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Trabalho Escrito - Filosofia

O que é um poema, e o que


pensa dele a filosofia

Alain Badiou

Grupo:
Carlos Eduardo
Douglas Souza
Guilherme Albuquerque
Lucas Gonçalves

Professor:
Gabriel Kafure

Petrolina, 2023
PENSAMENTO DE PLATÃO

Platão via o poema como uma forma de imitação da realidade, e portanto,


uma forma inferior de conhecimento. Platão argumenta que a poesia e a arte podem
levar as pessoas a se desviar da verdade e da razão, dessa forma, elas devem ser
censuradas e controladas pelo Estado. Assim, Platão não era um grande admirador
da poesia e da arte, mas sim da filosofia, que ele via como a única forma de
conhecimento verdadeiro e duradouro.
Platão reconhece que a poesia tem o poder de tocar as emoções e a
imaginação das pessoas e pode ser uma ferramenta valiosa para educar e transmitir
valores morais. Mas, usada de forma errada poderia causar danos aos pensamentos
da sociedade, como exemplo, a frase:
“A cidade, que é o nome da humanidade em sua concentração, só é pensável na
medida em que se mantém seu conceito protegido do poema. Proteger a
subjetividade coletiva do encanto poderoso do poema é necessário para que a
cidade se exponha ao pensamento ou ainda: enquanto for "poetizada", a
subjetividade coletiva também é subtraída ao pensamento, permanecendo
heterogênea a ele.”
Platão argumenta que o pensamento é essencial para a compreensão da
cidade e da vida coletiva, e que a poesia pode obscurecer essa compreensão ao
envolver a cidade em uma aura de encantamento e mistério. Portanto, ele defende
que é necessário proteger o conceito de cidade da influência da poesia, para que
possamos pensá-la de forma clara e racional. Outra frase apresentada:
“Ao que a poesia se opõe, no pensamento? Não se opõe diretamente ao
intelecto, ao vo us, à intuição das idéias. Não se opõe à dialética como forma
suprema do inteligível. Platão é muito claro nesse ponto: o que a poesia desorienta é
o pensamento discursivo, a dianóia. O poema, diz Platão, é a "ruína da
discursividade dos que o escutam". A dianoia é o pensamento que atravessa, o
pensamento que encadeia e que deduz.”
Platão via a poesia como uma forma de imitação que usa a linguagem de
maneira imaginativa e emotiva, em vez de racional. Ele dizia que a poesia pode
desorientar o pensamento discursivo, que é considerado uma forma inferior de
pensamento em relação à razão intuitiva. Assim, a poesia se opõe ao pensamento
racional e discursivo, que Platão considera o meio mais confiável de buscar a
verdade e a sabedoria.
Poema

Poema para Platão:


Para Platão, o que a poesia desorienta é o pensamento discursivo,
caracterizado por ele como a dianóia. Ele é bem claro nesse ponto, falando que a
poesia não se opõe diretamente ao intelecto, à intuição das idéias. Não se opõe
também a dialética como forma suprema do inteligível.
Para Platão, o Poema é um pensamento duvidoso. Mas o que é um
pensamento duvidoso para Platão? Seria exatamente o que se sugere no diálogo de
Protágoras quando ele se refugia por trás do poeta Simônides e declara que: "para
um homem, a parte crucial da educação é ser competente em matéria de poesia".
então o não pensamento seria um sofística. Portanto o Poema é para um sofista o
que a Matemática é para um filósofo.
Mas e que seria um sofística? Uma sofistica seria um não-pensamento que
se apresenta no poder de linguagem de um pensamento possível, e interromper
esse poder seria a função do Matema.

Dianoia:
Existe uma diferença entre a Dianoia e o Poema. A Dianoia é o pensamento
que atravessa, o pensamento que encadeia e que deduz, já o Poema é afirmação e
deleite, que não atravessa, e que se mantém no linear. Simplificadamente, a dianóia
é o pensamento que encadeia e atravessa, o pensamento que é um lógos submetido
a uma lei. Ela possui um paradigma, é a matemática.
Platão diz que o que a dianoia é o pensamento que a poesia desorienta. ela
fala que o Poema é a ruína da discursividade dos que o escutam. Dirá ainda que, no
poema teatral, o que triunfa é o princípio do prazer e da dor, contra a lei e o lógos.
Platão também dirá que o verdadeiro recurso contra o poema é "a medida, o número
e o peso".

Poema Moderno:
O Poema Moderno, ao contrário do que pensa Platão sobre o Poema antigo,
identifica a si mesmo como um pensamento verdadeiro, não como um pensamento
duvidoso. Não é apenas a efetividade de um pensamento entregue no cerne da
língua, é o conjunto das operações pelas quais esse pensamento se pensa.
O poema moderno é menos a forma sensível da ideia e bem mais o sensível
que se apresenta como nostalgia subsistente, e impotente, da ideia poética. O
poema moderno é o contrário de uma mímesis. Por sua operação, exibe uma ideia
da qual o objeto e a objetividade não passam de pálidas cópias. Mas o que é a
Mímeses? Ele designa a arte não tanto como imitação das coisas, mas como
imitação do efeito de verdade. Ou seja, por o Poema moderno ser contrário a
Mímeses, ele se identifica como um pensamento verdadeiro e não como um falso
pensamento.
Poema para a filosofia:
O que é um Poema para a filosofia? A poesia é um pensamento que não é
pensamento, nem mesmo pensável. Mas que, precisamente, a filosofia tem como
único desafio pensar o pensamento, identificar o pensamento como pensamento do
pensamento. E que deve, portanto, excluir de seu campo qualquer pensamento
imediato, apoiando-se para isso nas mediações discursivas do matema.
Digamos que o poema é um pensamento impensável. Enquanto a
matemática é um pensamento que se escreve imediatamente como tal, um
pensamento que precisamente só existe na medida em que é pensável.
"Que ninguém que não seja geômetra entre aqui": Platão
Parece haver, entre o pensamento tal como a filosofia e o poema, uma
discordância bem mais radical, bem mais antiga do que a que diz respeito às
imagens e à imitação.
É a essa discordância antiga e profunda que Platão alude quando ele escreve:
"antiga é a discordância da filosofia e do poético". Essa antiguidade da discordância
refere-se evidentemente ao pensamento, à identificação do pensamento.
Essas discordâncias entre os filósofos e os poetas talvez seja devido quase
sempre os poeticos terem uma percepção de pensamentos melhores que os
próprios filósofos.

POEMA E MATEMÁTICA

A poesia e a matemática são duas formas de expressão que frequentemente


são comparadas por sua natureza simbólica e abstrata. A poesia é frequentemente
associada à imaginação e à emoção, enquanto a matemática é vista como uma
disciplina racional e lógica. Exemplo de frase do livro:
“Por um lado, o mais evidente, o poema permanece sujeito à imagem, à
singularidade imediata da experiência. Já o matema tem seu ponto de partida na
ideia pura, e em seguida só confia na dedução. De modo que o poema mantém com
a experiência sensível um laço impuro, que expõe a língua aos limites da sensação.
Desse ponto de vista, é sempre duvidoso que haja realmente um pensamento do
poema ou que o poema pense.”
Nesta frase, o autor faz uma comparação entre o poema e a matemática. Ele
fala que o poema está sujeito à imagem e à singularidade imediata da experiência,
enquanto a matemática parte de ideias puras e confia na dedução lógica. E no fim,
ele também sugere que a impureza da linguagem do poema pode tornar duvidoso se
ele realmente contém um pensamento.
O poema e a matemática, falando desse tema, podemos pegar uma parte do
livro, Badiou - Pequeno Manual de Inestética, em específico do capítulo “O que é um
poema?” A parte em que é falado que "A poesia é para o sofista o que a matemática
é para o filósofo", ao pararmos para refletir sobre essa frase podemos pensar da
seguinte maneira, que assim como a poesia pode ser utilizada pelo sofista como
uma ferramenta de espalhar seus discursos persuasivos, visando atingir ou
transmitir seus pensamento de forma mais dinâmica e emocional a seu público,
podendo atingir profundamente o seu público desejado, mas pensando de outra
forma o poema também pode ser utilizado para tentar engabelar um público por
meio do poema, principalmente em caso de carência por parte de provas sólidas,
assim tentando enganar por parte da estética do texto, quando falamos da
referência da matemática e a filosofia, podemos achar de primeira vista que são
coisas totalmente distante, mas muito pelo contrário do que pensamos a respeito da
relação entre a filosofia e matemática elas são uma disciplinas irmãs que se
completam mas não se opõem, pois a lógica estudada pela filosofia foi uma grande
alargadores horizonte da matemática, assim como o poema pode ser alargador dos
pensamentos dos dos sofistas, já que a matemática trabalha fortemente com a
lógica, e a filosofia fortemente com fatos, estudos matemáticos e vários
pensamentos surgidos a partir da matemática, ou seja, tanto o poema é para o
sofista uma forma de espalhar seus pensamentos, assim como a filosofia é uma
“mãe” de todas as outras ciências por ser por meio dela que se espalha os saberes
obtidos através estudos, pesquisas e investigações utilizando a lógica da filosofia.

INFINITO LINGUISTICO

O infinito linguístico e poema, é possível retirar desse mesmo livro e dos


mesmo capítulo a seguinte frase, "O infinito linguístico é a impotência imanente ao
efeito de poder do poema" primeiramente ao ver essa frase podemos pensar o
seguinte sobre infinito linguístico, que está falando sobre a complexidade e
infinidade de palavras, frases, ideias e muitas coisas diferente que a língua é capaz
de expressar, mas justamente esse infinito da língua pode ser visto como um limite,
já que a língua nem sempre consegue expressar totalmente o que quer se transmitir,
podendo ser limitada devido vários fatores entre eles um bem conhecido que é a
ambiguidade das palavras, ou seja, uma palavra ter mais de um sentido, podendo
mudar totalmente o sentido de uma frase, quando falamos da segunda parte dessa
frase “a impotência imanente ao efeito de poder do poema” nessa parte ele pode
refletir justamente do poder que o poema tem de fazer o leitor imaginar, pensar, se
imaginar naquele cenário, mas paralelo a isso essa imaginação, está justamente a
limitação ocasionada por conta da limitação linguística, que irá tornar o poema
impotente no que se diz infinitude.
PTYX
O ptyx é uma palavra que ficou bem conhecida a partir do surgimento do
poema Ses purs ongles très haut dédiant leur onyx (conhecido no brasil como o
Soneto em ix) ela é uma palavra que vem do grego que significa uma concha que se
pode ouvir o som do mar, mas na filosofia é uma palavra que provoca profunda
fascinação nos intérpretes de Mallarmé pois não se sabe ao certo seu significado
em suas poesias, alguns leitores acreditam que a palavra assim como no grego
significa a concha, que é algo que não apresenta muito ali explícitos mas ao
encostar o ouvido é possível escutar o barulho do mar, assim as pessoas a
relacionam o significado dessa palavra como algo que não está explícito mas pode
ser uma coisa grandiosa, podendo apresentar vários sentidos de acordo com o
contexto, sendo assim uma palavra ambígua, que é do principais limitadores da
infinitude linguística.

O PENSAMENTO DE MALLARMÉ

Mallarmé dizia que não acreditava em uma literatura comparada que significa
o ramo da teoria literária que estuda, através da comparação dos diferentes textos
literários junto dos seus grupos linguísticos, como as regras gramaticais e as
intertextualidades, porém Mallarmé acreditava sim, nos grandes poemas, mesmo
ocorrendo uma aproximação como a tradução.
Mallarmé fazia uma comparação com um poema de língua árabe e outro de
língua francesa. Os dois poemas falam da proximidade do pensamento, onde ao
mesmo tempo esses poemas são abafados pela imensidão de um afastamento.
O poema de língua Francesa é o chamado Coup de dés que significa “ Um
lance de dados ” esse poema foi escrito pelo grande filósofo Mallarmé, onde nesse
poema tem, uma superfície marítima anônima, um velho mestre agita irrisoriamente
com sua mão, que contém os dados, e hesita por tanto tempo antes de lançá-los,
onde parece submergir sem ter tomado uma decisão sobre o seu gesto. Diz então
Mallarmé:

“ Nada, da memorável crise onde o acontecimento se realizou em vista de


todo resultado nada humano, terá acontecido( uma elevação ordinária verte a
ausência) que não o lugar, marulho inferior qualquer como para dispensar o ato
vazio abruptamente que senão por sua mentira fundaria a perdição nessas paragens
do vago em que toda realidade se dissolve”.
O PENSAMENTO DE LABID BEN RABI 'A

Para Labid ben Rabi'a, é do lugar nu que se parte, da ausência, do completo


desaparecimento desértico. E dali se extrai o recurso de evocar um mestre cuja
virtude é a escolha justa é a decisão aceitável por todos.
Esses poemas são separados por treze séculos: o seu contexto fala primeiro do
salão burguês da França imperial, para o outro poema fala do nomadismo das
grandes civilizações do deserto na Arábia.
Suas línguas não são da mesma ascendência, mesmo longínqua, ou seja
mesmo estando afastado no espaço. Sendo que esse afastamento é quase sem
conceito.

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