Você está na página 1de 20

FLORESTA DE POESIA – WAGNER FERNANDES FONSECA

SÍMBOLOS, MITOS, INTERTEXTUALIDADE,


FILOSOFIA E CIVILIZAÇÃO NA
FLORESTA DE POESIA

"Assim como uma planta produz flores, assim a psique cria os seus símbolos."
Carl G. Jung

- Lá ao longe - tornou o Besouro -, lá onde surge a primeira estrela da tarde, onde a brisa
descansa suas asas, lá existe a Floresta de Poesia.
Velho Besouro

E stabelecendo uma relação de proximidade e de distanciamento com sociedade, lá onde


surge a primeira estrela da tarde, onde a brisa descansa suas asas, lá existe a Floresta de Poesia.
Semelhante ao caminho para a “Terra do Nunca”, cuja localização segue a diretriz de uma Estrela,
o Reino da Cidade de Capim é, “o reduto do poeta e compositor”, um retorno aos símbolos do
inconsciente, seja pessoal ou coletivo.

Em outras circunstâncias foram apontadas algumas relações sociais e altamente críticas


presentes na obra. Este episódio procura, inicialmente, indicações algumas manifestações
simbólicas que são relevantes para a composição do espaço em que a trama principal se desenrola.
Vale destacar que a riqueza do símbolo é inesgotável e pode gerar múltiplas interpretações, que
abrangem campos da Psicanálise, Filosofia e demais áreas.

A ARTE DE CRIAR SÍMBOLOS

A FLORESTA - A floresta está associada de modo especial ao inconsciente. Sua simbologia é vasta
na tradição cultural da humanidade. Na fábula procura registrar a primeira forma de
vida, a gênese, uma vez que tudo parte de “As Três sementinhas”, cuja sede por
conhecimento revela que o aprendizado é infinito. É na Floresta que os diferentes
tipos psicológicos aparecem, as faces do herói e da heroína (animus e anima).

O CÍRCULO - Eternidade, perfeição e divindade pois não tem princípio nem fim. A obra começa e
termina no mesmo espaço, completando o ciclo. O Besouro parte da floresta e a ela
retorna. É o elemento sagrado, materializado na “Primeira Folha e última Floresta”,
como destacado no “Especial de Natal”. É a aliança de Deus com Noé.

OS OPOSTOS – Atividade e Passividade, masculino e feminino, dia e noite, calmaria e temporal,


Yin e Yang, princípio da Filosofia chinesa. Cada ser, objeto ou elemento possui seu
complemento, do qual depende sua própria existência.

OS QUATRO ELEMENTOS: referência em várias obras de expressão literária, plástica e filosófica.


FLORESTA DE POESIA – WAGNER FERNANDES FONSECA

Terra → Sólido - Dificuldades e lutas, resistência – “Qualquer palavra serena”, parte em prosa.

Água → Líquido – Em diversos momentos da fábula, ora como elemento vivificador, ora causa
destruição e recomeço, como se vê em “A valsa da violeta” e “Desenhos no chão”.

Ar → Gasoso: Volubilidade e sensualidade, força e delicadeza “Melhores Amigos” e “A valsa da


violeta”.

Fogo → Plasma. Pode ser visto na obra como o Sol, que aquece e dá vida, verificar a fábula “As
três sementinhas”. É também o Espírito, a luz, nas demais estrelas, a beleza e sugestão
de infinito. “A estrela da noite”, “Serenata”, “Poema para Elisa”. Símbolo de sublimidade,
a Estrela é última palavra de cada um dos três Cantos de A Divina Comédia, de Dante. E
encerra também a fábula da sementinha.

OS NÚMEROS: Seguindo as tradições simbólicas egípcias e bíblicas, representam,


respectivamente, a totalidade espiritual e a totalidade material. O número 3
3e4 associado ao aprendizado e essência, como se vê em “As três sementinhas” e o
número 4 está associado ao elemento Terra.

A presença do número 3, pode ser percebida em diversos aspectos, sobretudo na estrutura


do texto, com 3 palavras para o título e três estrofes, como acontece em “Faz-de-Conta” e
“Jardim – Lagoa – Capim”. Por vezes, ocorre a alternância do 3 no título e 4 no número de
estrofes, como em “Floresta de Poesia”.

O número 4 está sempre relacionado à terra. Os percalços e desafios são travados neste
elemento, para se atingir a essência, que é o 3.

O INFINITO E A TRAVESSIA: A obra começa com uma ação, o Besouro deixa seu recanto na
Floresta e, fechando o ciclo, a ela retorna, levando novos
componentes para a grande Travessia. O caminho, percurso
dificultoso é revelado em muitas fábulas, como momento de
aprendizado de “Qualquer palavra serena”, a saída da cova, ato de
coragem realizado pela sementinha, a descoberta de si mesma,
pela Lagartixa Joana... Todos estes personagens passam por uma
travessia e, cada um, à sua maneira, segue em direção à Floresta.
O aprendizado é sempre infinito.

SEMENTE – O Big Bang, origem do ser. Representa o primeiro estágio na Travessia.

O SAGRADO FEMININO – Normalmente associado na Floresta ao elemento Água, representa a


vida, sabedoria e evolução. Observar as diferenças entre “A abelhinha
Jasmim”, “O aniversário de Luíza”, “A Formiga Elizabeth”, “A valsa da
violeta”, as personagens femininas que dialogam na cidade grande até a
metamorfone da lagarta de “Qualquer palavra serena” na borboleta
“Cintia”.

A BORBOLETA - Símbolo de ressurreição. Os estágios desse inseto (lagarta, crisálida e


borboleta) significam respectivamente vida, morte e ressurreição, ou seja, a
metamorfose cristã. Nota-se na parábola de “Qualquer palavra serena”, cuja
evolução parte da ação e do verbo “Que enfim, transmita o amor”.

O BEIJA-FLOR (COLIBRI) – Aquele que traz vida, polinizador. Para os astecas, as almas dos
guerreiros que morriam retornavam à terra com a forma de colibris ou
FLORESTA DE POESIA – WAGNER FERNANDES FONSECA

borboletas. Para os índios hopis, do Arizona, o colibri é aquele que salva


a humanidade da fome. Os índios tukanos da Colômbia acreditam, por
usa vez, que os colibris representam o falo e a virilidade por
"copularem" com as flores.

A ROSA – Beleza, sensualidade e o sagrado. Em “Melhores amigos” retrata o período entre a


infância e adolescência, a ingenuidade ainda presente na menina.

A FADA – Aparece citada somente uma vez, no poema “Floresta de Poesia”, de influência celta,
possui na fábula um valor de pureza, é utilizada somente como licença poética,
como ocorre com o “leão” de “Brincadeira na Floresta”.

A FORMIGA – Força e trabalho árduo. Luta e determinação. Remete aos Mirmidões, guerreiros
de Aquiles na Guerra de Tróia.

O PAVÃO – Vaidade, luxúria e engano. “O Pavão que não sabia”.

O COELHO – Criação, juventude, fertilidade, astúcia e inocência. Fazz parte de muitas crenças,
imaginários, literaturas, mitologias, folclores. Dessa forma, nos contos de fadas o
coelho aparece como a figura do trapaceiro, usando sua astúcia para vencer os
inimigos.

TRICKSTER – Na psicologia analítica de Jung, representa o primeiro estágio da evolução do


herói. De espírito zombador e brincalhão, realiza diversas proezas e travessuras. É
o caso do mosquito Feijão, da Tartaruga e do peixe Sebastião, em “O chapéu” e
de “João-de-barro”. Este elemento está presente nos desenhos animados como
Pica Pau, Piu Piu e Frajola etc.

BESOURO – Sabedoria, longevidade e resistência. No antigo Egito possuía uma simbologia


religiosa, associado ao deus sol Rá. Na Floresta de Poesia possui também uma
relação com diversos personagens da mitologia grega, como Tirésias, o profeta
cego de Tebas; e Hermes, o mensageiro dos deuses. A construção deste
personagem dialoga também com a representação do velho sábio nas tradições
literárias e na chamada cultura de massa (filmes, desenhos animados e seriados de
TV).

CRISTO – Símbolo da totalidade e universalidade. Representa o início “Primeira Folha” e o fim


“Última Floresta”, é o alfa e o ômega. Princípio que rege e dá vida ao universo.

A ÁRVORE – Vida, família, ciência e busca pelo conhecimento. É o logotipo da Floresta de Poesia.
Presente em muitas mitologias, na tradição bíblica sugere conhecimento e
imortalidade. Em muitas culturas adquire o caráter cíclico da natureza: vida, morte e
regeneração. Ela cresce em posição vertical, perde as suas folhas e se regenera por
incontáveis vezes, morrendo e renascendo
FLORESTA DE POESIA – WAGNER FERNANDES FONSECA

SAINDO DA CAVERNA
“- Vi povos distantes, de várias culturas: da Grécia os costumes e a filosofia. Vi a geografia de
cada lugar.”

Velho Besouro.

Em diversos momentos da fábula, o Velho Besouro apresenta um diálogo com a


filosofia e mitologia gregas.
Para Heráclito de Éfeso, nascido por volta de 540 a.C., tudo o que existe está em
permanente mudança ou transformação. Este pensamento é retomado pelo Velho Besouro ao
constatar que o processo:

“É a grande Arte da Natureza. A mudança constante de tudo...”


(Episódio: Um encontro, Floresta de Poesia)

Outro pensador que aparece citado na Floresta de Poesia é


Platão, aluno de Sócrates e professor de Aristóteles. Platão é um
dos filósofos gregos mais conhecidos e estudados até os dias atuais.
A referência à filosofia de Platão pode ser notada nas fábulas: As
três sementinhas, O Grilo seresteiro e a canção do Vaga-lume, em
que se abordam questões como O Mito da Caverna, Amor Platônico
e A Natureza da Criação Artística.

Platão,
Atenas, 428/427 a. C.
FLORESTA DE POESIA – WAGNER FERNANDES FONSECA

ATIVIDADES DE PRÉ-LEITURA: Perguntas para serem debatidas em sala (oralmente):

1) Na sua opinião, as pessoas devem ser obrigadas a fazer o que não querem? Por quê?

2) É possível que uma ilusão ou uma mentira também possam trazer benefícios para o
indivíduo? Explique.

3) Em seu ponto de vista o conhecimento pode gerar também sofrimentos? Exemplifique.

4) Existe alguma coisa que você faz (ou um tipo de música que gosta de escutar) mas não
demonstra porque acha que é diferente dos gostos dos colegas da sua idade? Comente.

5) Como é que sabemos o que é bom para os outros? Será que realmente sabemos?

6) Imagine a seguinte situação: ainda criança você foi acorrentado no fundo de uma
caverna, de uma forma que não consegue olhar para os lados e nem para trás, vendo
somente sombras no fundo desta caverna. Como reagiria se alguém falasse que esse seu
mundo é falso e ilusório?

LEITURA DESCOBERTA: O MITO DA CAVERNA de Platão

Imaginemos uma caverna separada do mundo externo por um muro alto. Entre o muro e o chão da caverna
há uma fresta por onde passa um fino feixe de luz exterior, deixando a caverna na obscuridade quase completa.
Desde o nascimento, geração após geração, seres humanos encontram-se ali, de costas para a entrada,
acorrentados sem poder mover a cabeça nem se locomover, forçados a olhar apenas a parede do fundo, vivendo
sem nunca ter visto o mundo exterior nem a luz do sol, sem jamais ter efetivamente visto uns aos outros nem a si
mesmos, mas apenas as sombras dos outros e de si mesmos por que estão no escuro e imobilizados.
Abaixo do muro, do lado de dentro da caverna, há um fogo que ilumina vagamente o interior sombrio e faz
com que as coisas que se passam do lado de fora sejam projetadas como sombras nas paredes do fundo da
caverna. Do lado de fora, pessoas passam conversando e carregando nos ombros figuras ou imagens de homens,
mulheres e animais cujas sombras também são projetadas na parede da caverna, como num teatro de fantoches.
Os prisioneiros julgam que as sombras de coisas e pessoas, os sons de suas falas e as imagens que transportam
nos ombros são as próprias coisas externas, e que os artefatos projetados são seres vivos que se movem e falam.
Um dos prisioneiros, inconformado com a condição em que se encontra, decide abandoná-la. Fabrica um
instrumento com o qual quebra os grilhões. De inicio, move a cabeça, depois o corpo todo; a seguir, avança na
direção do muro e o escala. Enfrentando os obstáculos de um caminho íngreme e difícil, sai da caverna. No
primeiro instante, fica totalmente cego pela luminosidade do sol, com a qual seus olhos não estão acostumados.
Enche-se de dor por causa dos movimentos que seu corpo realiza pela primeira vez e pelo ofuscamento de seus
olhos sob a luz externa, muito mais forte do que o fraco brilho do fogo que havia no interior da caverna. Sente-se
dividido entre a incredulidade e o deslumbramento.
Ao permanecer no exterior o prisioneiro, aos poucos se habitua a luz e começa a ver o mundo. Encanta-se,
tem a felicidade de ver as próprias coisas, descobrindo que estivera prisioneiro a vida toda e que em sua prisão
vira apenas sombras. Doravante, desejará ficar longe da caverna para sempre e lutará com todas as forças para
jamais regressar a ela. No entanto não pode deixar de lastimar a sorte dos outros prisioneiros e, por fim, toma a
difícil decisão de regressar ao subterrâneo sombrio para contar aos demais o que viu e convencê-los a se
libertarem também.
Só que os demais prisioneiros zombam dele, não acreditando em suas palavras e, se não conseguem
silenciá-lo com suas caçoadas, tentam fazê-lo espancando-o. Se mesmo assim ele teima em afirmar o que viu e os
convida a sair da caverna, certamente acabam por matá-lo. Mas quem sabe alguns podem ouvi-lo e, contra a
vontade dos demais, também decidir sair da caverna rumo à realidade?
(Os Pensadores)

LEITURA INTERTEXTUAL: AS TRÊS SEMENTINHAS, fábula da Floresta de Poesia.


FLORESTA DE POESIA – WAGNER FERNANDES FONSECA

MÍMESIS E A NATUREZA DA CRIAÇÃO ARTÍSTICA

- Não tem do que me agradecer. A arte, para mim, não é apenas uma imitação da
natureza e, por isso, sem valor, como dizia Platão. Estou com o sábio Aristóteles, que
percebia o valor da arte justamente no fato de imitar a realidade, transformando-a e
criando um mundo próprio, particular e especial. Penso que os poetas são pessoas muito
sensíveis. Praticamente incapazes de fazer mal a alguém. Porém, são os que mais sofrem
com as injustiças que existem no mundo. Não suportam ver tanta violência com a vida e com
a natureza, como guerras, indiferenças, invejas, discriminações e desigualdades sociais.
Criam, em sua poética, um mundo novo: para fugir da realidade hostil ou para enfrentar e
apontar problemas de uma determinada época. São incompreendidos porque seus
pensamentos estão muito mais avançados do que o curto tempo em que vivem.

Velho Besouro, A canção do Vaga-Lume

O artista é “aquele que está três graus afastado da natureza (...), portanto, ‘imitador’”.

Platão, A República.

Tanto Platão quanto Aristóteles viam na MÍMESIS (Imitação) a representação do


universo perceptível. Contudo, para Platão, toda a criação era vista como uma imitação.
Sendo assim, a representação do mundo físico pelo artista seria uma imitação de
segunda mão.

Já Aristóteles, questionando seu próprio mestre Platão, valoriza a arte como


representação do mundo. Esses conceitos estão no seu mais conhecido trabalho, a
Poética.

ATIVIDADES DURANTE A LEITURA (Explorando a oralidade):

1) Conforme a leitura da fábula “A canção do Vaga-lume”, qual a importância que, segundo o


Velho Besouro, o artista possui para a sociedade?

2) Neste sentido, a música deve refletir sua época histórica e questionar as estruturas
sociais, ser, portanto, engajada. Pra você, como isso pode ser importante para
influenciar opiniões de uma geração?

3) A canção apresentada pelo Vaga-lume não é exemplo de arte engajada, ou seja, não
questiona problemas ou ideologias sociais. No entanto, este aspecto não é questionado
pelo Velho Besouro.

a) Qual seria a natureza da criação artística presente na canção do Vaga-lume? Que temas
influenciaram o personagem de modo que serviram de base para a composição poética?

b) Em qual das abordagens da natureza da criação artística, mencionadas pelo Besouro, o


Vaga-lume se parece estar vinculado? Explique.

4) Pesquise sobre artistas que, através da música, questionaram as ideologias e estruturas


sociais da época em que viveram. Traga uma letra de música que trate sobre o assunto.
FLORESTA DE POESIA – WAGNER FERNANDES FONSECA

SÍMBOLOS DO AMOR PLATÔNICO

“Do seu pedacinho de grama, no chão, o grilo observa a jabuticabinha. Como é bela,
assim à luz do luar e de infinitas estrelas.”

(O Grilo Seresteiro)

O Amor platônico é, popularmente, entendido como um amor impossível, difícil ou que


não é correspondido. Muitas vezes uma pessoa tem um amor platônico e nunca tenta sair
dessa fase porque tem medo de se machucar ou medo de verificar que as suas fantasias e
expectativas não correspondem à realidade.
Para o filósofo grego Platão, o amor é algo essencialmente puro e desprovido de
paixões, ao passo em que estas são essencialmente cegas, materiais, efêmeras e falsas. O
amor platônico, não se fundamenta num interesse, e sim na virtude.
Toda vez que a pessoa se apaixona, especialmente os adolescentes, é muito comum
atribuir ao ser amado qualidades sobrenaturais. Assim, aquele que ama projeta no outro um
ideal de beleza, perfeição e qualidades que, no fundo, espera que existam mesmo.

Ler a fábula: O Grilo Seresteiro.

1) Qual a imagem que o Grilo faz da Carolina? Através de quais palavras (substantivos e
adjetivos) é possível identificar esta visão?

2) Este sentimento parece ser correspondido? Caso sim, a visão que Carolina faz do Grilo é
também idealizada? Explique.

3) Leia a fábula A FORMIGA ELIZABETH e faça o que se pede:

a) Compare os tipos de amor dos textos “O Grilo seresteiro” e “A Formiga Elizabeth”. Há


semelhanças ou diferenças? Explique.

b) Leia, no final da fábula da Formiga Elizabeth, os comentários dos personagens que


escutam a história. Qual é a visão feminina a respeito deste tipo de amor idealizado?

4) Como a opinião da Formiga da cidade, que escuta a fábula, representa uma voz em defesa
do feminismo?

Sugestão de leitura complementar:

A VALSA DA VIOLETA – Fábula. Nesta alegoria, ocorre um amadurecimento do jovem e


da sua relação afetiva. A fábula apresenta, de forma metafórica,
os sofrimentos do amor, as decepções e frustrações. No entanto,
é através desta experiência que o indivíduo começa a
amadurecer e, quem sabe, deixar de projetar no outro um
modelo de perfeição, assim, passará a aceitar as diferenças e
conviver melhor com outros tipos psicológicos.
FLORESTA DE POESIA – WAGNER FERNANDES FONSECA

ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS EM “A VALSA DA VIOLETA”:

• Claridade, silêncio e suavidade:

Lírio branco, águas claras, o riacho


caminha vagaroso, “os bichinhos
MANHÃ dormem”, o vento “vem de leve.

• Há ordem, harmonia, equilibro.

• Ruptura com a harmonia inicial:

O vento vem mais forte, rápido,


devastando as flores e gerando um
TARDE cenário de desolação e tristeza.

• Há desordem, barulho e tristeza.

• Escuridão e trovões, chuva forte.

O vento fica mais forte “com a força de


um furacão”, depois parte, e tudo se
NOITE aclama. No entanto, a natureza chora.

• Retorna e ordem inicial, para o


surgimento de um novo dia.

A DANÇA DAS LETRAS E A MELODIA DAS PALAVRAS

Aliteração e assonância na repetição das consoantes e vogais, para criar efeitos de sentido,
explorando a musicalidade das palavras e relacionando com o contexto.

• Sugestão de claridade pelas vogal “A”, no início do texto: “(...)despontava na pequena


margem de uma fonte de águas claras.”
• Ligeireza do vento, nas consoantes “V” e “F”, “S” e “Z”: “e o vento veio voando veloz.
Varrendo as folhas verdes (...)”
• Escuridão e tristeza, com o emprego do “U”, de consoantes e fonemas nasais, no final da
narrativa. “Nuvens escuras cobriram o céu anunciando um enorme temporal.”

DO TÍTULO: Violeta/Violação. Pedir para que os alunos pesquisem sobre a origem desta palavra.

UMA FÁBULA, MÚLTIPLAS LEITURAS.


FLORESTA DE POESIA – WAGNER FERNANDES FONSECA

Agora faz de conta


Que a partilha era verdade,
Não existiriam guerras,
Violências, falsidades,
E que todas as nações,
Dando as mãos em aliança
Fossem sonhos guardiães
Da justiça e da esperança.

Faz-de-conta

“(...) violeta e violação para criar metáfora com o “vento” que vem “forte” e deixa as flores no chão, alusão certa a um
assunto que está na pauta: as catástrofes nucleare. E, oportunamente, termina o musical cantando a esperança
que sempre há guardada no coração dos justos, valendo-se de um verso que espanta o mal na fala do Velho
Besouro: “enfim o tal velho pediu pra que a brisa guardasse o segredo do lado de cá, que o tempo levasse pra
longe os murmúrios (sofrimentos – grifo meu) do lado de lá.”

Edmundo de Carvalho

N a introdução do livro Floresta de Poesia, o escritor (contista e cronista) Edmundo de


Carvalho aponta uma diretriz presente na fábula “A valsa da violeta”, partindo do trocadilho
Vioelta/Violação. Nesta abordagem, evidencia-se o tema das Guerras Nucleares, numa
perspectiva futurista que parece um cenário de ficção científica.

A propósito desta questão, é importante salientar que a preocupação com os conflitos


entre as nações perpassam boa parte da narrativa do Velho Besouro, que, sem o sentido de
alienação, propõe que estes “murmúrios” fiquem do “lado de lá”, ou sejam não aconteçam, de
fato. O que seria uma enorme perda para toda humanidade e história da civilização, assim
como para muitos seres vivos:

Falou de guerrilhas,
Combates, canhões,
De armas que ferem
Civilizações (...)

Murmúrios do lado de lá.

O diálogo e o respeito mútuo são elementos preponderantes nesta questão. Respeito às


diversidades culturais, religiosas, étnicas, enfim. Num âmbito de maior escala, as nações
sempre projetam seus medos e defeitos nas outras, o que resultaria nas guerras e destruição
em massa.

Ao realizar o trabalho em equipe, respeitando as diferenças, consegue algum resultado,


como se vê na fábula “A Abelhinha Jasmim”:

- Devem ser bem felizes os pais cujos filhos vivem em harmonia – Observou a
Formiguinha. – Há famílias tão desunidas que não conseguem realizar nenhuma tarefa em
comum.

LEITURA COMPLEMENTAR
FLORESTA DE POESIA – WAGNER FERNANDES FONSECA

UM CIENTISTA CONTRA AS GUERRAS NUCLEARES

Com a queda dos mísseis, tempestades de fogo engoliriam cidades


ao redor do mundo, bloqueando o sol e envolvendo o planeta em nuvens
de fuligem. As colheitas morreriam, as temperaturas despencariam, e
todos aqueles que sobrevivessem às bombas morreriam lentamente em
meio às ruínas.

Esta foi a previsão feita pelo astrofísico Carl Sagan em 1983,


criando uma imagem que chocou o mundo e muito contribuiu para mudar
a história.
Carl Sagan foi um cientista, astrobiólogo, astrônomo, astrofísico,
cosmólogo, escritor e divulgador científico norte-americano. Em diversas
palestras e livros lutou contra todo tipo de violência e, sempre a favor da busca pelo
conhecimento, via na Ciência um caminho para que a humanidade recobrasse a razão.

Algumas pessoas lutam a vida inteira para proteger a natureza. Infelizmente são poucas. A maioria dos
homens não consegue viver sem causar algum tipo de morte ao seu redor.

Histórias de um Velho Besouro.

O “inverno nuclear” foi um dos principais fatores que confirmaram a ideia de que a
guerra nuclear não seria, e não poderia ser, vencida por nenhum dos lados. O que
resultaria seria uma catástrofe global:

O vento era frio e feroz. Veio forte. Violando as violetas e deixando as flores
vencidas no chão. (...)
O silêncio adormeceu. Nuvens escuras cobriram o céu anunciando um enorme
temporal. O rio correu ribanceira afora, violento.
Noite.
A chuva caiu. O vento se foi... Varrendo as folhagens com a força de um furacão. O
tempo parou.
A natureza chorava…
A valsa da Violeta

A Terra é um palco muito pequeno em uma imensa arena cósmica. Pensem nos rios de sangue
derramados por todos os generais e imperadores para que, na glória do triunfo, pudessem ser os senhores
momentâneos de uma fração desse ponto. Pensem nas crueldades infinitas cometidas pelos habitantes de um
canto desse pixel contra os habitantes mal distinguíveis de algum outro canto, em seus frequentes conflitos,
em sua ânsia de recíproca destruição, em seus ódios ardentes. Nossas atitudes, nossa pretensa importância
de que temos uma posição privilegiada no Universo, tudo isso é posto em dúvida por esse ponto de luz pálida.
O nosso planeta é um pontinho solitário na grande escuridão cósmica circundante. Em nossa obscuridade, no
meio de toda essa imensidão, não há nenhum indício de que, de algum outro mundo, virá socorro que nos salve
de nós mesmos. (...)"
Carl Sagan, Pálido Ponto Azul.

ATIVIDADES SOBRE O TEXTO “MURMÚRIOS DO LADO DE LÁ”


FLORESTA DE POESIA – WAGNER FERNANDES FONSECA

Um velho Usinas,
besouro, maldades.
Muito Falou de
experiente, guerrilhas,
Contou Combates,
consciente canhões,
Mil coisas
estranhas De armas que ferem
Do lado de lá. Civilizações,
Os outros, mais Que os homens constroem
jovens, Suas próprias prisões.
Ouviram
atentos, E dizem: “- Progresso,
Por certos Um viva ao futuro!...”
momentos Meu Deus, que tristeza!
Diziam: “ - Que passo no escuro!
Será?!”
E enfim o tal velho
O velho besouro Pediu pra que a brisa
Falou de Guardasse o segredo
cidades, Do lado de cá,
De prédios, de Que o tempo levasse
casas, Pra longe os murmúrios
Do lado de lá.

1) O poema é divido em três estrofes. Caracterize o local de


enunciação do narrador (Lado de cá) e, a partir daí,
descreva como é este ambiente.

2) Na segunda estrofe ocorre uma projeção da memória do


narrador, levando os espectadores a uma dimensão
ignorada: a civilização humana, ou seja, “O lado de lá”.

a) Do ponto de vista do narrador, como é caracterizada esta


civilização?

b) Explique a contradição existente entre o conceito de


progresso da humanidade e o resultado obtido para que
este objetivo seja atingido.

3) Tendo em vista a última estrofe, evidencia-se um desejo do


enunciador, que os “murmúrios do lado de lá” não cheguem até a
Floresta. No entanto, ele mesmo relata sobre os feitos humanos.
Como você explica esta aparente contradição?

4) A partir deste texto, aponte o papel desempenhado pelo idoso na


sociedade da Floresta de Poesia.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos complementares e do poema


“Murmúrios do lado de lá”, elabore um texto de caráter científico e
informativo, contendo as seguintes sugestões:
FLORESTA DE POESIA – WAGNER FERNANDES FONSECA

OBS.: Pode ser feito em duplas ou em grupos.

• Quando e onde foi desenvolvida a primeira arma nuclear e quais


cientistas participaram do projeto;
• Quais eram os objetivos dos cientistas ao estudarem a energia
nuclear;
• Hiroshima e Nagasaki – vítimas de um ataque nuclear.
FLORESTA DE POESIA – WAGNER FERNANDES FONSECA

O ENCONTRO COM A SOMBRA E


O AVESSO DE NARCISO
“Prefiro ser íntegro a ser bom.”
C. G. Jung

Uma leitura da fábula O VERSO E O AVESSO.

A SOMBRA é um dos conceitos mais importantes desenvolvidos


por Carl Gustav Jung dentro da Psicologia Analítica. É um aspecto do
ego humano fundamental na conquista do aprimoramento da
personalidade integral do Homem, ou seja, de sua individuação. Sem
o conhecimento e convivência com a Sombra, o ser humano não
cresce, não se aprimora.

Normalmente as pessoas temem o autoconhecimento, negam,


assim, olhar para si mesmas, de se ver como realmente são.
Escondem seus medos e defeitos. Preferem projetar no outro aquilo
que rejeita em si mesmo. Este lado que o ser humano esconde, é o
que Jung chama de Sombra.

Para Jung, “Tudo o que nos irrita nos outros pode nos levar a
um conhecimento de nós mesmos”. Em sua abordagem, a criança é
total ao nascer. Aceita e convive e demonstra seus desejos. No
entanto, no decorrer da vida, começa a receber influências externas e
se divide entre conceitos como bem e mal, belo e feio. Ela é
influenciada pela sociedade, pela religião e pela família, começando a
negar algumas características consideradas más.

Com a chegada da maturidade, ela já negou muito de sua


personalidade real. Esconde uma parte de si, acha pecado, errado e
sujo algo que é dela, e tudo o que é rejeitado fica escondido ou
guardado no inconsciente. Isso se chama sombra, é tudo o que
negamos na busca absurda de sermos perfeitos para os outros, com
um eu ideal.

A fábula “O Verso e o Avesso” é uma metáfora do encontro do


indivíduo com o lado obscuro de sua personalidade. Seu confronto
com a Sombra. Neste texto, a personagem Joana, uma lagartixa
muito vaidosa e apaixonada por si mesma, embora nunca tenha se
visto no espelho (o que sugere uma relação intertextual que altera a
abordagem do Mito de Narciso), sai para um piquenique na Floresta
de Poesia e, num dado momento, em que se encontrava distraída, se
depara com uma figura estranha refletida numa pocinha d’água.
Diferente do que ocorre com Narciso, na mitologia Grega, a
protagonista desta fábula é tomada por um susto imenso. Como a
simbologia tradicional do espelho, nos contos de fada, o reflexo
sugere uma passagem para o autoconhecimento. Joana começa a
notar que também tem defeitos. E isso preocupa. Contudo, ao passar
SIMBOLOGIAS DO ESPELHO
por esta etapa, a personagem supera os limites e aceita a convivência
com a Sombra. O espelho é um símbolo da pureza, da verdade e de
sinceridade. Traduz o verdadeiro conteúdo dos corações
(...) A lagartixa tirou dos homens e também o da sua consciência.
Pode figurar também como um sinal de sabedoria,
O seu primeiro retrato.
conhecimento e iluminação, nas tradições orientais.
Revela ainda a realidade aparente, refletindo-a de
forma invertida, chamando a atenção para a sua
perenidade.
Está presente em diversas narrativas e mitologias,
cinema e múltiplas manifestações artísticas.
FLORESTA DE POESIA – WAGNER FERNANDES FONSECA

Naquela pocinha d’água,


No caminho do quintal,
Que é o nosso pensamento
Com limites sem igual.

ATIVIDADE PARA ANTES DA LEITURA (EXPLORANDO A


ORALIDADE)

1) Você se considera bonito(a)? Por quê?

2) Na sua opinião, quais critérios ou atributos devemos avaliar para


dizer que alguém é belo?

3) Existe algo que você mudaria em sua personalidade? Explique.

4) Alguém já apontou defeitos em você? Quais?

LEITURA DESCOBERTA – A VALSA DA VIOLETA

LEITURA COMPLEMENTAR – ESTÓRIA DE NARCISO E ECO

Conta-se que, certa vez, Narciso passeava nos bosques. Perto dali, a
ninfa ECO, que era uma tagarela incorrigível, acompanhava-o, admirando sua
beleza, mas sem deixar que a notasse. Eco, em virtude de sua tagarelice, foi
punida por Hera, esposa de Zeus, para que sempre repetisse os últimos sons
que ouvisse (por isso, na física, chamamos de eco a reverberação do som).
Por sua vez, Narciso, suspeitando de que estava sendo seguido, perguntou:
“quem está aí?”. E ouviu: “Alguém aí?” Então, ele gritou novamente: “Por que
foges de mim?”. E ouviu “foges de mim”. Até dizer “Juntemo-nos aqui” e ter
como resposta “juntemo-nos aqui”. Toda essa repetição acabou deixando
Narciso angustiado por desejar amar algo que não poderia ver.
Dessa forma, Narciso entristeceu-se e foi à beira de um lago, onde, de
modo surpreendente, deparou-se com sua imagem nos reflexos da água.
Como nunca antes havia se olhado (pois sua mãe foi recomendada a não
permitir que isso ocorresse), enamorou-se perdidamente, acreditando ser a
pessoa com quem estava “dialogando”. Por isso, tentou buscar
incessantemente o seu reflexo, imergindo nas águas nesse intento, mas
acabou morrendo afogado. A ninfa Eco sentiu-se culpada e transformou-se
em um rochedo, vivendo a emitir os últimos sons que ouve. Do fundo da lagoa,
surgiu a flor que recebeu o nome de Narciso e tem as suas características.

http://brasilescola.uol.com.br/mitologia/estoria-narciso-eco.htm

COMPARANDO OS TEXTOS
FLORESTA DE POESIA – WAGNER FERNANDES FONSECA

1) Após a leitura de “O verso e o avesso” e “Estória de Narciso e Eco”,


é possível identificar traços similares e distintos entre as duas
narrativas. Indique, no quadro abaixo, estes aspectos:

PONTOS SEMELHANTES PONTOS DIFERENTES

_________________________________________ _________________________________________
_________________________________________ _________________________________________
_________________________________________ _________________________________________
_________________________________________ _________________________________________
_________________________________________ _________________________________________

2) A partir da atitude da Lagartixa Joana, ao perceber que a figura da


água era ela mesma, e a atitude de Narciso, ao se encantar pela
imagem no lago, explique o título “O verso e o avesso”.
FLORESTA DE POESIA – WAGNER FERNANDES FONSECA

QUESTÕES PARA PROVA

PARA RESPONDER AS QUESTÕES DE 1 A 4, OBSERVE OS TEXTOS:

TEXTO I:

Texto II:

Texto III:

1) Com base nos textos 1 e 2, quais elementos do mundo moderno


representam a caverna? Explique a razão que leva o autor da
tirinha e da charge pensarem que estes elementos aprisionam
o homem.
2) Como as pessoas se comportam em relação a esta “caverna”
moderna?

3) Pela reação dos personagens no último quadrinho, o que eles


sentem ao “sair da caverna” e entrar em contato com o mundo
real?
FLORESTA DE POESIA – WAGNER FERNANDES FONSECA

4) No fábula “As três sementinhas” a personagem que sai da cova e


se depara com a realidade tem uma reação diferente da atitude
dos personagens do texto III. Explique.
Texto para a próxima questão:

“(...) Estavam ali por acaso - pensavam. Não sabiam como


ou por que foram lançadas a um lugar tão escuro.
Desconheciam o sol, o dia, o brilho das estrelas e a claridade do
luar. Ouviam, às vezes, o cantar de um pássaro. Não
compreendiam. Pensavam que era a terra quem cantava. Não
imaginavam que havia uma infinidade de coisas acima daquele
manto de terra, que pra elas era tudo.”

As três Sementinhas

5) Pelo fragmento destacado, a “cova” ou “caverna” em que viviam


as sementes SÓ NÃO:

A) Limitava o pensamento das personagens, pois quase não oferecia


recursos de aprendizado.
B) Representava a realidade total, na concepção das sementes.
C) Delimitava também a dimensão física e o conhecimento do
espaço geográfico.
D) Estimulava a percepção sensível da realidade e o senso crítico
das personagens.
E) Ocultava a realidade exterior, embora fosse um local pequeno.

6) Em “As três sementinhas”, o elemento motivador que levou a


personagem a deixar a caverna foi:

A) A crítica das demais amigas, que, ao demonstrar incertezas, fez


com que uma das sementes se revoltasse contra as demais e
decidisse partir.
B) A solidão de uma das sementes, que buscava, simplesmente,
encontrar outras amigas que pensassem como ela.
C) O desejo de conhecimento e a curiosidade de uma das sementes,
que buscava, acima de tudo, conhecer e questionar a natureza
das coisas.
D) A limitação imposta pelo espaço físico em que as personagens
viviam, obrigando-as a refletir sobre a necessidade de
mudanças.
E) O desejo de grandeza de uma das sementes, o que a levou a
querer saber e ser mais que as outras.

7) “Ficou ao mesmo tempo assustada e embevecida. Não imaginava


que pudesse existir algo assim tão belo.”

A palavra sublinhada, considerando o contexto em que foi


empregada, tem o significado de:

A) Elevada.
B) Medrosa.
C) Curiosa.
D) Paralisada.
E) Encantada.
FLORESTA DE POESIA – WAGNER FERNANDES FONSECA

8) Nesta fábula, ao passar pelo limiar entre ignorância e


conhecimento, a semente descobre que:

(1) O conhecimento traz também infortúnios, ou seja, ela sofre por


não poder voltar à realidade anterior e desejar ser como era
antes.
(2) O conhecimento gera mudanças, por isso, ela percebe que sua
visão de mundo ampliou.
(3) O conhecimento é limitado, ou seja, ela aprendeu sobre a
realidade e isso bastou para sua satisfação.
(4) Não era possível retornar, pois ela havia mudado muito e não
seria aceita pelas outras sementes.

Estão corretos:
A) 1 e 4.
B) 1, 2 e 4.
C) 2, 3 e 4.
D) 2 e 4.
E) 3 e 4.

9) Ao falar sobre as mudanças constantes na natureza, o Velho


Besouro observa também a ação do homem como agente
transformador:

Observe os fragmentos:

“(...) – Hoje, belas criações da natureza, como as árvores e os rios,


não conseguem viver...

Algumas pessoas lutam a vida inteira para proteger a natureza.


Infelizmente são poucas. A maioria dos homens não consegue viver
sem causar algum tipo de morte ao seu redor.

- CADÊ o riacho?
- O riacho fugiu,
Correu pra floresta
E o homem nem viu.

- Cadê a floresta?
- O homem feriu
O verde da mata
Que um dia sorriu. (...)

Nos trechos acima, percebe-se:

A) Uma visão crítica acerca das mudanças ocasionadas pela


civilização, que causou maior impacto negativo que positivo,
segundo o enunciador..
B) Uma visão negativa a respeito da ação do homem diante da
natureza, visto como incapaz de construir o progresso sem
causar destruição.
C) Uma perspectiva negativa em relação à sobrevivência de todos os
seres devido à ação do homem.
FLORESTA DE POESIA – WAGNER FERNANDES FONSECA

D) Uma visão idealista sobre a cidade grande, no entanto, critica a


humanidade, apontando-a como incapaz de realizar uma
atividade ecológica.
E) A necessidade de se adaptar às mudanças, uma vez que não é
possível gerar civilização e manter uma atitude ecológica.

10) A exploração de recursos sonoros é um atributo valioso na obra


literária, observe, por exemplo, como o autor destaca a
presença das consoantes “F” e “V” na seguinte passagem de “A
Valsa da Violeta”:

Varrendo as folhas verdes. Folheando as pétalas vermelhas


das flores, que ardiam num calor desmedido.

A utilização deste recurso é muito sugestiva no texto e indica, neste


fragmento:

A) Agilidade e Tristeza.
B) Força e Brutalidade.
C) Delicadeza e Agressividade
D) Ligeireza e Violação.
E) Destruição e Criação.

Para responder à próxima questão, leia os textos abaixo:

Texto I – O verso e o Avesso

Foi nesse pé de ilusão que Joana viu uma carinha estranha,


medrosa e um pouco tremida dentro de uma pocinha d’água.

- Que susto! - disse a lagartixa. - Como alguém pode morar ali?

Tudo que Joana fazia, todos os seus gestos e saudações, a


carinha da poça d’água repetia.

- Que bichinho feio! - tornou a dizer arrepiando-se toda.

(Floresta de Poesia)

Texto II – Narciso, pintura de Caravaggio

11) Ao comparar os textos é possível verificar que:


FLORESTA DE POESIA – WAGNER FERNANDES FONSECA

A) Há semelhanças, pois ambas as personagens ficam envaidecidas


com a própria imagem.
B) Há diferenças, pois Narciso se envaidece com a própria imagem; a
lagartixa Joana, por sua vez, não aceita que tem aquela
aparência.
C) Há diferenças, pois Narciso desconhece quem é a imagem do lago;
a lagartixa Joana sabe que se trata dela mesma.
D) Há semelhanças, pois Narciso e Joana desconhecem que a imagem
é representação deles mesmos.
E) Em ambas a imagem ocorre um processo de curiosidade, seja pela
beleza, seja pelo espanto diante do desconhecido.

12) A fábula “A Valsa da Violeta” apresenta uma narrativa rica em


imagens e explora a sonoridade das palavras, trabalhando as
cores, sons e o momento do dia em que ocorrem os fatos.

Tendo em vista estas questões, explique a relação que se estabelece


entre COR, CLIMA E A AÇÃO DO VENTO nos momentos:

MANHÃ TARDE NOITE

Você também pode gostar