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Índice

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 4

2. NEMATOIDES .................................................................................................................. 5

2.1. Características gerais dos Nematóides ............................................................................... 6

3. MORFOLOGIA DOS NEMATÓIDES.............................................................................. 6

3.1. Biologia dos nematóides ..................................................................................................... 7

3.2. Principais nematóides parasitas do Sorgo .......................................................................... 7

4. CICLO DE VIDA ............................................................................................................... 8

5. TRANSMISSAO DOS NEMATOIDES ............................................................................ 9

6. SINTOMATOLOGIA DOS NEMATOIDES .................................................................. 10

7. DIAGNÓSTICO ............................................................................................................... 11

7.1. Laboratorial ...................................................................................................................... 11

7.2. Clínico .............................................................................................................................. 11

8. TRATAMENTO ............................................................................................................... 11

8.1. Principais doenças causadas por nematóides.................................................................... 11

9. Conclusão ......................................................................................................................... 12

10. Bibliografia ....................................................................................................................... 13


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1. INTRODUÇÃO

O Filo Nematoda é um grupo numeroso e diversificado de metazoários, cujas espécies


apresentam características morfológicas comuns, como o corpo alongado e cilíndrico, além da
presença de um pseudoceloma (Wood, 1988). Essa aparente simplicidade morfológica
esconde, no entanto, uma ampla variedade de estruturas especializadas presentes na anatomia
desses animais, como por exemplo, os aparelhos bucais e as ornamentações da cutícula.

Essa diversidade dentro do filo está intimamente relacionada às características biológicas


e ecológicas (De Ley, 2006). Existem espécies de vida livre (terrestres e aquáticos) e parasitas,
sendo as últimas encontradas tanto em hospedeiros animais (vertebrados e invertebrados)
quanto em plantas. O total de espécies é estimado entre 100.000 e 1.000.000 (Lambshead,
1993).

Desde o século XVII podem ser encontrados relatos da presença de nematoides no


interior de insetos. Em 1602, o italiano Ulisses Aldrovando descreveu a presença de grandes
vermes dentro de cadáveres de gafanhotos. As espécies de nematoides associadas a insetos
encontram-se distribuídas em diferentes famílias, quatro delas com maior importância no que
diz respeito à exploração econômica para controle: Mermithidae, Sphaerulariidae,
Steinernematidae e Heterorhabditidae (Popiel & Hominick, 1992).

Os mermitídeos são parasitas obrigatórios de artrópodes, sendo insetos a maioria das


espécies hospedeiras. As infestações por mermitídeos são letais para o inseto, no entanto o uso
desses vermes para controlar insetos-praga é inviável em larga escala, uma vez que o
parasitismo obrigatório impede a produção comercial em massa desses nematoides (Popiel &
Hominick, 1992).

Os mermitídeos são bastante dependentes de condições ambientais favoráveis ao seu


desenvolvimento, tolerando poucas alterações. Em muitas espécies, a determinação sexual é
controlada por fatores ambientais, assim como a fecundidade das fêmeas, que é reduzida em
situações de estresse populacional (número muito alto de indivíduos) (Hominick e Tingley,
1984).
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2. NEMATOIDES

Classe: Nematoda (Rudolphi, 1808)

Integram esta classe nematelmintes de corpo cilíndrico, filiforme ou fusiforme, com


extremidades atenuadas ou truncadas, sexos separados, geralmente com acentuado dimorfismo
sexual. Os ovários são continuados pelos seus dutos. O tubo digestivo é completo. O
comprimento do corpo varia de poucos milímetros a mais de metro.

Externamente, o corpo dos nematóides é revestido por cutícula elástica, em geral com
estriações transversais mais ou menos evidentes, com ou sem expansões. Na extremidade
anterior, encontra-se a boca, que pode ter a forma circular, hexagonal, triangular ou puntiforme,
podendo ser simples ou guarnecida de lábios, antelábios, coroa radiada, ou papilas peribucais.

Ainda na extremidade anterior, podem existir outras estruturas cuticulares, tais como:
dilatação vesicular, asas, constrições, papilas cervicais, bossa cuticular, espinho e cordão. Além
das papilas peribucais, existem outros órgãos dos sentidos, denominados anfides, que se
apresentam como escavações cuticulares.

Nas fêmeas, a extremidade posterior e a cauda, em geral, são cônicas, a cauda é alongada
e raramente recurvada. Nos machos, em geral, podem existir expansões da cutícula que, quando
sustentadas por feixes de músculos dispostos em forma de raios, constituem a bolsa caudal ou
copuladora (FIG.1.7) e, quando menores e sustentadas por papilas pedunculadas, constituem
as asas caudais (FIG.1.8).

Outras estruturas tais como: papilas sésseis, espículo, télamon, gubernáculo, ventosa
podem estar presentes na extremidade posterior dos machos. Algumas espécies têm um par de
papilas sensitivas diminutas, denominadas fasmides ou órgãos caudais ou, ainda,
quimiorreceptores de Cobb.
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2.1. Características gerais dos Nematóides

• Vermes cilíndricos,
• fusiformes, não segmentados
• Ampla variedade de nichos
• Pseudocelomados
• Simetria bilateral
• Tamanho variado
• Ecdise

3. MORFOLOGIA DOS NEMATÓIDES

Os nematóides parasitas de plantas de sorgo são animais muito pequenos, 0,4 - 4 mm de


comprimento e 0,01 - 0,05 mm de diâmetro, são multicelulares e habitantes naturais do solo.

Em geral, eles possuem o corpo em forma de agulha, são transparentes, com corpo não
segmentado, possuindo sistemas sensorial, digestivo, excretor e reprodutivo. Todos os
nematóides parasitas de sorgo possuem um estilete - uma estrutura robusta semelhante a agulha
e que se localizada na porção anterior deste verme.

O estilete está conectado com o esôfago e é utilizado para perfurar a parede celular dos tecidos
da raiz, e então sugar os nutrientes da planta, necessários para a sobrevivência e
desenvolvimento biológico do nematóide.
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3.1. Biologia dos nematóides

Os nematóides são classificados com base no seu hábito alimentar. Os nematóides


ectoparasitas, geralmete alimentam em células próximas da superfície e podem inserir parte de
sua porção anterior dentro dos tecidos vegetais onde eles se alimentam. Os nematóides
endoparasitas entram nas plantas, passam através do processo de maturação, põem ovos, e se
alimentam nos tecidos da planta.

As ectoparasitas são geralmente muito maiores que os endoparasitas e possuem um


estilete mais longo. Ambos podem ser classificados como sedentários e migratórios. Os
nematóides sedentários normalmente penetram as raízes, porém alguns espécimes podem ficar
com apenas a parte anterior do corpo imersa nos tecidos da planta e onde permanecem imóveis;
enquanto os nematóides migradores movem dentro das raízes e podem retornar ao solo.

3.2. Principais nematóides parasitas do Sorgo

• Nematóide do enfezamento

Os nematóides do gênero Tylenchorhynchus são comumente detectados em amostras de


solo coletadas na cultura de sorgo, e podem aumentar os níveis de danos em áreas com
monocultivo.

O sistema radicular das plantas infestadas tem fraco desenvolvimento e algumas das
extremidades das raízes podem ser curtas e grossas (Figura 2). Em parcelas infestadas por T.
Martini, o tratamento com nematicida aumentou a produção de sorgo em 55%.

• Nematóide formadores de galhas


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Diversas espécies de Meloidogyne, incluindo M. incognita são citadas como parasitas de


sorgo. M. incognita causa danos severos em sorgo quando em sequência rotacional com
algodão.

O sintoma típico de infestação de M. incognita incluem áreas irregulares contendo


plantas cloróticas e enfezadas, proliferação de raízes, retardamento no florescimento e redução
na produção. O tecido radicular parasitado pode exibir galhas abundantes (Figura 3) ou as
galhas podem ser discretas.

3- Nematóides lesionadores de raízes (Pratylenchus spp.)

O nematóide Pratylenchus zeae tem sido encontrado parasitando plantas de sorgo. Este
nematóide é endoparasita migrador, coloniza o córtex da raiz e causa lesões necróticas. Plantas
severamente infectadas têm o sistema radicular debilitado e são cloróticas e enfezadas.

4. CICLO DE VIDA

O ciclo de vida, ou ciclo biológico básico dos nematóides compreende o ovo, quatro
estádios juvenis (J1 a J4) e a forma adulta (macho ou fêmea). O verme, durante o período de
crescimento (estádios juvenis até adulto), passa por quatro ecdises, ou seja, por trocas
periódicas do tegumento.

Esse processo também ocorre nos insetos e você, com certeza, já viu a “casca” das
cigarras presa em troncos de árvores; aquela ‘casca’, como chamada pelo povo, é o tegumento
ou a “pele” trocada pelo inseto ao passar do último estádio juvenil ao adulto.

Os nematoides abandonam também as suas “peles velhas” no ambiente em que vivem,


mas, como são no geral animais microscópicos, ninguém as percebe. Na figura abaixo, da
esquerda para a direita, estão o ovo, os quatro estádios juvenis e um adulto (fêmea) de uma
nematoide fitoparasita.
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Na grande maioria dos casos, ao sair do ovo, o nematoide juvenil já é uma cópia do futuro
adulto, apenas que em miniatura e com o sistema reprodutor ainda rudimentar. Com o
desenvolvimento, cresce em tamanho e, ao atingir a fase adulta, amadurece sexualmente.
Assim, não há uma metamorfose completa e, portanto, o uso da expressão "larva" para designar
os estádios imaturos não se mostra adequada, devendo ser evitada.

Atualmente, tem-se preferido usar "juvenis". A duração do ciclo é muito afetada por
vários fatores, bióticos (planta ou animal hospedeiro) e abióticos (temperatura, umidade),
podendo variar bastante entre os diferentes grupos de nematoides ou, eventualmente, até
mesmo entre espécies de um dado gênero.

Pode demandar dias, semanas ou, mais raramente, anos. Em termos gerais, a duração
média costuma situar-se entre três e quatro semanas. O número de ovos formados por fêmea
varia de 50 a 400, entre as formas de vida livre e fitoparasitas; as zooparasitas, no entanto,
muitas vezes podem originar milhares ou mesmo milhões de ovos, como Ascaris lumbricoides,
a lombriga intestinal humana, que chega a produzir 200 000 ovos ao dia.

Oviposição em Pratylenchus penetrans, uma nematoide fitoparasita


(Originais de Ulrich Zunke)

5. TRANSMISSAO DOS NEMATOIDES

Ocorre através da ingestão dos ovos infectantes do parasita, procedentes do solo, água ou
alimentos contaminados com fezes. O verme se aloja no intestino delgado do ser humano.

Ocorre também pela ingestão de ovos, podendo ser de forma direta, da região anal para
a boca (comumente observado em crianças), ou indiretamente através de alimentos
contaminados.
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6. SINTOMATOLOGIA DOS NEMATOIDES

O indivíduo pode manifestar-se por dor abdominal, diarreia e náusea. Dependendo da


quantidade de vermes, pode ocorrer quadro de obstrução intestinal.

O principal sintoma é a presença de galhas nas raízes da planta (Figura 1). Estas galhas
são malformações ou engrossamentos do sistema radicular causadas pelo parasitismo do
nematóide, funcionando como um dreno de nutrientes em favor à nutrição do verme. As plantas
afetadas apresentam sinais de enfraquecimento, baixa produção, desfolhamento precoce e
declínio prematuro, podendo ocorrer, ocasionalmente, a morte da planta, sendo os sintomas
potencializados sob condições de seca.

Os sintomas de galhas apresentados nas raízes (Figuras 4 e 5) e a diminuição do número


de raízes finas em olerícolas são visíveis. As galhas são protuberâncias que ocorrem nas raízes
infestadas pelos nematoides do gênero Meloidogyne, daí o nome vulgar desses parasitos
(nematoides das galhas). As galhas se formam no local de alimentação das fêmeas. Abrindo-
se cuidadosamente uma galha e observando-se atentamente, é possível visualizar uma ou mais
dessas minúsculas fêmeas (Figuras 3 e 4).

Figura 3: Galhas radiculares: Figura 4: Galhas radiculares: sintoma direto


causado por Meloidogyne sintoma direto
causado por javanica nas raízes de tomateiro híbrido
Absoluto. Meloidogyne incognita nas raízes de tomateiro.
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7. DIAGNÓSTICO
7.1. Laboratorial

Exame de fezes

< 5.000 ovos/g de fezes = infecção leve

5.000 – 10.000 ovos/g de fezes = infecção moderada

> 10.000 ovos/g de fezes = infecção intensa

Teste de fita Scotch

7.2. Clínico

Ocorrência de prurido e irritação na região anal

8. TRATAMENTO

Albendazol 400mg (dose única)

Mebendazol 100mg 2x/dia (3 dias)

Levamisol: 150mg dose única (adultos); 80mg (crianças acima de 8 anos); 40 mg (crianças
abaixo de 8 anos)

Em caso de obstrução intestinal: piperazina, 100mg/kg/dia + óleo mineral 40-60ml/dia +


antiespasmódicos + hidratação

8.1. Principais doenças causadas por nematóides

• Ascaridiose
• Estrongiloidíase
• Enterobiose
• Tricurose
• Ancilostomose
• Larva migrans cutânea
• Larva migrans viceral (Toxocaríase)
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9. Conclusão

O termo entomopatogênico pode ser definido como capacidade de matar ou causar


patogenia em insetos e é aplicado amplamente em biologia para os organismos que liberam
toxinas e outras substâncias com atividade inseticida.

Entre as espécies entomopatogênicas mais estudadas encontram-se os fungos que


secretam substâncias ativas contra diferentes ordens de inseto e alguns aracnídeos (Ortiz-
Urquiza e cols., 2010; Campos e cols., 2010; Toledo e cols., 2010). Embora os fungos sejam
mais estudados e aplicados como fontes naturais de inseticidas, Nematoides
Entomopatogênicos (NEPs) são os que melhor mostram a complexidade deste hábito de vida.
Eles possuem diversas espécies, classificadas em dois gêneros: Heterorhabditis e Steinernema.

A origem dos NEPs remonta provavelmente ao período pré-Paleozóico (cerca de 375


milhões de anos) (Poinar, 1983) e os dois gêneros possuem histórias evolutivas independentes,
que convergiram para este nicho ecológico nos tempos atuais. Postulou-se que o gênero
Heterorhabditis evoluiu a partir de um ancestral que habitava sedimentos marinhos, enquanto
o gênero Steinernema possuiria um ancestral terrestre (Poinar,1993).

Estudos filogenéticos baseados na sequência do gene das subunidades ribossômicas


corroboram a hipótese de Poinar (1993) de que Steinernema e Heterorhabditis não possuem
ancestral comum (Elsworth e cols., 2011). De acordo com a classificação em clados propostos
por Blaxter e colaboradores (1998), o gênero Steinernema pertence ao clado IV (Tylenchina),
juntamente com espécies dos gêneros Meloidogyne (parasitas de plantas), Strongyloides
(parasita de vertebrados) e Panagrolaimus (microbióvoros). Heterorhabditis pertence ao clado
V (Rhabditia) que inclui também o nematoide-modelo Caenorhabditis elegans, além de
espécies parasitas de vertebrados dos gêneros Ancylostoma e Haemonchus.

As distâncias taxonômicas entre os gêneros Heterorhabditis e Steinernema refletem


diferenças biológicas entre os dois gêneros. Como veremos mais adiante, estes NEPs se
associam simbioticamente com diferentes gêneros de bactérias e possuem particularidades em
seus ciclos de vida.
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10. Bibliografia

Wood, W.B. (1988) The Nematode Caenorhabditis elegans. Cold Spring Harbor, 678pp.
Cold Spring Harbor Laboratory Press, New York.
De Ley, P. (2006) A quick tour of nematode diversity and the backbone of nematode
phylogeny. In: WormBook, eds. The C. elegans Research Community.
http://www.wormbook.org.
Lambshead, P.J.D. (1993) Recent developments in marine benthic biodiversity research.
Oceanis. 19, 5-24.
CHITWOOD, D. J. Research on plant-parasitic nematode biology conducted by the
United States Department of Agriculture - Agricultural Research Service. Pest Management
Science, West Sussex, v. 59, p. 748-753, 2003.
DEVRAN, Z. et al. AFLP and SRAP markers linked to the mj gene for root-knot
nematode resistance in cucumber. Scientia Agricola, Piracicaba, v. 68, no. 1, p. 115-119, 2011.
GONZAGA, V. et al. (2016). Gênero Pratylenchus. In: OLIVEIRA, C. M. G.; SANTOS,
M. A.;
CASTRO, L. H. S. (Org.). Diagnose de fitonematoides. Campinas: Millennium, 2016. p.
71-98.
HUANG, C. S; VIANA, B. F. Relação entre níveis de inóculo pré-plantio de
Meloidogyne incognita com o desenvolvimento do pepino. Fitopatologia Brasileira, Brasília,
DF, v. 5, p. 401-402, 1980.

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