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Clínico
Laboratorial I
Origem, Taxonomia, Forma e Agrupamento Bacteriano
1. O que é a Microbiologia?
Microbiologia é o estudo de organismos pequenos.
Por exemplo a Bacteria e a Archaea são exemplos de microrganismos procariontes
Já os Vírus, Viroides e Priões não são considerados células ou "organismos" completos.
Os eucariotas como algas, fungos e Protozoários (são organismos unicelulares eucariótico)
2. Definição e origem
A palavra microbiologia vêm do grego :
Mikros (pequeno) + Bios (vida) + Logos (estudo)
São considerados microorganismos, os microorganismos unicelulares microscópicos (como os
fungos, bactérias e os protozoários) e os vírus (que são acelulares).
3. Maior diversidade da vida é microbiana
Os Microorganismos têm existido na Terra por cerca de 3,8 bilhões de anos (vida primitiva).
Durante esse longo período, eles passaram por inúmeras adaptações e diversificações estão
presentes em todo o lado, representam mais de metade da biomassa, estão presentes em quase
todas as superfícies naturais, são simbiontes (relação de simbiose, ou seja, que mantêm uma
relação mutuamente vantajosa entre dois ou mais organismos vivos ) importantes, são vitais
para o ecossistema.
4. A Descoberta dos Microorganismos
Leeuwenhoek
Fabricante de lentes que construiu microscópios simples, mas poderosos, usando técnicas
avançadas de polimento de lentes. Seus microscópios permitiam uma ampliação
significativa, possibilitando a observação de microrganismos que eram
invisíveis a olho nu.
Entre 1673 e 1723, Leeuwenhoek fez inúmeras descobertas, foi quem descobriu
os microorganismos. Ele examinou uma variedade de amostras, incluindo água
de chuva, placas dentárias, sangue, sêmen, entre outros .Ele descreveu esses
microrganismos como "animálculos" (esboços de bactérias da cavidade bocal) e
mostrou a mobilidade de algumas bactérias.
Pasteur
Pasteur desempenhou um papel crucial ao refutar a teoria da geração espontânea (abiogênese-
propunha que formas de vida surgiam de matéria não viva.), defendendo a biogênese, que
postula que a vida se origina de vida preexistente. Seus experimentos demonstraram que
microrganismos não surgem espontaneamente, mas sim a partir de outros microrganismos.
Por volta de 1850, Pasteur resolveu problemas na indústria
vinícola francesa, estabelecendo a primeira teoria microbiana das
fermentações. Suas descobertas foram cruciais para a
compreensão dos processos de fermentação
Desenvolveu a técnica de esterilização por aquecimento para destruir microrganismos
indesejados, preservando alimentos e líquidos, como o leite e o vinho, conhecida como
"pasteurização", usada até os dias de hoje- Teoria Microbiana da Fermentação.
Joseph Lister
- Introduziu o uso do fenol como o primeiro desinfetante e desenvolveu técnicas assépticas,
reduzindo significativamente infecções pós-operatórias por meio da esterilização de
instrumentos e ambientes cirúrgicos.
7. Idade de Ouro
Imunologia
Jenner é conhecido por desenvolver a primeira vacina, a vacina contra a varíola, e Pasteur por
suas descobertas e contribuições para a vacina contra a raiva
Indústria Farmacêutica
Fleming é conhecido por descobrir a penicilina, o primeiro antibiótico, o que deu início à era
dos antibióticos e revolucionou o tratamento de infecções bacterianas. Waksman, por sua vez,
descobriu a estreptomicina, um antibiótico usado para tratar tuberculose.
Virologia:
Ivanovsky foi um dos pioneiros na descoberta dos vírus, ao investigar o agente causador do
mosaico do tabaco, embora não pudesse ver os vírus com seu microscópio. Stanley, por sua vez,
foi o primeiro a isolar e cristalizar vírus
8. A Idade Moderna da Microbiologia
avanços significativos nas técnicas de manipulação genética, biologia molecular
Como funcionam os genes?
•Genética Microbiana - manipulação dos genes presentes em microrganismos
•Biologia Molecular - Exploração das bases moleculares da vida
•Tecnologia do DNA recombinante - Uso de técnicas para manipular o DNA, como a clonagem
de genes
•Terapia Génica- - Inserção de genes ausentes ou correção de genes defeituosos em células
humanas, potencialmente capaz de tratar doenças genéticas
TAXONOMIA MICROBIANA
1. Nomenclatura dos Microorganismos
Taxonomia
a classificação dos organismos vivos com base em suas características morfológicas,
fisiológicas, genéticas e evolutivas
Identificação
descobrir e assinalar as características dos organismos para que possam ser denominados e
classificados.
Reino → Filo → Classe → Ordem → Família → Género → Espécie
Em microbiologia o sistema binominal de nomenclatura diz que cada espécie é designada por
dois nomes: um nome genérico (ou de gênero) e um nome específico
O nome genérico (género) é escrito em maiúsculas e o nome específico (espécie) é escrito com
letra pequena.: Bacillus anthracis
2. classificação dos microrganismos
Carl Linnaeus
- Linnaeus propôs a classificação de organismos em dois reinos: Animal e Vegetal, seguindo o
sistema binomial para a nomenclatura de espécies.
Ernst Haeckel (1866)
- Haeckel introduziu o Reino Protista para organismos unicelulares, reconhecendo-os como
distintos dos reinos Animal e Vegetal.
Advento do Microscópio Eletrônico (1940)
- O microscópio eletrônico permitiu visualizar a ultraestrutura celular, levando à distinção
entre células procarióticas e eucarióticas (1960).
Sistema de Cinco Reinos de Whittaker (1969):
- Whittaker propôs a classificação em cinco reinos
com base em critérios como tipo de célula (procariótica
xeucariótica), organização celular (unicelular x
pluricelular) e método de nutrição (aborção x
fotossíntese x ingestão): Reino Monera (Procariotas),
Protista (Unicelulares Eucarióticos), Fungi, Plantae e
Animalia.
4. Estruturas Celulares
As bactérias são geralmente da ordem de vários micrómetros de diâmetro.
Os Fungos são geralmente cerca de <10 micrómetros de diâmetro.
- Protozoários
→ Giardia
→ Amibas
- Vírus
→ Bacteriófago
→ Vírus da Gripe Aviária
- Helmintas
→ Ténia
→ Ascaris lumbricoides
Micrococos
Diplococos
Estreptococos
Estafilococos
Tetracocos
Sarcine
7. Bacilos
→ Bacilos direitos - inclui aqueles microorganismos que por norma, não produzem
esporos e com uma forma reta (E.coli, Salmonella,Shigella).
→ Bacilli (B.anthracis) e clostridios (C.tetani, C.botulinum) - inclui os
microorganismos que na sua grande maioria produzem esporos.
O tamanho dos bacilos varia entre 2-10 μm: os bacilos pequenos entre 2-4 μm; os
bacilos longos entre 5-10 μm.
A forma de arranjo dos bacilos é:
8. Formas Espiraladas
→ Vibriões
são células, que lembram uma vírgula (bacilos curvados). A espécie
representativa deste grupo é Vibrio cholerae.
→ Espirilhas
são formas enroladas das bactérias.
→ Espiroquetas
são formas flexiveis em espiral que incluem a treponema (células finas e flexiveis), a borrelia
(espirais largas e irregulares) e a leptospira (estrutura celular muito fina).
Composição da Célula Bacteriana
- Estruturas Intracelulares
1. Membrana Citoplasmática Bacteriana
A sua constituição geral é igual à de todas as membranas biológicas, sendo composta
por uma bicamada fosfolipídica e proteínas integrais.
Ao contrário das células eucarióticas, os esteróides estão ausentes na quase
totalidade das membranas procarióticas. A única excepção são os Mycoplasma sp.,
bactérias que requerem esteróides para se multiplicarem; estes esteróides são
incorporados na membrana citoplasmática e, provavelmente, conferem maior
estabilidade às membranas destas bactérias que não possuem parede celular.
Em muitas bactérias a membrana citoplasmática possui moléculas semelhantes aos
esteroides, designadas de haponoides, que podem desempenhar um papel semelhante
aos esteroides das células eucarióticas. O diplopteno, com 30 átomos de carbono, é
um exemplo de hopanoide.
- Estruturas Extracelulares
1. Flagelos
Confere movimento à célula (taxia): velocidade 200 – 500 μm/segundo.
Os flagelos são apêndices bacterianos de natureza proteica, que se projetam para o
exterior da célula.
São constituídos por subunidades proteicas, a flagelina.
São os órgãos de locomoção bacteriana.
2. Pili Comum ou Fímbrias
Tem como função:
→ Pili Sexual - existem cerca de 1 a 10 por célula. São maiores que as fímbrias e são
determinados por plasmídios sexuais que participam na conjugação bacteriana.
→ Sítios Aceptores de Vírus
→ Adesão à células receptoras de mamíferos
São estruturas encontradas em bactérias Gram-, que recobrem a superfície celular e
não estão , em geral, envolvidas na mobilidade das bactérias.
Uma célula bacteriana pode estar envolvida por mais de 500 a 1000 fímbrias.
São compostos por um único tipo de proteína, a pilina, e têm vários μm de
comprimento.
São determinados por genes cromossomais.
3. Esporos Bacterianos
São estruturas intracelulares formadas por algumas bactérias Gram+.
Os endósporos são muito resistentes às seguintes condições de stress ambientes
como o calor, radiações U.V, desinfectantes químicos e dissecação.
A posição do endósporo na célula difere de acordo com as espécies bacterianas
sendo, portanto, um elemento útil de identificação. Assim os esporos podem ter
localização central, subterminal ou terminal.
A passagem do endósporo a uma célula vegetativa ocorre em apenas três fases:
Activação - processo reversível que prepara o esporo para a germinação.
Germinação- inchaço do endósporo, ruptura do esporo, persa de resistência ao calor ,
libertação de componente do endósporo e aumento de actividade metabólica.
Crescimento - o protoplasto fabrica novos componentes, emerge do invólucro e
origina-se uma nova forma vegetativa.
4. Grânulos Citoplasmáticos
→ Grânulos de fósforo - Bactérias Magnetotáticas
→ Grânulos de enxofre - Beggiatoa
→ Grânulos de Polihidroxibutirato acumulados - Raistonia euthopha
5. Substâncias Poliméricas Extracelulares
→ Cápsula
→ Camada Mucosa - São estruturas que recobrem a parede celular, mas que não têm
uma organização bem definida como a cápsula. São constituídas também por
polissacáridos. Têm um papel importante na adesão das bactérias aos tecidos dos
hospedeiros. Tal como a cápsula, a sua presença nas bactérias poderá dificultar a
fagocitose e, eventualmente, a acção de anticorpos. Podem ainda ter uma função
importante ao nível da prevenção da dissecação uma vez que possuem um conteúdo
grande em água, tal como a cápsula.
Crescimento e Metabolismo Bacteriano
As necessidades nutricionais das bactérias variam de espécie para espécie e por isso o
meio de cultura seleccionado deve ser adequado às exigências da bactéria que se
pretende pesquisar.
1. Fatores Químicos
São adicionados aos meios de cultura na forma de nutrientes que não são requeridos
em quantidades iguais.
Os nutrientes podem ser Macronutrientes (Requeridos em maiores quantidades),
Micronutrientes (Requeridos em quantidades vestigiais) ou Fatores de Crescimento.
→ Macronutrientes - Carbono, Azoto, Oxigénio, Hidrogénio, Fósforo, Enxofre, Sódio,
Magnésio, Cálcio e o Ferro
→ Micronutrientes - Os micronutrientes necessários são o zinco (Zn), o cobre (Cu), o
cobalto (Co), o crómio (Cr), o manganês (Mn), o níquel (Ni), o molibdénio (Mo) e o
selénio (Se).
→ Fatores de Crescimento - Para além dos macro e micronutrientes alguns
microorganismos requerem ainda pequenas quantidades de determinados compostos
orgânicos denominados fatores de crescimento (ex . vitaminas, aminoácidos).
2. Fatores Físicos / Ambientais –
Para que ocorra multiplicação bacteriana são necessárias, além dos nutrientes existentes nos
meios, condições adequadas (temperatura, pH, tensão de O2, humidade/pressão osmótica e
potencial redox).
3. Classificação dos Meios de Cultura
Os meios de cultura podem ser classificados tendo em conta:
4. Padrões de Hemólise
A hemólise é uma destruição prematura das hemácias (glóbulos vermelhos)
por rompimento da membrana plasmática, resultando na liberação de
hemoglobina.
Suspensão bacteriana
Estudo citológico de um produto biológico
Exame a fresco (Qualitativo e Quantitativo)
Exame após coloração (Gram, Azul de metileno ou Ziehl)
2. Exame Cultural
Meios de cultura
Meios de enriquecimento (Não selectivos ou Selectivos)
Meios de isolamento (Geloses enriquecidas, Meios selectivos ou Meios específicos)
3. Métodos de Identificação
Pesquisa de enzimas
Metabolismo glucídico
Metabolismo proteíco
4. Métodos de Identificação Automatizada
Na identificação automatizada são utilizados os testes bioquímicos convencionais em
forma miniaturizada, o que permite obter uma gama maior de testes na mesma placa e
identificar bactérias de famílias diferentes.
Os sistemas automatizados são ATB, MicroScan, Vitek, MIDI, Biolog e Alamar.
As são características gerais são a identificação, o estudo da actividade dos
antibióticos detecção de hemoculturas positivas, a detecção de bacteriúria e a detecção
de micobactérias.
Tem como vantagens a multifuncionalidade, a rapidez de execução, a interpretação
dos resultados e a informatização.
A identificação automatizada não pode substituir os conhecimentos microbiológicos e
epidemiológicos indispensáveis para validar qualquer que seja o sistema de
identificação.
5. Controlo de Qualidade
→ Etapa Pré-analítica
● Leitura da requisição
● Preparação do doente
● Colheita da amostra
● Identificação da amostra
→ Etapa Analítica
● Análise da amostra
→ Etapa Pós-analítica
● Transcrição do resultado
● Entrega do resultado
● Acções tomadas com base no resultado
6. Variações Laboratoriais Analíticas
→ Precisão e exatidão - Precisão é a reprodutibilidade de um método analítico e a
exactidão é definida pela proximidade do valor obtido com o valor real.
→ Sensibilidade e especificidade - A sensibilidade de uma determinação é a medida
mais pequena de analito que o método permite detectar e a especificidade de uma
determinação relaciona a capacidade de discriminação entre o analito e potenciais
substâncias interferentes.
→ Controlo de qualidade - Existem dois tipos de controlo de qualidade, o controlo de
qualidade interno e o controlo de qualidade externo.
→ Valores de referência
7. Variações Laboratoriais Biológicas
A discriminação entre resultados normais e anormais pode ser afectada por vários
factores fisiológicos, que têm que ser considerados na interpretação dos resultados:
→ Sexo
→ Idade
→ Dieta
→ Hora da colheita
→ Stress e ansiedade
→ Postura do paciente
→ Exercício físico
→ História clínica
→ Gravidez
→ Ciclo menstrual
Microbioma Humano
1. Microbioma Comensal
O microbioma normal do organismo Humano, apresenta uma larga variedade de
bactérias comensais que coexistem num equilíbrio simbiótico com o hospedeiro. Muitas
destas bactérias comensais são potencialmente patogénicas.
Pode ocorrer infeção quando este equilíbrio é interrompido.
2. Relação entre o Microbioma e o Hospedeiro
→ Infeção - é a invasão após colonização do organismo por microrganismos
patogénicos.
→ Doença - ocorre quando se verifica uma alteração do estado normal do organismo.
Infeção pode existir sem doença detetável
1. 3. Conceito
“iceberg” da doença infeciosa
2. Conceitos
→ Patologia ou patogénese - modo como se originam e desenvolvem as doenças.
→ Patogenicidade - é a habilidade com que um microrganismo causa infeção.
→ Virulência - é um grau de patogenicidade
→ Microbioma comensal - é constituído pelos microrganismos que permanecem no
organismo sem produzirem doença e vivem em simbiose com o hospedeiro, ou seja, obtêm
vantagens sem prejuízo para o hospedeiro.
→ Bactérias oportunistas - bactérias que normalmente não causam doença, excerto
em situações que podem favorecer a sua proliferação.
→ Bactérias estritamente patogénicas - estão sempre associadas à doença.
→ Bactérias potencialmente patogénicas - podem estar ou não associadas à
doença.
→ Portadores sãos - indivíduos em que na sua flora normal existem bactérias patogénicas
específicas.
3. Microbioma Normal
Encontra-se ausente no sangue, no Sistema Nervoso Centra, no Líquido Cefalorraquidiano e no
parênquima.
É diferente de individuo para individuo, no sexo, na idade, na dieta, na higiene e se é
inter ou intra.