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Microbiologia

A microbiologia é a área da biologia que estuda os microrganismos. A palavra


vem do grego mikros, que significa pequeno, e bios e logos, ciência da vida.
Dessa forma, seu estudo abrange a identificação, modo de vida, fisiologia e
metabolismo dos microrganismos, além de suas relações com o meio ambiente
e outras espécies.
A microbiologia como conhecemos nos dias atuais só foi possível quando no
ano de 1674 o alemão Antony Van Leeuwenhoek criou o primeiro microscópio.
Ele usou este pequeno equipamento criado por ele para observar pequenos
seres, em amostras de solo, rio, saliva e fezes, dos quais ele nomeou como
“animálculos”. Neste mesmo ano Leeuwenhoek, escreveu diversas cartas para
a Sociedade real inglesa descrevendo os seres que ele via através de seu
pequeno microscópio. Foram essas cartas que deram início a Microbiologia,
afinal, foram elas que permitiram que a sociedade tomasse conhecimento da
existência de pequenos seres microscópicos.
A descoberta de Leeuwenhoek, fez com que surgisse duas teorias
controversas; a teoria da abiogênese (geração espontânea) e a teoria da
biogênese que era muito defendida pelo cientista francês Louis Pasteur.

Abiogênese
A Teoria da Abiogênese ou da Geração Espontânea admitia que os seres vivos
eram originados a partir de uma matéria bruta sem vida.
Os defensores da abiogênese afirmavam que existia uma "força vital" em
alguns tipos de matéria orgânica, responsável por originar os seres vivos.
A ideia da abiogênese consiste na primeira explicação para o surgimento dos
seres vivos. Aristóteles, importante e reconhecido filósofo grego, foi um grande
defensor da abiogênese.
A abiogênese foi por muito tempo amplamente aceita como a teoria que
explicava a origem dos seres vivos.
Segundo a abiogênese, os seres vivos podiam surgir de variadas formas a
partir de uma matéria sem vida.
Alguns exemplos da explicação sobre a origem espontânea dos seres vivos:
Os cisnes surgiam de folhas das árvores que caíam em lagos;
Camisas sujas e suadas podiam originar ratos;
Os sapos surgiam do lodo presente em ambientes aquáticos;
Os vermes originam-se espontaneamente nos intestinos.
Os principais defensores da abiogênese foram: Aristóteles, Jean Baptitste Van
Helmot, Willian Harvey, René Descartes, Isaac Newton e John Needhan.
Biogênese
A teoria da biogênese admite que todos os seres vivos são originados de
outros seres vivos preexistentes.
Sendo assim, um cachorro só pode nascer de espécies que já existiam antes,
não podendo surgir a partir de materiais não vivos.
A teoria da biogênese pode ser resumida na frase em latim “Omne vivum ex
vivo”, que significa “toda vida vem da vida”. No entanto, mesmo explicando a
origem dos seres vivos a partir da reprodução, a biogênese não explica como
surgiu o primeiro ser vivo.

Os experimentos de Pasteur
Através de 2 experimentos o cientista francês Louis Pasteur conseguiu
demonstrar a impossibilidade da geração espontânea.
Em seu primeiro experimento ele pegou diversos frascos e encheu com caldo
de carne e ferveu, depois deixou os frascos abertos para que esfriassem. Em
poucos dias Pasteur observou que todos os frascos tinham sido contaminados,
com micróbios e os frascos que ele manteve fechados, após terem sido
fervidos, estavam livres de contaminação. Com tudo isso Pasteur chegou à
conclusão de que os micróbios estavam presentes no ar e eram os
responsáveis pela contaminação.
No segundo experimento, colocou meio de cultura em frascos com pescoço em
forma de S, e ele procedeu da mesma forma que já havia realizado no
experimento anterior, ferveu os frascos e os deixou esfriar, depois de meses
esperando Pasteur não observou nenhuma forma de vida e Pasteur concluiu
que o pescoço em forma S, impedia que qualquer micróbio que estivesse
presente no ar entrasse em contato com o meio.
Os experimentos de Pasteur comprovaram que os micróbios não podem surgir
de matéria não viva.

A Idade de ouro da Microbiologia


Por cerca de 60 anos, começando com o trabalho de Pasteur, houve uma
explosão de descobertas na microbiologia. O período de 1857 a 1914 foi
apropriadamente chamado de a Idade de Ouro da Microbiologia.
Durante esse período, avanços rápidos, liderados principalmente por Pasteur e
Robert Koch, levaram ao estabelecimento da microbiologia como uma ciência.
As descobertas durante esses anos incluíram tanto os agentes de muitas
doenças como o papel da imunidade na prevenção e na cura das doenças.
Durante esse período produtivo, os microbiologistas estudaram as atividades
químicas de microrganismos, melhoraram as técnicas de microscopia e cultivo
de microrganismos e desenvolveram vacinas e técnicas cirúrgicas.
Alguns dos principais eventos que ocorreram durante a Idade de Ouro da
Microbiologia.
1857- Pasteur – Fermentação
1861- Pasteur – Refutou a geração espontânea
1864- Pasteur – Pasteurização
1867- Lister – Cirurgia asséptica
1876- Koch – Teoria do germe da doença
1879- Neisser – Neisseria gonorrhoeae
1881- Koch – Culturas puras
Finley – Febre amarela
1882- Koch – Mycobacterium tuberculosis
Hess – Meio sólido (ágar)
1883- Koch – Vibrio cholerae
1884- Metchnikoff – Fagocitose
Gram – Procedimento de coloração de Gram
Escherich – Escherichia coli
1887- Petri – Placas de Petri
1889- Kitasato – Clostridium tetani
1890- van Behring – Antitoxina diftérica
Ehrlich – Teoria da imunidade
1892- Winogradsky – Ciclo do enxofre
1898- Shiga – Shigella dysenteriae
1908- Ehrlich – Sífilis
1910- Chagas – Trypanosoma cruzi
1911- Rous – Vírus causadores de tumores (Prêmio Nobel em 1966).
Linha do tempo e marcos da Microbiologia
1665- Hooke – Primeira observação de células
1673- van Leeuwenhoek – Primeira observação de micro-organismos vivos
1735- Linnaeus – Nomenclatura para os organismos
1798- Jenner – Primeira vacina
1835- Bassi – Fungos do bicho-da-seda
1840- Semmelweis – Febre em recém-nascidos
1853- De Bary – Doenças causadas por fungos em plantas
1857- Pasteur – Fermentação
1861- Pasteur – Refutou a geração espontânea
1864- Pasteur – Pasteurização
1867- Lister – Cirurgia asséptica
1876- Koch – Teoria do germe da doença
1879- Neisser – Neisseria gonorrhoeae
1881- Koch – Culturas puras
Finley – Febre amarela
1882- Koch – Mycobacterium tuberculosis
Hess – Meio sólido (ágar)
1883- Koch – Vibrio cholerae
1884- Metchnikoff – Fagocitose
Gram – Procedimento de coloração de Gram
Escherich – Escherichia coli
1887- Petri – Placas de Petri
1889- Kitasato – Clostridium tetani
1890- van Behring – Antitoxina diftérica
Ehrlich – Teoria da imunidade
1892- Winogradsky – Ciclo do enxofre
1898- Shiga – Shigella dysenteriae
1908- Ehrlich – Sífilis
1910- Chagas – Trypanosoma cruzi
1911- Rous – Vírus causadores de tumores (Prêmio Nobel em 1966).
1928- Fleming, Chain, Florey – Penicilina
Griffith – Transformação em bactéria
1934- Lancefield – Antígenos estreptocócicos
1935- Stanley, Northrup, Sumner – Cristalização de vírus
1941- Beadle e Tatum – Relação entre genes e enzimas
1943- Delbrück e Luria – Infecção viral de bactéria
1944- Avery, MacLeod, McCarty – O material genético é o DNA
1946- Lederberg e Tatum – Conjugação bacteriana
1953- Watson e Crick – Estrutura do DNA
1957- Jacob e Monod – Regulação da síntese proteica
1959- Stewart – Vírus causadores de câncer em humanos
1962- Edelman e Porter – Anticorpos
1964- Epstein, Achong, Barr – Vírus Epstein-Barr como causa de câncer em
humanos
1971- Nathans, Smith, Arber – Enzimas de restrição (utilizadas na tecnologia
do DNA recombinante)
1973- Berg, Boyer, Cohen – Engenharia genética
1975- Dulbecco, Temin, Baltimore – Transcriptase reversa
1978- Woese – Arquibactérias
Mitchell – Mecanismo quimiosmótico
1981- Margulis – Origem das células eucarióticas
1982- Klug – Estrutura do vírus do mosaico do tabaco
1983- McClintock – Transposons
1988- Deisenhofer, Huber, Michel – Pigmentos fotossintéticos bacterianos
1994- Cano – Relatou ter cultivado uma bactéria de 40 milhões de anos de
idade
1997- Prusiner – Prions

Técnicas para estudos dos microrganismos


Fermentação e pasteurização
Uma das etapas fundamentais, que estabeleceu a relação entre micro-
organismos e doenças, ocorreu quando um grupo de mercadores franceses
pediu a Pasteur que descobrisse porque o vinho e a cerveja azedavam. Eles
esperavam desenvolver um método que impedisse a deterioração dessas
bebidas quando enviadas a longas distâncias. Naquele tempo, muitos
cientistas acreditavam que o ar convertia os açúcares desses fluidos em álcool.
Pasteur descobriu, ao contrário, que micro-organismos chamados de leveduras
convertiam os açúcares em álcool na ausência de ar. Esse processo, chamado
de fermentação, é usado para fazer vinho e cerveja. O azedamento e a
deterioração são causados por organismos diferentes, chamados de bactérias.
Na presença de ar, as bactérias transformam o álcool da bebida em vinagre
(ácido acético).
A solução de Pasteur para o problema da deterioração foi o aquecimento da
cerveja e do vinho o suficiente para matar a maioria das bactérias que
causavam o estrago. O processo, chamado de pasteurização, é agora
comumente usado para reduzir a deterioração e matar bactérias
potencialmente nocivas no leite, bem como em algumas bebidas alcoólicas. A
demonstração da relação entre a deterioração de alimentos e os micro-
organismos foi a etapa mais importante para o estabelecimento da relação
entre doenças e micróbios.

Postulados de Koch
Koch estabeleceu, então, uma sequência de passos experimentais para
correlacionar diretamente um micróbio específico a uma doença específica.
Esses passos são conhecidos como postulados de Koch. Durante os últimos
100 anos, esses mesmos critérios têm sido extremamente úteis nas
investigações para provar que micro-organismos específicos causam muitas
doenças. Eles podem ser resumidos da seguinte forma:
1. O mesmo patógeno deve estar presente em todos os casos da doença.
2. O patógeno deve ser isolado do hospedeiro doente e cultivado em cultura
pura.
3. O patógeno obtido da cultura pura deve causar a doença quando inoculado
em um animal de laboratório suscetível e saudável.
4. O patógeno deve ser isolado do animal inoculado e deve ser,
necessariamente, o organismo original
Técnica á fresco
Células, pequenos organismos vivos ou fragmentos de tecidos vivos - meio
líquido o mais próximo possível do meio natural.
Técnicas fixadas e coradas
Morfologia de células mortas.
Coloração simples
Coloração diferencial – Coloração de Gram
Quanto a coloração de Gram, Christian Gram (1884) classificou as bactérias
em Gram-positivas ou Gram-negativas. Neste procedimento as bactérias são
submetidas à ação de diferentes corantes e se coram de maneira diferente,
dependendo da parede celular.

Conclusão
A microbiologia tem grande importância como ciência básica e aplicada. A
ciência básica tem como destaque os estudos fisiológicos, bioquímicos e
moleculares dos micro-organismos. Já a ciência aplicada foca seus estudos
nos processos industriais, alimentícios e de controle de doenças ou pragas.
Apesar dos avanços da microbiologia nos últimos anos, estima-se que apenas
um por cento de todas as espécies de micro-organismos existentes no planeta
tenham sido catalogadas. Embora sejam objeto de estudo há mais de três
séculos, ainda há muito espaço para o desenvolvimento desse campo tão
importante.

Referências Bibliográficas
https://www.microbiologia.ufrj.br/portal/index.php/pt/destaques/novidades-
sobre-a-micro/384-a-historia-do-surgimento-da-microbiologia-fatos-marcantes
https://www.ecycle.com.br/microbiologia/
https://kasvi.com.br/historia-da-microbiologia/
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5309073/mod_resource/content/1/
Postulados%20de%20Koch.pdf
https://docente.ifsc.edu.br/melissa.kayser/MaterialDidatico/Microbiologia/Aula
%206%20T%C3%A9cnicas%20de%20visualiza%C3%A7%C3%A3o%20de
%20microrganismos.pdf
https://1library.org/article/idade-ouro-microbiologia-microbiologia-edi
%C3%A7%C3%A3o-tortora-funke-case.qv86e0lz

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