Campos. Hugo de São Vitor: A teoria da ciência, p. 9. (s.d)
4.
Maimônides abordou a questão da eternidade do mundo de uma maneira que juntou
as ideias do judaísmo com as ideias de Aristóteles. Ele defedeu a ideia de que o mundo foi
criado por um ato livre de Deus, tornando a existência de tudo além de Deus contingente. Isso
contrasta com a visão aristotélica de que o mundo é eterno e sempre existiu em sua forma
atual.
A doutrina dos Mutakálemim, que é uma escola de pensamento islâmico, também
influenciou o pensamento dos judeus, levando a existência de um Kalam (discurso, palavra)
judaico. Esta escola de pensamento também se opõe à ideia aristotélica da eternidade do
mundo. Já a doutrina do Tsimtsum, introduzida na Cabala, oferece outra resposta a esses
problemas. De acordo com esta doutrina, Deus começou a criação “contraindo” sua Luz
Infinita para permitir um “espaço conceitual” no qual reinos finitos e aparentemente
independentes poderiam existir. Isso significa que a existência do mundo é contingente à
vontade de Deus, e não é eterna como Aristóteles propôs. Além disso, a doutrina do
Tsimtsum permite a possibilidade de milagres e a liberdade divina, pois Deus não está
limitado pela causalidade imanente do mundo.
A carta número quatro do tarot pode ser usada para falar sobre a criação do mundo
segundo Maimônides, que é a carta do Imperador que representa a estrutura e a ordem,
sugerindo um mundo que é governado por regras e leis. Em contraste, Maimônides vê o
mundo como contingente a vontade de Deus, o que significa que o mundo não é regido por
uma ordem imutável. O Imperador é um símbolo de autoridade e poder. Ele é um líder que
comanda respeito. Por outro lado, Maimônides enfatiza a liberdade de Deus em criar o
mundo. Para Maimônides, Deus não é um governante autoritário, mas um criador livre que
escolhe criar o mundo.4

5.
A existência é o ponto de partida para a busca de conhecimento. Se nada existisse não
haveria necessidade de buscar conhecimento algum. Portanto, a existência é um pressuposto
para qualquer investigação científica. A mudança é uma característica fundamental do
universo. Se nada mudasse, não haveria nada para aprender ou descobrir. A mudança é,
portanto, uma condição necessária para o conhecimento. Já a mente humana reflete a
realidade. Isso significa que somos capazes de entender o mundo porque nossa mente é capaz
de captar e refletir a estrutura do mundo. Isso não significa que tudo o que percebemos é
4 (“O que podemos aprender com a carta O Imperador, do tarot?”, [s.d.])
verdadeiro, mas sim que nossa percepção da realidade é informada pela estrutura de nossa
mente.
Esses princípios são muito importantes porque nos dão as condições necessarias para
a possibilidade do conhecimento. Eles nos lembram que o conhecimento é baseado na
existência, é informado pela mudança e é possibilitado pela estrutura de nossa mente. Sem
esses princípios básicos, o conhecimento científico não seria possível. Portanto, o
pensamento de Santo Tomás de Aquino é fundamental para a nossa compreensão do
conhecimento e da realidade.

6.
Guilherme de Ockham é conhecido por sua Navalha de Ockham, um princípio
filosófico que defende a simplicidade nas explicações. Ele argumenta que, entre duas teorias
que explicam os mesmos fenômenos, devemos sempre escolher a teoria mais simples. Diante
disso, Ockham diz que não há necessidade de se explicar a existência de universais ou
abstrações fora da mente para explicar o mundo. Ele ele acredita que os conceitos universais
são apenas nomes que usamos para classificar objetos individuais.5
Além disso, Ockham acredita que todo conhecimento está na experiência sensível de que, por
abstração, extraímos as ideias gerais. Isso significa que para Ockham, a experiência é a
primeira fonte de conhecimento, e as abstrações são vindas dessa experiência.
Em resumo, o nominalismo de Ockham é uma rejeição da existência de universais e
abstrações fora da mente.

Referências

5 (“Estudante de Filosofia”, [s.d.])


IBN SINA (AVICENA). Livro da Alma. Tradução do árabe, introdução, notas e glossário
de Miguel Attie Filho. São Paulo: Globo, 2011.

Resenha: A Consolação da Filosofia - O Estoico. Disponível em:


<https://www.estoico.com.br/2091/resenha-a-consolacao-da-filosofia/>. Acesso em: 21 dez.
2023.

Sávio Laet de Barros Campos. Hugo de São Vitor: A teoria da ciência. Disponível em:
<https://filosofante.org/filosofante/not_arquivos/pdf/Hugo_teoria_ciencia.pdf>. Acesso em:
21 dez. 2023.

O que podemos aprender com a carta O Imperador, do tarot? Disponível em:


<https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/horoscopo/o-que-podemos-aprender-com-a-carta-o-
imperador-do-tarot,e164de14bc606d7bbfd16e0c65df7610rr9ako3p.html>. Acesso em: 22
dez. 2023.

Estudante de Filosofia. Disponível em:


<https://estudantedefilosofia.com.br/doutrinas/nominalismo.php>. Acesso em: 22 dez. 2023.

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