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(ISCISA)
3 º ano, II Semestre
Estudantes: Docente:
Katia Ofélia
Mussa Abdul
Neyla Eugenio
1. Introdução...........................................................................................................................1
2. Objetivos..............................................................................................................................2
2.1. Geral.............................................................................................................................2
2.2. Específicos....................................................................................................................2
3. Sistema Rhesus....................................................................................................................3
4. Relação do fator Rh com as reações hemolíticas transfusionais........................................4
5. Estrutura do complexo Rh nas hemácias............................................................................5
6. Negatividade RHD................................................................................................................6
7. Fraca Expressão de D...........................................................................................................6
8. Expressão parcial de D.........................................................................................................7
9. Produção de aglutininas anti-Rh.........................................................................................7
9.1. Percurso dos anticorpos anti-Rh..................................................................................8
10. Hereditariedade mendeliana em casais..........................................................................9
11. Anulação da sensibilidade causada pelo fator Rh...........................................................9
12. Doença hemolítica do recém-nascido...........................................................................10
12.1. Incompatibilidade Rh (isoimunização);.................................................................10
12.2. Manifestações clinicas...........................................................................................12
12.3. Diagnostico............................................................................................................12
12.3.1. Tipagem sanguínea............................................................................................12
12.3.2. Estudos Sorológicos...........................................................................................12
12.3.3. Hemograma........................................................................................................13
12.3.4. Prevenção...........................................................................................................13
12.3.5. Tratamento........................................................................................................13
13. Conclusão.......................................................................................................................14
14. Referências bibliográficas..............................................................................................15
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1. Introdução
De acordo com Nardozza, L. M. Et al (2010) o sistema Rh apresenta um
grande interesse clínico por seus anticorpos estarem envolvidos em destruição
eritrocitária imunomediadas, isto é, reação transfusional hemolítica e doença
hemolítica perinatal (DHPN). Os primeiros relatos sobre sua importância
começam por volta de 1600 como uma possível causa de icterícia severa e
morte fetal referida como “eritroblastose fetal”2. Uma mulher francesa deu à luz
a gêmeos: um estava hidrópico e o outro ictérico, falecendo mais tarde por
kernicterus.
Esta grande variedade de sinais e sintomas fetais que vai desde icterícia leve
até a hidropisia fatal não foi realmente associada a um único agente. A primeira
correlação de um anticorpo anti-eritrocitário envolvido contra o antígeno Rh foi
relatada por Levine et al. em 1939 por meio da investigação de uma reação
hemolítica transfusional em uma puérpera devido à transfusão de hemácias
ABO compatível de seu marido, após dar à luz a um natimorto3. O soro desta
mulher aglutinava as hemácias de seu marido e cerca de 80% dos doadores
caucasianos ABO compatíveis. Demonstrou-se que este novo anticorpo era
independente do sistema ABO, MN e P, sugerindo que a mulher foi imunizada
provavelmente por um antígeno fetal de origem paterna. (Nardozza, L. M. Et al
2010).
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2. Objetivos
2.1. Geral
Compreender de forma geral os principais aspectos do sistema rhesus e
doença hemolítica do recém-nascido.
2.2. Específicos
Descrever a história da descoberta do sistema rhesus;
Identificar as características do sistema rhesus;
Falar da doença hemolítica do recém-nascido.
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3. Sistema Rhesus
Segundo Correia, N. (2007) o fator Rh é um antígeno específico localizado na
superfície das hemácias, que induz, como resposta imunitária, a produção de
um anticorpo chamado de anti-Rh.
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De forma inesperada, quando misturaram os soros obtidos dos coelhos com
hemácias de humanos selecionados de forma aleatória, obtiveram um reagente
que era capaz de aglutinar com hemácias de 85% de caucasianos,
independentemente do grupo ABO e dos fatores M e N. Estes indivíduos foram
chamados Rh positivo. Sendo assim, este mesmo soro não resultava em
aglutinação com 15% de caucasianos, que foram chamados Rh negativo. A
característica presente nas hemácias que determinava a aglutinação das
células foi denominada fator Rh, ou aglutinogênio Rh, devido à maneira como
foi descoberto, ou seja, com utilização de hemácias de macacos Rhesus.
(Batisteri, C. B. et al, 2007)
Onde: O sinal positivo (+) indica a presença de aglutinação; o sinal negativo (-)
indica a ausência de reação de aglutinação e o sinal negativo ou positivo (±)
indica uma reação de aglutinação moderada.
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tipo M, N ou MN era colocado em contato com hemácias do grupo O
selecionadas aleatoriamente e quando o soro imune anti-rhesus absorvido
(soro com ausência dos anticorpos M e N) era colocado em contato com estas
mesmas hemácias os resultados obtidos eram similares, ou seja, aquelas
hemácias que deram reações positivas em relação ao soro dos pacientes
também apresentaram o mesmo resultado em relação ao soro imune anti-
rhesus absorvido. Isto mostra que, essas reações hemolíticas transfusionais
eram realmente causadas pelo fator Rh, que uma vez presente, desencadeava
a produção de anticorpos anti-Rh, causando as reações transfusionais. Assim,
a sensibilização pelo fator Rh foi considerada a causa da grande maioria das
reações transfusionais intergrupo e a chave do mistério da eritroblastose fetal.
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e (Rh2-Rh5) em várias combinações (ce, cE, Ce e CE). Ambas as proteínas
RHD e RHCE são hidrofóbicas e não glicosiladas, cada uma com peso
molecular de 30 a 32 KD, compostas de 417 aminoácidos que se distribuem
em seis segmentos extracelulares (responsáveis diretos pela resposta imune),
12 transmembranosos e 7 intracelulares. As porções N-terminal e C-terminal
são intracelulares. (Nardozza, L. M. Et al 2010).
6. Negatividade RHD
De acordo com Nardozza, L. M. Et al (2010) as hemácias D negativas não
expressam a proteína RhD inteiramente na superfície do eritrócito. Existem
basicamente três mecanismos moleculares de negatividade do RHD: deleção
total do gene RHD, pseudogene RHD e gene híbrido, que variam de frequência
de acordo com a raça em questão. Nos caucasianos, encontrado em 15% a
17% da população, o mecanismo mais comum é a completa deleção do gene
RHD. A deleção do gene RHD é encontrada em apenas 18% da população
afrodescendente e 60% dos asiáticos, sendo que nesta última, o gene RHD é
encontrado em menos de 1% da população. A variante mais comum nos
asiáticos D negativo é fenótipo Del RHD (K409K), ou seja, 10% a 30%
possuem o gene RHD intacto18. Vários mecanismos contribuem para o vasto
número de alelos de Rh não funcionantes. Nos afrodescendentes com fenótipo
RhD negativo, o mecanismo mais comum é a presença do pseudogene RHD
(RHDψ), associado ao alelo ce no RHCE.
7. Fraca Expressão de D
De acordo com Nardozza, L. M. Et al (2010) normalmente hemácias RhD
positivas possuem uma densidade antigênica variando entre 15000 a 33000
antígenos por célula, dependendo do haplótipo. Contudo, alguns fenótipos
foram identificados com densidade variando entre 70 e 5200 antígenos RhD.
Esses fenótipos são denominados de D fracos e são causados pela
substituição de aminoácidos nas porções transmembranosas e intracelulares
da proteína RhD devido a uma única mutação missense no gene RHD.
Hemácias com fenótipo D fraco expressam um antígeno RhD intacto ocorrendo
em 0,2% a 1% dos caucasianos.
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respectivamente). Devido ao fato de que o fenótipo D fraco carrega o antígeno
RhD intacto, a probabilidade de formar aloanticorpo anti-D é pouco provável.
Porém, a presença de anti-D em alguns casos de D fraco (tipo 1, 4.2 e 15) já foi
relatado. (Nardozza, L. M. Et al 2010).
8. Expressão parcial de D
Segundo Nardozza, L. M. Et al (2010) o antígeno D é composto de numerosos
epítopos e a expressão parcial de D foi originalmente definida por indivíduos D
que apresentaram formação de anti-D. Estudos com anticorpos monoclonais
definiram mais de 30 epítopos altamente conformacionais, que envolvem várias
alças extracelulares.
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9.1. Percurso dos anticorpos anti-Rh
Em 90% dos casos de eritroblastose fetal o sangue da mãe não se aglutina
quando em contato com um soro anti-Rh, mostrando que o sangue da mãe é
Rh-negativo. Este valor é contrastante com a incidência de 15% de indivíduos
Rh-negativo na população geral. Neste volumoso grupo de mulheres Rh-
negativo, como condição para ocorrência de eritroblastose fetal, 100% dos
homens (maridos) e crianças afetadas são Rh-positivo. O mecanismo pelo qual
a doença é gerada inclui a penetração de uma quantidade suficiente de sangue
Rh-positivo do feto na circulação sanguínea materna Rh-negativo, estimulando
a mãe a produzir anticorpos anti-Rh (Batisteri, C. B. et al (2007 apud Levine,
1943, p. 71).
Com a análise dos dados obtidos acerca da eritroblastose fetal, Unger (1945)
afirma que neste caso, se a criança necessitar de transfusão, deve somente
ser administrado sangue Rh negativo, mesmo a criança sendo Rh positivo.
(Batisteri, C. B. et al (2007 apud Unger 1945)
Nesse caso, o pai não deverá ser o doador de sangue para a criança, por ser
Rh positivo, e nem a mãe, uma vez que, o sangue dela contém as aglutininas
anti-Rh. Quando existem as condições para ocorrência da eritroblastose fetal, a
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sensibilização da mãe parece ser resultado da primeira gravidez, mas o
primeiro filho usualmente é normal. Durante a segunda gravidez e as
subsequentes, os resultados dessa sensibilização tornam-se evidentes,
aumentando em severidade a cada gravidez sucessiva. (Batisteri, C. B. et al
(2007 apud Unger 1945)
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anticorpos e o fator Rh encontre maior dificuldade, a esperança é que o fator
Rh entre em competição com a vacina tifóide e a última obtenha sucesso, e
então as aglutininas anti-Rh não serão produzidas no sangue da mãe e a
criança apresentará desenvolvimento normal.
Incompatibilidade Rh (isoimunização);
Incompatibilidade ABO.
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1) O feto recebe do pai o antígeno D, que a mãe não possui;
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anticorpos maternos anti-Rh. B, Os anticorpos anti-Rh cruzam a placenta e
atacam os eritrócitos fetais. (Fonte: Santana, D. (2007))
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12.2. Manifestações clinicas
Como a doença começa in útero, o feto tenta compensar a hemólise
progressiva acelerando o ritmo da eritropoese. Em decorrência disso, hemácias
imaturaas (eritoblastos) surgem na circulação fetal – daí o termo eritroblastose
fetal. O quadro clínico da doença pode ser grave ou menos grave. Nos casos
menos graves há icterícia, que se identifica após o nascimento, hepato e
esplenomegalia, além de grande aumento da bilirrubina indireta no sangue. O
aumento da bilirrubina indireta se deve à falta de conjugação em decorrência
da insaturidade hepática.
12.3. Diagnostico
Segundo Santana, D. (2007) o diagnostico pode ser feito de com os seguintes
exames laboratoriais:
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12.3.3. Hemograma
O nível de hemoglobina é mais baixo do que o normal esperado, de 16 a
19g/dL ao nascimento, mas não precisa estar acentuadamente
diminuído. Um nível relativamente alto de hemoglobina no cordão, de
15g/dL, por exemplo, não garante que o bebê não irá desenvolver
hiperbilirrubinemia acentuada e demais achados.
12.3.4. Prevenção
Para evitar que uma mulher com sangue Rh negativo desenvolva anticorpos
contra os glóbulos vermelhos do feto, ela recebe uma injeção de um preparado
de imunoglobulina anti-D (Rh0) aproximadamente na 28ª semana de gestação
e novamente 72 horas após o parto. Elas também recebem uma injeção após
qualquer episódio de sangramento vaginal durante a gravidez e depois da
amniocentese ou amostragem das vilosidades coriônicas. A imunoglobulina
rapidamente reveste os glóbulos vermelhos fetais que sejam Rh positivo que
tenham entrado na circulação da mãe para evitar que o sistema imunológico da
mãe determine que eles são “estranhos” e, com isso, desencadeie a formação
de anticorpos anti-Rh. Esse tratamento em geral impede que a doença
hemolítica do recém-nascido se desenvolva. (Walter, K. W. 2020)
12.3.5. Tratamento
Às vezes, transfusões de sangue para o feto antes do parto
Às vezes, mais transfusões após o parto
Tratamento da icterícia, se ela estiver presente
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13. Conclusão
Landsteiner e Wiener realizaram um estudo acerca da evolução dos
aglutinogênios M e N em gorilas, orangotangos, chimpanzés e pequenos
macacos. Wiener estava especialmente curioso e intrigado com os relatos
conflitantes que perduravam na literatura. Baseados em demonstrações das
propriedades dos aglutinogênios M no sangue de macacos, Landsteiner e
Wiener (1937) empenharam-se na tentativa de produzir soro anti-M pela
imunização de coelhos com sangue rhesus, e encontraram que um potente
soro imune anti-M poderia ser obtido desta maneira. Quando misturaram os
soros obtidos dos coelhos com hemácias de humanos selecionados de forma
aleatória, obtiveram um reagente que era capaz de aglutinar com hemácias de
85% de caucasianos, independentemente do grupo ABO e dos fatores M e N.
Estes indivíduos foram chamados Rh positivo. Sendo assim, este mesmo soro
não resultava em aglutinação com 15% de caucasianos, que foram chamados
Rh negativo.
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14. Referências bibliográficas
1. Batisteri, C. B. et al. (2007). O sistema de grupo sanguíneo Rh.
Faculdade de Ciências, Universidade Estadual Paulista. Brasil
2. Correia, N. (2007). Sistema Rhesus (ppt). Brasil
3. Nardozza, L. M. Et al (2010). Bases moleculares do sistema rh e suas
aplicações em obstetrícia e medicina transfusional. Universidade Federal
de São Paulo – UNIFESP, São Paulo, SP. Brasil
4. Santana, D. (2007). Doença hemolítica do recém-nascido (eritroblastose
fetal). Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto.
Brasil
5. Walter, K. W. (2020). Doença hemolítica do recém-nascido. Disponível
no manual MSD versão saúde para a família.
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