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Índice

1. Introdução....................................................................................................................................3

2. A Herança de Grupos Sanguíneos do Sistema Rh.......................................................................4

2.1. Determinação genética dos tipos sanguíneos do sistema Rh.................................................7

2.2. Doença Hemolítica do Recém-Nascido (DHRN) ou Eritroblastose Fetal.............................8

3. A Herança do Sistema de Grupo Sanguíneo MNSs..................................................................11

4. Conclusão..................................................................................................................................12

5. Bibliografia................................................................................................................................13
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1. Introdução

O presente trabalho da cadeira de Genética Geral e das Populações, reporta como tema “A
Herança de Grupos Sanguíneos do Sistema Rh e do Sistema MNSs”. A descoberta do sistema de
grupos sanguíneos ABO por Karl Landesteiner, em 1900, não foi a chave completa para as
questões relacionadas às reacções hemolíticas transfusionais. A solução para esse problema
aguardaria a descoberta do factor Rh, ocorrida em 1937, por Wiener e Landsteiner, sendo essa
importante também para elucidar a causa da doença hemolítica peri-natal. O novo factor de
sangue foi nomeado factor Rh, pela maneira como foi descoberto.

Nele pretende – se como objectivo geral compreender o processo de Herança de Grupos


Sanguíneos.
Para a concretização do objectivo geral, foram traçadas as seguintes directrizes: definir a
Herança de Grupos Sanguíneos do Sistema Rh e do Sistema MNSs; Classificar a Herança de
Grupos Sanguíneos do Sistema Rh e do Sistema MNSs e apresentar a relação do Factor Rh e a
Eritroblastose fetal.

O trabalho está estruturado da seguinte maneira: uma capa e uma folha de rosto, um índice e
introdução, segue-se o corpo de do trabalho onde é desenvolvido de forma detalhada o tema e
seus subtítulos, logo a seguir a conclusão em que é apresentada de forma clara e concisa as
possíveis observações que fazem reflexão do trabalho e finalmente a bibliografia, que serviu de
suporte para o desenvolvimento do trabalho.

A metodologia usada para a realização do presente trabalho foi a da consulta bibliográfica, que
consistiu na leitura e análise das informações de diversas obras que debruçam acerca do tema
acima citado e também em consultas na internet.
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2. A Herança de Grupos Sanguíneos do Sistema Rh

A descrição do sistema de grupos sanguíneos ABO permitiu transfusões sanguíneas bem


sucedidas em grande parte dos casos. Mas uma parte destas transfusões continuou a resultar em
mortalidade, sem se saber exactamente a causa até 1939, quando as transfusões eram baseadas
apenas na compatibilidade do sistema de grupos sanguíneos ABO.
Em 1940, um outro sistema de grupos sanguíneos foi descrito, o Sistema Rh. Este sistema é
considerado o segundo mais importante depois do sistema ABO. A partir do Sistema Rh foi
possível compreender, por exemplo, que os anticorpos anti-Rh são a causa principal da Doença
Hemolítica do Recém-Nascido ou eritroblastose fetal e que tais anticorpos podem também
desenvolver reacções transfusionais hemolíticas tardias (VIELE, DONEGAN E BOSSON,
2000).
Segundo O' CONNOR (1992), o Sistema Rh já ultrapassou em complexidade o sistema ABO.
Este sistema passou a incluir 47 especificidades de antígenos diferentes entre as várias
populações.
Várias teorias já foram elaboradas para explicar as bases genéticas deste sistema e deram origem
a diferentes nomenclaturas, que são oriundas de três grupos de pesquisadores: Wiener
(terminologia Rh – Hr), Fisher-Race (terminologia DCE) e Rosenfield e colaboradores
(Terminologia Numérica). A terminologia de Fisher-Race é a mais utilizada nos livros técnicos
(VIELE, DONEGAN E BOSSON, 2000).
Segundo O' CONNOR (1992), estas teorias e os vários conhecimentos propiciados pela genética
moderna possibilitaram o entendimento do Sistema Rh tal qual ele é compreendido hoje. No
Sistema Rh existe uma infinidade de alelos raros e fenótipos incomuns.
Actualmente, no Sistema Rh, são conhecidos vários antígenos. Estes constituem-se de
glicoproteínas e lipoproteínas que formam a membrana das hemácias. Os antígenos Rh
funcionam como alelos co-dominantes. A figura 1 mostra o padrão de herança dos antígenos Rh.
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DCe/dce dce/dce

DCe/dce DCe/dce dce/dce

Figura 1: padrão de herança dos antígenos Rh.

Fonte: (O' CONNOR, 1992, p. 114).

O Sistema de grupos sanguíneos Rh é constituído por 2 genes intimamente ligados: o RHD e o


RHCE. Estes genes codificam proteínas das hemácias que apresentam os seguintes antígenos Rh:
D, C/c e E/e. Os indivíduos que apresentam o antígeno D (devido a presença do gene RHD nos
eritrócitos são chamados de Rh positivos, enquanto que a sua ausência caracteriza os indivíduos
conhecidos como Rh negativos (SOUZA, 2001).
Os genes do Sistema Rh estão localizados no cromossomo 1. Os antigos locos C e E são
considerados como um único gene porque codificam um único RNA que sofre eventos
alternativos de processamento. O alelo D codifica o polipeptídeo D que está presente nas
hemácias dos indivíduos Rh positivos. As proteínas C/c e E/e são codificadas pelo gene CcEe a
partir de eventos alternativos de processamento (VIELE, DONEGAN E BOSSON, 2000).
Em raras pessoas que carecem de todos os antígenos Rh, manifestam-se sinais clínicos de uma
anormalidade denominada síndrome do Rh nulo. Tais indivíduos apresentam anemia hemolítica
causada por uma membrana anormal da hemácia (O' CONNOR, 1992).
Ao contrário do sistema ABO, os anticorpos anti-Rh não estão presentes naturalmente no soro
dos indivíduos. Estes anticorpos são produzidos quando um indivíduo Rh negativo entra em
contacto com sangue Rh positivo. Isto pode acontecer por transfusão sanguínea em homens e
mulheres. Nas mulheres, ainda, a produção de anticorpos anti-Rh pode ser o resultado de uma
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sensibilização por hemácias Rh-positivas do feto durante o parto ou num aborto (RAPAPORT,
1990).
Na maioria das vezes, quando uma amostra de eritrócitos é examinada são encontrados
eritrócitos com uma expressão fraca do antígeno D. Ou seja, alguns eritrócitos apresentam uma
quantidade de sítios antigénicos D menor que o normal. Estes são denominados D fracos ou D u.
No entanto, Du não é um antígeno diferente; Du é uma expressão diferente para o antígeno D
(VIELE, DONEGAN E BOSSON, 2000).
A variação do antígeno D–D fraco ou Du – só é identificada com o teste de antiglobulina
indirecto. Se o sangue for examinado apenas com os anti-soros anti-D de rotina, o D fraco pode
aparecer como D-negativo, ou seja, Rh negativo (VIELE, DONEGAN e BOSSON, 2000).
É de suma importância a detecção de antígenos D fracos na realização de transfusões sanguíneas.
Quando é detectada a presença do D fraco, esta amostra é identificada como Rh positiva e
portanto só será doada para uma pessoa também Rh positiva (VIELE, DONEGAN e BOSSON,
2000).
Os anticorpos identificados no sistema Rh são denominados anticorpos IgG, que são produzidos
através da exposição do sistema imunológico do indivíduo a eritrócitos estranhos. Portanto,
quando é encontrado qualquer anticorpo do Sistema Rh no soro de um indivíduo Rh negativo,
pode-se concluir que houve uma imunização prévia. Qualquer um dos antígenos deste sistema
pode induzir à formação de anticorpos e estabelecer com isto uma situação de incompatibilidade
(O' CONNOR, 1992). Além disso, os anticorpos IgG atravessam a placenta e podem provocar a
doença hemolítica do recém-nascido ou eritroblastose fetal.
A maioria das reacções transfusionais hemolíticas relacionadas com o factor Rh podem ser
evitadas transfundindo sangue de indivíduos Rh negativos para indivíduos também Rh negativos
(VIELE, DONEGAN e BOSSON, 2000). Além disso, numa transfusão sanguínea, a exactidão na
tipagem D é essencial, assim como verificar a história do paciente. Por exemplo: numa situação
que foi identificada a presença de um anticorpo Rh numa pessoa, o sangue que deverá ser
fornecido a ela é somente o Rh negativo (O' CONNOR, 1992).
Para identificar a presença dos anticorpos IgG nas hemácias dos pacientes são necessárias
técnicas especiais. Isto porque, por razões ainda não bem entendidas, estes anticorpos do Sistema
Rh, ao contrário dos anticorpos do sistema ABO, não aglutinam os eritrócitos. Desta forma,
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identificar tais anticorpos era muito difícil até que foram desenvolvidos os anticorpos
antiimunoglobulina humana (JANEWAY et al., 2002).
Os anticorpos antiimunoglobulina humana foram desenvolvidos primeiramente por Robin
Coombs. Por isto o teste empregado para a sua detecção é denominado teste de Coombs. É um
teste que utiliza anti-soro de coelho com antiglobulina humana (Imunização de coelhos com soro
humano) (soro de Coombs; JANEWAY et al., 2002).
Uma outra nomenclatura é empregada por VIELE, DONEGAN e BOSSON, (2000) que
denominam o teste como teste de antiglobulina directo (DAT) e teste de antiglobulina indirecto
(IAT).
O teste de Coombs é principalmente utilizado para identificar a presença dos anticorpos que
causam a Doença Hemolítica do Recém-Nascido. Este teste pode acontecer de duas maneiras:
testando a presença do anticorpo IgG recobrindo as hemácias fetais – teste de Coombs directo ou
DAT – ou, ainda, testando a presença do anticorpo IgG no soro materno – teste de Coombs
indirecto ou IAT (JANEWAY et al., 2002).
Os bancos de sangue utilizam o teste de Coombs para identificar a presença de anticorpos no
receptor; seleccionar sangue do doador livre de antígenos eritrocitários específicos e para
confirmar a ausência de reacção antígeno-anticorpo (VIELE, DONEGAN e BOSSON, 2000).
Ainda com relação à tipagem sanguínea, RAPAPORT (1990) desperta a preocupação para o
facto de os receptores de uma transfusão de sangue serem geralmente tipados para os grupos
sanguíneos ABO e para a presença ou ausência do antígeno D nas suas hemácias. Ou seja, não é
verificada a presença de outros antígenos no receptor. É importante lembrar que um paciente
pode desenvolver um anticorpo em função da exposição a um antígeno estranho.

2.1. Determinação genética dos tipos sanguíneos do sistema Rh

Os grupos sanguíneos do sistema Rh são condicionados por dois alelos (R e r) com dominância
completa. Pessoas portadoras de pelo menos um alelo dominante, com genótipos RR ou Rr,
apresentam um factor Rh em sua hemácia e tem, portanto o fenótipo Rh +; pessoas homozigoticos
recessivas rr não têm factor Rh e apresentam o fenótipo Rh-.
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2.2. Doença Hemolítica do Recém-Nascido (DHRN) ou Eritroblastose Fetal

Segundo BELLO-GONZÁLEZ et al., (2001), trata-se de uma doença caracterizada pela


incompatibilidade sanguínea entre mãe e feto. Ocorre quando a mãe produz anticorpos contra o
Rh do feto, durante a segunda gestação, os anticorpos podem transfundir-se através da placenta e
provoca a destruição dos glóbulos vermelhos, provocando anemia profunda ou anemia
falciforme (é determinada por uma quantidade elevada de hemácias imaturas ou deformadas) e
icterícia (coloração amarelada da pele devido ao excesso de bilirrubina no organismo).

Para BUCK, 1992, Eritroblastose Fetal consiste na incompatibilidade sanguínea entre mãe e feto,
ou seja, mãe Rh- e feto Rh+. Apesar da circulação materna e fetal serem diferentes e separados,
muitas vezes há o contacto entre esses tipos sanguíneos, via placenta. Por isso, o organismo da
gestante reage contra o Rh do feto, produzindo anticorpos anti-Rh, ou isoimunização.
Geralmente isso irá acontecer a partir da segunda gestação.

“Essa isoimunização não causa efeito no concepto durante a primeira gestação,


pois a sensibilização ocorre durante o trabalho de parto e parto. Conforme a
sensibilização materna vai aumentando, mais o organismo de defesa da mãe é
estimulado a produzir anticorpos anti-Rh”, (WHALEY; WONG, 1989).

Durante uma segunda gestação essa isoimunização entra em contacto com a circulação fetal,
onde irão acometer e destruir os eritrócitos do feto. Essa destruição irá acarretar algumas
complicações como, anemia, hiperbilirrubinemia (excesso de bilirrubina) e icterícia. Daí o feto
tenta através da hemólise, acelerar a produção de glóbulos vermelhos imaturos (eritroblastos),
por isso é determinado o nome da doença Eritroblastose Fetal (RAPAPORT. 1990. p.116 e 117).

A doença (eritroblastose fetal) pode levar a morte da gestante ou do feto, como também pode
deixar sequelas graves no concepto com lesões cerebrais, surdez e deficiência mental.

A Eritroblastose Fetal pode ocorrer também se a mãe já tenha recebido alguma transfusão de
sangue Rh+, inadequadamente, podendo desenvolver a doença na primeira gestação.
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Diagnóstico

A confirmação do diagnóstico da Eritroblastose fetal pode ser realizado através de amniocentese


(através de uma punção se faz a aspiração de uma pequena quantidade de liquido amniótico, que
banha o concepto) e análise de bilirrubina no líquido amniótico. Níveis alterados de bilirrubina
indicam hemólise fetal e pode haver a necessidade de transfusão intra-uterina e ou a interrupção
imediata da gestação. (WHALEY, 1989).

Também pode ser diagnosticada através do Teste de Coombs Indirecto, aumento de anticorpos
anti-Rh na circulação materna e o Teste de Coombs Directo, após o nascimento, pela detecção de
anticorpos ligados a eritrócitos na circulação fetal, a partir do cordão umbilical.

Exames à serem realizados pelo Recém-Nascido:

 Grupo Sanguíneo e Factor Rh;


 Bilirrubina total e fracções;
 Entre outros.

Exames à serem realizados pela Mãe:

 Grupo Sanguíneo e Factor Rh;


 Pesquisa de anticorpos;
 Entre outros.

Prevenção

Como prevenção existe a gamaglobulina Rh (Rho-GAM), administrado a todas as mães Rh- não
sensibilizadas logo após o primeiro parto de um concepto Rh+ ou abortamento, isso ira fazer
com que seja evitado a sensibilização materna ao factor Rh, (VILLANUEVA, 2002).

Deverá ser administrada essa gamaglobulina até 48 horas após o parto ou aborto e repetida após
partos seguintes. Essa isoimunização impede a produção de anticorpos anti-Rh + originados do
concepto.
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Complicações no RN

Segundo DIAMOND, et al., 1932 apud OMIM, 2003, as complicações do RN posem ser:

 Icterícia: a icterícia instala-se precocemente, nas primeiras horas de vida. Coloração


amarelada da pele devido ao excesso de bilirrubina no organismo.
 Hiperbilirrubinemia: é bastante comum no período neonatal, devido a destruição de
células vermelhas (eritrócitos). Excesso de bilirrubina. Tem como característica a
icterícia.
 Anemia: é determinada por uma quantidade elevada de hemácias imaturas ou
deformadas lançadas no sangue chamadas de eritroblastos.

Tratamento do recém-nascido

Segundo DIAMOND, et al, 1932 apud OMIM, 2003, o tratamento é realizado conforme o grau
de acometimento do RN.

 Fototerapia: utilizado no tratamento da icterícia neonatal, permite que as moléculas de


bilirrubina sejam eliminadas pelos rins e fígado, através da luz que irá penetrar na
epiderme e tecido subcutâneo, está, será direccionada para o tronco do recém-nascido
(CARVALHO, 2001).
 Fenobarbital: tem sido usado em gestantes e recém-nascidos com a finalidade de
prevenir ou minimizar a hiperbilirrubinemia neonatal. O uso em gestantes reduz
consideravelmente os níveis bilirrubina e o grau de icterícia no recém-nascido.
O fenobarbital administrado em recém-nascidos logo após o nascimento ou quando a icterícia é
diagnosticada, não é eficaz em reduzir o nível de hiperbilirrubina (CARVALHO, 2001).

Cuidados na aplicação de Fototerapia:

 Distancia entre a luminosidade e o RN;

 O RN deverá estar fazendo uso de fraldas e óculos;

 Energia que será liberada, conforme prescrição médica.


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3. A Herança do Sistema de Grupo Sanguíneo MNSs

O Sistema MNSs foi o terceiro sistema de grupos sanguíneos a ser descrito. Em complexidade, é
semelhante ao sistema Rh. Esse sistema foi descoberto em 1927, por Landsteiner e Levine, ao
testarem a capacidade de aglutinação de hemácias humanas, por acção de anticorpos produzidos
por células de defesa de coelhos, quando o sangue de diferentes pessoas era injectado na corrente
sanguínea desses animais, (CALHOUN, 1992).

As letras M e N foram adoptadas como representações aos antígenos produzidos a partir da


síntese coordenada pelo par de genes alelos LM e LN (“L” em homenagem aos cientistas), não
havendo relação de dominância ou recessividade entre eles, mas sim uma herança codominante.
Nesse tipo de sistema, diferentemente do que ocorre no sistema ABO, não costuma existir
aglutininas presentes no plasma, contra os antígenos M e N da membrana das hemácias. Dessa
forma não há restrições quanto à transfusão sanguínea envolvendo esse sistema.
Por análise fenotípica, o sistema em questão permite a possibilidade da existência de três grupos:
grupo M (produz antígeno M), grupo N (produz antígeno N) e o grupo MN (que produz tanto o
antígeno M quanto o N na membrana das hemácias).
Portanto, um indivíduo com homozigose LMLM ou homozigose LNLN, pertencerá
respectivamente ao grupo M ou N. Enquanto a situação de heterozigose LMLN determinará um
fenótipo do grupo MN. A tabela abaixo expressa resumidamente esse sistema sanguíneo:

Genótipos Fenótipos Grupo Sanguíneo

LMLM Antígeno M M
LNLN Antígeno N N
LMLN Antígenos M e N MN

Figura 1: Herança do Sistema de Grupo Sanguíneo MN.


Fonte: (HARMENING-PITTIGLIO e FLYNN, 1992).
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4. Conclusão

Para a materialização do trabalho que teve como abordagem a Herança de Grupos Sanguíneos do
Sistema Rh e do Sistema MNSs, foram focalizados alguns aspectos relacionados com: A
Classificação da Herança de Grupos Sanguíneos do Sistema Rh e do Sistema MNSs, a
Determinação genética dos tipos sanguíneos do sistema Rh, a relação do Factor Rh e a
Eritroblastose fetal.

Com este estudo histórico, percebemos que as ideias que nortearam a proposta do factor Rh não
estavam prontas ou surgiram de forma repentina, mas foram resultados de um acúmulo de
conhecimentos acerca da estrutura proteica, das individualidades sorológicas e das reacções
envolvidas entre antígenos e anticorpos. O conhecimento da causa das reacções transfusionais
intragrupo não surgiu de forma inesperada e não foi fruto de produção de único indivíduo, mas
passou por dificuldades e tentativas, em que houve a construção de conceitos, que foram
desenvolvidos de modo gradual e lento, apresentando muitas mudanças e contando com a
participação de vários indivíduos ao longo de vários anos.
Para a descoberta do factor Rh utilizou-se coelhos imunizados com hemácias do macaco Rhesus,
produzindo então um soro anti-Rhesus. Como os anticorpos são produzidos especificamente
contra determinado antígeno, estudos mostraram que o anti-Rh originalmente observado é
diferente do anti-Rh humano. Desse modo, embora a utilização do termo factor anti-Rh para
humanos seja de uso habitual, ela não é adequada, visto que, esse termo foi cunhado tendo em
vista o factor anti Rh do macaco Rhesus. Além do conteúdo histórico, o presente estudo
apresenta os resultados de uma análise, realizada em livros didácticos, que aponta inconsistências
acerca do conteúdo referente aos sistemas de grupos sanguíneos.
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5. Bibliografia

1. BELLO-GONZÁLEZ, A et al. Karl Landsteiner: Premio Nobel 1930 de


Fisiología/Medicina. In: Boletim Médico do Hospital Infantil. México, vol.58, nº 12, p.
902-906, 2001.
2. BUCK, Sandra Alm. Doença Hemolítica do Recém -Nascido. In: HARMENING D.;
CALHOUN, L.; POLESKY, H.F. Técnicas Modernas em Banco de Sangue e Transfusão.
Revinter, 1992. p. 327-339.
3. CALHOUN, L.; POLESKY, H.F. Técnicas Modernas em Banco de Sangue e Transfusão.
Revinter, 1992. p. 135-172.
4. CALHOUN, Lony. Outros Sistemas Importantes de Grupo Sanguíneo. In:
HARMENING D.;
5. CARVALHO, Manuel De. Tratamento da icterícia neonatal. Jornal de pediatria, Vol. 77,
Supl.1, 2001
6. JANEWAY, C. A. et al. Imunobiologia – O Sistema Imune na Saúde e na Doença.
Editora Artmed, 2002, p.647- 652.
7. O' CONNOR, Karen L. O Sistema de Grupo Sanguíneo RH. In: HARMENING D.;
CALHOUN, L.; POLESKY, H.F. Técnicas Modernas em Banco de Sangue e
Transfusão. Revinter, 1992, p. 109-122.
8. RAPAPORT, Samuel I. Anemias Hemolíticas Causadas por Anticorpos. In:
RAPAPORT, Samuel I. Introdução à hematologia. São Paulo, 1990, p.110-124.
9. SOUZA, Ilíada Rainha de. Estudo Demográfico, Antropológico e Genético das
populações da Costa da Lagoa e de São João do Rio Vermelho, na Ilha de Santa
Catarina. Tese de Doutorado, UFPR, Curitiba, 2001.
10. VIELE, M.; DONEGAN, E.; BOSSON, E. Banco de Sangue e Imuno-hematologia.
In:STITES D. P.; TERR, A . I.; PARSLOW, T.G. Imunologia Médica. Guanabara
Koogan, 2000, p. 215-222.
11. VILLANUEVA, Julia R. Profilaxis Y Monitorizacion de La EHRN. ABO – Revista de
Medicina Transfusional. Porto, nº 10, p. 63-70, jun.2002.
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12. WHALEY, Lucille F.; WONG, Donna L. Enfermagem pediátrica: elementos essenciais à
intervenção efetiva. 2. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, c1989. 910 p.

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