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Função da Literatura
Nome do estudante: Júlia Simão Rachide
Código do estudante: 96230383
Função da Literatura
Tutor: MSc.
2. Metodologia ..................................................................................................................... 3
3.4.2. Sintonizadora............................................................................................................ 8
4. Conclusão .......................................................................................................................... 10
5. Bibliografia........................................................................................................................ 11
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1. Introdução
Desde os primeiros tempos em que o homem começou a estudar a arte literária, o
questionamento sobre natureza e função da literatura tem sido assunto de muitas
controvérsias. Neste trabalho, portanto, pretende-se analisar a função da literatura ao longo
dos tempos.
Os conhecidos versos de Horácio que assinalam com finalidade da poesia aut prodesse aut
delectare, não implicam um conceito de poesia autónoma, de uma poesia exclusivamente fiel
a valores poéticos, ao lado de uma poesia pedagógica. O prazer, o doce referido por Horácio e
mencionado por uma longa tradição literária europeia de raiz horaciana, conduz antes a uma
concepção hedonista da poesia, o que constitui ainda um meio de tornar dependente, e quantas
vezes de subalternizar lastimavelmente, a obra poética.
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
Analisar a função da literatura.
1.2. Específicos
Mencionar as principais funções da literatura;
Identificar as funções que a literatura foi adquirindo ao longo dos tempos, desde
Horácio à contempraneidade.
2. Metodologia
3. Função da literatura
De feito, até meados do século XVIII, confere-se à literatura, quase sem excepção, ou uma
finalidade hedonista ou uma finalidade pedagógico-moralista. E dizemos quase sem excepção,
porque alguns casos se podem mencionar nos quais se patenteia com maior ou menor
acuidade a consciência da autonomia da literatura. (BARTHES, 1977.p.20-26).
A evasão, como fenómeno literário, é verificável quer no escritor quer no leitor. Deixando
para ulterior e breve análise o caso deste último, examinemos primeiramente os principais
aspectos da evasão no plano do criador literário.
2. Problemas e sofrimentos íntimos que torturam a alma do escritor e aos quais este foge
pelo caminho da evasão. A inquietação e o desespero dos românticos – o mal du siècle
– estão na origem da fuga ao circunstante e do anélito por uma realidade
desconhecida. O tédio, o sentimento de abandono e de solidão, a angústia de um
destino frustrado constituem outros tantos motivos que abrem a porta da evasão.
vi. O sonho, os paraísos artificiais provocados pelas drogas e pelas bebidas, a orgia, etc.,
representam outros processos de evasão com larga projecção na literatura. A literatura
romântica e simbolista oferece muitos exemplos destas formas de evasão.
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Apenas com o romantismo e a época contemporânea voltou a ser debatido, com profundidade
e amplidão, o problema da literatura como conhecimento. Na estética romântica, a poesia é
concebida como a única via de conhecimento da realidade profunda do ser, pois o universo
aparece povoado de coisas e de formas que, aparentemente inertes e desprovidas de
significado, constituem a presença simbólica de uma realidade misteriosa e invisível.
O mundo é um gigantesco poema, uma vasta rede de hieróglifos, e o poeta decifra este
enigma, penetra na realidade invisível e, através da palavra simbólica, revela a face oculta das
coisas.
Schelling (2002) afirma que a "natureza é um poema de sinais secretos e misteriosos" e von
Arnim refere-se à poesia como a forma de conhecimento da realidade íntima do universo: o
poeta é o vidente que alcança e interpreta o desconhecido, reencontrando a unidade primordial
que se reflecte analogicamente nas coisas.
"As obras poéticas, acentua Von Arnim, não são verdadeiras daquela verdade
que esperamos da história e que exigimos dos nossos semelhantes, nas nossas
relações humanas; elas não seriam o que procuramos, o que nos procura, se
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Para alguns estetas e críticos, porém, a literatura constitui um domínio perfeitamente alheio ao
conhecimento, pois enquanto este dependeria do raciocínio e da mente, aquela vincular-se-ia
ao sentimento e ao coração, limitando-se a comunicar emoções.
A literatura, com efeito, não é uma filosofia disfarçada, nem o conhecimento que transmite se
identifica com conceitos abstractos ou princípios científicos. Todavia, a ruptura total entre
literatura e actividade cognoscitiva representa uma inaceitável mutilação do fenómeno
literário, pois toda a obra literária autêntica traduz uma experiência humana e diz algo acerca
do homem e do mundo. (BARTHES, 1977.p.20-26).
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3.4.1. Lúdica
Tem por objectivo divertir, proporcionar prazer. Para os gregos a arte tinha uma função
hedonística, ou seja, devia causar prazer, retratando o belo. Para eles, o belo, na arte, ocorria
na medida em que a obra era verossímil, isto é, semelhante à verdade ou à natureza;
3.4.2. Sintonizadora
Tem por objectivo estabelecer ligação entre os homens de diferentes épocas; sendo a literatura
a arte da palavra e esta, a unidade básica da língua, podemos dizer que a literatura, assim
como a língua que utiliza, é um instrumento de comunicação e, por isso, cumpre também o
papel social de transmitir os conhecimentos e a cultura de uma comunidade apesar de estar
ligada a uma língua, que lhe serve de suporte, a literatura não está presa a ela, usando-a
livremente, chegando a subverter suas regras e o sentido de suas palavras. (FIGUEIREDO,
2012.p.18-21).
3.4.3. Paradigmática
Tem por objectivo convencer, ensinar, denunciar. Como toda arte, a literatura está vinculada à
sociedade em que se origina; não há artistas indiferentes à realidade, pois, de alguma forma,
todos participam dos problemas vividos pela sociedade, apesar das diferenças de interesses e
de classe social por vezes, a literatura assume formas de denúncia social, de crítica à
realidade; trata-se de uma literatura engajada, que serve a uma causa político-religiosa ou
a uma luta social. (HJELMSLEV,2012.p1-10).
3.4.4. Cognitiva
Como transcrição da realidade, a literatura não precisa, necessariamente, estar presa a ela;
tanto o escritor quanto o leitor fazem uso de sua imaginação: o artista recria livremente a
realidade, assim como o leitor recria livremente o texto literário que lê; o leitor em vez de ser
considerado um elemento passivo, alguém que simplesmente recebe o texto, deve ser visto
como participante, uma vez que também usa sua imaginação para ler a obra e recriá-la.
(FIGUEIREDO, 2012.p.18-21).
3.4.5. Catártica
Tem por objectivo liberar as pressões e as emoções; é uma espécie de desabafo.
a) “Quando você me deixou, meu bem me disse pra ser feliz e passar bem
b) Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci
c) Mas depois, como era de costume, obedeci
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4. Conclusão
Cada período histórico produz sua literatura com uma marca particular, seja pelas técnicas de
produção, ou seus modos de recepção e, sobretudo sua definição enquanto prática social e
actividade humana. Ao longo desses tempos a literatura desempenhou entre várias funções:
prazer e o doce; evasão, conhecimento profundo do ser humano, diversão.
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5. Bibliografia
6. FIGUEIREDO, Maria J., V. e BELO, Maria T., Comentar um texto Literário, Lisboa,
Presença, 4ª Ed., 2012.
12. REIS, Carlos. Técnicas de Análise Textual. Coimbra, Almedina, 3ª Ed., 1981;