Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
3º ANO
CÓDIGO
CRÉDITOS (SNATCA) 4
NÚMERO DE TEMAS 4
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
i
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Agradecimentos
ii
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Visão geral 1
Benvindo à Disciplina/Módulo de Teoria e análise da narrativa ...................................... 1
Objectivos do Módulo....................................................................................................... 1
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................. 1
Como está estruturado este módulo ................................................................................ 2
Ícones de actividade ......................................................................................................... 3
Habilidades de estudo ...................................................................................................... 3
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 5
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................ 6
Avaliação ........................................................................................................................... 6
iii
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Sumário ........................................................................................................................... 63
iv
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Visão geral
Objectivos do Módulo
1
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
▪ Um índice completo.
▪ Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo,
resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta
secção com atenção antes de começar o seu estudo, como
componente de habilidades de estudos.
Conteúdo desta disciplina / módulo
Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente
unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma
introdução, objectivos, conteúdos.
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são
incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só
depois é que aparecem os exercícios de avaliação.
Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros
exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e
actividades práticas, incluindo estudo de caso.
Outros recursos
2
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Ícones de actividade
Habilidades de estudo
3
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
4
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Precisa de apoio?
Caro estudante, temos a certeza que, por uma ou por outra razão,
o material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis
erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, páginas
trocadas ou invertidas, etc. Nestes casos, contacte os serviços de
atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR),
via telefone, sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta
participando a preocupação.
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes
(Pedagógico e Administrativo) é a de monitorar e garantir a sua
aprendizagem com qualidade e sucesso. Daí a relevância da
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso às TIC se
torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor,
estudante – CR, etc.
As sessões presenciais são um momento em que o estudante tem a
oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR, com
tutores ou com parte da equipa central da UnISCED indigitada para
acompanhar as suas sessões presenciais. Nesse período, pode
apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou
administrativa.
5
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Avaliação
1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização.
6
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
7
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Introdução
9
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
10
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
sociedades humanas.
11
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
https://www.portugues.com.br/literatura/arte-literaria.html
O que é arte?
A palavra arte tem origem do termo latino, ars, que significa técnica
ou habilidade. De acordo com o dicionário Michaelis, a arte é definida
como “atividade que supõe a criação de obras de caráter estético,
centradas na produção de um ideal de beleza e harmonia ou na
expressão da subjetividade humana”.
12
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Sumário
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
Perguntas
Coloque V (Verdadeiro) ou F (Falso) nas perguntas (afirmações) que
se seguem:
1. A arte literária está relacionada com a leitura e análise de textos
verbais e, por isso, é considerada como sendo a arte construída
pelas palavras.
Verdadeiro
Falso
2. Arte narrativa é a arte que conta uma descrição, seja como um
momento numa música em curso ou como uma sequência de
eventos que se desenrolam ao longo do espaço.
Verdadeiro
Falso
3. A arte é uma forma como o homem expressa os sentimentos,
pensamentos e convicções.
Verdadeiro
Falso
4. Arte é uma actividade humana ligada às manifestações de ordem
comunicativa, realizada por meio
13
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Questões de reflexão
1. Qual é a diferença entre o termo cultura de forma genérica e a
cultura literária?
2. A Arte e cultura são dois conceitos muito fundamentais no
desenvolvimento intelectual e cognitivo de uma pessoa. Comente em
torno desta afirmação.
Perguntas
15
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
16
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
hip-hop.
B. Em Nova Iorque, nos Estados Unidos, durante os anos 70.
C. Em Pombeia, na Itália, durante os anos 70.
D. No Brasil, durante os primeiros passos do hip-pop.
8. Qual era a utilidade dos símbolos gravados nos muros?
A. Forma de baptismo
B. Forma de comunicação
C. Forma de sacralização
D. Forma de violência
9. Como hoje o grafite, embora mantenha a característica marginal,
é considerado?
A. Uma comunicação da arte do campo.
B. Uma expressão da arte de rua.
C. Uma expressão da cultura de rua.
D. Uma expressão da narrativa de rua.
10. Quais são as outras manifestações de arte?
A. Dança, música e teatro.
B. Mimica, fúria e canção.
C. Obediência, comunhão e encenação.
D. Sonho, admiração e paixão.
Respostas: 1A, 2C, 3C, 4A, 5D, 6A, 7B, 8B, 9B, 10A.
Introdução
17
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Linguagem literária
18
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
19
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Sumário
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
Questões de reflexão
1. O que é linguagem literária?
2. Quais são as especificidades da linguagem literária?
3. O que é conotação?
4. O que é complexidade?
5. Qual é a diferença da linguagem literária na poesia e da linguagem
literária na prosa?
Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-
nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando
não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado,
melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que
nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não,
espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é
inútil esforçar-se demais, nada se consegue; outras vezes, nada damos
e o amor se rende aos nossos pés. Os
20
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
21
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
A. I e IV.
B. II, III e V.
C. I, III e IV.
D. I e V.
A. Poesia.
B. Narrativa.
C. Épico.
D. Dramático.
22
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Como que estou escrevendo na hora mesma em que sou lido. Só não
início pelo fim que justificaria o começo – como a morte parece dizer
sobre a vida – porque preciso registrar os fatos antecedentes. “
LISPECTOR, C., A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
A elaboração de uma voz narrativa peculiar acompanha a trajectória
literária de Clarice Lispector, culminada com a obra A hora da estrela,
de 1977, ano da morte da escritora. Nesse fragmento, nota-se essa
peculiaridade porque o narrador:
A. observa os acontecimentos que narra sob uma óptica distante,
sendo indiferente aos factos e às personagens.
B. relata a história sem ter tido a preocupação de investigar os
motivos que levaram aos eventos que a compõem.
C. revela-se um sujeito que reflecte sobre questões existenciais e
sobre a construção do discurso.
D. admite a dificuldade de escrever uma história em razão da
complexidade para escolher as palavras exactas.
6. São características da linguagem literária, EXCEPTO:
A. Variabilidade.
B. Multissignificação.
C. Denotação.
D. Liberdade na criação.
7. “A origem da poesia se confunde com a origem da própria
linguagem. Talvez fizesse mais sentido perguntar quando a linguagem
verbal deixou de ser poesia. Ou: qual a origem do discurso não
poético, já que, restituindo laços mais íntimos entre os signos e as
coisas por eles designadas, a poesia aponta para um uso muito
primário da linguagem, que parece anterior ao perfil de sua ocorrência
nas conversas, nos jornais, nas aulas, conferências, discussões,
discursos, ensaios ou telefonemas [...]
No seu estado de língua, no dicionário, as palavras intermedeiam
nossa relação com as coisas, impedindo nosso contato direto com
elas. A linguagem poética inverte essa relação, pois, vindo a se tornar,
ela em si, coisa, oferece uma via de acesso sensível mais direto entre
nós e o mundo [...]
Já perdemos a inocência de uma linguagem plena assim. As palavras se
desapegaram das coisas, assim como os olhos se desapegaram dos
ouvidos, ou como a criação se dasapegou da vida. Mas temos esses
pequenos oásis – os poemas – contaminando o deserto de
referencialidade.”
ARNALDO ANTUNES
No último parágrafo, o autor refere-se à plenitude da linguagem
poética, fazendo, em seguida, uma
23
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
8. O que é variabilidade?
A. É um recurso linguístico que acompanha as mudanças
culturais, que podem ser notadas não só no discurso individual,
mas também no discurso cultural.
B. É um recurso linguístico que não tem compromisso com os
sentidos que comumente são atribuídos às palavras,
extrapolando assim o seu nível semântico.
C. É um recurso linguístico que permite que a linguagem tenha
diferentes significados e múltiplas interpretações.
D. É um recurso linguístico que permite que ideias e associações
extrapolem o sentido original da palavra, assumindo assim um
sentido figurado e simbólico.
A. arte.
B. xilogravura.
C. manifestação do pensamento.
D. escrita poética.
10. Texto 1
Descuidar do lixo é sujeira
“Diariamente, duas horas antes da chegada do caminhão da
prefeitura, a gerência de uma das filiais do McDonald’s deposita na
calçada dezenas de sacos plásticos recheados de papelão, isopor,
restos de sanduíches. Isso acaba propiciando um lamentável banquete
de mendigos. Dezenas deles vão ali revirar o material e acabam
deixando os restos espalhados pelo calçadão. ”
Texto 2
O bicho
“Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
24
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Respostas: 1 C, 2 B, 3 A, 4 B, 5 C, 6 C, 7 C, 8 A, 9 A, 10 B.
Introdução
25
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Contextualização
Todos os homens produzem na sua vida quotidiana um número
indefinido de textos narrativos, isto é, textos em que contam, relatam
sequências de eventos de que foram agentes e/ ou pacientes ou de
que tiveram conhecimento como testemunhas presenciais ou como
leitores ou ouvintes de outros textos. No âmbito da sua vida privada,
desde suas relações familiares às suas relações com amigos, como
âmbito da sua vida social e institucionalmente regulada, por exemplo,
todo o curriculum vitae, toda a história clínica, toda a acção judicial,
todas as confissões religiosas pressupõem um texto narrativo, o
homem não podem deixar de produzir textos marcados pela
narratividade. Na sua existência, no plano biológica como nos planos
psíquico e cultural, no foro individual como no foro social, o homem
situa-se na temporalidade e entre temporalidade e narratividade há
uma interrogável relação recíproca. Por outro lado, a narratividade
encontra-se intimamente correlacionada com o conhecimento que o
homem possui e elabora sobre a realidade, devendo ser sublinhado
que lexemas como “narrar”, “narrativa” e “narrador” derivam do
vocábulo latino narro, verbo que significa “dar a conhecer, “ tornar
conhecido”, o qual provém do adjectivo gnanus, que significa “
sabedor, “ que conhece”.
26
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
O texto narrativo
28
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
2
Termo de origem grega divulgado pelos estruturalistas franceses para designar o
conjunto de acções que formam uma história narrada segundo certos princípios
cronológicos.
29
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Sumário
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
Questões de reflexão
1. Em que consiste um texto narrativo?
2. Quais são os modos de expressão da narrativa?
3. Que tipo de tempo narrativo conhece?
4. Qual a função desempenhada por um narrador na diegese?
5. Como se classifica o narrador quanto a presença?
30
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
31
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Aquilo do bar, ainda há bocado, era afinal o que se passava: eu não consegui
bater o tipo porque ele era todos os outros, e exactamente como isso é que
ele me bateu. Não adianta contemporizar, tudo é a mesma coisa. Mesmo os
que têm a mania de que fazem excepção só são isso em campos neutros ou
quando tenham necessidade de vir até mim, porque, em volta deles edificam
muros de tabus e defendem-se com os mesmos nojentos olhares enojados
sempre que alguém vai para além desses muros. Eu que o diga!
— Estás zangado? Estás tão zangado que não podes comer e nem sabes se
queres ou não?...
— Então está bem, se não estás zangado... E como ao dizer isto estivesse
virada para o miúdo, perguntou-lhe como se isso lhe interessasse mais do que
qualquer outra coisa.
— Esse Quito está a mastigar a carne que roubou do meu prato sem eu ver! É
minha, mamã! Chi? Quito, tu és um ladrão! — e voltando-se para mim — É
minha, estou-te a dizer, Mano!
— Esta carne, Kati, esta aqui? Foi a Mamã que me deu, estás a ouvir? — e
para mim
32
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
— Shhh!...
— É minha.... É minha... Ele roubou! Chi! Quito não tens vergonha? Eu vi-te...
Mas os outros miúdos ajudaram a velhota:
— Shhh!...
Com a colher de pau ainda erguida a velhota olhava para aquilo tudo. Depois
os miúdos fartaram-se da brincadeira e voltaram a comer e o Quito pôs na
boca tudo o que tinha na mão. Só então é que a velhota despejou a colher no
prato do miúdo. Antes de lhe pôr caril pensou um bocado e voltou a servir-lhe
outra e outra colherada de arroz. Quando o miúdo se ia embora perguntou-
me com um ar distraído:
— É que só há ucoco!
— Eu não tenho fome... Não tenho, juro que não tenho. Mas se tu quiseres
faço chá num instante, queres?
— Nesse caso faço chá para os miúdos, para eles tomarem, se continuarem
com fome.
33
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
protestou:
— Mas tu não costumas fazer isso... E continuou a rir-se até ter coragem de
me apertar nos braços.
— Meu filho...
«Tu não costumas ser assim! O que é que foi... Meu filho... Meu filho... Tens
fome? Queres que faça chá para ti?»
Eu já não ouvia aquele tom de voz desde não sei quando e talvez nem me
lembrasse de o ter ouvido alguma vez.
— Mas eles fizeram-te alguma coisa, não fizeram? Tu estás com raiva, não é?
— Conta, conta...
— Sim, meu filho, há o tempo, o tempo... Tudo há-de mudar, tudo há-de
melhorar... E quando eles crescerem...
Não, eu não contaria. Não fora para isso que viera para casa. Além disso, não
seria eu a destruir neles fosse o que fosse. A seu tempo alguém se
encarregaria de os por na raiva. Não, eu não contaria.
— Meu filho, eu não entendo bem o que estas para aí a dizer, palavra que
não entendo. Mas tu tremes, tu estás ou assustado ou muito zangado ou
outra coisa qualquer, e o que tu dizes não é bom, porque estás a tremer,
palavra que estás a tremer...
34
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Talvez a velhota tivesse razão porque deve ser raro a velhota não ter razão.
Mas de toda a maneira isso não modificava nada. Eu não contaria e pronto; e
ainda que contasse de que serviria isso? Sim, de que serviria, se a porcaria, o
raio da porcaria daquilo tudo viria para aqueles miúdos com outros
pormenores, em outras circunstâncias e com outros nomes?
— Eh, vocês todos! Dormir, anda! Sim, dormir, o que é que estão a olhar?
Dormir!... Mas... quem sabe? E também por que não acreditar? Por que não
acreditar em qualquer coisa de giro? Como por exemplo que a formação dos
miúdos fosse diferente da minha e que lhes conferisse uma condescendência
para com aquelas coisas, uma condescendência que as minhas coordenadas
emocionais não comportavam... E que talvez, eu sei lá, que talvez para com
eles o tempo obrigasse a mais compreensão, mais carinho, sim, a mais
humanidade... Porque talvez a velhota tivesse razão, há o tempo, o tempo...
— Sim, isso não é tudo. E até não é nada. Eles fizeram-me pequenino e
conseguem que eu me sinta pequenino. Sim, é isso. Isso é que é tudo. E
porquê? Eles nem o dizem de alto. E tudo cai, cai de repente, com barulho
aqui dentro, e cai e cai e cai...
— Bem, acho que o melhor é não querer saber disso para nada, porque não
percebo nada do que tu dizes...
— Meu filho...
Luís Bernardo Honwana
Perguntas
1- Gerard Genette distingue vários tipos de narrador, mediante ao
seu lugar na diegese que são:
A. Autodiegético, homodiegético e heterodiegético.
B. Omnisciente, não omnisciente e figurante.
C. Presente, ausente e neutro.
D. Principal, secundário e terciário.
35
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
36
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Respostas:
1 A, 2C, 3A, 4C, 5D, 6C, 7A, 8B, 9C, 10C.
37
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Introdução
39
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
40
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
41
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
42
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Para Massaud (2003): “os géneros não são leis nem regras fixas, mas
categorias relativas dentro das quais cada escritor se move na vontade
(...)” (p.65). O autor defende a ideia de aspecto livre sem
estabelecimento de regras quanto a inspiração artística na composição
de obras. Assim um escritor podendo realizar uma produção sem um
padrão que o limite em que ainda tem o livre arbítrio quanto ao
conteúdo que escreve se configura nesse molde na conjectura
descritiva. Desse modo é possível afirmar que o autor acima citado
assume uma posição na defensiva de ideias novas sem se manter
neutro diante de uma questão que apresenta controvérsias.
43
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Resumo
44
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
Questões de reflexão
1. O que advoga Soares (2007) sobre o épico?
2. Como se apresentam as narrativas, quanto à mancha gráfica?
3. Quais são os três pilares que exercem a função de base do épico?
4. O que entendes por enredo?
5. Qual é a diferença entre protagonista e personagem principal?
Perguntas
Um dia o Rei teve uma ideia. Era a primeira da vida toda, e tão
maravilhado ficou com aquela ideia azul, que não quis saber de
contar aos ministros. Desceu com ela para o jardim, correu com ela
nos gramados, brincou com ela de esconder entre outros
pensamentos, encontrando-a sempre com igual alegria, linda ideia
dele toda azul. Brincaram até o Rei adormecer encostado numa
árvore.
Bastaria esse alguém pegá-la e levar. É tão fácil roubar uma ideia:
Quem jamais saberia que já tinha dono?
45
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
O tempo correu seus anos. Ideias o Rei não teve mais, nem sentiu
falta, tão ocupado estava em governar. Envelhecia sem perceber,
diante dos educados espelhos reais que mentiam a verdade. Apenas,
sentia-se mais triste e mais só, sem que nunca mais tivesse tido
vontade de brincar nos jardins.
Como naquele dia, jovem, tão jovem, uma ideia menina. E linda.
Mas o Rei não era mais o Rei daquele dia. Entre ele e a ideia estava
todo o tempo passado lá fora, o tempo todo parado na Sala do Sono.
Seus olhos não viam na ideia a mesma graça. Brincar não queria,
nem rir. Que fazer com ela? Nunca mais saberiam estar juntos como
naquele dia.
46
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
COLASANTI, Marina. Uma ideia toda azul. 19.ed. São Paulo: Global
Editora, 1998.
A. Épico.
B. Lírico.
C. Narrativo.
D. Poético.
A. Conto
B. Novela
C. Romance
D. Banda Desenhada
47
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
9. Que figura de estilo ocorre nas frases: “Quem jamais saberia que
já tinha dono?”/ “Que sala escolher?”?
A. Gradação progressiva
B. Interrogativa directa
C. Interrogativa indirecta
D. Interrogativa retórica
Respostas: 1C, 2B, 3A, 4D, 5A, 6C, 7D, 8C, 9D, 10C.
48
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Introdução
49
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Carlos Reis (2003) refere que o conto manifesta-se sob uma acção
singular e concentrada, o romance contem um paralelo de várias
acções e a novela é uma concatenação de acções individualizadas.
Eikhenbaum, formalista russo, define a diferença entre um e outro em
artigo de 1925. Para ele, “o romance é sincrético, provém da história,
do relato de viagem, enquanto novela é fundamental: provém
do conto (Poe) e da anedota (Mark Twain). A novela baseia-se num
conflito e tudo o mais tende para a conclusão.”
As origens da novela remontam aos primórdios do Renascimento,
designadamente a Giovanni Boccaccio (1313-1375) e a sua grande
obra, o Decameron, que, sobretudo por seu aspecto realista, rompeu
com a tradição literária medieval. Trata-se de uma compilação de cem
histórias contadas por dez pessoas refugiadas numa casa de campo
para escaparem dos horrores da Peste Negra, a qual é objecto de uma
50
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
https://www.portugues.com.br/literatura/novela.html
51
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
https://centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br/
Tipos de romance
52
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Sumário
53
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
Questões de reflexão
1. O que entende por conto?
2. Defina novela.
3. O que é romance?
Perguntas
1. Leia o texto que se segue e depois responda às questões
apresentadas.
54
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Questionário
5. “Eu somos tristes.” e “Ou talvez: nós sou triste?”. A frase citada
apresenta um erro de…
55
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
A. género.
B. grau.
C. número.
D. pessoa.
Respostas:
1 B, 2 D, 3 A, 4 D, 5 C, 6 B, 7 D, 8 D, 9 D, 10 B.
Introdução
56
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
57
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
58
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
A ESTRADA MORTA
Naquele lugar, a guerra tinha morto a estrada. Pelos caminhos
só as hienas se arrastavam, focinhando entre cinzas e poeiras.
A paisagem se mestiçara de tristezas nunca vistas, em cores
que se pegavam à boca. Eram cores sujas, tão sujas que tinham
perdido toda a leveza, esquecidas da ousadia de levantar asas
pelo azul. Aqui, o céu se tornara impossível. E os viventes se
acostumaram ao chão, em resignada aprendizagem da morte.
A estrada que agora se abre a nossos olhos não se entrecruza
com outra nenhuma. Está mais
59
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
estão roupas, uma caixa com comidas. Por cima de tudo estão
espalhados cadernos escolares, gatafunhados com letras
incertas. O velho carrega a caixa com mantimentos. Muidinga
inspecciona os papéis. - Veja, Tuahir. São cartas. - Quero saber
é das comidas. O miúdo remexe no resto. As mãos curiosas
viajam pelos cantos da mala. O velho chama a atenção: ele que
deixasse tudo como estava, fechasse a tampa. - Tira só essa
papelada. Serve para acendermos a fogueira. O jovem retira os
caderninhos, guarda-os por baixo do seu banco. Não parece
pretender sacrificar aqueles papéis para iniciar o fogo. Fica
sentado, alheio. No enquanto, lá fora, tudo vai ficando noite.
Reina um negro silvestre, cego. Muidinga olha o escuro e
estremece. É um desses negros que nem os corvos comem.
Parece todas as sombras desceram à terra. O medo passeia
seus chifres no peito do menino que se deita, enroscado como
um congolote (Congolote: bicho de mil patas, maria-café). O
machimbombo se rende à quietude, tudo é silêncio taciturno.
Mais tarde, se começa a escutar um pranto, num fio quase
inaudível. É Muidinga que chora. O velho se levanta e zanga: -
Pára de chorar! - É que me dói uma tristeza... - Chorando assim
você vai chamar os espíritos. Ou se cala ou lhe rebento a
tristeza à porrada. - Nós nunca mais vamos sair daqui. - Vamos,
com a certeza. Qualquer coisa vai acontecer qualquer dia. E
essa guerra vai acabar. A estrada já vai-se encher de gente,
camiões. Como no tempo de antigamente. Mais sereno, o
velho passa um braço sobre os ombros trementes do rapaz e
lhe pergunta: - Tens medo da noite? Muidinga acena
afirmativamente. - Então vai acender uma fogueira lá fora. O
miúdo se levanta e escolhe entre os papéis, receando rasgar
uma folha escrita. Acaba por arrancar a capa de um dos
cadernos. Para fazer fogo usa esse papel. Depois se senta ao
lado da fogueira, ajeita os cadernos e começa a ler. Balbucia
letra a letra, percorrendo o lento desenho de cada uma. Sorri
com a satisfação de uma conquista. Vai-se habituando,
ganhando despacho. - Que estás a jazer, rapaz? - Estou a ler. - É
verdade, já esquecia. Você era capaz ler. Então leia em voz alta
que é para me dormecer.
O miúdo lê em voz alta. Seus olhos se abrem mais que a voz
que, lenta e cuidadosa, vai decifrando as letras. Ler era coisa
que ele apenas agora se recordava saber. O velho Tuhair,
ignorante das letras, não lhe despertara a faculdade da leitura.
A lua parece ter sido chamada pela voz de Muidinga. A noite
toda se vai enluarando. Pratinhada, a estrada escuta a estória
que desponta dos cadernos: Quero pôr os tempos...
Mia Couto, in Terra Sonâmbula,
Disponível em: https://metavest.com.br/livros/Terra-
sonambula.pdf
62
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Sumário
63
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Questões de reflexão
1. De que forma o romance consegue abraçar diversos outros
géneros em sua estrutura?
2. Classifique o texto “A estrada morta” quanto ao género, tempo,
acção e personagens.
Perguntas
1. O que entende por romance?
A. É uma forma literária com raízes greco-latinas que ganhou um
significado cultural a designar determinadas composições
redigidas em línguas novilatinas.
B. É uma forma literária relativamente moderna que ganhou um
significado literário designando determinadas composições
redigidas em língua vulgar.
C. É uma forma literária relativamente moderna que ganhou um
significado literário designando determinadas composições
redigidas em língua de clérigos.
D. É uma forma literária relativamente moderna que se considera
como sendo uma das menos ricas criações artísticas modernas.
64
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
7. No romance,
A. uma personagem apresenta uma grande flexibilidade para
reconstruir a temporalidade.
B. uma personagem possui uma linguagem abstracta e
65
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
estruturada.
C. uma personagem não pode surgir a meio da história e
desaparecer depois de cumprir sua função.
D. uma personagem pode surgir a meio da história e desaparecer
depois de cumprir sua função.
Respostas: 1B, 2C, 3C, 4D, 5C, 6A, 7D, 8B, 9B, 10C.
66
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Introdução
67
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
textuais:
▪ Organização textual
▪ Estrutura da narrativa
▪ Coordenação e subordinação
▪ Sintaxe
68
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
69
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Tipos de narrativa:
a) Romance
É uma narrativa longa, que envolve um número considerável de
personagens (em relação à novela e ao conto), maior número de
conflitos, tempo e espaço mais dilatados. Podemos classificar o
romance quanto a sua temática. Os tipos mais conhecidos são de
amor, de aventura, policial, ficção científica, psicológico, etc.
b) Novela
É uma narrativa mais curta do que o romance, isto é, tem um número
menor de personagens, conflitos e espaços, ou tem-nos em igual
número ao romance, com a diferença de que a acção no tempo é mais
veloz na novela. Difere com a telenovela, a qual tem uma série de
casos (intrigas) paralelos e uma infinidade de momentos de clímax.
c) Conto
É uma narrativa mais curta, que tem como característica central a
condensação do conflito, tempo, espaço e a redução do número de
personagens. O conto é um tipo de narrativa tradicional. Os contos
variam entre: fábulas, lendas, danda desenhada.
d) Crónica
Por se tratar de um texto híbrido, nem sempre apresenta uma
narrativa completa; uma crónica pode contar, comentar, descrever,
analisar. De qualquer forma, as características distintivas da crónica
são: texto curto, leve, que geralmente aborda temas do quotidiano.
Organização textual
Diana (2017) descreve quatro aspectos:
• Apresentação: também chamada de introdução, nessa parte
inicial, o autor apresenta os personagens, o local e o tempo em que se
desenvolverá a trama.
• Desenvolvimento: aqui grande parte da história é desenvolvida
com foco nas acções dos personagens.
• Clímax: parte do desenvolvimento da história, o clímax designa
o momento mais emocionante da Narrativa.
• Desfecho: também chamada de conclusão, ele é determinado
pela parte da narrativa, onde a partir dos acontecimentos, os conflitos
70
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Estrutura da narrativa
o Localização espacial
o Ambiente
o Narrador
o Discurso
o Modos de expressão
o Referência às personagens
o Ordenação de eventos
o Conclusão
Localização temporal
71
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Duração da história
• Tempo cronológico
• Tempo psicológico
Localização espacial
Referência às personagens
72
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Ambiente
É o espaço carregado de características socioeconómicas, morais
psicológicas, em que vivem os personagens. Neste sentido, ambiente é
um conceito que aproxima tempo e espaço, pois é a confluência
destes dois referenciais, acrescido de um clima.
Narrador
Não existe narrativa sem narrador, pois ele é o elemento estruturador
da história. Dois são os termos mais usados pelos manuais de análise
literária, para designar a função do narrador na história: foco narrativo
e ponto de vista (do narrador ou da narração). Tanto um quanto outro
se refere à posição ou perspectiva do narrador frente aos factos
narrados.
Tipos de narrador
a) omnisciência: o narrador sabe tudo sobre a história;
b) omnipresença: o narrador está presente em todos os lugares da
história.
Narradores diegéticos
De acordo com o modelo proposto por Genette et al, distinguem dois
tipos de narrador. Por um lado, encontramos o Narrador
intradiegético. Trata-se de um narrador que é simultaneamente
personagem, no mundo ficcional. Se é personagem e narrador da sua
própria história, é um narrador homodiegético. Se a personagem-
narrador não pertence à história que está a narrar, será um narrador
heterodiegético. Por outro lado, existe o Narrador extradiegético.
Será o narrador externo, que regula registos visuais e sonoros e se
manifesta através de códigos cinematográficos e distintos canais de
expressão e não através de um discurso verbal.
Em resumo, podemos estabelecer a divisão tripartida da presenca do
narrador no mundo diegético: (i) narrador autodiegético, que além de
73
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Discurso narrativo
Discurso directo
É o registo integral da fala do personagem, do modo como ele a diz.
Isso equivale a afirmar que o personagem fala directamente, sem a
interferência do narrador, que se limita a introduzi-la.
Discurso indirecto
É o registo indirecto da fala do personagem através do narrador, isto
é, o narrador é o intermediário entre o instante da fala do personagem
e o leitor, de modo que a linguagem do discurso indirecto é a do
narrador.
Ordenação de eventos
74
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Tempo verbal
Conclusão
o Introdução de personagens
o Desenvolvimento da narrativa
Coordenação e subordinação
Sintaxe
Sumário
▪ Organização textual
▪ Estrutura da narrativa
76
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
▪ Ambiente
▪ Narrador
▪ Narratário
▪ Modos de expressão
▪ Discurso
▪ Coordenação e subordinação
▪ Sintaxe
Perguntas
77
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Questões de reflexão
Questionário
78
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
79
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
A. Anacoluto
B. Metonímia
C. Personificação
D. Sinestesia
Respostas: 1A, 2A, 3D, 4B, 5B,6B, 7B, 8D, 9A, 10B.
Introdução
82
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Sumário
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
Questões de reflexão
1. Aponte as fases de modelos de análise e interpretação narrativa.
2. O que se destaca na leitura crítica?
3. Classifique quanto ao género literário o extracto de Confissão da
leoa, de Mia Couto.
4. O que entende por método?
5. Em que consiste análise?
2. A interpretação consiste…
A. na elucidação da estrutura significativa.
B. no comentário sobre problemas de interpretação.
C. no exame detalhado sobre determinada matéria ou assunto.
D. nos critérios de validação da interpretação.
3. As distinções iniciais sobre arte de contar histórias, a identificação
da temática, das personagens, dos tempos e dos espaços e a posição
83
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
84
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Respostas: 1D, 2A, 3A, 4A, 5A, 6C, 7A, 8B, 9D, 10D.
Introdução
Nesta unidade temática 3.3., iremos discutir sobre alguns conceitos
fundamentais e as tarefas da análise do discurso narrativo. Procura-se
delinear, dentre as várias linhas da análise do discurso narrativo, as
propostas da semiótica greimasiana, com o propósito de enfatizar a
importância dessa linha de estudos dentro da Linguística moderna.
85
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Sumário
86
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
moderna.
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
Questões de reflexão
1. Quais são os diferentes níveis que constituem um texto coeso e
coerente, segundo Greimas (1975)?
2. Quais são os valores opostos dentro do universo semântico num
texto?
3. O que é uma narrativa?
4. Como se classifica a narrativa quanto ao desfecho?
5. Distinga autor do narrador.
87
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Questionário
88
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
89
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Respostas: 1D, 2D, 3C, 4D, 5B, 6C, 7A, 8D, 9A, 10D.
90
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Introdução
91
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Texto
93
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
94
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
95
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
96
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
- Mas os dois aparecidos bom serem avisados que não devem repetir
essa saída da aldeia ou da vida ou seja lá de onde. Aplicamos a política
de clemência, mas não iremos permitir a próxima vez.
A assembleia aplaudiu agora com convicção.
Ao outro dia, Luís Fernando e Aníbal Mucavel começaram a tratar dos
documentos dos vivos.
Mia Couto, Vozes anoitecidas
1.8. Neologia.
97
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Sumário
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
Questões de reflexão
1. Que entende por texto?
2. Aponte dois objectivos de uma análise.
3. Em que consiste a análise de discurso?
4. O que é sistema, segundo Birov?
5. Como Greimas define semiótica?
Perguntas
Adquira, leia com muita atenção Os Novos Contos de Guicalango, de
Diogo Araújo Vaz, e responda claramente às questões apresentadas.
A. Narrativa argumentativa
B. Narrativa descritiva
C. Narrativa explicativa
D. Narrativa expositiva
98
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
99
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
A. momento de analepse.
B. momento de avanço.
C. momento elíptico.
D. momentos de pausa.
100
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
A. momento anacrónico.
B. momento de avanço.
C. momento de prolepse.
D. momentos de pausa.
A. Corrente
B. Cuidado
C. Literário
D. Popular
A. Familiar
B. Padrão
C. Popular
D. Técnico-profissional
Respostas: 1B, 2B, 3A, 4B, 5B, 6A, 7B, 8D, 9C, 10B
Introdução
101
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Componentes do enunciado
102
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Nº Questões Obs.
103
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
104
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
105
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
106
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Total
Sumário
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
Questões de reflexão
1. Distinga enunciado da mensagem.
2. Em que consiste a Enunciação?
107
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Perguntas
Leia com muita atenção o texto que se segue e responda claramente
às questões apresentadas, escolhendo a opção correcta.
Texto
108
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
Questionário
A. Caçador
B. Enfermeiro
C. Médico
D. Pastor
B. Causar insónias
C. Dormir muito
D. Morar no mato
A. Madrugada
B. Manhã
C. Tarde
D. Noite
A. Leoa
B. Mãe
C. Mia Couto
109
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
D. Narrador
A. Conto
B. Lenda
C. Provérbio
D. Romance
A. Alternância
B. Encadeamento
C. Encaixe
D. Ordenação
A. Anástrofe
B. Gradação
C. Hipérbole
D. Personificação
A. Autodiegético e heterodiegético
B. Heterodiegético e homodiegético
C. Homodiegético e intradiegético
D. Intradiegético e autodiegético
A. Caçar animais
B. Contar histórias
C. Matar os animais
D. Pastorear o gado
110
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
A. Descrição
B. Diálogo
C. Monólogo
D. Reflexão
Respostas: 1A, 2B, 3A, 4D, 5B, 6C, 7D, 8A, 9A, 10 A.
Referências bibliográficas:
111
UnISCED CURSO: Ensino de Português; 30 Ano Disciplina/Módulo: Teoria e análise da narrativa
112