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Neste poema de Alberto Caeiro, são percetíveis várias características da escrita deste
heterónimo pessoano. De facto, o discurso poético pauta-se pelo uso de um tom (a) ,
recriando uma linguagem (b) de artifícios, que se harmoniza com a (c)
comunicativa das ideias apresentadas.
Parte B
Lê o texto. Se necessário, consulta as notas.
Lê o texto.
A Idade Média não é apenas a época dos cavaleiros e das damas, dos servos e dos
senhores, dos torneios e dos reis. É, acima de tudo, o tempo da floresta e das árvores. Num dos
seus primeiros livros, Guerreiros e Camponeses, o grande medievalista francês Georges Duby
escreveu: «Até ao final do século XII, a proximidade de um vasto pano de fundo florestal ressoava
5 em todos os aspetos da civilização: a sua marca tanto pode ser encontrada nos temas dos
romances corteses como nas formas inventadas pelos decoradores góticos. Para os homens da
época, a árvore é a manifestação mais óbvia da natureza vegetal.»
A floresta, as suas formas, as suas criaturas, as suas lendas, as suas clareiras, mas também
a madeira como elemento omnipresente na vida quotidiana ocupam o espaço vital e o imaginário
10 do mundo medieval. Até ao ano 1000, como estudou a medievalista Ana Rodríguez, do Conselho
Superior da Investigação Científica (CSIC), o material de construção mais comum era a madeira
e não a pedra. [...]
Inspiração à sombra
4 Ao referir a figura de Robin dos Bosques e a obra de Tolkien (O Senhor dos Anéis), o autor
(A) destaca a relevância das florestas no imaginário da Idade Média.
(B) realça a imprescindibilidade das florestas no processo de criação artística.
(C) valoriza o papel do ser humano em detrimento do papel da natureza.
(D) evidencia a influência das florestas na criação de universos míticos e ficcionais.
5 No contexto em que ocorre, o vocábulo «para» (l. 16) contribui para a coesão textual
(A) gramatical referencial.
(B) gramatical interfrásica.
(C) gramatical frásica.
(D) lexical por substituição.
6 Identifica o processo que esteve na origem da formação de cada uma das seguintes palavras:
a) «omnipresente» (l. 9);
b) «infinita» (l. 22).
7 Classifica a oração «que terminará no século XIX com a Idade do Carvão» (l. 28) e refere a função
sintática do elemento que a introduz.
LDIA12DP © Porto Editora
Letras em dia, Português, 12 .° ano Sugestões de resolução
Grupo I – Parte A
Grupo I – Parte C
1. O sujeito poético caracteriza-se como alguém que
considera o ato de não pensar como seu traço 7. Resposta pessoal. Tópicos de resposta:
constitutivo e que, por isso, se sente distanciado e se – face à consciência da efemeridade da vida e à
ri de haver «gente que pensa» (v. 4). Vive das inevitabilidade da morte, Ricardo Reis procede a uma
sensações, nega a utilidade do pensamento e defende encenação da mortalidade, defendendo que se deve
uma atitude objetivista perante a realidade (vv. 11 e 16- fruir o momento presente com tranquilidade, sem
19). anseios futuros, baseando-se na máxima epicurista
do carpe diem (exemplo textual: «Mestre, são
2. Os versos exprimem o descontentamento do «eu»
plácidas»);
consigo mesmo por se ter surpreendido a perguntar-
se «cousas», isto é, a pensar, o que significa ter-se – a vivência do presente deve pautar-se pela
traído, por momentos, a si próprio, caindo no erro que disciplina e contenção e pela aceitação do Destino
critica nos outros. Mesmo que momentânea, esta inelutável, de acordo com a perspetiva estoicista,
contradição provoca-lhe um desagrado e um uma vez que o homem não tem poder de escolha e
desconforto quase físicos (v. 9).1 que qualquer perturbação gerará apenas dor
(exemplo textual: «Vem sentar-te comigo, Lídia, à
3. As interrogações retóricas dos versos 10 e 15 beira do rio»).
salientam a indiferença do sujeito poético face ao ato
de pensar e marcam o seu afastamento relativamente
Grupo II
a essa problemática. Por seu lado, o verso final surge
formulado como a conclusão do poema e, em 1. (A).
particular, da argumentação iniciada no verso 15, 2. (C).
relativa ao que o sujeito poético perderia se
«pensasse» e ao que ganha não pensando. Assim, 3. (B).
pensar significaria deixar de ver a realidade para «ver 4. (D).
só» as construções abstratas dos «pensamentos»,
que se interporiam, como uma cortina, entre o «eu» e 5. (C).
«as árvores», «as plantas», e a «Terra», deixando-as 6. a) Composição morfológica.
«às escuras». Pelo contrário, não pensando, nada se b) Derivação por prefixação.
interpõe entre o seu olhar e a realidade das coisas do
mundo; em suma, não pensar é libertar de 7. Oração subordinada adjetiva relativa restritiva;
subjetividade a visão do real, é restituir ao olhar a «que» – sujeito.
capacidade de ver o mundo na sua plenitude, é sentir-
se dono da «Terra» e do «Céu». Grupo III
1 In Explicitação dos critérios de classificação e respetivas cotações Resposta pessoal.
– Prova Escrita de Português B – 2002, 1.ª fase, 1.ª chamada.
4. a) 3; b) 1; c) 3.
Grupo I – Parte B
5. Nas duas primeiras estrofes, com o seu apelo, a
donzela expressa a vontade de acordar o «amigo». Por
outro lado, identifica o interlocutor (através da
apóstrofe), evidenciando a relação amorosa entre
ambos. Para além disso, interpela o «amigo»,
avisando-o da aproximação do dia (na tradição da
alba).2