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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Faculdade de Ciências de Educação


Curso de Licenciatura em Ensino de Português

Introdução a estudos literários

Tema:
Função da literatura

Herlanda Dinís Cossa

Xai-Xai, Setembro, 2023


Índice
Introdução ....................................................................................................................................... 3

Metodologia .................................................................................................................................... 3

Função da Literatura ....................................................................................................................... 4

Funções que a literatura foi adquirindo dos tempos, desde Horácio à contemporaneidade ........... 4

O paradoxo da função da literatura concebido por Platão e Aristóteles ......................................... 5

Aspectos diferenciadores do romantismo, e contemporaneidade sobre a literatura como um


conhecimento. ................................................................................................................................. 6

Conclusão........................................................................................................................................ 8

Bibliografia ..................................................................................................................................... 9
Introdução

O presente trabalho busca a reflexão sobre função da literatura. Algumas funções sociais da
Literatura são: emocionar, divertir, fazer pensar, mostrar a realidade. A literatura faz parte de todas
as fases da vida escolar. Sua principal característica é retratar a vida, trazendo situações e
despertando sentimentos que são comuns a todo ser humano.

Ao construir essas realidades, a literatura tem um importante papel formador, possibilitando que
estudantes trabalhem diversas habilidades, como interpretação e senso crítico.

Neste trabalho, vamos falar mais sobre as funções da literatura e explicar a importância da mesma.

Objectivos

Geral:

 Compreender as funções da literatura.

Específicos

 Definir as Funções que a literatura foi adquirindo dos tempos, desde Horácio à
contemporaneidade;

 Explicar em que reside o paradoxo da função da literatura concebido por Platão e


Aristóteles;

 Mencionar aspectos diferenciadores do romantismo, e contemporaneidade sobre a


literatura como um conhecimento.

Metodologia

Para a realização deste trabalho, recorreu-se ao método hermenêutica que ajuda na leitura e
interpretação dos manuais que versam sobre o tema em análise. Foi usado também o método
analítico sintético que propiciou a minuciosa peneiração do conteúdo para a compilação do
trabalho.

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Função da Literatura

Funções que a literatura foi adquirindo dos tempos, desde Horácio à contemporaneidade

Ao longo das Eras, o ser humano sempre buscou formas de deixar a sua marca no mundo. Para
que isso fosse viabilizado, foi gestada a cultura que concretiza as diversas formas de manifestação
do homem na natureza, na sociedade, no território e na vida. Algumas formas de manifestação
cultural são: as pinturas, as telas, as esculturas, a música, a literatura, a vestimenta, a alimentação,
a ideologia e a construção da organização político-social das comunidades.

O poeta latino Horácio, em sua Arte poética, expõe que a arte de escrever consiste em produzir
textos que possam deleitar e instruir: “Os poetas desejam ou ser úteis, ou deleitar, ou dizer coisas
ao mesmo tempo agradáveis e proveitosas para a vida”. A idéia de que a literatura é uma forma de
conhecimento, ou de transmissão de valores e saberes, vem desde Platão e Aristóteles. Para este
último, a arte imita a vida, e o homem aprende e sente prazer imitando.

Os conhecidos versos de Horácio que assinalam com finalidade da poesia aut prodesse aut
delectare, não implicam um conceito de poesia autónoma, de uma poesia exclusivamente fiel a
valores poéticos, ao lado de uma poesia pedagógica. O prazer, o doce referido por Horácio e
mencionado por uma longa tradição literária europeia de raiz horaciana, conduz antes a uma
concepção hedonista da poesia, o que constitui ainda um meio de tornar dependente, e quantas
vezes de subalternizar lastimavelmente, a obra poética.

Horácio impregna à literatura uma função de prazer e ao mesmo tempo de educar, pela moral e a
didática, ou seja, dá à arte poética uma significância pragmática.

A literatura foi tomando várias funções, que podemos arriscar que teve uma finalidade hedonista
ou uma finalidade pedagógico-moralista, e também actividade poética numa autêntica religião da
arte, consagrando-se de modo total à criação do poema e ao seu aperfeiçoamento formal, excluindo
dos seus propósitos qualquer intenção utilitária. Porem contudo teve ainda uma função evasionista,
uma função de refúgio mental.

A Literatura é uma das muitas formas de expressão da Arte, entendida como atividade humana
ligada a manifestações de caráter estético. A princípio, a Literatura, como as Artes em geral, não
tem uma utilidade prática e imediata, o que não significa, entretanto, que ela não tenha uma função.

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A arte possui uma função transcendente, suas manifestações simbolizam estados da consciência
humana, envolvendo percepção, emoção e razão.

Dentre várias funções ao longo do tempo, a literatura desempenhou funções ligadas prazer e o
doce; evasão, conhecimento profundo do ser humano, diversão, entre outros. No entanto nos dias
contemporâneos a literatura consiste numa das mais variadas formas de expressão do ser humano,
no seu meio de atuação, de vivência e de convivência. Por ter um papel importante no
desenvolvimento da sociedade, ela vem acompanhada de quatro funções essenciais, a saber: a
catártica, a estética, a cognitiva e a político-social.

O paradoxo da função da literatura concebido por Platão e Aristóteles

Da mesma forma que Platão, Aristóteles também era um filósofo. Entretanto, na condição de um
estudioso das questões da natureza, Aristóteles estava habituado a verificar in loco os fatos para
os quais precisava de explicação. Assim é que diante das obras literárias não foi procurar em idéias
abstratas ou valores éticos a causa da literatura. Antes, penetrou analiticamente nos textos e deles
arrancou os elementos que iam dar base à sua compreensão de poesia. Nesta atitude, está a
novidade aristotélica para a literatura.

A poesia encontrou nele um lugar de reflexão sobre a natureza do seu ser, suas formas de
organização, a matéria de que é feita. Em Aristóteles temos a literatura sendo tomada a partir de si
mesma, ficando salva da dependência de fatores extraliterários como sociedade, política e religião.
Nesse pensador, a literatura ganha autonomia. Infelizmente sua difusão no mundo romano por
meio de Horácio trouxe confusão com a retórica e, consequentemente, uma perda significativa
para os avanços no estudo da literatura propriamente dita.

No entanto, para Aristóteles, a catarse é a finalidade da literatura. Na Poética, ele diz que a função
da poesia é o prazer (hedone), não um prazer grosseiro e corruptor, mas puro e elevado

Platão não reconhece plenamente a literatura como um veículo que transportasse o conhecimento,
pelo facto da imitação aparente que a poesia expressava na sua criação, uma característica diferente
da Filosofia. Segundo Platão, a imitação poética não constitui um processo revelador da verdade,
a poesia, com efeito, limita-se a fornecer uma cópia, uma imitação das coisas e dos seres que, por
sua vez, são uma mera imagem.

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Por conseguinte, enquanto Platão condena a mimese poética como meio inadequado de alcançar a
verdade, Aristóteles considera- a como instrumento válido sob o ponto de vista gnosiológico

Aspectos diferenciadores do romantismo, e contemporaneidade sobre a literatura como um


conhecimento.

Apenas com o romantismo e a época contemporânea voltou a ser debatido, com profundidade e
amplidão, o problema da literatura como conhecimento. Na estética romântica, a poesia é
concebida como a única via de conhecimento da realidade profunda do ser, pois o universo aparece
povoado de coisas e de formas que, aparentemente inertes e desprovidas de significado, constituem
a presença simbólica de uma realidade misteriosa e invisível.

Assim a poesia se identifica com a experiência mágica e a linguagem poética se transforma em


veículo do conhecimento absoluto, ou se volve mesmo, por força encantatória, em criadora de
realidade. No romantismo o poeta é visco como o vidente que alcança e interpreta o desconhecido,
reencontrando a unidade primordial que se reflecte analogicamente nas coisas.

Contemporaneamente, a questão da literatura como conhecimento tem preocupado


particularmente a chamada estética simbólica ou semântica, representada sobretudo por Ernest
Cassirer e Susanne Langer, para a qual a literatura, longe de constituir uma diversão ou actividade
lúdica, representa a revelação, através das formas simbólicas da linguagem, das infinitas
potencialidades obscuramente pressentidas na alma do homem.

Nesta época a poesia é vista como a revelação da nossa vida pessoal e que toda a arte proporciona
um conhecimento da vida interior, contraposto ao conhecimento da vida exterior oferecido pela
ciência, considerando a literatura como revelação do carácter da subjectividade, opondo o modo
discursivo, próprio do conhecimento científico, ao modo apresentativo, próprio do conhecimento
proporcionado pela arte.

Portanto, enquanto o romantismo, olha literatura como revelação, através das formas simbólicas
da linguagem, das infinitas potencialidades obscuramente pressentidas na alma do homem,
enquanto ele olha a literatura como vidência da realidade do homem, a contemporaneidade, olha
aliteratura como diversão, como evasão da vida, como revelação da subjectividade pela arte.

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Ademais, cada período histórico produz sua literatura com uma marca particular, seja pelas
técnicas de produção, ou seus modos de recepção e, sobretudo sua definição enquanto prática
social e actividade humana. Longe de ser um divertimento de diletantes, a literatura afirma-se
como meio privilegiado de exploração e de conhecimento da realidade interior, do eu profundo
que as convenções sociais, os hábitos e as exigências pragmáticas mascaram continuamente.

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Conclusão

Os conhecidos versos de Horácio que assinalam com finalidade da poesia aut prodesse aut
delectare, não implicam um conceito de poesia autónoma, de uma poesia exclusivamente fiel a
valores poéticos, ao lado de uma poesia pedagógica.

Contudo, cada período histórico produz sua literatura com uma marca particular, seja pelas
técnicas de produção, ou seus modos de recepção e, sobretudo sua definição enquanto prática
social e actividade humana. Ao longo desses tempos a literatura desempenhou entre várias
funções: prazer e o doce; evasão, conhecimento profundo do ser humano, diversão.

A literatura afirma-se como meio privilegiado de exploração e de conhecimento da realidade


interior, do eu profundo que as convenções sociais, os hábitos e as exigências pragmáticas
mascaram continuamente. A literatura, foi vista como um domínio perfeitamente alheio ao
conhecimento, pois enquanto este dependeria do raciocínio e da mente, aquela vincular-se-ia ao
sentimento e ao coração, limitando-se a comunicar emoções.

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Bibliografia

Chicumule Fernando (2022), Introdução aos Estudos Literários. Ensino de Português, Modulo/
UnISCED, Beira

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