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Índice

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 4

2. CESTOIDES ....................................................................................................................... 5

2.1. Características ..................................................................................................................... 5

3. MORFOLOGIA GERAL ................................................................................................... 5

3.1. Escolex................................................................................................................................ 6

3.2. Pescoço ............................................................................................................................... 7

3.3. Proglotes ............................................................................................................................. 8

3.4. Sistema muscular ................................................................................................................ 8

3.5. Sistema nervoso .................................................................................................................. 8

3.6. Sistema excretar .................................................................................................................. 9

3.7. Aparelho reprodutor ........................................................................................................... 9

4. CICLO EVOLUTIVO ...................................................................................................... 10

5. PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA ........................................................................... 11

6. DIAGNÓSTICO ............................................................................................................... 11

6.1. LABORATORIAL ........................................................................................................... 11

6.2. CLÍNICO .......................................................................................................................... 12

7. TRATAMENTO ............................................................................................................... 12

8. Conclusão ......................................................................................................................... 13

9. Bibliografia ....................................................................................................................... 14
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1. INTRODUÇÃO

A Taenia solium (T. solium) e a Taenia saginata (T. saginata) são duas espécies de
helminto que causam a teníase humana, sendo o homem, seu único hospedeiro definitivo.

São popularmente conhecidas como “solitárias” porque geralmente observa-se apenas


um parasito em cada hospedeiro, podendo ser encontrado, no entanto, em imunossuprimidos,
pessoas albergando mais de um parasito em seu intestino. A T. solium tem como hospedeiro
intermediário o suíno enquanto que a T. saginata tem como hospedeiro intermediário o bovino.
São hermafroditas e parasitas do intestino delgado, onde se fixam através de suas estruturas de
fixação.

O verme adulto pode chegar a medir até 10 metros (mais de mil proglotes) e viver até 10
anos. Apresenta o escólex (cabeça), o colo (pescoço) e o estróbilo (corpo), constituído por
segmentos (proglotes). O escólex é o órgão de fixação do helminto. Apresenta 4 ventosas e a
T.solium tem ainda uma outra estrutura de fixação, o rostro, contendo 2 fileiras de acúleos
(pequenas estruturas em forma de foice, constituídas por

escleroproteínas). O colo é responsável pelo crescimento do corpo e, portanto, é uma


região rica em células com grande atividade reprodutiva. As primeiras proglotes logo após o
colo são jovens, seguindo-se as maduras e finalmente as gravídicas, que ao serem eliminadas
pelo parasito, vão contaminar o meio externo. Nas proglotes jovens pode-se observar o início
do desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos e posteriormente dos femininos.

As proglotes maduras possuem esses órgãos desenvolvidos e prontos para a fecundação


que se dá entre a mesma ou entre proglotes diferentes. As proglotes gravídicas possuem
características peculiares para cada espécie, permitindo o diagnóstico diferencial. Nelas o
sistema reprodutor masculino sofreu regressão e o feminino permaneceu como útero repleto de
ovos.

Na Taenia saginata suas ramificações uterinas são numerosas e tem terminações


dicotômicas, enquanto na Taenia solium são poucas as ramificações e tem aspecto dendrítico.
Não possuem tubo digestivo. A absorção dos alimentos é feita por difusão através do tegumento
em estruturas denominadas microtríquias, aproveitando o material ingerido pelo hospedeiro e
já parcialmente digerido.
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2. CESTOIDES

Cestóides são animais exclusivamente parasites, hermafroditas, sem aparelho digestivo,


de celoma obliterado, geralmente constituído por um segmento anterior com órgão de fixação,
o escolex, e uma série de segmentos constituídos por organismos sexuados oriundos, por
brotação, do segmento anterior; evolução heteroxena por ovos simples ou com dois invólucros,
embrião ciliado com 6 ganchos.

2.1. Características

• Classe Cestoda;
• Corpo geralmente em forma de fita;
• São segmentados, providos anteriormente de um órgão de fixação (escólex) que
apresenta estruturas adesivas (ex. Ventosas);
• Não apresentam tubo digestivo, geralmente são hermafroditas;
• Cada proglote possui um conjunto completo de órgãos reprodutivos;
• Apresenta crescimento contínuo: proglotes são destacadas e eliminadas com as fezes e
novas se formam.
• São parasitas obrigatórios, ciclo heteroxeno (parasita apresenta seu ciclo biológico em
dois hospedeiros – um definitivo e outro intermediário)
• Adultos – parasitam tubo digestivo, dutos biliares e pancreáticos de vertebrados
• Larvas – parasitam tecidos de vertebrados e invertebrados – cistos de diferentes tipos:
Cisticerco
Cisto hidático

3. MORFOLOGIA GERAL
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Os cestóides são helmintos de corpo constituído por uma série de elementos mais ou
menos individualizados que representam, de algum modo, uma colônia de indivíduos chamada
estróbilo.

O número de elementos de cada cadeia é muito variável em cada grupo, existindo


cestóides de um só elemento como outros que possuem milhares. No estudo da cadeia temos a
considerar 3 partes: escolex, pescoço e proglote.

A mais anterior, ou escolex, é a que tem morfologia mais variada e curiosa e representa
a cabeça ou parte principal da cadeia.

Vem em seguida o pescoço, porção intermediária entre o escolex e os diversos segmentos


do estróbilo. Este pescoço, de dimensão variável, nos diversos grupos de cestodeos, apresenta
pouco interesse morfológico por ter estrutura muito uniforme e simples, mas apresenta
interesse biológico muito grande, pois é desta porção que nascem consecutivamente os
restantes elementos ou anéis da cadeia.

Estes se afastam do pescoço à proporção que surgem novos elementos, ao mesmo tempo
que se vão desenvolvendo e diferenciando pela evolução os diversos rudimentos de órgãos
genitais, existentes no anel jovem. Finalmente, temos a considerar a cadeia com a série de
elementos.

3.1. Escolex

A morfologia do escolex é muito variável e muitas vezes característica para cada grupo
ou mesmo para cada espécie. Existem dois tipos fundamentais caracterizados pela presença de
duas ou 4 ventosas.

No tipo de duas ventosas o escolex é geralmente bem simples, sendo mesmo não raro
rudimentar. As ventosas no tipo dibótrio são geralmente reduzidas a duas depressões
longitudinais com função nula ou quase nula. Geralmente não existem outras formações para
fixação do parasito.

No tipo tetrabótrio a morfologia do escolex é muito variável. Existem sempre 4 ventosas,


geralmente redondas, sésseis e mais ou menos desenvolvidas, podendo, entretanto, ser
pedunculadas.
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As ventosas podem estar acompanhadas de formações várias de maior ou menor


complexidade. Em cestódeos parasitos de peixes (Tentacularüformes = Tetrarhynchidea)
adiante de cada ventosa existe uma tromba invaginável, geralmente muito longa e guarnecida
de ganchos. Esta tromba é inteiramente retrátil em uma bainha especial que se prolonga além
do escolex, pelo pescoço.

3.2. Pescoço

O pescoço, como vimos, é de morfologia e estrutura muito simples. Em casos raros,


porém, pode apresentar formações na porção anterior e dilatações mais ou menos acentuadas
de modo a ser tomado pelo escolex num exame superficial. A formação dos novos elementos
do estróbilo, como dissemos, tem origem nessa região.
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3.3. Proglotes

O número das proglotes é muito variável, havendo espécies com apenas 3 ou 4 e outras
com milhares, A forma destas proglotes é também variável. Na maioria dos casos são achatados
dorso--ventralmente e de comprimento maior que a largura. Outras vezes a largura é muito
maior que o comprimento ou os anéis são muito espessos e de comprimento reduzido e de
largura muito maior, ficando dispostos como se fossem rodelas empilhadas.

Os anéis jovens são sempre mais largos que longos e para que se tenha uma noção exata
da forma que deve ter o proglote adulto é necessário examinar indivíduos sexualmente
maduros. Como os cestódeos são passíveis de fortes contraturas e distensões acentuadas, uma
fixação em má condição pode alterar muito o aspecto real do anel.

No estudo anatômico dos cestódeos temos a considerar as estruturas comuns a todo o


estróbilo ou sejam o tegumento, os sistemas muscular, nervoso e excretor, e finalmente os
órgãos reprodutores, particulares a cada elemento.

3.4. Sistema muscular

É representado pelos músculos que formam as ventosas, constituídos por fibrilas radiais
e circulares e pelos músculos retratores da tromba anterior ou das quatro trombas dos
Tentaculariidae e ainda pelos músculos das proglotes.

Os músculos das proglotes se apresentam em um sincício com feixes de fibrilas anulares,


constituindo o plano mais externo, fibrilas longitudinais num plano mais interior e finalmente
fibrilas oblíquas, dispostas em diversas direções. Estas fibrilas são mais ou menos
desenvolvidas nas diversas espécies e permitem uma completa deformação do proglote.

3.5. Sistema nervoso

O sistema nervoso é constituído por um anel ganglionar, situado no escolex, donde


partem nervos anteriores destinados aos órgãos do escolex, e nervos posteriores que percorrem
o estróbilo, fornecendo inervação às diversas proglotes. Estes, por sua vez, possuem gânglios
nervosos que presidem à inervação dos diversos órgãos, circunstância que lhes dá uma grande
autonomia.
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3.6. Sistema excretar

O sistema excretor é constituído por vesículas ciliadas, situadas nos diversos elementos
do estróbilo e, bem assim, por canais que conduzem, destas vesículas, aos grandes troncos ou
canais excretores, também chamados canais aqüíferos. Estes canais são constituídos por 2 ou
4, (mais raramente maior número) troncos que percorrem todo o estróbilo, do escolex ao último
anel, onde afinal se abrem no exterior. Apresentam várias anastomoses no escolex e uma em
cada proglote.

3.7. Aparelho reprodutor

Nos cestódeos os dois sexos se acham normalmente reunidos em cada anel, havendo
muitas espécies em que cada proglote apresenta um duplo sistema hermafrodita, tendo em
comum apenas o útero. Raramente existem cestódeos monóicos.

O aparelho genital se abre no meio exterior por um átrio comum aos dois sexos, o poro
genital. Na grande maioria dos cestódeos o poro genital fica situado emum dos bordos do corpo,
com uma situação mais ou menos anterior ou posterior relativamente ao proglote. Nos
cestódeos dibótrios (Bothriocephaliformes = Pseudophyllidae) e em raros tetrabotrídeos
(Taeniiformes = Cyclophyllideá) o poro genital fica situado na linha mediana de uma das faces,
a face ventral.
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4. CICLO EVOLUTIVO

As proglotes gravídicas cheias de ovos (30 a 80 mil por proglote) são eliminadas para o
meio externo, onde vão se romper, ou podem romper-se ao atravessarem o esfíncter anal e os
ovos serem eliminados com as fezes. Um hospedeiro intermediário próprio (suíno para Taenia
solium e bovino para Taenia saginata), ingere os ovos que, no estômago sofrem a ação de
enzimas que vão atuar sobre o embrióforo.

Chegando ao intestino delgado e em presença do suco gástrico alcalino, perdem a casca,


liberando a oncosfera (embrião hexacanto). Esse embrião, com ajuda de seus 3 pares de
acúleos, atravessa a parede intestinal caindo na corrente circulatória e são arrastados à
circulação hepática.

Chegam ao coração e são enviados para todo o organismo, indo encistar-se de preferência
nos músculos de maior movimentação e com maior oxigenação de seus hospedeiros
intermediários (mastigadores, língua, coração e diafragma). Perdem os acúleos e começam a
crescer até atingirem cerca de 10 a 12 mm de diâmetro, permanecendo viáveis por vários meses.

O homem adquire a teníase ao ingerir a carne bovina ou suína contendo esses cistos (C.
bovis – Taenia saginata e C. cellulosae – Taenia solium), crua ou malcozida. O cisto ao chegar
ao duodeno, estimulado pela bile, liberta o escólex, que adere à mucosa e começa a
desenvolver-se, originando a Taenia adulta. Cerca de três meses após a ingestão da larva, o
parasito adulto começa a eliminar as proglotes.

As proglotes da T. saginata tem maior atividade locomotora e são liberadas de forma


ativa geralmente isoladas nos intervalos das defecações. As proglotes da T. solium
desprendem-se unidas (3 a 6) e são expulsas durante ou após a evacuação.
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5. PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA

A patogenia e a sintomatologia das teníases são pouco significativas. Como vivem muito
tempo parasitando o homem, competem com ele pelos suplementos nutricionais e devido às
substâncias excretadas, podem causar fenômenos tóxicos alérgicos. No entanto, podem ser
assintomáticas. As manifestações mais comuns relatadas são cefaléia, dor abdominal, em
alguns casos inapetência e em outros fome intensa, além de diarréia ou constipação. Também
são relatados fenômenos menos importantes, como fadiga, sensação de mal estar, irritação e
insônia.

6. DIAGNÓSTICO
6.1. LABORATORIAL

• Tamização do material fecal para separar proglotes caso existentes. Faz-se a


identificação da espécie, através da observação do tipo de ramificação uterina das
proglotes encontradas nas fezes, nas roupas de uso pessoal ou de cama, após
clarificação e prensagem.
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• Demonstração de ovos nas fezes, sem distinção da espécie. Qualquer método de


concentração por sedimentação.
• Método de Graham (fita gomada) para pesquisa de ovos e proglotes eventualmente
retidos na região perianal.
• Método imunológico (ELISA) para pesquisa de coproantígeno. Não diferencia as
espécies.
• Método imunológico (Western blot) para pesquisa de anticorpos no soro. Específico
para Taenia solium.
• PCR para diferenciar as espécies.

6.2. CLÍNICO

Assintomático no adulto. Em criança podem causar pequenas ulcerações no intestino, levando


a perturbações gastrintestinais, convulsões, acesso epileptiformes, vômitos, etc.

7. TRATAMENTO

Praziquantel; Albendazol; Niclosamida; Mebendazol.


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8. Conclusão

O homem é o único hospedeiro definitivo da forma adulta da Taenia solium (T. solium),
e se infecta ao ingerir a larva, o Cysticercus cellulosae (C. cellulosae) encistada desse cestóide,
presente na carne de porco crua ou malcozida. Esta larva apresenta-se como uma vesícula do
tamanho semelhante a uma ervilha, cheia de líquido contendo sais e proteínas.

Na cor assemelha-se a uma pérola e por transparência vê-se no seu interior o escólex e o
colo invaginado. O escólex possui dupla fileira de acúleos, como na Tênia correspondente. Sua
longevidade pode ultrapassar 2 anos, porém são sensíveis à ação do calor (morrem à 80oC) e
aos meios químicos como a salmoura (50 g de sal/Kg) durante 2-3 semanas. A 10O morrem
em 6 dias.

O homem pode, no entanto, servir também de hospedeiro intermediário, contraindo a


cisticercose pela ingestão de ovos do parasita adulto, por uma das seguintes vias:

Heteroinfeção: ingestão de água e alimentos contaminados com ovos de Taenia solium


(T.solium). O portador da forma adulta representa ameaça constante para os que convivem com
ele. Autoinfecção externa: ingestão dos ovos pelo indivíduo portador de teníase, por maus
hábitos higiênicos ou coprofagia. Autoinfeção interna: pela eclosão dos ovos no duodeno, ou
primeiras porções do jejuno.

Após 24 a 72h da ingestão dos ovos, as oncosferas abandonariam o embrióforo e ativadas


pela ação dos sucos digestivos, penetrariam através da mucosa intestinal, fazendo uso de seus
acúleos e de secreção das glândulas de penetração.

Alcançando os vasos intestinais, seriam arrastados pela corrente circulatória e levadas a


diversos pontos do organismo, parando onde a corrente é mais lenta e os vasos tem menor
calibre (os da retina, cérebro e músculos). Aí evoluem para a fase de larva, onde são
encontrados com maior freqüência.
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9. Bibliografia

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Mehlhron, H. & Piekarski, G. Fundamentos de parasitologia: parasitos del hombre y de los


animales domésticos. 3 ed. Zaragoza: Acriba, 1993. 391p.

Olsen, O.W. Parasitologia animal: II platelmintos, acantocefalos y nematelmintos. Barcelona:


Aedos, 1977. 305-719p.

Schmidt, G.D. Handbook of tapeworm identification. Boca Raton: CRC, 1986. 675p.

Soulsby, E.J.L., Parasitologia y enfermedades parasitarias en los anima1es domésticos. 7 ed.


México: Interamericana, 1987. 823p.

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