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Exercícios – Estética – 

Múltiplas escolhas 
 

1. (Uel 2015) Leia os textos a seguir.

A arte de imitar está bem longe da verdade, e se executa tudo,


ao que parece, é pelo facto de atingir apenas uma pequena
porção de cada coisa, que não passa de uma aparição.
Adaptado de: PLATÃO. A República. 7.ed. Trad. de Maria
Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993.
p.457.
O imitar é congênito no homem e os homens se comprazem no
imitado.
Adaptado de: ARISTÓTELES. Poética. 4.ed. Trad. De Eudoro de
Souza. São Paulo: Nova Cultural, 1991. p.203. Coleção “Os
Pensadores”.

Com base nos textos, nos conhecimentos sobre estética e a


questão da mímesis em Platão e Aristóteles, assinale a
alternativa correta.
a) Para Platão, a obra do artista é cópia de coisas fenomênicas,
um exemplo particular e, por isso, algo inadequado e inferior,
tanto em relação aos objetos representados quanto às ideias
universais que os pressupõem.
b) Para Platão, as obras produzidas pelos poetas, pintores e
escultores representam perfeitamente a verdade e a essência do
plano inteligível, sendo a atividade do artista um fazer nobre,
imprescindível para o engrandecimento da pólis e da filosofia.
c) Na compreensão de Aristóteles, a arte se restringe à
reprodução de objetos existentes, o que veda o poder do artista
de invenção do real e impossibilita a função caricatural que a
arte poderia assumir ao apresentar os modelos de maneira
distorcida.
d) Aristóteles concebe a mímesis artística como uma atividade
que reproduz passivamente a aparência das coisas, o que
impede ao artista a possibilidade de recriação das coisas
segundo uma nova dimensão.
e) Aristóteles se opõe à concepção de que a arte é imitação e
entende que a música, o teatro e a poesia são incapazes de
provocar um efeito benéfico e purificador no espectador.

2. (Unisc 2013) O problema da mímesis em Platão e Aristóteles


até hoje tem ressonância no mundo contemporâneo. Grande
parte do público recusa a arte produzida na contemporaneidade
por conta da estética platônica. Aristóteles liberta a arte dos
limites determinados por Platão e afirma que
a) a arte não tem como fim a verdade.
b) a arte tem a ver com a catharsis, uma função social
terapêutica.
c) a arte é mimética, ou seja, apenas imita a aparência das
coisas.
d) Todas as alternativas estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.

3. (Unesp 2013) Uma obra de arte pode denominar-se


revolucionária se, em virtude da transformação estética,
representar, no destino exemplar dos indivíduos, a
predominante ausência de liberdade, rompendo assim com a
realidade social mistificada e petrificada e abrindo os horizontes
da libertação. Esta tese implica que a literatura não é
revolucionária por ser escrita para a classe trabalhadora ou para
a “revolução”. O potencial político da arte baseia-se apenas na
sua própria dimensão estética. A sua relação com a práxis (ação
política) é inexoravelmente indireta e frustrante. Quanto mais
imediatamente política for a obra de arte, mais reduzidos são
seus objetivos de transcendência e mudança. Nesse sentido,
pode haver mais potencial subversivo na poesia de Baudelaire e
Rimbaud que nas peças didáticas de Brecht.

(Herbert Marcuse. A dimensão estética, s/d.)

Segundo o filósofo, a dimensão estética da obra de arte


caracteriza-se por
a) apresentar conteúdos ideológicos de caráter conservador da
ordem burguesa.
b) comprometer-se com as necessidades de entretenimento dos
consumidores culturais.
c) estabelecer uma relação de independência frente à
conjuntura política imediata.
d) subordinar-se aos imperativos políticos e materiais de
transformação da sociedade.
e) contemplar as aspirações políticas das populações
economicamente excluídas.

4. (Unioeste 2012) “O nascimento da estética como disciplina


filosófica está indissoluvelmente ligado à mutação radical que
intervém na representação do belo quando este é pensado em
termos de gosto, portanto, a partir do que no homem irá logo
aparecer como a essência mesma da subjetividade, como o mais
subjetivo do sujeito. Com o conceito de gosto, efetivamente, o
belo é ligado tão intimamente a subjetividade humana que se
define, no limite, pelo prazer que proporciona, pelas sensações
ou pelos sentimentos que suscita em nós.
(…) Com o nascimento do gosto, a antiga filosofia da arte deve,
portanto, ceder lugar a uma teoria da sensibilidade”.
Luc Ferry.

Assinale a alternativa que não está relacionada com a Estética


como disciplina filosófica.
a) Estética e a tradução da palavra grega aisthetiké que significa
“conhecimento sensorial, experiência sensível, sensibilidade”;
só na modernidade, por volta de 1750, foi utilizada para
referir-se aos estudos das obras de artes enquanto criações da
sensibilidade tendo como finalidade o belo.
b) Desde seu nascimento como disciplina específica da filosofia,
a Estética afirma a autonomia das artes pela distinção entre
beleza, bondade e verdade.
c) Ainda que a obra de arte seja essencialmente particular, em
sua singularidade única ela oferece algo universal. Eis a
peculiaridade do juízo de gosto: proferir um julgamento de
valor universal tendo como objeto algo singular e particular.
d) A Estética não cabe apenas ocupar-se com o sentimento de
beleza, mas também com o sentimento de sublime.
e) Considerando que tanto o gosto do artista quanto os gostos
do publico são individuais e incomparáveis e que, portanto,
“gosto não se discute”, a Estética como disciplina da filosofia
está destinada ao fracasso, pois não é possível dar
universalidade ao juízo de gosto.
5. (Ufpa 2012) “O texto monólogo de M. Melamed é uma crítica
mordaz às sociedades do controle[…] Para o poeta[…] regurgitar
esse excesso é retomar e reverter nossa talvez única vanguarda,
a antropofágica. Não se trata mais de deglutir as vanguardas
europeias para criar uma arte brasileira, mas de expelir as
informações para refletir sobre o que de fato interessa devorar,
repensando nossa condição de consumidores da cultura”.

FERNANDES, S. “Antropofagia devastadora”, in Bravo, nº 89.


São Paulo: Abril Cultural, p. 57.

Considerando-se o texto, a proposta estética do artista consiste


em
a) repelir toda influência exercida pelo imenso fluxo de
informações europeias em nome de uma autêntica cultura
brasileira.
b) receber as influências culturais europeias para recusá-las,
posteriormente, de modo irrevogável.
c) assimilar as vanguardas europeias para integrá-las,
posteriormente, no âmbito da cultura crítica nacional.
d) acolher as vanguardas europeias sob a condição da
possibilidade de rejeição refletida dos elementos inadequados
ao interesse da cultura nacional.
e) ingerir as influências vanguardistas europeias para expeli-las,
de modo irreversível, pela crítica reflexiva em nome dos
consumidores da autêntica cultura brasileira.

6. (Unioeste 2012) “O belo tem somente um tipo; o feio tem mil.


É que o belo, para falar humanamente, não é senão a forma
considerada na sua mais simples relação, na sua mais absoluta
simetria, na sua mais mais íntima harmonia com nossa
organização. Portanto, oferece-nos sempre um conjunto
completo, mas restrito como nós. O que chamamos o feio, ao
contrário, é um pormenor de um grande conjunto que nos
escapa, e que se harmoniza, não com o homem, mas com toda a
criação. É por isso que ele nos apresenta, sem cessar, aspectos
novos, mas incompletos”.
Victor Hugo

A respeito do feio na estética é INCORRETO afirmar que


a) nas epopeias homéricas esteve ausente, uma vez que ali
apenas o impulso apolíneo da harmonia, da beleza e da justiça
imperava.
b) não foi negligenciado na Idade Média, teve lugar nas
fachadas das catedrais, nos brasões reais e nos escudos dos
cavaleiros.
c) está intimamente aliado ao belo na literatura, exemplo disso é
o conto A Bela e a Fera da escritora Leprince de Beaumont.
d) está presente no palco, nas peças de Shakespeare, este “deus
do teatro”, ora lançando riso, ora horror.
e) trata da dimensão grotesca e disforme da natureza, como por
exemplo, as gárgulas das catedrais francesas.
7. (Uema 2012) Kant definiu a Estética como sendo ciência. E
completando, Alexander Baumgarten a definiu como sendo a
teoria do belo e das suas manifestações através da arte. Como
ciência e teoria do belo, a Estética pretende alcançar um tipo
específico de conhecimento que é aquele captado
a) pela lógica.
b) pela razão.
c) pela alma.
d) pelos sentidos.
e) pela emoção.

8. (Unioeste 2011) “No curso dos séculos, reconheceu-se a


existência de coisas belas e agradáveis e de coisas ou fenômenos
terríveis, apavorantes e dolorosos (…) No século XVIII o
universo do prazer estético divide-se em duas províncias, a do
Belo e a do Sublime (…) Tudo aquilo que pode despertar ideias
de dor e perigo, isto é, tudo aquilo que seja, em certo sentido,
terrível ou que diga respeito a objetos terríveis, ou que atue de
modo análogo ao terror é uma fonte de Sublime, ou seja, é
aquilo que produz a mais forte emoção que o espírito é capaz de
sentir (…) [Mas, o terror] só é deleitável quando há um
distanciamento da coisa que faz medo, donde, uma espécie de
desinteresse em relação à ela. Dor e terror são causa de Sublime
se não são realmente nocivos”.
Umberto Eco.

Acerca do Sublime é correto afirmar que


a) refere-se, exclusivamente, a puras criações da imaginação,
sem a presença de objetos externos.
b) ele se opõe ao Belo, por isso não é um problema da Estética.
c) este sentimento leva nossa natureza sensível a perceber seus
próprios limites, uma vez que a experiência do Sublime, diante
dos espetáculos da natureza, ultrapassa nossa sensibilidade.
d) terremotos, tempestades, rochedos arrojados, furacões,
vulcões em toda sua violência destrutiva e o oceano enfurecido
são exemplos de Sublime e, quanto maior for o perigo, quanto
mais próximo dele estiver o espectador mais intensa será a
experiência, uma vez que a sensação de possuir o horror será
maior.
e) nenhum artista tentou representar a experiência do
sentimento do Sublime por saber de antemão que ele é da
ordem do irrepresentável.
9. (Unioeste 2011) “Existe sempre um aspecto inteligível na
experiência estética da arte que não deve ser negligenciado. Sem
a interpretação daquele que vê ou ouve, sem a construção de
sentido por aquele que percebe, não há beleza ou obra de arte”.

Charles Feitosa.
A partir da citação acima é correto afirmar que
a) a capacidade de apreciar a beleza se dá exclusivamente pelos
órgãos dos sentidos.
b) a reflexão e a racionalidade não interferem na apreciação
estética.
c) a arte é para sentir e não para pensar.
d) a fruição da beleza na arte não coincide inteiramente com a
mera experiência sensorial, mas exige também a participação do
pensamento.
e) como o termo “estética” remete à expressão grega aisthesis,
que significa “percepção por meio dos sentidos e/ou dos
sentimentos” a estética é uma ciência exclusivamente da
sensibilidade.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Temos que repudiar a ideia de que só com palavras se pensa,
pois que pensamos também com sons e imagens, ainda que de
forma subliminar, inconsciente, profunda! Temos que repudiar
a ideia de que existe uma só estética, soberana, à qual estamos
submetidos — tal atitude seria nossa rendição ao pensamento
único, à ditadura da palavra — e que, como sabemos, é ambígua.
O pensamento sensível, que produz arte e cultura, é essencial
para a libertação dos oprimidos, amplia e aprofunda sua
capacidade de conhecer. Só com cidadãos que, por todos os
meios simbólicos (palavras) e sensíveis (som e imagem), se
tornam conscientes da realidade em que vivem e das formas
possíveis de transformá-la, só assim surgirá, um dia, uma real
democracia.

Augusto Boal. A estética do oprimido. Rio de Janeiro:


Garamond, 2009, p. 16.

10. (Unb 2011) Platão avalia o valor das produções da escultura


e da pintura em função do conceito de um conhecimento
verdadeiro, isto é, de uma conformidade com a ideia e acaba,
necessariamente, delimitando, de maneira bastante restrita, o
círculo das produções artísticas que ele podia, de seu ponto de
vista, aprovar. Relacionando essa interpretação de Platão ao que
propõe Augusto Boal no texto precedente, é correto afirmar que
a) Boal segue Platão, pois as artes são ligadas ao conceito de
ideia, e ambos os autores valorizam a pintura e a escultura
produzidas por várias culturas e classes.
b) Boal restringe o conceito de estética na tentativa de evitar
que tudo seja considerado arte e cultura.
c) a partir da perspectiva de que não existe uma só estética, Boal
propõe que se pense em um círculo bastante abrangente de
formas culturais e artísticas.
d) Boal expande seu conceito de estética ao formulá-lo com base
em amplas discussões de temas relacionados à pintura e à
escultura.
11. (Uel 2010) Leia o texto de Aristóteles a seguir:

Uma vez que o poeta é um imitador, como um pintor ou


qualquer outro criador de imagens, imita sempre
necessariamente uma das três coisas possíveis: ou as coisas
como eram ou são realmente, ou como dizem e parecem, ou
como deviam ser. E isto exprime-se através da elocução em que
há palavras raras, metáforas e muitas modificações da
linguagem: na verdade, essa é uma concessão que fazemos aos
poetas.

(ARISTÓTELES. Poética. Tradução e Notas de Ana Maria


Valente. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2004. p. 97.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a estética de


Aristóteles, considere as afirmativas a seguir:

I. O poeta pode imitar a realidade como os pintores e, para isso,


deve usar o mínimo de metáforas e priorizar o acesso às ideias
inteligíveis.
II. O poeta pode imitar tendo as coisas presentes e passadas por
referência, mas não precisa se ater a esses fatos apenas.
III. O poeta pode imitar as coisas considerando a opinião da
maioria e pode também elaborar fatos usando várias formas de
linguagem.
IV. O poeta pode imitar as coisas ponderando o que as pessoas
dizem sobre os fatos, mesmo que não haja certeza sobre eles.

Assinale a alternativa correta.


a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

12. (Unioeste 2009) Sobre os impulsos estéticos que se unem de


modo específico na Tragédia, diz Nietzsche: “Teremos ganho
muito a favor da ciência estética se chegarmos não apenas à
intelecção lógica mas à certeza imediata da intuição
[Anschauung] de que o contínuo desenvolvimento da arte está
ligado à duplicidade do apolíneo e do dionisíaco, da mesma
maneira como a procriação depende da dualidade dos sexos, em
que a luta é incessante e onde intervêm periódicas
reconciliações”.

Sobre o pensamento trágico de Nietzsche, é incorreto afirmar


que
a) há dois impulsos artísticos: o apolíneo (artes plásticas,
diálogo) e o dionisíaco (música).
b) o apolíneo e o dionisíaco são também impulsos cósmicos.
c) esses dois impulsos estão frequentemente em luta, mas,
periodicamente, reconciliam-se.
d) a tragédia é formada pela reconciliação desses dois impulsos:
diálogo (apolíneo) e coro musical (dionisíaco).
e) para apreendermos esses dois impulsos, devemos utilizar
apenas a intuição (Anschauung).

13. (Uem 2009) O significado etimológico da palavra estética


traduz a ideia de uma percepção totalizante e compreensão
sensorial do mundo; como disciplina da filosofia, a estética
estuda as teorias da criação e da percepção artística. Assinale o
que for correto.
01) Considerando que a obra de arte não entende o mundo por
meio do pensamento lógico, podemos afirmar que é incapaz de
traduzir a realidade e fica, portanto, condenada ao âmbito da
ilusão.
02) Aristóteles concebeu a arte como sendo expressão de um
mundo ideal, a arte jamais deve imitar a realidade, pois, ao
fazê-lo, degrada-se.
04) A arte pode ser realizada com uma função pedagógica; o
pensamento estético de esquerda atribui à arte uma tarefa de
crítica social e política, a arte deve ser engajada, isto é,
comprometida com o processo de mudança capaz de libertar e
de emancipar o homem.
08) Schiller acredita que, na prática de uma cultura estética, a
humanidade pode reconciliar os impulsos sensuais e
intelectivos, harmonizando-os; essa reconciliação se dá por um
novo modelo de sociedade em que a arte, com seu poder de
criatividade, pode libertar o homem do trabalho alienante, do
sensualismo limitante, do prazer puramente físico e de um
intelectualismo abstrato por teorias incompreensíveis.
16) A arte é um caso privilegiado de entendimento intuitivo do
mundo, tanto para o artista que cria obras concretas e
singulares quanto para o apreciador que se entrega a elas para
penetrar-lhes o sentido.

14. (Uenp 2009) Estética é um ramo da filosofia que tem por


objeto o estudo da natureza do belo e dos fundamentos da arte.
Ela estuda o juízo e a percepção do que é considerado belo, a
produção das emoções pelos fenômenos estéticos, bem como as
diferentes formas de arte e do trabalho artístico; a ideia de obra
de arte e de criação; a relação entre matérias e formas nas artes.
Por outro lado, a estética também pode ocupar-se da privação
da beleza, ou seja, o que pode ser considerado feio, ou até
mesmo ridículo. Sobre filosofia estética julgue as proposições:

I. Aristóteles desvaloriza as manifestações artísticas, posto que


as considera como imitação da imitação.
II. Platão desenvolve um conceito de beleza baseado na ideia de
proporcionalidade, na simetria e na definição.
III. Hume sugere uma teoria do gosto deslocando a noção de
belo e feio do objeto para o sujeito.

Assinale a alternativa correta:


a) I, II e III estão corretas.
b) I e III estão corretas.
c) II e III estão corretas.
d) apenas III está correta.
e) todas estão incorretas.

15. (Uema 2008) Considere o texto a seguir para responder à


questão.

O juízo estético em Kant é uma intuição do inteligível no


sensível, em que o sujeito não proporciona nenhum
conhecimento do objeto que provoca, não consiste em um juízo
sobre a perfeição do objeto, é válido independentemente dos
conceitos e das sensações produzidas pelo objeto.
TAVARES, Manoel; FERRO, Mário. Análise da obra
fundamentos da metafísica dos costumes de Kant. Lisboa-
Portugal: Editorial Presença, [s.d.]. p. 43-44.

Então, para Kant, a estética é uma intuição de ordem


a) objetiva.
b) cognitiva.
c) subjetiva e cognitiva.
d) subjetiva e objetiva.
e) subjetiva.

Gabarito:

Resposta da questão 1:
[A]

Platão defendeu a teoria de que o conhecimento verdadeiro se


encontra no mundo inteligível (Mundo das Ideias),
representado pelas ideias perfeitas que não sofrem a corrupção,
captadas pelo pensamento. Neste mundo, as ideias estão
organizadas hierarquicamente das mais elevadas a de menor
perfeição, sendo o bem, o belo e o justo as ideias mais elevadas.
Oposto ao Mundo das Ideias está o Mundo Sensível (Mundo da
Matéria). Neste mundo residem os objetos que temos acesso,
porém estes são cópias imperfeitas captadas pelos sentidos.
Desta forma, qualquer representação das ideias ou da beleza são
apenas imitações (mimesis) das coisas sensíveis e não das
verdadeiras ideias. Assim, a arte é uma imitação inferior da
perfeição das ideias, sendo considerada como uma mera ilusão
para os sentidos.
De forma diferente, embora Aristóteles concorde que a arte é
imitação, isto não ocorre da mesma forma que Platão. Para este
filósofo, a arte é uma imitação de coisas possíveis que não tem
realidade, mas podem vir a ter. A mimesis é algo natural dos
seres humanos, como forma de invenção da realidade. Portanto,
a arte representa possibilidade de compreensão e conhecimento
da realidade, servindo também como aprimoramento do ser
humano na busca de sua realização moral, nas palavras do
filósofo é uma “catarse” que por meio da educação dos sentidos
conduz o ser humano ao equilíbrio. A alternativa [A] é a única
que se enquadra nas teorias explicitadas.

Resposta da questão 2:
Questão anulada no gabarito oficial.

Mímesis é basicamente, para esses filósofos antigos, imitação da


natureza. Para Platão, toda criação é imitativa, ou seja, faz uma
referência vaga e repleta de falhas àquilo que é perfeito, à ideia.
Para Aristóteles, a criação é imitação no sentido de
representação e, sobre a arte dramática, por exemplo, ele
afirmará que esta representação possui um efeito catártico.
Portanto, ambos viam a arte a partir do viés da imitação da
natureza, porém o primeiro de acordo com uma posição
negativa e o segundo de acordo com uma posição positiva.

Resposta da questão 3:
[C]

A tese de Marcuse revela algo que libera a obra de arte de um


engajamento literal do seu sentido estético, quer dizer, a
proposição do filósofo expõe que a intenção da obra não é
engajada politicamente apenas se ela estiver vinculada
propositalmente a uma classe oprimida da sociedade, mas sim
sempre que ela revelar, segundo uma exemplaridade que
extrapola o contemporâneo, a evidência um futuro decadente. A
arte é muito mais subversiva quando está próxima da libertação
e quando favorece a liberdade do artista e do homem.

Resposta da questão 4:
[E]

A alternativa [E] é a incorreta. Esta apresenta a visão de senso


comum a respeito do gosto, o que é bem diferente da
investigação filosófica a respeito da estética. Afirmar que a
estética está destinada ao fracasso utilizando-se do argumento
de que “gosto não se discute” corresponde a um erro
metodológico.
Resposta da questão 5:
[D]

Apesar de aparentemente confusa, a questão pode ser


facilmente respondida com uma boa leitura do texto do
enunciado. Ali, se afirma que, na antropofagia, “não se trata
mais de deglutir as vanguardas europeias para criar uma arte
brasileira, mas de expelir as informações para refletir sobre o
que de fato interessa devorar, repensando nossa condição de
consumidores da cultura”. Nesse sentido, esse movimento não
corresponde a uma rejeição ou assimilação absoluta das
vanguardas europeias, mas uma assimilação parcial com uma
rejeição refletida, como afirma somente a alternativa [D].

Resposta da questão 6:
[A]

O belo, sendo exposição quase tautológica da forma, garante a


redução de um conteúdo com interferência mínima do
imperfeito. O belo ajuntado em uma pintura sublime é a
consagração de um formalismo absolutamente adequado para a
matéria, porém, esta consagração é efetivada por mãos
precisamente profanas. Se o belo é aquilo exatamente
adequado, então o feio é aquilo imprecisamente inadequado. O
feio é o desconcerto, é aquilo que recupera a necessidade de
olhar mais uma vez e tentar uma nova perspectiva. O feio
reformula o belo. O feio é a profanidade da obra de arte que
exige a reposição do homem perante sua experiência no mundo
e a recriação da experiência como tentativa de alcançar
novamente algo sublime.

Resposta da questão 7:
[D]

A Estética relaciona-se com um tipo de conhecimento que é


captado pelos sentidos. O gosto e a beleza dependem da forma
como o sujeito, mediante os sentidos, percebe os objetos.

Resposta da questão 8:
[C]
O texto afirma que o Sublime corresponde àquilo “que produz a
mais forte emoção que o espírito é capaz de sentir”, ou seja,
corresponde a algo que ultrapassa a nossa sensibilidade. Isso
acaba por levar a nossa natureza sensível a perceber seus
próprios limites e não é por acaso que o prazer estético do
Sublime tem se tornado tão desejado a partir do século XVIII.

Resposta da questão 9:
[D]

O texto afirma que a experiência estética exige não somente


uma experiência sensorial, mas também uma ação do intelecto.
Nesse sentido, estética exige tanto o sentir quanto o pensar
humano, tal como afirma a alternativa [D].

Resposta da questão 10:


[C]
O enunciado deixa entrever que a noção estética de Boal é mais
abrangente que a de Platão. Boal pensa a cultura como uma
forma criativa, a partir das experiências sensoriais, materiais e
plurais dos homens. Platão, em contrapartida, concebia a
estética em função da verdade do mundo das ideias, sendo estas
imutáveis e eternas e, consequentemente, mais delimitadas.

Resposta da questão 11:


[E]

Aristóteles opõe-se claramente ao modo como Platão concebia a


mimese segundo uma perspectiva oposta – o que
imediatamente nos faz descartar como certa a afirmativa I, a
ponto de fazer dela uma atividade que, longe de reproduzir
passivamente as coisas, como que recria as coisas segundo uma
dimensão, como ele diz de modo exemplar nesta passagem: “A
função do poeta não é a de dizer as coisas acontecidas, mas sim
as que poderiam acontecer e suas possibilidades, de acordo com
a verossimilhança e a necessidade”.

Resposta da questão 12:


[E]
Ainda que valorize a intuição, Nietzsche não despreza a
intelecção lógica do espírito apolíneo. De fato,segundo ele, é
somente na duplicidade entre espírito apolíneo e dionisíaco que
a arte é formada, como bem afirma a alternativa [D].

Resposta da questão 13:


04 + 08 + 16 = 28.

As afirmativas [01] e [02] são as únicas incorretas. A arte


corresponde a uma forma de interpretação intuitiva do mundo,
não estando limitada às leis da lógica. Além disso, a concepção
de arte como imitação de um mundo ideal é platônica, e não
aristotélica.

Resposta da questão 14:


[D]

Somente a proposição III está correta. Tanto Aristóteles quanto


Platão pensavam a arte como imitação, mas é somente Platão
quem considera a arte como imitação da imitação, o que torna
falsas tanto a proposição I quanto a proposição II. Já a III é
correta. David Hume está pensando no sujeito de conhecimento
em uma perspectiva empirista. É por isso que sua concepção
estética não poderia se basear em uma característica própria ao
objeto.
Resposta da questão 15:
[E]

Segundo Kant, o juízo estético advém do prazer gerado, não


havendo necessidade de estar relacionado com qualquer
conhecimento acerca do objeto. Nesse sentido, esse corresponde
a somente uma intuição de ordem subjetiva, de acordo com a
forma que o sujeito percebe o objeto.

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