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Índice

1. Introdução ................................................................................................................. 1
2. Objectivos ................................................................................................................. 2
2.1. Geral .................................................................................................................. 2
2.2. Específicos ......................................................................................................... 2
3. Taenia Solium e Taenia Saginata ............................................................................. 3
4. Classificação taxonômica ......................................................................................... 3
5. Morfologia das Tênias .............................................................................................. 3
5.1. Escólex .............................................................................................................. 4
5.2. Colo .................................................................................................................... 4
5.3. Estróbilo ............................................................................................................. 4
5.4. Ovos ................................................................................................................... 5
5.5. Cisticerco ........................................................................................................... 5
6. Habitat ...................................................................................................................... 5
7. Reprodução e ciclo vital ............................................................................................ 6
Ciclo da Taenia saginata.............................................................................................. 6
7.1. Ciclo da Taenia solium ....................................................................................... 6
8. Transmissão ............................................................................................................. 7
9. Cisticercose .............................................................................................................. 8
10. Patogenia e sintomatologia ................................................................................... 9
11. Diagnostico.......................................................................................................... 10
11.1. Clinico ........................................................................................................... 10
11.2. Parasitológico ............................................................................................... 10
11.3. Exame do líquido cefalorraquidiano .............................................................. 10
11.4. Exame anatomopatológico ........................................................................... 11
11.5. Exames de imagem e outros ........................................................................ 11
12. Tratamento da teníase ........................................................................................ 11
13. Profilaxia.............................................................................................................. 12
14. Conclusão ........................................................................................................... 13
15. Referencias bibliográficas ................................................................................... 14

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1. Introdução
De acordo com WERNECK (2010) a Taenia solium (T. solium) e a Taenia saginata (T.
saginata) são duas espécies de helminto que causam a teníase humana, sendo o
homem, seu único hospedeiro definitivo.

Na mesma visão do autor supracitado, as taenias são popularmente conhecidas como


“solitárias” porque geralmente observa-se apenas um parasito em cada hospedeiro,
podendo ser encontrado, no entanto, em imunossuprimidos, pessoas albergando mais
de um parasito em seu intestino. A T. solium tem como hospedeiro intermediário o
suíno enquanto que a T. saginata tem como hospedeiro intermediário o bovino. São
hermafroditas e parasitas do intestino delgado, onde se fixam através de suas
estruturas de fixação.

O verme adulto pode chegar a medir até 10 metros (mais de mil proglotes) e viver até
10 anos. Apresenta o escólex (cabeça), o colo (pescoço) e o estróbilo (corpo),
constituído por segmentos (proglotes). O escólex é o órgão de fixação do helminto.
Apresenta 4 ventosas e a T.solium tem ainda uma outra estrutura de fixação, o rostro,
contendo 2 fileiras de acúleos (pequenas estruturas em forma de foice, constituídas por
escleroproteínas). O colo é responsável pelo crescimento do corpo e, portanto é uma
região rica em células com grande atividade reprodutiva. As primeiras proglotes logo
após o colo são jovens, seguindo-se as maduras e finalmente as gravídicas, que ao
serem eliminadas pelo parasito, vão contaminar o meio externo. Nas proglotes jovens
pode-se observar o início do desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos e
posteriormente dos femininos. (WERNECK, 2010)

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2. Objectivos

2.1. Geral
 Compreender os de um modo geral os principais aspectos sobre a Taenia
Solium e Taenia Saginata.

2.2. Específicos
 Descrever as principais características morfológicas da T. Solium e da T.
Saginata;
 Identificar as formas de apresentação da T. Solium e da T. Saginata;
 Explicar o ciclo de vida da T. Solium e da T. Saginata;
 Falar do diagnostico laboratorial para a identificação das Taenias.

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3. Taenia Solium e Taenia Saginata
De acordo com REY (2008) a Taenia solium e Taenia saginata são parasitos que, na
fase adulta, têm o homem como hospedeiro definitivo. A doença que produzem chama-
se teníase e apresenta o mesmo quadro, qualquer que seja a espécie de tênia em
causa. O termo popular solitária refere-se a ambas. Na fase larvária, T.solium parasita
obrigatoriamente o porco e T.saginata os bovídeos, sendo, portanto parasitos
estenoxenos em todas as fases de seu ciclo biológico. Este depende inteiramente das
relações entre o homem e o porco ou entre ele e o gado, razão pela qual se pode
prever que se intervindo adequadamente em tais relações é possível visar à
erradicação dessas zoonoses.

4. Classificação taxonômica
Com base nas informações de WUNDERLICH (2011) as tênias possuem a seguinte
taxonomia:

Reino: animalia Família: Teaniidae

Filo: Platyhelminthes Gênero: Taenia

Classe: Cestoda Espécies: Taenia solium,

Ordem: Cyclophyllidea Taenia saginata.

5. Morfologia das Tênias


São vermes grandes, achatados, em forma de fita, medindo a T. Solium habitualmente
1,5 a 4 metros de comprimento (mas podendo atingir 8 m) e a T. saginata, mais
avantajada, 4 a 12 metros (ou, nos casos extremos, 25 m). A largura do corpo cresce
de um extremo ao outro, como se fora um triângulo muito estreito e muito longo. A cor
é geralmente branca, de aspecto leitoso, outras vezes levemente amarelada ou rosada,
devido a substâncias diversas absorvidas pelo verme. A superfície é lisa, brilhante,

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eventualmente enrugada ou marcada por sulcos longitudinais devido a contraturas da
parede. Sulcos transversais marcam os limites entre as proglotes. (REY, 2008).

5.1. Escólex
Este órgão consiste numa dilatação ovoide, piriforme ou quadrangular, por meio da
qual o animal fica aderido em um ponto da mucosa intestinal. O escólex apresenta
dimensões reduzidíssimas: 1 a 2 mm de diâmetro. Nele encontram-se as estruturas
especialmente diferenciadas para a fixação do parasito, isto é, as ventosas e os
ganchos. As ventosas, em numero de quatro, igualmente afastadas do eixo do escólex,
são depressões acetabulares forradas pelo tegumento que reveste todo o verme e
envolvidas por espessa camada de fibras musculares: umas com disposição radial,
outras circulares e outras no sentido dos meridianos (VERONICA, 2005 in NEVES,
2005).

5.2. Colo
Porção mais delgada do corpo onde as células do parênquima estão em intensa
atividade de multiplicação, é a zona de crescimento do parasito ou de formação das
proglotes. (VERONICA, 2005 in NEVES, 2005).

5.3. Estróbilo
É o restante do corpo do parasito. Inicia-se logo após o colo, observando-se
diferenciação tissular que permite o reconhecimento de órgãos internos, ou da
segmentação do estróbilo. Cada segmento formado denomina-se proglote ou anel,
podendo ter de 800 a 1.000 e atingir 3 metros na T. solium, ou mais de 1.000,
atingindo até 8 metros na T. saginata. A estrobilização é progressiva, ou seja, a
medida que cresce o colo, vai ocorrendo a delimitação das proglotes e cada uma delas
inicia a formação dos seus órgãos. Assim, quanto mais afastado do escólex, mais
evoluídas são as proglotes. Após fixação e coloração, podem ser visualizados os
órgãos genitais masculinos e femininos, demonstrando ser a tênia hermafrodita.
(VERONICA, 2005 in NEVES, 2005)

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5.4. Ovos
De acordo com VERONICA (2005) os ovos são esféricos, morfologicamente
indistinguíveis, medindo cerca de 30 mm de diâmetro. São constituídos por uma casca
protetora, embrióforo, que é formado por blocos piramidais de quitina unida entre si por
uma substância (provavelmente protéica) cementante que lhe confere resistência no
ambiente. Internamente, encontra-se o embrião hexacanto ou oncosfera, provido de
três pares de acúleos e dupla membrana.

5.5. Cisticerco
O cisticerco da T. solium é constituído de uma vesícula translúcida com líquido claro,
contendo invaginado no seu interior um escólex com quatro ventosas, rostelo e colo. O
cisticerco da T. saginata apresenta a mesma morfologia diferindo apenas pela
ausência do rostelo. A parede da vesícula dos cisticercos é composta por três
membranas: cuticular ou externa, uma celular ou intermediária e uma reticular ou
interna. Estas larvas podem atingir até 12 mm de comprimento, após quatro meses de
infecção (VERONICA, 2005 in NEVES, 2005)

A autora supracitada afirma também que ao nível do sistema nervoso central humano,
o cisticerco pode se manter viável por vários anos. Durante este tempo, observam-se
modificações anatômicas e fisiológicas até a completa calcificação da larva.

6. Habitat
Tanto a T. solium como a T. saginata, na fase adulta ou reprodutiva, vivem no intestino
delgado humano; já o cisticerco da T. solium é encontrado no tecido subcutâneo,
muscular, cardíaco, cerebral e no olho de suínos e acidentalmente em humanos e
cães. O cisticerco da T. saginata é encontrado nos tecidos dos bovinos (VERONICA,
2005 in NEVES, 2005).

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7. Reprodução e ciclo vital

Ciclo da Taenia saginata


De acordo com REY (2008) cada proglote grávida desta tênia contém em tomo de
80.000 ovos. Um paciente parasitado contamina o meio, portanto, com cerca de
700.000 ovos de tênia por dia. O embrião hexacanto só abandona seu envoltório
(embrióforo) no interior do tubo digestivo dos hospedeiros intermediários, ou seja, dos
bovinos (Fig. 38.7), mas também da rena e, talvez, de alguns outros animais.

De igual modo o autor supracitado relata que quando os ovos são ingeridos pelo gado,
dão-se a eclosão e a ativação do embrião (pela ação dos sucos digestivos e da bile);
em seguida, a oncosfera penetra na mucosa intestinal e ganha a circulação sanguínea.
O desenvolvimento posterior terá lugar sobretudo no tecido conjuntivo dos músculos
esqueléticos e cardíaco, mas alguns cisticercos irão desenvolver-se também no tecido
gorduroso e no parênquima de alguns órgãos. Duas semanas após a infecção os
cisticercos já são visíveis a olho nu, e medem (com a reação inflamatória que os
envolve) entre 2 e 5 mm de diâmetro. O completo amadurecimento e a capacidade
infectante para o hospedeiro definitivo só são alcançados depois de 10 semanas,
aproximadamente.

O cisticerco de T. saginata, também conhecido por Cysticercus bovis (nome esse sem
valor taxonômico), apresenta-se como uma vesícula translúcida, de aspecto perláceo,
ovóide ou alongada, segundo as pressões do tecido em tomo (com 7 a 10 mm de
comprimento por 4 a 6 mm de largura), cheia de um líquido claro onde se encontra
mergulhado o receptaculum capitis que contémoescólex invaginado, sem rostro e sem
ganchos, da futura tênia (REY, 2008).

7.1. Ciclo da Taenia solium


O verme, medindo em geral 14 a 4 metros, fica implantado no início do jejuno, por meio
de suas quatro ventosas e de seu rostelo armado com duas fileiras de ganchos,
formando aí uma dupla coroa com um total de 22 a 32 ganchos. Até agora, somente o
homem tem sido encontrado com infecção natural pela T. solium.

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Devido a seus hábitos coprófagos, os porcos costumam infectar-se maciçamente ao
ingerir as proglotes da tênia. Mas, ainda que o porco seja hospedeiro intermediário
normal de T.solium, este helminto admite como hospedeiros intermediários anormais o
homem, o macaco,o cão e ogato (REY, 2008).

Na mesma visão REY (2008) destaca que o cisticerco de T.solium é um pouco maior
que o da tênia do boi, pois mede de 5 a 20 mm de diâmetro. Sua vesícula é mais
transparente, permitindo ver a silhueta do receptaculum capitis, no interior. Porém o
escólex é menor. No tubo digestivo do homem, os cisticercos são liberados pela
digestão da carne e, sob a ação da bile, desinvaginam o escólex (operação que pode
ser observada facilmente in vitró). As ventosas fixam-se à mucosa, e o rostro insinua-
se entre as vilosidades ou no interior das criptas de Lieberkiihn do jejuno, onde
ancoram firmemente com seus acúleos.

A vesícula, na parte posterior do helminto, atrofia-se e tem início o crescimento do


estróbilo. Os pacientes começam a evacuar as primeiras proglotes de T. solium 60 a 70
dias depois. Nessa ocasião, o helminto já mede mais de dois metros de comprimento.

8. Transmissão
De acordo com NEVES (2005) o hospedeiro definitivo (humanos) infecta-se ao ingerir
carne suína ou bovina, crua ou malcozida, infetada, respectivamente, pelo cisticerco de
cada espécie de Taenia. A cisticercose humana é adquirida pela ingestão acidental de
ovos viáveis da T. solium que foram eliminados nas fezes de portadores de teníase.
Os mecanismos possíveis de infecção humana são:

 Auto-infecção externa: ocorre em portadores de T. solium quando eliminam


proglotes e ovos de sua própria tênia levando-os a boca pelas mãos
contaminadas ou pela coprófaga (observado principalmente em condições
precárias de higiene e em pacientes com distúrbios psiquiátricos) (NEVES,
2005).
 Auto-infecção interna: poderá ocorrer durante vômitos ou movimentos retro
peristálticos do intestino, possibilitando presença de proglotes grávidas ou ovos

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de T. solium no estômago. Estes depois da ação do suco gástrico e posterior
ativação das oncosferas voltariam ao intestino delgado, desenvolvendo o ciclo
auto-infectante (NEVES, 2005).
 Heteroinfecção: ocorre quando os humanos ingerem alimentos ou água
contaminados com os ovos da T. solium disseminados no ambiente através das
dejeções de outro paciente (NEVES, 2005).

9. Cisticercose
Cisticercose humana é o resultado da presença de formas larvárias de Taenia
(cisticercos) parasitando tecidos do homem. Ainda que o Cysticercus cellulosae , ou
melhor, a larva de Taenia solium seja responsável pela generalidade dos casos desse
tipo de parasitismo no organismo humano, sabe-se que aí podem estar presentes
também as larvas de, pelo menos, cinco outras espécies:

 T. saginata, T. multiceps, T. hydatigena, T. ovis e T. taeniformis (REY,


2008).

De acordo com REY (2008) depois de alcançar os vasos intestinais, os parasitos são
arrastados pela corrente circulatória e levados aos pontos mais diversos do organismo.
Mas desenvolvem-se de preferência em certos órgãos e tecidos: tela subcutânea,
órbita, músculos, cérebro, cavidades ventriculares e nas grandes cisternas
subaracnóideas. As localizações mais frequentes registradas por Vosgien em 807
casos, com pequeno número de parasitos, distribuíam-se da seguinte forma:

 Olhos e anexos 46%  Músculos 3,3%


 Sistema nervoso 40,9%  Outros órgãos 3,2%
 Pele, tecido celular subcutâneo
6,3%
De acordo com JOSE; CARLOS & MARCIA (2011) a localização dos cisticercos nos
tecidos subcutâneo ou muscular não ocasiona sintomatologia, sendo o problema
principal, de ordem estética. Quando se posicionam no tecido subcutâneo, formam
nódulos visíveis. Já a localização no SNC, ocasionando a neurocisticercose, é uma

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doença grave que pode levar à morte. A maioria das pessoas parasitadas não
manifesta sintomas, especialmente quando o número de cisticercos é pequeno e
localizado no parênquima cerebral.

Quando se localizam nos ventrículos, impedindo a circulação do LCR (líquido


cefalorraquidiano), pode haver hipertensão intracraniana e morte do paciente. A
localização no globo ocular pode ocasionar desde o embasamento da visão até
cegueira parcial ou total (JOSE; CARLOS & MARCIA., 2011)

A larva permanece viva nos tecidos por cerca de quatro meses, sem provocar
manifestações clínicas. Quando morre, inicia o processo de destruição e degeneração
do cisticerco, expondo antígenos parasitários e o líquido vesicular, estimulando
resposta imune que, dependendo da intensidade, poderá ocasionar dor forte de
cabeça, convulsão, epilepsia, coma e até a morte (JOSE., et al; 2011).

10. Patogenia e sintomatologia


Segundo NEVES (2005) apesar de a tênia ser popularmente conhecida como solitária,
indicando que um hospedeiro alberga apenas um parasito, na prática, o que se observa
são pessoas infectadas com mais de uma tênia, da mesma espécie. Devido ao longo
período em que a T. solium ou T. saginata parasita o homem, elas podem causar
fenômenos tóxicos alérgicos, através de substâncias excretadas, provocar hemorragias
através da fixação na mucosa, destruir o epitélio e produzir inflamação com infiltrado
celular com hipo ou hipersecreção de muco.

O acelerado crescimento do parasito requer um considerável suplemento nutricional,


que leva a uma competição com hospedeiro, provocando conseqüências maléficas
para o mesmo. Tonturas, astenia, apetite excessivo, náuseas, vômitos, alargamento do
abdômen, dores de vários graus de intensidade em diferentes regiões do abdômen e
perda de peso são alguns dos sintomas observados em decorrência da infecção.
Obstrução intestinal provocada pelo estróbilo, ou ainda a penetração de uma proglote
no apêndice, apesar de raras, já foram relatadas (NEVES, 2005).

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11. Diagnostico

11.1. Clinico
O diagnóstico da cisticercose humana tem como base aspectos clínicos,
epidemiológicos e laboratoriais. Relatos, como procedência do paciente, criação
inadequada de suinos, hábitos higiênicos, serviço de saneamento básico, qualidade da
água utilizada para beber e irrigar hortaliças, ingestão de carne de porco malcozida,
relato de teníase do paciente ou familiar, são relevantes (NEVES, 2005).

11.2. Parasitológico
Os ovos podem ser encontrados pelo método de HPJ, ou sedimentação por gravidade,
porém, se os proglotes não forem rompidos nas fezes, o exame será negativo. Por
isso, recomenda-se o método da tamização, que é o mais indicado para o diagnóstico
da teníase e consiste na lavagem de todo o bolo fecal em peneira à procura de
proglotes (JOSE; CARLOS & MARCIA., 2011).

É feito pela pesquisa de proglotes e, mais raramente, de ovos de tênia nas fezes pelos
métodos rotineiros ou pelo método da fita gomada. Para as duas tênias, o diagnóstico
é genérico, pois microscopicamente os ovos são iguais. Para o diagnóstico específico,
há necessidade de se fazer a "tamização" (lavagem em peneira fina) de todo o bolo
fecal, recolher as proglotes existentes e identifica-las pela morfologia da ramificação
uterina. A detecção de antígenos de ovos de Taenia sp. Nas fezes melhorou
sobremaneira o diagnóstico de teníase. Os antígenos podem ser detectados na
ausência de ovos na matéria fecal, independem do seu número, e, após o tratamento
eficaz, desaparecem em poucos dias (NEVES, 2005).

11.3. Exame do líquido cefalorraquidiano


Segundo REY (2008) de todos os exames é o que fornece maior número de elementos
para odiagnósticode neurocisticercose. A razão está em que geralmente a cisticercose
determina alterações do líquor, com características que sugerem processo de tipo
inflamatório crónico. Na neurocisticercose, a síndrome liquórica mais sugestiva reúne
as características que passamos a analisar:

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1. A pressão está aumentada em alguns casos, normal em outros, sendo o líquor
límpido e incolor.
2. A citologia acusa hipercitose moderada, 5 a 50 células (com predominância de
linfócitos),e atinge centenas de células por milímetro cúbico nos casos em que
são mais acentuadas as reações inflamatórias. A eosinofilia liquórica,
contrariamente à do sangue, tem alta significação diagnóstica, se bem que
possa faltar.
3. Aumento da taxa de proteínas totais e particularmente das globulinas.
4. Reação da Takata-Ara positiva, geralmente de tipo parenquimatoso, mas, às
vezes, do tipo meningítico; reação do benjoim coloidal positiva, com curva de
tipo parenquimatoso.
5. Reação de fixação do complemento para cisticercose positiva.

11.4. Exame anatomopatológico


Os nódulos subcutâneos, eventualmente encontrados nos pacientes, permitem que se
proceda facilmente a uma biópsia e ao exame do cisto ao microscópio ou se faça um
exame histopatológico. A confirmação de cisticercose subcutânea é elemento da maior
importância (REY, 2008).

11.5. Exames de imagem e outros


O diagnóstico da cisticercose é feito por exames de imagem, como a TC (Tomografia
Computadorizada), que revela com nitidez os cistos já calcificados, e a RMN,
(Ressonância Magnética Nuclear) que é mais eficiente para revelar os cisticercos vivos.
A RMN pode inclusive evidenciar o escólex invaginado, o que permite um diagnóstico
conclusivo. Quando isso não ocorre, os exames laboratoriais irão complementar os de
imagem, como a pesquisa de anticorpos ou de antígenos parasitários no soro ou LCR
do paciente, por meio do ELISA (JOSE, et al; 2011).

12. Tratamento da teníase


As drogas mais recomendadas para o tratamento da teníase por Taenia solium ou por
saginata são a niclosamida ou o praziquantel. A niclosamida atua no sistema nervoso

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da tênia, levando a imobilização da mesma, facilitando a sua eliminação com as fezes
(NEVES, 2005).

Tratamento da neurocisticercose

As primeiras publicações com relação ao tratamento da neurocisticercose humana com


praziquantel, isoquinodinapirazina acilada, ocorreram no início da década de 80 e os
bons resultados iniciais serviram de estímulo para a realização de novos estudos. O
medicamento atua com eficiência em pacientes sintomáticos, apresentando cisticercos
viáveis múltiplos, em topografia encefálica intraparenquimatosa, subaracnoidianos e,
ainda, muscular ou subcutâneo, causando a sua morte. O praziquantel rompe a
membrana do cisticerco, ocorrendo vazamento do líquido da vesícula, altamente
antigênico, causando uma intensa reação inflamatória local, sendo necessário a
associação com altas doses de corticóide em geral em ambiente hospitalar (NEVES,
2005).

13. Profilaxia
Segundo JOSE; CARLOS & MARCIA (2011) considera-se que no Brasil o ser humano
seja o único hospedeiro das tênias, fato que o torna foco de atenção para as medidas
profiláticas. O tratamento dos parasitados previne a contaminação do meio ambiente.
Outras medidas igualmente importantes são: Ingerir somente carnes bem cozidas de
boi e porco; inspeção eficiente nos criadouros para evitar contato dos suínos com
esgoto sanitário; e controle nos matadouros para descarte das carnes contaminadas.

A principal medida para a prevenção da cisticercose humana é lavar bem as


verduras e frutas ingeridas cruas e beber somente água tratada, filtrada ou fervida. Na
verdade, a teníase e a cisticercose são interdependentes, e, por isso, todas as medidas
devem ser adotadas conjuntamente, além da educação sanitária e obras de
saneamento (JOSE, et al; 2011).

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14. Conclusão
São vermes grandes, achatados, em forma de fita, medindo a T. Solium habitualmente
1,5 a 4 metros de comprimento (mas podendo atingir 8 m) e a T. saginata, mais
avantajada, 4 a 12 metros (ou, nos casos extremos, 25 m). A largura do corpo cresce
de um extremo ao outro, como se fora um triângulo muito estreito e muito longo. A cor
é geralmente branca, de aspecto leitoso, outras vezes levemente amarelada ou rosada,
devido a substâncias diversas absorvidas pelo verme.

O ovo é arredondado, tem cerca de 30 μm de diâmetro e possui casca espessa,


formada por blocos de natureza quitinosa. O embrião, formado no ovo, chamado de
oncosfera, ou hexacanto, possui três pares de acúleos e se desenvolverá até
cisticerco nos tecidos dos bovinos e suínos. O cisticerco é uma larva de cerca de um
centímetro de diâmetro em média, formada por uma vesícula contendo o escólex
invaginado e um líquido no seu interior denominado líquido vesicular.

O ciclo de Taenia spp. É heteroxênico, envolvendo um hospedeiro definitivo, o homem,


que alberga a forma adulta do parasito, e um hospedeiro intermediário, o suíno ou o
bovino, que albergam as formas larvárias (cisticercos) de T. solium e T. saginata,
respectivamente.

O diagnóstico da teníase é feito pelo exame parasitológico de fezes para pesquisa de


proglotes e ovos do parasito. Os ovos podem ser encontrados pelo método de HPJ, ou
sedimentação por gravidade. O diagnóstico da cisticercose é feito por exames de
imagem, como a TC (Tomografia Computadorizada), que revela com nitidez os cistos já
calcificados, e a RMN, (Ressonância Magnética Nuclear) que é mais eficiente para
revelar os cisticercos vivos. Quando isso não ocorre, os exames laboratoriais irão
complementar os de imagem, como a pesquisa de anticorpos ou de antígenos
parasitários no soro ou LCR do paciente, por meio do ELISA

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15. Referencias bibliográficas
WERNECK, Heloisa. Apostila de Parasitologia Humana Parte II Helmintos. Brasil.
Set. 2010

REY, Luís. Parasitologia-parasitos e doenças parasitárias do homem nos trópicos


ocidentais. Rio de Janeiro. 4ª Guanabara Koogan, 2008; ISBN 978-85-277-1406-8.

VERONICA, Amália. 2005. Teníase e cisticercose. In NEVES, Pereira et al. P


NEVES, Pereira et al. Parasitologia humana. Brasil. Atheneu-Biblioteca biomédica.
12ª ed. 2005

Parasitologia humana. Brasil. Atheneu-Biblioteca biomédica. 12ª ed. 2005

WUNDERLICH, Gerhard. Cestóides de importância médica, endêmicos no Brasil.


Brasil. Universidade de São Paulo. 2011

JOSE, Carlos; CARLOS, Edmundo & MARCIA, Maria. Parasitologia. Brasil.


Universidade federal de santa Catarina. 2011

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