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As teorias modernas do comércio internacional

Tema: As mudanças tecnológicas e o comércio internacional

A tecnologia é um factor de produção com características próprias diferentes dos outros


factores. Em princípio ela pode crescer muito rapidamente o que tem reflexos imediatos no
aumento da produção, dando lugar a um salto qualitativo no posicionamento da curva de
possibilidades de produção de uma comunidade, como se a disponibilidade dos outros
factores tivesse aumentado.

Em outras teorias afirmam que a técnica era constante, que era um dado e que todos os
países conheciam a mesma tecnologia.

Portanto, não é o que a realidade nos mostra, a técnica não é constante, logo, o comercio
internacional pode ser explicado em partes com base em diferenças registadas no processo
tecnológico dos diferentes países.

Se um determinado país consegue um avanço tecnológico num determinado sector de


produção, durante o período de tempo necessário para outros países aprenderem um novo
processo, o referido país apresenta-se no mercado internacional numa situação
privilegiada por que não tem que temer qualquer concorrência naquele lapso de tempo.

Aspectos importante que a tecnologia pode nos trazer:


 Poupadora de trabalho, quando aumenta a produtividade de factor capital de forma
mais do que proporcional em relação ao factor trabalho;
 Poupadora do capital, quando aumenta a produtividade do factor trabalho de forma
mais do que proporcional em relação ao factor capital;
 Neutral, quando aumenta a produtividade de ambos os factores de produção na
mesma proporção.
Portanto, cada uma das situações acima descrita, correspondera a um formato distinto da
curva de possibilidades de produção, assumindo que nas teorias neoclássicas cada produto
é intensivo num dos factores de produção.

Raymond Vernon e o ciclo de produto.

A propósito das mudanças tecnológicas como elemento altamente explicativo de situações


concretas no domínio do comércio internacional, o economista Raymond Vernon (1966)
observou e concluiu o seguinte:

Em termos de comércio internacional, cada produto passa por um ciclo chamado ciclo de
produto, que apresenta as seguintes sequências:

 Um produto manufacturado inventado necessita de muita pesquisa e alta tecnologia


para ser aperfeiçoado e lançado no mercado. O produto é produzido normalmente
num país inventor.
 O produto é então aperfeiçoado e standardizado, passando a chamar-se de “produto
maduro”. Nesta fase, o produto é exportado para o resto do mundo.
 A tecnologia expande-se por outros países industrializados que, que por sua vez
absorvam o Know-how do país inventor e procuram aperfeiçoar a técnica para baixar
os custos de produção. Começa então a concorrência entre o país inventor e os
restantes países industrializados. Nesta fase, o país inventor perde a sua vantagem
comparativa e, para reduzir os custos opta por imigrar a tecnologia, sub patente, para
países pobres onde os salários são baixos e as matérias-primas são mais baratas.
 A tecnologia estagna. Segue-se a uma fase de redução das exportações e
eventualmente o início das importações do produto para o país inventor, a partir dos
países para onde a indústria tinha sido transferida. É então que se fecha o ciclo do
produto.

Veja o gráfico abaixo:

Onde:
X-representa as exportações;
M- as importações;
T- a variável tempo;

Resumindo teremos:
Primeira fase do ciclo de produto:
 Ocorre a invenção;
 O produto atinge a sua fase de maturação ou standardização;
 O país inventor exporta em exclusivo para o resto do mundo.

Segunda fase:
 Ocorre a divulgação da tecnologia;
 Outros países desenvolvidos passam a exportar produtos similares;
 A tecnologia é exportada dos países inventor para os países menos desenvolvidos.

Terceira fase:

 A tecnologia estagna;
 O país menos desenvolvido (PMD) exportam para o país inventor e para outros países
industrializados.
 Encera o ciclo do produto.

Segundo Raymond conclui que:

 Embora não haja uma avaliação quantitativa dos benefícios do comércio


internacional, Raymond Vernon não se preocupou com estes aspectos. Para ele, é
razoável admitir que todos os países envolvidos ganham no tempo com a nova
tecnologia: em primeiro lugar, o país inventor; em segundo, outros países
desenvolvidos e finalmente os países menos desenvolvidos.
 Indústrias como as do calcado, têxtil, produtos derivados de pele, do papel, da
borracha, etc., passam por esse ciclo. As calculadoras manuais foram lancadas nos
EUA (Texas) em 1972. Muito rapidamente, o Japão absorveu a tecnologia,
aperfeiçou-a e conquistou o mercado internacional, só pelo facto de dispor de mão-de-
obra mais barata e mais eficiente.
 Não há uma lei rígida sobre a obrigatoriedade de todo o produto novo passar pelas
mesmas fases. O que Raymond Vernon pretendeu mostrar foi quando a investigação
e o desenvolvimento tecnológico já não garantem vantagens comparativas para o
país inventor, uma solução viável é a transferência dessa tecnologia para os países
menos desenvolvidos onde essa vantagem comparativa pode ser compensada através
de outros inputs, como é o caso da mão-de-obra e das matérias-primas mais baratas.

Quadro resumo:

Progresso tecnológico Inovação técnica que levam ao aumento da


produtividade dos factores de produção
disponíveis, com a consequente deslocação
da curva de possibilidade de produção mais
para cima e para direita.
Progresso tecnológico poupador de capital Quando aumenta a produtividade do factor
trabalho de forma mais do que proporcional
em relação ao factor capital.
Progresso tecnológico Poupador de trabalho Quando aumenta a produtividade do factor
capital de forma mais do que proporcional
em relação ao factor trabalho.
Progresso tecnológico Neutro Quando aumenta a produtividade do factor
trabalho e de factor capital na mesma
proporção.
Ciclo de produto Segundo Raymond, é o conjunto das etapas
por que passa um produto novo, desde a sua
invenção ate a estagnação da tecnologia.
Produto padronizado Corresponde a condição de maturidade e de
standarizacao de um produto novo, pronto
para a sua comercialização.

Diferença entre vantagem competitiva, comparativa e absoluta

Vantagem competitiva é a busca de um título de referência no mercado de trabalho ou


empresarial.

Vantagem comparativa tem a finalidade de explicar a diferença de produção e


comercialização de um produto em diferentes países.

Vantagem comparativa de David Ricardo, refere-se aos casos em que uns pais pode
produzir mais do que outro com menor custos de oportunidade.

Ou seja:

A vantagem comparativa busca explicar diferenças de produção e comércio entre países ou


nações diferentes, baseando-se em um mesmo produto. A ideia é analisar qual dos envolvidos
possui um menor custo de oportunidade de um mesmo bem.

Para achar a vantagem comparativa, cada país em uma relação comercial deve avaliar o
que ele perde para produzir o bem A ou bem B, e especializar-se na produção do bem em que
a perda é menor.

E avaliar o custo de oportunidade exige fazer uma comparação envolvendo diferentes países
e produtos.

 Custo de oportunidade é o valor que um produtor renuncia ao tomar uma decisão.

Segundo Adam Smity, diz que um país tem vantagem absoluta sobre o outro se for capaz de
produzir com menos recursos.

Ou seja:

Portanto, a teoria da vantagem comparativa utiliza análise da FPP. Esta por sua vez, é
utilizada em geral, para comparar a capacidade produtiva de dois produtos diferentes.com
isso, é possível perceber que a ideia é produzir um determinado bem com baixo custo, mas
sem renunciar a outro tipo de produção possível e mais lucrativa. Ao mesmo tempo, o
intuito é focar em exportar seu produto principal e importar aqueles que não se enquadram
na sua vantagem comparativa.

Vantagem absoluta

A vantagem absoluta é a mensuração da produtividade de um negócio acerca de um bem


específico.
Ou quando o negócio utiliza a menor quantidade possível de insumos para a sua produção.

Por exemplo aos insumos podem ser:

 Tempo;
 Matéria-prima;
 Mão-de-obra.

Esta analise é feita a partir da comparação entre duas empresas ou pessoas, porém
considerando o mesmo insumo.

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