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INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

DISCENTE: CLARA FERREIRA DE LIMA


DOCENTE: EDUARDO LUZ
DISCIPLINA: TEORIA DA LITERATURA I

Texto 6 - GONÇALVES, Magaly Trindade; BELLODI, Zina C. ​Teoria da​ ​Literatura


"revisitada"​. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2005.

● Resumo

No livro II da ​República, ​Sócrates estabelece que lidamos não com as coisas reais, mas
com suas representações defeituosas. O filósofo vê a poesia como sendo uma atividade
imitativa que nasce do lado irracional da natureza humana, tendo assim uma origem
hipotética. Para Sócrates, a poesia encontra seu objeto preferido de imitação na
lamentação, na dor e no irracional, pois as pessoas preferem ver no palco pessoas
apaixonadas, vítimas de impulsos irracionais, já que elas mesmas estão longe do ideal
de sabedoria e calma.
Em Platão observamos duas objeções à poesia. A primeira trata-se da dupla distância do
verdadeiro, que, como explica o filósofo, é dada pela teoria de que se as únicas
realidades verdadeiras são as ideias, das quais os seres individuais são imitações, a arte,
como imitação deles, estaria duplamente distante do que é realmente veraz. A outra
objeção se dá pelo fato de a imitação poética não se preocupar em sempre melhorar os
homens, transmitindo-lhes conhecimentos e exemplos agregadores, visando aprimorar
sua moral. Apesar de não se expressar sempre tão restritivamente contra a poesia, Platão
tende a ser negativo. Por ser estritamente científico, ele não admite que a Literatura é,
entre outras coisas, uma forma de conhecimento.
Diferentemente de seu mestre Platão, a preocupação de Aristóteles é descritiva e não
normativa, ele se volta para uma definição do que a Literatura é, e não do que ela
deveria ser. Em sua discussão, Aristóteles aborda modos pelos quais se realiza a
imitação poética. Por exemplo, ele atribui à comédia a tarefa de imitar homens de
estatura menos elevada que o comum. Já à tragédia, o filósofo atribui a capacidade de
produzir um efeito poderoso e benéfico ao público: a catarse. A contemplação de cenas
violentamente apaixonadas existentes na tragédia, funciona como um antídoto aos
impulsos violentos que existem na natureza humana, mesmo quando escondidos. Na
epopéia, o filósofo explica que o poeta deve falar o mínimo possível em seu próprio
nome, já que, ao falar diretamente, ele quebra o processo da “imitação”. Sobre a
Retórica de Aristóteles, este texto a define como sendo uma sistematização de alguns
princípios, resultantes de uma investigação teórica das causas que levam o exercício da
Retórica a ter êxito nas relações entre os homens. Para o aluno de Platão, a Retórica é
algo útil e necessário, pois sua finalidade é conduzir à verdade e à justiça, além de dá ao
homem, meios de levar determinadas pessoas a tomarem decisões acertadas.
Em Horácio o valor máximo é a perfeição, entendida como o equilíbrio supremo, e suas
preocupações são com a extrema exatidão e a unidade. O poeta explica que para haver
criação, são necessários “talento e arte”. Talento aqui querendo dizer que o poeta é um
ser com aptidões especiais e que, por assim dizer, nasce poeta. Arte significa reconhecer
que a obra é resultado de um trabalho desenvolto, de um “fazer” específico. Para
Horácio o ideal artístico era o “útil e agradável”, o que indica que o filósofo atribuía à
Literatura o papel de provocar efeitos que deveriam ser benéficos.
Para Longino, há dois aspectos que tornam possível a Literatura: a natureza e a arte. O
filósofo explica que é necessário o indivíduo ter talento natural para que uma obra surja,
contudo, esse talento natural nada produzirá se não houver o exercício artístico. Então,
entende-se que, mesmo que o indivíduo nasça poeta, ele terá ainda de se fazer poeta, ou
seu talento nunca aparecerá. Segundo Longino, o propósito do autor é atingir o sublime,
entendido como aspecto que permeia a obra toda e que não tem seu efeito jamais
desgastado.

● Juízo Crítico

As análises sobre Literatura e poesia feitas por esses filósofos e poetas foram bastante
úteis, pois além de cada um deles ter sua visão particular do assunto, citaram também
várias referências pertinentes ao assunto geral, e isso faz com que o leitor tenha a mente
aberta no momento que está lendo sobre esses pontos de vista, e isso consequentemente,
aprimora seus conhecimentos acerca do assunto principal da obra.

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