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Ramo da Biologia que estuda os microrganismos

Microbiologia é o ramo da ciência que estuda os microrganismos, ou seja, os seres vivos


minúsculos que só podem ser vistos pelos humanos por meio do microscópio.

O termo microbiologia vem do grego mikros, que significa pequeno e bio e logos, “estudo
da vida”. Dessa forma, essa área da Biologia pesquisa todos os aspectos dos
microrganismos, como o modo de vida, fisiologia, metabolismo, além das relações com
o meio ambiente e demais espécies.

História

A microbiologia já era motivo de curiosidade entre os homens desde a era primitiva,


ainda que eles não soubessem do que se tratava. Desde aquela época, eles buscavam o
entendimento sobre as doenças que surgiam e sua forma de transmissão.

Com o passar do tempo, eles descobriram que alguns alimentos se modificavam quando
guardados em solo úmido ou frio, porém sem entender como se dava aquele processo.
Sabe-se, por exemplo, que a produção de vinho e laticínios data da antiguidade, quando
os primitivos se utilizavam dos seres vivos microscópios, mesmo sem ter consciência
daquele fato.

Anos depois, especificamente em 1546, o monge e médico italiano Girolamo Fracastoro


(1483-1553) divulgou o livro “De contagione et contagionis” com seus estudos sobre
doenças contagiosas. De acordo com ele, a existência de germes vivos seria responsável
pelas doenças contagiosas.
Suas teorias não tiveram muita importância naquele momento, pois as doenças eram
consideradas “castigos divinos” e, por isso, a origem das doenças contagiosas ficou
apenas no campo das especulações.

Com o surgimento do microscópio, o inglês Robert Hooke, em 1665, descreveu as


estruturas celulares de plantas e fungos por meio desse aparelho, na época ainda
bastante rudimentar. Porém, considera-se que a microbiologia deu seus primeiros
passos, de fato, entre 1673 e 1723, com o comerciante de tecidos holandês Anton van
Leeuwenhoek (1632-1723), que também por meio do microscópio, observou
protozoários, algas, bactérias e leveduras.

O químico francês Louis Pasteus (1822-1895) foi o primeiro a estudar todas essas
formas de vida de maneira mais sistemática, criando os primeiros métodos preventivos
de doenças, como a vacinação, a soroterapia, entre outros. Considerado o pai da
microbiologia, ele ajudou a esclarecer muitas questões relacionadas ao surgimento e
cura das doenças. A partir daí, a ciência continuou evoluindo, os microscópios se
desenvolveram, surgiram, por exemplo, as técnicas de esterilização, de citologia e o
cultivo de microrganismos.

Grupos de microrganismos

São considerados grupos de microrganismos os vírus, protozoários, bactérias e fungos.

Os vírus são seres que só podem ser visualizados pelos olhos humanos através do
microscópio. Considerados parasitas obrigatórios, eles se instalam no interior das
células a fim de se reproduzirem. São responsáveis por causar diversas doenças graves
no homem, como HIV, febre amarela, caxumba, varíola, entre outras.

Podem ser classificados em adenovírus (compostos de DNA), arbovírus (transmitidos


aos seres humanos por meio de insetos) e retrovírus (composto de RNA).
Os vírus são responsáveis por diversas doenças nos seres humanos, como HIV, febre
amarela, gripe, entre outras. (Foto: Pixabay)

Os protozoários fazem parte do Reino Protista, são eucariontes (possuem apenas um


núcleo celular e vários organelos), unicelulares (possuem apenas uma célula) e
heterotróficos (se alimentam de outros seres, pois não produzem o próprio alimento).

Também causam algumas doenças como a amebíase, doença de chagas e malária e são
classificados de acordo com a sua forma de locomoção: ciliados (se movimentam na água
doce ou salgada por meio de diversos cílios), flagelados (se locomovem através de um
longo flagelo), rizópodos (possuem falsos pés chamados pseudópodos) e esporozoários
(não possuem organelas locomotoras, são parasitas obrigatórios).

Já os fungos podem ser microscópicos ou macroscópicos, podendo ser vistos ou não


pelos olhos humanos, a depender do seu tipo. Além disso, podem ser unicelulares ou
pluricelulares, eucariontes e heterótrofos (se alimentam de outros seres vivos).

Alguns tipos de fungos são encontrados em diversos ambientes, como água, vegetais,
solo, detritos, e utilizados para diversos fins, como culinária, medicina e produtos. Outros
são considerados parasitas e transmitem patogêneses como candidíase, micose,
histoplasmose, entre outros.
Os cogumelos são tipos de fungos utilizados na culinária. (Foto: Pixabay)

Por fim, as bactérias são seres unicelulares e procariontes (não possuem núcleo celular)
encontradas na água, no solo, no ar, dentro de outros seres vivos e nas condições mais
inóspitas. Podem apresentar formas diversas, como esferas (cocos), bastões (bacilos),
espirais (espirilo), entre outras.

Apesar de também causar doenças, as bactérias possuem funções diversas sendo


utilizadas, por exemplo, na fabricação de antibióticos e vitaminas, além de alimentos
que se utilizam de lactobacilos (iogurtes, queijos), na produção de proteínas humanas
(hormônio do crescimento, insulina), além de ajudar nas etapas do Ciclo do Nitrogênio.
As bactérias possuem diversas formas e funções. (Foto: Pixabay)

Áreas de estudo da microbiologia

A microbiologia possui diversas áreas de estudo. Algumas delas são:

Microbiologia farmacêutica: estuda os microrganismos relacionados à produção de


medicamentos.

Microbiologia médica: pesquisa os organismos vivos minúsculos e sua relação com a


imunologia no controle e prevenção de doenças.

Microbiologia de alimentos: estuda os microrganismos que habitam e contaminam os


alimentos.

Microbiologia ambiental: analisa de que forma os fungos e bactérias agem na


decomposição, tanto de matéria orgânica quanto de elementos químicos da natureza.

Microbiologia microbiana: engloba pesquisas relacionadas à manipulação genética e


molecular dos organismos.
Importância da microbiologia

O estudo dos microrganismos contribuiu positivamente para o desenvolvimento da


humanidade. A partir da descoberta das causas e formas de transmissão das doenças,
além dos métodos preventivos como vacinas, medicamentos e soros, por exemplo, foi
possível aumentar a qualidade e a expectativa de vida dos seres humanos.

Outro benefício importante tem relação com a tecnologia de alimentos, por meio dos
processos de conservação e fermentação dos produtos alimentícios. Além disso, a
possibilidade de evitar patologias nos animais, bem como a microbiologia do solo, que
permite a conservação dos fatores biológicos e uma degradação menor do solo, também
foram importantes para a evolução de todos os seres vivos que compõem o planeta.

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