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CICLO PREPARATÓRIO ACADEMIA DE HIPÓCRATES

Fascículo de
Biologia
Huambo 2020-2021
ACADEMIA DE DE HIPÓCRATES 2020-2021

História da Biologia

A história da Biologia se dá desde a pré-história, quando o homem começou a observar


e perceber no seu dia a dia que as plantas tinham uma época certa do ano para
frutificação, quais plantas eram venenosas e quais não eram, quais frutos que podiam
ser consumidos e os que não podiam. Nessa prática diária, o homem aprendeu muito
sobre a biologia.

A evolução da biologia celular está ligada ao desenvolvimento tecnológico que tornou


possível o estudo da célula. Os progressos na microscopia exerceram um impacto
profundo no raciocínio lógico no campo da biologia. No início do século XIX, uma
série de biólogos fizeram notar a importância crucial das células.

Conceito

A palavra biologia no seu sentido moderno, foi introduzida independentemente na


literatura científica por Thomas Beddoes em 1799, Gottfried Reinhold Treviranus em
1802 e por Jean Baptiste Lamarck em 1802. A palavra propriamente dita pode ter sido
cunhada por Karl Friedrich Burdach em 1800.

É a ciência que estuda os seres vivos (do grego βιος - bios = vida e λογος - logos =
estudo, ou seja o estudo da vida). Debruça-se sobre o funcionamento dinâmico dos
organismos desde uma escala molecular,subcelular, celular até o nível populacional e
interacional, tanto intraespecificamente quanto inter-especificamente, bem como a
interação da vida com seu ambiente físico-químico.

Princípios da biologia

Apesar de a biologia não descrever, ao contrário da física, os sistemas biológicos em


termos de objetos que obedecem a leis imutáveis descritas de forma matemática, não
deixa de ser caracterizada por um certo número de princípios e conceitos nucleares:

 Universalidade(celular, bioquímica e genética)


 Evolução
 Diversidade
 Continuidade
 Homeostasia
 Interação.

Ramos da biologia

A biologia abrange um espectro amplo de áreas acadêmicas frequentemente


consideradas disciplinas independentes, mas que, no seu conjunto, estudam a vida nas
mais variadas escalas, são eles:

Anatomia: É o ramo da biologia no qual se estudam a estrutura dos seres vivos, tanto
externa quanto internamente.

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Bacteriologia: É a ciência que estuda a genética, bioquímica, morfologia e ecologia das


bactérias.
Biologia Evolutiva: Estuda a origem e a descendência das espécies, bem como suas
mudanças ao longo do tempo, ou seja, sua evolução.
Biologia Molecular: É o estudo da Biologia em nível molecular, com especial foco no
estudo da estrutura e função do material genético e seus produtos de expressão, as
proteínas. Mais concretamente, a Biologia Molecular investiga as interações entre os
diversos sistemas celulares, incluindo a relação entre DNA, RNA e síntese proteica.
Biologia do Desenvolvimento: É um campo da biologia que estuda o desenvolvimento
dos seres vivos. Abrange processos embrionários e outros processos, tais como
regeneração, envelhecimento.
Botânica: É o estudo científico da vida das plantas.
Citologia ou Biologia Celular: é o ramo da biologia que estuda as células.
Ecologia: É a ciência que estuda as interações dos organismos entre si e com o
ambiente.
Embriologia: É um campo da biologia do desenvolvimento que estuda o
desenvolvimento desde a formação do zigoto até o fim do desenvolvimento
embrionário.
Entomologia: É a ciência que estuda os insetos.
Fisiologia: É o ramo da biologia que estuda o funcionamento do organismo.
Genética: É a ciência dos genes, da hereditariedade e da variação dos organismos.
Imunologia: É o ramo da biologia que estuda o sistema imunitário (ou imunológico) de
todos os organismos.
Micologia: É a ciência que estuda os fungos.
Microbiologia: É o ramo da biologia que estuda os microrganismos, incluindo
eucariontes unicelulares e procariontes, como as bactérias, fungos e vírus.
Parasitologia: É a ciência que estuda os parasitas, os seus hospedeiros e relações entre
eles.
Sistemática: É a ciência dedicada a descrever a biodiversidade. Inclui a taxonomia
(ciência da descoberta, descrição e classificação das espécies) e também a filogenia
(relações evolutivas entre os organismos).
Virologia: É o estudo dos vírus e suas propriedades.
Zoologia: É a ciência que estuda os animais.
Grandes avanços e descobertas da Biologia:

1590: Invenção do Microscópio por Hans Janssen e Zacharias Janssen (seu filho)

1665: o cientista britânico Robert Hooke fez, pela primeira vez na história, a descrição
de uma célula. Para tal feito, Hooke usou um microscópio.

1674: o cientista holandês Antonnie van Leeuwenhoek aperfeiçoou um microscópio da


época, permitindo a observação de seres muito pequenos como, por exemplo, bactérias.
Foi um importante avanço para a Microbiologia.

1758: o botânico, zoólogo e médico sueco Carlos Lineu desenvolveu a classificação


científica dos seres vivos, através de divisões por gêneros e espécies. Foi um grande
passo para a Taxonomia.

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1799: o geógrafo e naturalista alemão Alexander von Humboldt, após uma viagem pela
América, apresentou uma teoria que mostrou as relações entre seres vivos e meio
ambiente. Foi um grande avanço para os estudos de Ecologia.

1809: o naturalista francês Lamarck apresentou sua teoria com princípios


evolucionistas. Esta teoria tinha como princípios as ideias de uso e desuso e dos
caracteres adquiridos.
1833: Robert Brown(1773-1858) descreveu o núcleo celular durante seus estudos com
células de orquídeas.
1838 - 1839: Matthias Jacob Schleiden(1804-1881) eTheodor Schwann(1810-1882),
estabeleceram oque ficou conhecido como teoria celular: “todo oser vivo é formado por
células”.
1857: Rudolph Kölliker (1817-1905) identificou as mitocôndrias.
1865: o naturalista britânico Charles Darwin apresentou sua Teoria da Evolução,
afirmando que a evolução das espécies ocorre através de um processo de seleção
natural. Foi um grande avanço para a área da Biologia Evolutiva.
1865: o cientista francês Louis Pasteur criou a pasteurização, processo de
descontaminação de microrganismos, usado até os dias de hoje na industrialização do
leite.
1866: o monge e botânico austríaco Gregor Mendel criou a Lei da Hereditariedade.
Suas pesquisas, que originaram esta lei, foram feitas através do cruzamento de ervilhas.
1882: Walther Flemming(1843-1905) descreveu a divisão celular por mitose, além de
alguns anos antes, ter confirmado a cromatina como principal componente do núcleo
celular.
1884: Karl August Möbius(1825-1908) identificou estruturas no citoplasma que mais
tarde receberiam o nome de organelas.
1888: Heinrich Wilhelm Gottfried cunhou o termo cromossomopara descrever a
cromatina condensada durante afase de divisão celular.

Década de 1890: Ernest Overton desenvolveu a teoria da membrana celular lipídica,


baseado nas propriedades osmóticas das membranas.
1898: Camillo Golgi(1843-1926) descreve o complexo de Golgi.
1928: Criação da penicilina, medicamento usado para combater bactérias, pelo
farmacologista e biólogo britânico Alexander Fleming.

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1937: Hans Adolf Krebs(1900-1981) descreveu o ciclo do ácido cítrico, uma parte do
processo metabólico de respiração celular.
1941: George Beadle e Edward Tatum concluíram que a função característicade um
gene era a de controlar a formação de uma enzima.
1952: Alfred Hershey e Martha Chase realizaram uma série de
experiênciasconfirmando que é o DNA a base do material genéticodesfazendo a crença
de que eram as proteínas que carregavam a informação que determina a hereditariedade.
1953: os cientistas James Watson e Francis Crick descobriram a estrutura química do
DNA (Modelo de dupla hélice) Avanço de extrema importância no campo da Genética.
1955: Christian de Duve (1917-2013) descreveu os lisossomos.
1955: George Emil Palade (1908-2012) estudou com detalhes o retículo
endoplasmático e descobriu os ribossomos.
1956: Joe-Hin Tijo (1919-2001) e Albert Levan (1905-1998) observaram que as células
somáticasdos seres humanos contêm 46 cromossomos, e não 48, como acreditava-se
anteriormente.
1958: Francis Crick(1916-2004) postulou o Dogma Central da Biologia Molecular,
afirmando que o DNA produz RNA mensageiro e que este produz a proteína, elemento
que por fim efetua a ação celular.
1961: Peter D. Mitchell (1920-1992) formulou a teoria quimiosmótica, esclarecendo os
mecanismos de produção de ATP na célula.
1981: Lynn Margulis (1938-2011) publica sua hipótese sobre a endossimbiose ou
endossimbiose sequencial, que explica a origem da célula eucarionte.
1996: o embriologista britânico Ian Wilmut criou o primeiro clone de um animal
mamífero: a ovelha Dolly.

Origem da vida

Origem da vida: conjunto de fenômenos que determinaram o aparecimento de seres


viventes na Terra. Acredita-se que o planeta terra tenha surgido aproximadamente à 4,5
bilhões de anos. Estima-se que a vida no planeta surgiu à 3,5 bilhões de anos ou seja 1
bilhão após a sua formação.

Portanto, surgiram com o passar dos tempos diversas teorias com a finalidade de
explicar a origem da vida, os modelos propostos para a origem da vida são tentativas de
recriar a história desta evolução. As principais teorias são:

 Teoria da Criação Especial (Criacionismo ou Fixismo)


 Abiogênese ou geração espontânea

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 Panspermia cósmica ou Teoria cosmosóica


 Biogênese
 Evolução química ou Abiogênese química
o Hipótese Química de Oparin-Haldane ou Hipótese heterotrófica
o Hipótese autotrófica ou quimiolitoautotrófica
o Teoria do mundo do ARN

Teoria da Criação Especial (Criacionismo ou Fixismo)

Teoria que atribuiu o surgimento da vida na Terra a um ser onipotente, sobrenatural


(Deus). Os defensores dessa teoria não admitem a evolução

Abiogênese ou geração espontânea

A abiogênese, conhecida como geração espontânea, foi uma das primeiras hipóteses
sobre a origem da vida. Baseada na ideia de que a vida poderia surgir da
espontaneamente da matéria inanimada, essa teoria começou a partir de experimentos e
foi supostamente comprovada pelo surgimento de moscas em uma carne em
decomposição e ratos em trapos sujos.

Os primeiros defensores conhecidos das ideias nesse sentido foram Anaximandro e


seu pupilo Anaxímenes. O defensor mais famoso dessa hipótese na antiguidade foi
Aristóteles há mais de dois mil anos, e em sua versão, supunha a existência de um
"princípio ativo" dentro de certas porções da matéria inanimada. Esta teoria
apresenta duas variantes principais:

 VERSÃO IDEALISTA: Considera indispensável um impulso vital ou espiritual


para que se formem organismos. Esta variante é plenamente compatível com o
sobrenatural.

 VERSÃO MATERIALISTA: Que mantém que os seres vivos podem surgir a


partir da matéria inanimada sem necessidade de impulso vital algum.

Panspermia cósmica ou teoria cosmosóica

A hipótese baseia-se na ideia de que a vida foi trazida à Terra do espaço por meteoritos
que abrigavam formas de vida primárias. Essa teoria foi no entanto desacreditada
porque vida alguma poderia suportar as condições extremas de uma viagem espacial até
a Terra, pelas altas temperaturas ao atravessar atmosfera já que os meteoritos desfazem-
se todos nela. Essa ideia surgiu pela primeira vez no século V a.C., na Grécia,
remontando a autoridade a Anaxágoras, e foi colocada novamente em evidência no
século XIX por Hermann von Helmholtz, no ano de 1879 e pelo químico sueco
Arrhenius em 1908.

Biogênese

Significa formação de um ser vivo a partir de outro ser semelhante ou seja preexistente.
Esta teoria surgiu pelo facto de que diversos cientistas não concordavam com as

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explicações dadas pela Abiogênese e mediante métodos científicos e investigações


afincadas tentaram provar a origem biogênica da vida.

Francesco Redi, um biólogo italiano, foi o primeiro a gerar dúvidas sobre a hipótese da
abiogênese, com ajuda do método científico. Dessa forma, ele experimentou em 1668
ao colocar alimentos em vários vidros e deixou alguns fechados com gaze e outros
abertos, como na imagem abaixo.

Experimento de Francesco Redi (Foto: Reprodução)

Ele observou dentro de alguns dias que apenas os potes abertos continham larvas dentro,
concluindo que as larvas só surgiram porque foram depositados por moscas e não por
matéria não viva, conforme afirmava a teoria da abiogênese. A partir dessa conclusão,
Redi afirmou que todos

John Needham, em 1745, realizou novos experimentos que vieram a reforçar a


hipótese de a vida poder originar-se por abiogênese. Consistiam em aquecer em tubos
de ensaio líquidos nutritivos, com partículas de alimento. Fechava-os, impedindo a
entrada de ar, e os aquecia novamente. Após vários dias, nesses tubos proliferavam
enormes quantidades de pequenos organismos. Esses experimentos foram vistos como
grande reforço a hipótese da abiogênese.

Mas em 1768, Lazzaro Spallanzani criticou duramente a teoria e os experimentos de


Needham, através de experimentos similares, mas tendo fervido os sucos nutritivos com
os frascos fechados durante uma hora, que posteriormente foram colocados de lado
durante alguns dias. Examinando os frascos, não encontrava-se qualquer sinal de vida.
Ficou dessa forma demonstrado que Needham falhou em não aquecer suficientemente a
ponto de matar os seres pré-existentes na mistura.

Nicolas Appert aproveitou as ideias de Spallanzani de ferver frascos e passou a ferver


alimentos e guardá-los em vidros herméticos. Pai do processe conbecido como
Aperttizaçã

Em 1862, Louis Pasteur (1822 - 1895), ferveu um caldo de carne e armazenou o


líquido estéril por certo tempo em um recipiente (frascos com pescoço de cisne) que
permitia apenas a entrada de ar, mas não a poeira e não se observou forma de vida, após
alguns meses, Pasteur colocou o líquido em contato com a poeira e pouco tempo depois
surgiram micróbios.

Ilustração do experimento de Pasteur (Foto: Slideplayer)

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Os experimentos de Louis Pasteur refutaram a abiogênese aristotélica, ou geração


espontânea, mas não dizem nada quanto à origem química da vida - também chamada
de biopoêse (do grego bio, vida, + poiéo, produzir, fazer, criar), evolução química,
quimiossíntese, ou ainda, biogênese por Teilhard de Chardin.

Origem química da vida ou Abiogênese química

Engloba teorias que explicam a origem do primeiro ser vivo. Segundo a abiogênese
química a primeira protocélula, com capacidade de autorreprodução, teve origem
diretamente na matéria inanimada, e uma vez presente, por evolução, derivou-se a seu
tempo, por reprodução, a origem de toda a diversidade biológica no planeta. A
abiogênese química não implica a origem direta de organismos complexos na matéria
inanimada; em verdade proíbe tal cenário. Esta divide-se em três etapas, descritas em
cada em um das teorias

 Evolução química.
 Evolução prebiótica.
 Evolução biológica.

Teoria de Oparin e Haldane ou hipótese heterotrófica

Atualmente, a hipótese aceita surgiu nos trabalhos do bioquímico russo Aleksandr


Ivanovich Oparin (1894-1980) e do geneticista escocês Jonh B. S. Haldane (1892-
1964). Estudos geológicos concluíram que a atmosfera da Terra era composta por
diferentes gases que não são os atuais.
Oparin acreditava que os gases, como o metano (CH4), amoníaco (NH3)., hidrogênio
(H2), e o vapor da água (H20) O gás oxigênio estaria ausente ou em poucas
percentagens, pois caso estivesse presente, esse gás oxidaria os compostos químicos e
consequentemente, não se formariam as primeiras moléculas e mais tarde os seresvivos. 

As descargas elétricas proveniente dos relâmpagos e os raios ultravioletas do Sol foram


fontes de energia que por muitos anos promoveram variadas reações químicas e dessa
forma teria dado origem a moléculas, como álcoois, aminoácidos e açucares constituída
por cadeias de carbono, que formariam após muito tempo as primeiras moléculas
orgânicas que ficaram reunidas no mar por conta das chuvas (Sopaprimordial) e ao
longo prazo, estas simples moléculas teriam dado origem a moléculas mais complexas,
como as proteínas, polissacarídeos, entre outros. e, dessa forma, após anos originariam
agregados denominados coacervados que dariam origem à protocélula e os primeiros
seres vivos.
O primeiro ser vivo teria capacidade de se alimentar absorvendo as moléculas que
estavam no mar, o que seria a nutrição heterotrófica, e como não existia oxigênio na
atmosfera, provavelmente a energia conseguida era de forma anaeróbia, por
fermentação. 
Esses seres vivos teriam também a capacidade de mutação, fazendo com que, a longo
prazo, surgissem seres autotróficos, capazes de realizar fotossíntese e modificaram a
atmosfera, que passou a ter oxigênio livre em sua composição química, possibilitando o
surgimento de seres vivos que eram capazes de usar o oxigênio pela respiração aeróbica,
dessa forma, isso foi favorável.

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Experimento de Stanley Miller

Em 1953, o cientista americano Stanley Miller experimentou testar essa hipótese e


construiu um aparelho colocando alguns gases submetidos a fortes descargas elétricas e
vapor de água, simulando as condições naquela época. Após uma semana, Miller relatou
a presença de aminoácidos no líquido formado. Stanley Miller, com o seu experimento
apoiou a ideia da hipótese de Oparin. 

Hipótese autotrófica ou Quimiolitoautotrófica

Alguns cientistas acreditam que os primeiros seres vivos foram bactérias, que obtinham
energia para o metabolismo a partir da reação entre substâncias inorgânicas
provavelmente por ferro (Fe) e enxofre (S), que eram muito abundantes na Terra
primitiva. Segundo essa hipótese toda a vida descende desse tipo de bactéria autotrófica.
Assim a quimiossíntese - um processo autotrófico – teria surgido primeiro depois teriam
surgido a fermentação, a fotossíntese e finalmente a respiração. Esta hipótese foi
refutada devido ao facto de que a síntese de compostos orgânicos a partir de matéria
inorgânica é um processo rigorosamente complexo.

Hipótese do mundo de ARN

A proposição para uma etapa da evolução da vida na Terra chamada "Mundo do RNA"
(RNA world) foi feita por Walter Gilbert em 1986, propõe que o ARN foi a primeira
forma de vida na Terra, era ele que catalisava as reações químicas nas células
primitivas, desenvolvendo posteriormente uma membrana celular em seu redor e
convertendo-se assim na primeira célula procariota. Apenas posteriormente é que
o DNA tornou-se o material genético e as proteínas os maiores componentes estruturais
e catalisadores das células.

Teoria de Evolução

A evolução é o processo que produziu a grande biodiversidade atual de animais e


plantas. As torias de evolução são:

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 Lamarquismo
 Darwinismo
 Neodarwinismo

Lamarquismo: Foi uma teoria proposta no século XIX, isto é, em 1801 criada pelo
biólogo francês Jean Baptiste Lamarck para explicar a evoluçaõ das espécies. Lamarck
acreditava que mudanças no ambiente causavam mudanças nos organismos para se
adaptar ao ambiente.
Lei do uso e Desuso: Orgãos utilizados constantemente tendem a desenvolver,
enquanto que orgãos inutilizados podem sofrer atrofia e até mesmo desaparecer.

Lei da transmissão das caracteres adquiridos: As características adquiridas pelo usos


e desuso seriam herdadas por gerações seguintes, por exemplo: Uma girafa precisa
esticar o pescoço para alcançar as folhas das árvores, o seu pescoço cresce e os seus
descendentes nascem com o pescoço comprido.

LAMARCKISMO

Darwinismo

Darwin acreditava que os seres vivos do planeta se originaram de um ancestral comum e


mediante a evolução houve variabilidade entre indivíduos de um mesma espécie, essas
variações eram transmitidas de uma geração para outra.

Para Darwin o ambiente determina as características que permitem que os indivíduos de


de cada espécie mais aptos à sobrevivam às mudanças chamado de Seleção natural, ou
seja, as espécies que não se adaptam morrem. Ex Existiriam girafas com pescoço curto e
girafas com pescoço longo. Na luta pela vida, as de pescoço longo sobreviveram e
produziram descendentes com pescoço longo, e as de pescoço curto foram sendo
extintas

DARWINISMO

Darwin nunca explicou como ocorre essa variabilidade, pois não havia conhecimentos
de genética na época o que deu origem à teoria do Neodarwinismo.

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Neodarwinismo ou teoria sintética da evolução

Nessa nova concepção evolutiva, as variações genéticas são explicadas biologicamente


como sendo causas fundamentais da evolução. A mutação é o principal fator evolutivo.

Especiação- Processo de formação de uma nova espécie.

EVIDÊNCIAS DO PROCESSO EVOLUTIVO

EVIDÊNCIAS PALEONTOLÓGICAS

Fósseis- são restos ou vestígios de animais e vegetais pré-históricos conservados nas


rochas (11000).

EVIDÊNCIAS ANATÔMICAS
Os estudos da anatomia comparada evidenciaram a evolução das espécies através da
comparação entre órgãos homológos e dos orgãos vestigiais.

Órgãos homólogos- são órgãos que assemelham-se anatomicamente mas estão


presentes em espécies diferentes, podendo realizar a mesma função ou não indicando
uma mesma origem embrionária. Exemplo: asas de um pterossauro (réptil voador), de
uma ave e de um morcego (mamífero).
Órgãos análogos- são orgõas que apresentam funções semelhantes em diferentes
organismos, mas não possuem a mesma origem embrionária
Exemplo: asas de um inseto x asas de aves.

Órgãos vestigiais - são vestígios de orgãos existentes em outros animais. São


importantes pois apresentam restos inúteis de estruturas em que em outros animais são
desenvolvidos e funcionam. Exemplo: a coluna vertebral humana termina no cóccix, um
osso recurvado resultante da fusão de vértebras, dendo um vestígio da cauda dos
mamíferos.

EVIDÊNCIAS EMBRIOLÓGICAS

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Mostra que animais de espécies diferentes apresentam fases embrionárias muito


semelhantes. As semelhanças embriológicas revelam a existência de um antepassado
comum.

EVIDÊNCIAS MOLECULARES

Mostra a grande semelhança existentes entre os dois principais compostos orgânicos:


DNA e proteínas .

PROPRIEDADES DOS SERES VIVOS

Organização celular –com exceção dos vírus, que são desprovidos de uma organização
celular, todos os demais seres vivos são formados por células.

Composição química – os seres vivos são formados por substâncias químicas


semelhantes, que podem ser orgânicas e inorgânicas, em proporções variáveis.
Reprodução – capacidade de originar descendentes, com características semelhantes.
Crescimento – acréscimo em tamanho, devido ao aumento em número e tamanho das
células.
Desenvolvimento – seqüência de eventos que tornam a estrutura dos seres vivos mais
complexa.
Metabolismo – conjunto de processos químicos responsáveis pela transformação e
utilização de matéria e energia pelo organismo. O metabolismo pode ser dividido em
dois processos.
Anabolismo: síntese de substâncias a partir de moléculas elementares ou mais simples
Catabolismo: degradação de substâncias complexas em mais simples com liberação da
energia necessária as funções orgânicas.

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Evolução – processo de modificações por que passam os seres vivos ao longo do


tempo. As modificações favoráveis à adaptação do ser vivo ao ambiente são
selecionadas e mantidas ao longo das gerações (seleção natural).
Sensibilidade e Excitabilidade – capacidade de detectar estímulos ambientais e de
reagir a eles, permitindo a sobrevivência e a reprodução dos seres vivos.
Homeostase – capacidade do organismo de manter em equilíbrio seu meio interno.

Níveis de Organização da Matéria Viva

A matéria na Natureza encontra-se organizada hierarquicamente, obedecendo níveis e


subníveis, até atingir os níveis mais complexos de organização da matéria viva. Estes
níveis são:
1. Átomos: Está conformado por elementos químicos essenciais que se agrupam,
dando origem as moléculas. Ex: C,H,O,N
2. Moléculas: Resultam da união de átomos, e se unem formando agregados
macromoleculares. Ex: H2, Glucose, Aminoácidos, O2, CO2
3. Células: Correspondem ao nível mais simples em que se manifesta a vida. Ex:
Célula animal
4. Tecido: Células se agrupam e dão origem aos tecidos celulares. Ex: Tecido Epitelial
5. Orgãos: Tecidos diferentes, unem-se dando origem a dieversos orgãos. Ex: Coração
(Tecido muscular+ Tecido conjutivo + Tecido Epitelial)
6. Sistemas Orgânicos: Os diferentes orgãos unem-se para realizar uma função
comum. Ex. Sistema Digestivo
7. Organismo ou indivíduo: Os diversos sistemas, funcionam em harmonia, dando
origem a um organismo ou indivíduo. Ex: O cão
8. População: Indivíduos da mesma espécie, formam uma população. Ex: Pessoas
9. Comunidade: Indivíduos de espécies diferentes, estabelecem relações entre si. Ex:
O homem e seus animais (cão, gato) e as plantas em casa
10. Ecossistemas: O conjunto de indivíduos de espécies diferentes, que estabelecem
relações entre si, e com o meio hambiente.Ex: Os peixes, os leões marinhos, no mar
11. Biosfera: O conjunto detodos os ecossistemas formam a Biosfera.
Factores Abióticos: carecem de vida, toda a matéria inanimada. Ex: Sol, Pedra,
água,etc.
Factores Bióticos: Todos os seres vivos.

Célula e sua composição

Protoplasma

O protoplasma é o constituinte fundamental da célula viva, que envolve o núcleo e


outras organelas. No Protoplasma ou citoplasma estão contidas diferentes enzimas e
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numerosos organelos intracelulares tais como: Ribossomas, Complexo de Golgi,


Mitocôndrias, etc.

Hialoplasma é um fluido gelatinoso no qual se encontram suspensas as organelas


citoplasmáticas. Apresenta duas partes:

 A região mais externa do hialoplasma é o ectoplasma que é bastante viscoso.


 A parte interna do hialoplasma é o endoplasma ou citosol que é mais fluida e
característica de colóide no estado de sol.

Composição química do protoplasma

Na matéria que constitui os seres vivos, encontram-se principalmente os seguintes


elementos: carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio (O), nitrogênio (N), fósforo (P) e
enxofre (S). Esses elementos constituem cerca de 98% da massa corporal da maioria
dos seres vivos. O elemento carbono constitui estrutura básica de todas as moléculas
orgânicas. Portanto, quimicamente o protoplasma é formado por componentes orgânicos
como:

 Glícidos ou carbohidratos
 Lípidos
 Proteínas
 Ácido nucléico e vitaminas

E inorgânicos como:

 Água
 Sais minerais

Compostos orgânicos

Os compostos ou moléculas orgânicas são as substâncias químicas que contêm na sua


estrutura Carbono e Hidrogênio e muitas vezes com oxigênio, nitrogênio, enxofre,
fósforo e outros. Compostos que contêm carbono quase sempre são compostos
orgânicos, mas exceções como o dióxido de carbono são inorgânicos.

Antigamente acreditava-se que as substâncias orgânicas eram provenientes apenas de


fontes animais ou vegetais mas no séc XIX, Friedrich A. Wöhler conseguiu sintetizar a
ureia, um produto orgânico, a partir de substâncias inorgânicas (o cianato de amônio).

Os compostos orgânicos podem ser:

Naturais: São as sintetizadas pelos seres vivos, denominadas biomoléculas, que são
estudadas pela bioquímica. Tais como: Glúcidos ou carbohidratos, proteínas, lípidos e
ácidos nucleicos.

Artificiais: São substâncias orgânicas fabricadas pelo homem, como os plásticos.

Glúcidos

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Também chamados de carbohidratos, açúcares ou hidratos de carbono, são moléculas


orgânicas constituídas fundamentalmente por C,H, O. As unidades básicas dos glúcidos
são os monossacáridos. Subdividem-se em:

 Holósidos: constituídos unicamente por vários monosacáridos. Se unem-se de 2


a 10 originam-se os oligosacáridos. Se são mais de 10, formam-se
polissacáridos.

 Heterósidos: formados por uma parte glucídica e outra de caráter proteico


(glucoproteinas) ou lipídico (glucolípidos).

FUNÇÕES
 Fonte ou reserva de energia para os seres vivos – o mel contém glicose, a
cana-de-açúcar é rica em sacarose, o leite contém galactose e os frutos
adocicados contêm frutose e glicose;
 Função estrutural – a parede das células vegetais é formada de Celulose, que
dá sustentação ao corpo das plantas, o exoesqueleto dos artrópodes é formado do
glicídio Quitina.
 Outro papel importante dos glicídios é participar da estrutura dos ácidos
nucléicos, tanto do RNA quanto do DNA.

MONOSACÁRIDOS
São substâncias cristalizáveis, solúveis em água e de sabor doce. Quimicamente, são
compostos de 3 a 7 átomos de carbono no que um dos átomos está unido por duplo
enlace a um átomo de oxigênio e o resto está unido a um grupo hidroxilo.
Fórmula geralCn(H2nOn).Segundo o número de carbonos podem ser de Triosas à
Heptosas.
Os monossacarídeos mais importantes, sob aspecto biológico, são as pentoses e as
hexoses.
Pentoses:
 Ribose: matéria- prima para produção de ácido ribonucléico (RNA).
 Desoxirribose: matéria-prima para produção de ácido desoxirribonucléico
(DNA).
Hexoses:
 Glicose: molécula mais usada pelas células para obtenção de energia. Fabricada
na fotossíntese pelos vegetais.
 Frutose: papel fundamentalmente energético.
 Galactose: constituinte da lactose do leite. Possui papel energético.

A fórmula C6H12O6 é comum às hexoses glicose, frutose e galactose. O que as difere


é o arranjo dos átomos ao longo da molécula.
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DISSACÁRIDOS
Quimicamente resultam da união de dois monossacáridos, com libertação de uma
molécula de água. Os principais são:
 Maltose: está formada por duas moléculas de glicose
 Lactose: está formada por uma molécula de glicose e outra de galactose
 Sacarose: consta de uma molécula de glicose e outra de frutose

OLIGOSSACARÍDEOS
Formados pela união de duas até dez unidades de monossacarídeos. Os mais abundantes
são os dissacarídeos, formados pela união de dois monossacarídeos, a ligação entre
monossacarídeos é chamada de ligação glicosídica.
Possuem fórmula geral C2nH4n – 2O2n – 1, com a formação de uma molécula de
água.

Dissacáridos Unidades formadoras F o n t e


S a c a r o s e Glicose + Frutose Cana ou Beterraba
L a c t o s e Glicose + Galactose L e i t e
M a l t o s e Glicose + Glicose C e r e a i s
POLISSACÁRIDOS
São os açúcares mais abundantes na natureza. São moléculas grandes, não apresentam
sabor adocicado, formadas por centenas de monossacarídeos, por isso são consideradas
macromoléculas.
Se os monosacáridos são do mesmo tipo é um homopolisacárido e se são de diferente
heteropolisacárido.

Segundo suas funções biológicas classificam-se em:


 Polisacáridos de reserva: atuam como reserva de energia em curto prazo.
 Polisacáridos estruturais: utilizam-se como materiais de construção de paredes
celulares, exoesqueletos, etc…

Polisacáridos de reserva
Localizam-se fundamentalmente em forma de grandes gránulos no citoplasma celular.
Os mais importantes são o amido, o glicogênio e os dextranos.

POLISSACÁRIDOSDE RESERV A F U N Ç Õ E S
A m i d o Polissacárido de reserva dos vegetais .
G l i c o g ê n i o Polissacárido de reserva dos animais,abunda no fígado e nos músculos
D e x t r a n o s Polissacáridos de reserva de bactérias e fermentos

Polisacáridos estruturais
São especialmente importantes nos vegetais.

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POLISSACÁRIDOS ESTRUTURAIS F U N Ç Õ E S
C e l u l o s e É o carboidrato mais abundante na natureza. Participa da composição da parede celular dos vegetais. Faz parte da fibra alimentária, restos de alimentos não digeridos que ajudam à digestão
Q u i t i n a Está presente na parede celular de fungos e no exoesqueleto dos artrópodes.

LÍPIDOS
São substâncias orgânicas cuja principal característica é a insolubilidade em água e a
solubilidade em certos solventes orgânicos. A razão da insolubilidade em água é que as
moléculas desses lipídeos são apolares (não apresentam carga eléctrica), por isso não
têm afinidade por moléculas água (hidrófobas). Composição química: C, H, O.

Os lipídos são moléculas formadas pela união de um ácido gordo com um álcool. Os
mais conhecidos são as gorduras e os óleos.
Funções
 Reserva de energia
 Isolante térmico
 Formação de componentes estruturais das células (membranas celulares e
endomembranas)
 Proteção de estruturas e órgãos internos
 Formam as vitaminas e os hormônios.

Os ácidos gordos
Uns dos componentes importantes de muitos lípidos, aqueles que obtêm-se mediante
síntese metabólica são denominados não essenciaise aqueles obtidos na dieta
denominados essenciais, por exemplo linoleico e o linolénico. Podem ser de dois tipos:
 Saturados: sem duplos enlaces na corrente.
 Insaturados: com um ou mais duplos enlaces.

Classificação dos lípidos

Os ácidos gordurosos não aparecem quase nunca sem combinar, senão que se acham
presentes em diferentes classes de lípidos. Portanto, em base a isso que classificam-se
em:
 Saponificáveis: por hidrólise dão ácidos gordurosos e por aquecimento dão
sabão. Podem ser simples e complexos.
 Insaponificáveis: não contêm ácidos gordurosos e por tanto não podem dar
sabão. Compreendem terpenos e esteroides.

LÍPIDOS SAPONIFICÁVEIS SIMPLES

Glicéridos ou acilglicéridos: Na maioria dos casos, os três grupos hidroxilos estão


esterificados e recebem o nome de triglicéridos; mas também há diglicéridos e
monoglicéridos. Os glicéridos têm função de reserva de energia, são as principais
fontes em longo prazo, têm maior capacidade de armazenamento que os glúcidos,
compreendem as gorduras e os azeites.

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Céridos ou ceras: Dada sua consistência e solubilidade estão muito difundidos para
proteger. Portanto, têm função protetora.

LÍPIDOS SAPONIFICÁVEIS COMPLEXOS


São compostos de caráter anfipático que fazem parte das membranas celulares, pelo que
também se conhecem como lípidos de membrana junto do colesterol. Contêm ácidos
gordurosos, pelo que podem formar sabões:

 Fosfolípidos São ésteres da glicerina com ácidos gordurosos e ácido fosfórico,


unido este, a sua vez, a um álcool. Os fosfoglicéridos são moléculas anfipáticas,
nas que se distinguem uma cabeça hidrófila e uma fila hidrófoba. Têm função
estrutural.

 Esfingolípidos Também são componentes das membranas, isto é, função


estrutural. A molécula decorrente é a ceramida, à que se unem diversos
compostos para formar esfingomielinas e glicoesfingolípidos

 Fosfoesfingolípidos São lípidos formados pela união da ceramida com o ácido


fosfórico e um aminoalcohol. A cabeça decorrente é hidrófila
.
 Glucoesfingolípidos Dividem-se em:
o Cerebrósidos (uma unidade de galactosa ou glicose) e
o Gangliósidos (cabeças polares com várias unidades glucídicas).

LÍPIDOS INSAPONIFICÁVEIS (sem ácidos gordurosos)

Terpenos: Os mais importantes são os carotenoides entre os que destacam:


 Carotenos: Pigmentos muito abundantes em vegetais, aos que dão a cor
vermelha.
 Xantofilas: Pigmentos responsáveis da maior partem das cores amareladas das
plantas.
 Vitamina A. Outro terpeno de grande importância é a vitamina A.

Esteroides: São lípidos derivados do hidrocarboneto esterano.


 Esteróis: são os mais abundantes. Em plantas predomina o estigmasterol e nos
animais o colesterol. Têm função estrutural e são precursores de muito diversas
substâncias.
 Ácidos biliares: são esteroides procedente da degradação do colesterol.
Compõem parte da bilis e sua função é emulsionar as gorduras.
 Hormônios esteroideas: pertencem a este grupo os hormônios sexuais, como a
testosterona e o estradiol e as das cápsulas suprarrenais, como a aldosterona e o
cortisol.
 Vitamina D ou antirraquítica: regula o metabolismo do calcio e sua absorção
intestinal. Sua carência causa o raquitismo

LIPOPROTEÍNAS

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São associações de lípidos e proteínas das quais existem dois tipos: os sistemas de
membranas, que participam na constituição das membranas celulares, e as lipoproteínas
de transporte do plasma sanguíneo.

PROTEÍNAS
As proteínas são compostos orgânicos mais abundantes da matéria viva. São
consideradas macromoléculas complexas, de alto peso molecular e constituídas de
unidades menores denominadas aminoácidos.

AMINOÁCIDO: É uma molécula orgânica por átomos de carbono, hidrogênio,


oxigênio e nitrogênio unidos entre si de maneira característica. Os aminoácidos que um
organismo não conseguem produzir são chamados de aminoácidos essenciais, e os que
podem ser produzidos a partir de outras substâncias celulares são chamados de
aminoácidos não-essenciais ou naturais.

LIGAÇÃO PEPTÍDICA
É a ligação entre dois aminoácidos vizinhos. Essa ligação se estabelece sempre entre o
grupo amina de um aminoácido e o grupo carboxila de outro formando uma molécula
de água.
A união de mais de três aminoácidos é chamada de polipeptídio.

TIPOS DE PROTEÍNAS
 Simples ou holoproteínas: Formadas apenas por aminoácidos. Ex.: Histona,
albumina.
 Complexas, conjugadas ou heteroproteínas: Possuem um radical não formado
por aminoácidos ligado à sua molécula (Grupo Prostético ou radical). Ex.:
Hemoglobina (globina – proteína simples + pigmento heme – grupo prostético)

FUNÇÕES DAS PROTEÍNAS


De uma forma geral, as proteínas são substâncias que desempenham funções
fundamentais para os seres vivos. Exemplos:
 Estrutural: citoesqueleto (esqueleto interno);
 Enzimas: catalisam reações biológicas
 Defesa do organismo – anticorpos ou imunoglobulinas
 Transporte e armazenamento - proteínas como a hemoglobina e a mioglobina
 Nutrição: servem como fonte de aminoácidos.
 Função hormonal: vários hormônios como a insulina e o hormônio do
crescimento (GH ou somatropina) são proteicas.
 Função contráctil: as proteínas como a actina e a miosina são parte essencial
dos sistemas contráctis.
 Função de controlo do crescimento e diferenciação celular: isto é, controlam
a parte do ADN que tem de se expressar em cada momento.

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ENZIMAS

São substâncias orgânicas de natureza protéica. São consideradas catalisadores


biológicos, pois aceleram as reações químicas. Possuem como características:
 Alto grau de especificidade;
 Mecanismo de “Turnover” – desempenha a mesma função várias vezes
consecutivas e não são consumidas no processo;
 Altamente eficientes – aceleram a velocidade da reação de 108 a 1011;
 Reduzem a energia de ativação necessária para a reação catalisada;
 Não são tóxicas.
Substrato: substância sobre a qual actua a enzima
Produto: substância resultante da acção enzimática sobre o substrato.

Enzima + Substrato --------» Enzima + Produto

+ --------» +

Segundo a sua constituição enzimas podem ser:


Simples: constituídas apenas de cadeias polipeptídicas.
Conjugadas: constituídas de uma parte protéica, apoenzima, combinada a uma parte
não protéica, cofator. Se o cofator for uma substância orgânica, recebe o nome de
coenzima. Exemplos: adenosína fosfatos (ATP e ADP), piridína nucleótidos (NAD e
NADP), flavin-nucleótidos (FMN e FAD) e coenzima A.

APOENZIMA + COFATOR = HOLOENZIMA (ATIVA)

Classificação e nomenclatura
1- Nome do substrato + ASE. Ex.: Amido + ASE = Amilase
2- Nome da reação + ASE. Ex.: Oxidação = Oxidase
 Oxidorreductasas: catalisam reações de oxidación redução.
 Transferasas: catalisam a transferência de diferentes grupos atômicos.
 Hidrolasas: catalisam reações de hidrólisis.
 Liasas: rompem enlaces por via não hidrolítica.
 Isomerasas: catalisam reações de isomerización
 Ligasas ou sintetasas: catalisam a formação de enlaces mediante ATP.

3- Algumas enzimas possuem nomes aleatórios. Ex.: ptialina (saliva – amido em


glicose), pepsina (estômago – digere proteínas).

Centro ativo e mecanismo de ação das enzimas


O centro ativo é a parte da enzima que se põe em contato direto com o substrato. Aqui
devem ser localizado aminoácidos de fixação e aminoácidos catalisadores.

Modelo “chave – fechadura”


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A enzima adapta-se ao substrato ao modo que uma luva o faria a uma mão. Já tem uma
forma mais ou menos prefixada mas o ajuste total se adquire ao contato

Cinética enzimática
Fatores que influem na velocidade das reações
 Concentração da enzima: a atividade enzimática é diretamente proporcional à
concentração da enzima
 Concentração do substrato e produto: a atividade enzimática cresce até
chegar a um valor máximo que se produz quando a concentração de substrato ou
de produto se iguala à da enzima (inibição)
 Temperatura: existe uma temperatura ótima na que se acelera a equação
química que se exceder ocorre a desnaturalização da enzima
 O ph: a enzima desenvolve sua atividade entre duas valorize limites e atinge seu
máximo grau de ação em um ph normalmente próximo à neutralidade.

VITAMINAS
São substâncias orgânicas necessárias e que o organismo não consegue produzir. São
responsáveis pela ativação das enzimas.

TIPOS DE VITAMINAS

 Hidrossolúveis: são polares (dissolvem-se na água). São armazenadas em


quantidades pequenas e devem ser ingeridas diariamente.
 Lipossolúveis: são apolares (dissolvem-se em lipídios e em outros solventes
orgânicos). São armazenadas no tecido adiposo e não necessitam ser ingeridas
diariamente.
H i d r o s s o l ú v e i s L i p o s s o l ú v e i s
B 1 T i a m i n a V i t a m i n a A
B 2 R i b o f l a v i n a V i t a m i n a D
B 3 N i a c i n a V i t a m i n a E
B 5 Á c i d o P a n t o t é n i c o V i t a m i n a K
B 6 P i r i d o x i n a
B 7 o u B 8 B i o t i n a
B 9 Á c i d o f ó l i c o
B 1 2 C i a n o c o b a l a m i n a
C Á c i d o A s c ó r b i c o

ÁCIDOS NUCLÉICOS
São assim por seu caráter ácido e por terem sido descobertos originalmente no núcleo
das células. Existem dois tipos de ácidos nucléicos: DNAe o RNA.
Funções
 O ADN tem a função de armazenar e transmitir a informação genética em cada
geração mediante a replicação ou duplicação.

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 A função do ARN é expressar a informação genética, isto é, exercer as ordens


contidas no ADN e sintetizar as proteínas.

NUCLEÓTIDOS
Sãos os precursores dos ácidos nucleicos e unem mediante a ligação fosfodiestérica
Desempenham outras funções como mensageiros químicos e coenzimas. Segundo o tipo
de pentose podem ser :
- Desoxirribonucleótidos (formados por desoxirribose que compõem o DNA)
- Ribonucleótidos (formados por ribose que compõem o RNA)

Os nucleótidos contêm três componentes característicos:


- Ácido fosfórico
- Pentose: ribose (presente no ARN) ou desoxirribose (presente no ADN)
- Bases nitrogenadas: classificam-se em púricas e pirimidínicas
 Púricas são a Adenina e a Guanina, presentes em DNA e ARN.
 Pirimidínicas Uracilo (presente só no ARN), Citosina e Timina.
NUCLEÓSIDO: Uma molécula de base nitrogenada une-se a uma pentosa originando
um nucleósido.

DNA
RNA
POLINUCLEÓTIDOS
São a união dos nucleótidos mediante enlaces fosfodiéster. As moléculas de DNA e
RNA são constituídas por cadeias polinucleotídicas unidas por pontes de hidrogênio
entre os pares de bases complementares:
- ADN: adenina e timina (A-T) e a guanina e citosina (G-C)
- ARN; adenina e timina (A-T) e a citosina e uracilo (C-U)

Compostos inorgânicos

Um composto inorgânico é a substância na qual os átomos de dois ou mais elementos


são combinados. Os compostos inorgânicos são constituintes químicos de uma célula, e
são constituídos basicamente por água e sais minerais.

Ar: é a substância que está presente em toda atmosfera terrestre, cuja temperatura, peso,
e pressão são variáveis participando na respiração dos seres vivos.

Água: é a substância mais abundante na natureza e nos seres vivos, a proporção da água
é variável com a espécie, com o tecido, com a idade e com o metabolismo. Participa em
todos os processos vitais, toma parte nas reações celulares. Algumas das funções da
água nos organismos vivos são:

 No corpo humano tem uma proporção de 70%.


 Meio onde ocorrem as reações químicas no organismo
 Serve como solvente
 Veículo de transporte de materiais no interior dos organismos vivos
 Atua na manutenção do equilibrio osmótico

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 Age como regulador térmico não permitindo bruscas variações de temperatura


(homeostase)
 Intervém em reações de hidrólise.

Sais ou iões minerais: os mais importantes são:

 Sódio e Potássio: atuam na condução nervosa, na contração muscular e


equilíbrio de fluidos no organismo
 Cloro: mantém o equilíbrio osmótico
 Cálcio: Composição de ossos e dentes, contração muscular e coagulação
sanguínea
 Ferro: formação da Hemoglobina e Mioglobina (transporte de oxigênio pelo
sistema circulatório)
 Magnésio: Participa da composição da clorofila e da estrutura de ribossomos e
ossos
 Fosfato: Composição óssea (Fosfato de Cálcio e Magnésio) e molécula de ATP
(Adenosina trifosfato) / Fosfolipídio→ Participa da estrutura da membrana
celular; participa na estrutura do DNA e RNA
 Iodo: Participa da estrutura dos homônios da Glândula Tireóide T3 e T4 que
estimulam o metabolismo basal
 Flúor: Estimula a mineralização do esmalte dentário (flúor e fluoreto), previne
dilatação das veias, causa problemas na vesícula além de paralisia.

Teoria Celular
Um dos fundamentos da biologia, inicialmente proposta em 1938 e 1939 por
MatthiasSchleiden(1804-1881) e TheodorSchwann(1810-1882), sendo posteriormente
atualizada com o avanço tecnológico e científico.
Atualmente a moderna teoria celular estabelece que:
 Todos os seres vivos são formados por uma ou mais células.
 Todas as células originam-se de outra pré-existente, por um processo
denominada divisão celular.
 A célula é a unidade estrutural e funcional de todos os organismos vivos.
 A atividade de um organismo depende da atividade total de células
independentes.
 As reações metabólicas e bioquímicas ocorrem no interior das células.
 A célula contém informação genética e hereditária que é passada para outras
células durante o processo de divisão celular.
 Todas as células possuem, basicamente, a mesma constituição química.

Classificaçãodas células
As células podem ter diversas estruturas na sua constituição, formando dois padrões de
células distintas: as células procariontes ou procarióticas, e as células eucariontes ou
eucarióticas.

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 Eucariontes: Possuem no interior do citoplasma diversas estruturas, como por


exemplo, o núcleo celular, mitocôndrias, complexo de Golgi, retículo
endoplasmático, ribossomos, lisossomos, etc.
 Procariontes: Possuem apénas ribossomos, além disso, o material genético está
disperso no citoplasma, ao contrário da célula eucarionte, onde o material
genético encontra-se dentro do núcleo da célula.

Organela Procariótica Eucariótica vegetal Eucariótica animal


Membrana plasmática + + +
Membrana nuclear - + +
Mitocôndrias - + +
Cloroplastos - + -
Reticulo endoplasmático - + +
Ribossomos + + +
Vacúolos - + +
Lisossomos - - +
Centríolos - - +
Cromatina + + +
Parede Celular + + -

A membrana plasmática ou membrana celular ou plasmalema é uma estrutura fina


que envolve todas as células vivas, tanto as procarióticas como as eucarióticas.
A membrana celular não é apenas uma barreira, mas também uma “porta” seletiva,
permitindo que a célula capture, para seu interior, apenas os elementos do meio exterior
que lhe são necessários. Além disso, permite que a célula libere algumas substâncias do
seu interior para o exterior, conforme sua necessidade. Essa capacidade da membrana
em controlar a entrada e a saída de determinadas substâncias da célula, chama-se
permeabilidade seletiva, sendo essa propriedade fundamental para manter intacta a
composição química do interior da célula.

FUNÇÕES DA MEMBRANA
 Dá individualidade a cada célula;
 Forma um ambiente único com as condições ideais para o funcionamento;
 É através dos componentes da membrana que as interações célula-célula e
célula-matriz extracelular são efetuadas.

PROPRIEDADES DA MEMBRANA
 A membrana possui algumas propriedades devida aos seus componentes:
proteínas e lipídios.
 Proteínas: eslaticidade, resistência mecânica e baixa tensão superficial.
 Lipídios: alta resistência elétrica, alta permeabilidade às substâncias
lipossolúveis.

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Estrutura e composição química: fosfolipídios, proteínas e carboidratos.


A membrana plasmática é formada por duas camadas de fosfolipídios com moléculas de
proteínas inseridas nessas camadas.
Podemos representar a molécula de fosfolipídios com uma “cabeça”, que contém o
fósforo, e uma região formada por duas “caudas”, constituída pelas duas longas cadeias
de ácidos graxos. A região da “cabeça” é hidrofílica, ou seja, atrai a água. Já a região da
“cauda” é hidrofóbica, ou seja, repele a água. As moléculas das duas camadas de
fosfolipídios da membrana estão organizadas de tal forma que suas cabeças hidrofílicas
fiquem voltadas para o meio extracelular ou para o citoplasma. Já as caudas
hidrofóbicas estão voltadas umas para as outras, constituindo a parte interna da
membrana celular. Assim, podemos dizer que a membrana plasmática é formada por
três regiões: uma camada central hidrofóbica e duas camadas periféricas
hidrofílicas. Assim, diz se que a membrana plasmática é um mosaico fluido, sendo
essa teoria proposta inicialmente por Singer e Nicholson em 1972.
Lipídios
1 – Fosfolipídios: os esfingolipídios e os fosfoglicerídios.
2 – Esteróis.
3 – Glicolipídios.
Proteínas
1 - Proteínas integrais ou intrínsecas: prendem-se à membrana através da interação
entre sua região hidrofóbica com a região hidrofóbica dos lipídios,
deixando exposta sua região hidrofílica ao meio externo ou ao citoplasma. Estão
totalmente inseridas dentro da membrana. proteínatransmembrana.
Aproximadamente 70% das proteínas da membrana pertencem ao grupo da integrais,
com diversas funções como: proteínas transportadoras, receptores, marcadores de
membrana e enzimas da membrana, etc.

2 - Proteínas periféricas ou extrínsecas: prendem-se à membrana através da interação


de sua região hidrofílica com a região hidrofílica dos lipídios.

Funções das proteínas de membrana: transportadoras, Porinas ou proteínas canal,


Receptores de membrana, Marcadores de membrana, Enzimas.

Carboidratos
A membrana plasmática apresenta na sua face externa, voltada para o meio extracelular,
uma fina camada de carboidratos chamada de glicocálice.
GLICOCÁLIX
Estrutura formada por carboidratos que ora interagem com proteínas (glicoproteínas)
ora com lípedes (glicolipídios).
 Envolve a célula com uma espécie de malha de moléculas de carboidratos
entrelaçados.
 Proteção física e química;
 Retenção de nutrientes e enzimas;

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 Mantém um microambiente em condições ótimas ao redor da célula;


 Capacidade das células se reconhecerem (células ≠ → glicocálix ≠).

Especialização da membrana

Microvilosidades: projeções (evaginações) da membrana plasmática que lembram


dedos de uma luva, com a função de aumentar a área da superfície celular. Ocorrem nas
células do epitélio intestinal e têm função de aumentar a área de absorção.
Desmossomos: é um tipo de especialização com função de unir as células. São
formados por filamentos protéicos.
Hemidesmossomos: são semelhantes aos desmossomos, porém ligam a membrana
plasmática de uma célula à lâmina basal adjacente.
Zônula de oclusão: junção entre as proteínas das membranas de células adjacentes. No
ponto de contato entre as células não há espaço.
Zônula de adesão: regiões onde as membranas estão aderidas, porém, pouco afastadas.
Interdigitações: dobras da membrana que facilitam o encaixe de duas células.
Junções tipo “gap”: proteínas específicas que atravessam a membrana. Essas proteínas
formam canais de comunicação entre as células.
O Citoplasma Celular

CITOPLASMA – região compreendida entre a membrana plasmática e o núcleo


celular.
Organização do Citoplasma:
Hialoplasma – constituído de água, proteínas e outras substâncias.
Citoesqueleto – conjunto de filamentos (actina, miosina, microtúbulos) responsável por
várias funções celulares.
Organelas Citoplasmáticas

a) Reticulo Endoplasmático – conjunto de sistemas de bolsas e canais


membranosos. Funções: síntese, transporte e armazenamento. Retículo
endoplasmático liso ou agranular (REL)
Retículo endoplasmático rugoso ou granular (REG)

b) Ribossomos – Essas organelas são observadas nas células ligadas ao RER ou


livres no citoplasma. Função: SÍNTESE PROTÉICA.
c) Complexo de Golgi– sistema de sáculos achatados em que nos bordos
destacam-se inúmeras vesículas. Cada conjunto de sáculos achatados é
denominado dictiossomo. Essa organela é mais desenvolvida em células
secretoras, e esta relacionada à síntese de enzimas em determinadas organelas.
d) Lisossomos– organelas que tem origem a partir do aparelho de Golgi. Função:
Digestão intracelular.
e) Peroxissomos– organelas ricas em enzimas (ex. catalase) que decompõem
substâncias tóxicas, entre elas o peróxido de hidrogênio.
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f) Centríolos – organelas são encontradas nas células animais, mas são ausentes
nos vegetais superiores. Apresentam-se como uma forma de cilindro e há
somente dois centríolos por células constituindo o diplossomo.
Funções:
 Participam do processo de divisão celular
 Formação dos cílios e flagelos.
g) Mitocôndria – em forma de bastonete, seu número é bem variável nas células. As
mitocôndrias apresentam em seu interior DNA, RNA e proteínas, dessa forma podem se
autoduplicar.

i) Vacúolos – são cavidades intracelulares envolvidas por uma membrana


lipoprotéica. Nas células vegetais servem principalmente para
armazenamento de água, pigmentos e outras substâncias (vacúolos vegetais
ou de suco celular). Nos protozoários de água doce são observados
vacúolos que tem como função manter o equilíbrio osmótico entre o meio e a
célula (vacúolo contrátil ou pulsátil).
J) Plastos – organelas exclusivas das células vegetais relacionadas com o processo
de síntese de compostos orgânicos ou com o armazenamento de reserva. Dividem-se
em cromoplastos(com pigmentos) e leucoplastos (sem pigmentos).

PERMEABILIDADE CELULAR
As membranas podem ser:
Permeáveis: permite a passagem de qualquer substância (soluto e solvente);
Impermeáveis: não permite a passagem de nenhuma substância;
Semipermeáveis: permite a passagem somente de solventes;
Seletivamente permeáveis: permite a passagem de solventes e de alguns solutos
(membrana plasmática).

TIPOS DE TRANSPORTE
A passagem de partículas pode ser feita a favor de um gradiente de concentração
(sem gasto de energia) ou contra um gradiente de concentração (com gasto de
energia).
a) Difusão simples: fluxo passivo de partículas de soluto através da membrana
sem gasto de energia.
b) Difusão facilitada: fluxo passivo de soluto através da membrana com o auxílio
de proteínas situadas na estrutura da membrana celular sem gasto de energia.
c) Osmose: passagem de solvente (água) através da membrana sem gasto de
energia. Influenciada pela quantidade de soluto na solução.

Nota:
Pressão Osmótica: É a pressão que se opõe ao movimento do solvente (Água),
durante a Osmose, e deve ser proporcional a pressão do soluto durante a
passagem pela membrana semipermeável.
Plasmólise: perda de água pela célula com diminuição de seu volume;
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Deplasmólise: retorno da célula ao volume original;


Turgescência: aumento do volume celular além do normal por absorção de
água;
Plasmoptise : ruptura da célula pela excessiva turgescência.

Transporte ativo: passagem de íons ou substâncias pela membrana celular contra


um gradiente de concentração (com gasto de energia). Conta com a utilização de
proteínas de membrana. Ex: bomba de sódio e potássio
Este por sua por sua vez pode ser:
Primário: Quando o movimento das partículas é provocado simplesmente pela
energia proveniente da hidrólise do ATP. Isto, contra o seu gradiente de
concentração, através de proteínas transportadoras. Ex: A passagem de iões Na+ e
P- (Bomba Na+/ P-)

Secundário: Não depende directamente do ATP. O movimento das prtículas está


associado a diferença de gradiente de concentrção criado pelo transporte activo
primário.

Transporte activo Secundário


Uniporte: transportam um único tipo de soluto
Transporte acoplado – um soluto depende de outro para ser transferido, e que pode
ser:

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 Simporte ou co-transporte: transferência do segundo soluto na mesma direção. Ex:


Transporte de Glicose e Aminoácidos com o transporte do ião Na+
 Antiporte ou Contra-transporte: transferência do segundo soluto na direção
oposta. Ex: Iõns de Na+/ Ca+
TRANSPORTES DE MASSA
Endocitose mediada por receptores: Macromoléculas ligam-se a receptores de
membrana antes de entrarem na célul. Pode ocorrerpor:
1- Pinocitose: Absorção de pequenas partículas ou gotículas de líquido (fluidos)
menores que um micrômetro.
Formação do pinossoma+ lisossoma = vacúolo digestivo
2- Fagocitose: Absorção de grandes moléculas ou células (formação de
pseudópodes).
Formação do fagossoma + lisossoma = vacúolo digestivo.

EXOCITOSE Processo inverso à endocitose. Promove a excreção e a secreção celular.

METABOLISMO E ENERGIA
O metabolismo celular é o conjunto de reacções químicas que têm lugar em todas as células
vivas que assegura a obtemção de energia, manutenção das estruturas celulares, crescimento e
reprodução. Todos os compostos químicos intermediários que aparece nesse processorecebem o
nome de metabólito. Divide-se em 2 partes:

Catabolismo
O catabolismo é a parte degradativa do metabolismo, em que as substâncias orgânicas se
degradam obtendo-se produtos mais singelos e se libertando energia em forma de ATP. Por
tanto, podemos dizer que as rotas catabólicas são convergentes, já que a partir de produtos
muito variados obtemos poucos produtos finais comuns.

Anabolismo
É a parte construtiva do metabolismo em que produtos mais singelos se sintetizam substâncias
orgânicas ou biomoléculas mais complexas com consumo de energia. Por tanto, as rotas
anabólicas são divergentes, já que a partir de poucas moléculas precursoras singelas sintetiza-
se uma grande variedade de macromoléculas.
O ATP é a moeda de energia para as reacções biológicas. Todas as células precisam substâncias
orgânicas energéticas para elaborar seus próprios materiais e obter energia em forma de ATP.
Quanto a forma de nutrição as células podem serautotróficas e heterotróficas.

Células heterótroficas: nutrem-se tanto de substâncias orgânicas como inorgânicas, tomando-


as do médio que as rodeia.

Células autótroficas: nutrem-se exclusivamente de matéria inorgânica porque são capazes de


realizar processos anabólicos especiais. Segundo o tipo de energia ambiental que utilizam há
duas classes:
 Quimiossintéticas: obtêm a energia de reações químicas exotérmicas que provocam em
seu médio.

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 Fotossintéticas: procede da luz solar e a obtenção de ATP leva-se a cabo mediante a


fosforilação fotossintética ou fotofosforilação mediante uma série de processos redox
impulsionados pela energia fornecida pela luz solar

FOTOSSÍNTESE

A fotossíntese é um processo mediante o qual a matéria inorgânica se transforma em orgânica e,


paralelamente, se absorve energia luminosa que se transforma em energia química. Realizado
por plantas e algumas bactérias.
Os pigmentos fotossintéticos são componentes que atuam como receptores de luz, o mais
importante é a clorofila e os carotenosagrupados em conjuntos chamados fotossistemas

Tipos de fotossíntese

- Fotossíntese oxigénica: o doador de elétrons é a água H2O, pelo que no processo se


desprende O2, enquanto o aceptor é o NADP+.

- Fotossíntese anoxigénica: o doador de elétrons é uma substância diferente da água pelo que
no processo não se desprende O2 .O aceptor é NAD+.

Mecanismo geral da fotossíntese oxigénica


 Fase luminosa: conjunto de reações dependentes da luz, cujo objetivo é a absorção de
energia luminosa e sua transformação em energia química.
Seu objectivo principal é a transformação da energia luminosa em energia química. Em
cada fotossistemas a molécula encarregada de transformar a energia luminosa em
química denomina-se centro de reação fotoquímico.

 Fase escura: conjunto de reações independentes da luz. Seu objetivo é a captação de


CO2 e sua redução para formar fundamentalmente glicose.
Realiza-se no estroma dos cloroplastos e seu objetivo é a fixação do CO2 e sua
posterior transformação em substâncias orgânicas, é onde ocorre o Ciclo de Calvin.

Ciclo de Calvin

O Ciclo de Calvin: subdivide-se em três fases:


 Fase de fixação do CO2
 Fase redutiva
 Fase regenerativa

Fase de fixação do CO2


O CO2 reage com a ribulosa-1,5-difosfato (RuBP) dando local a um composto de seis carbonos
desassocia-se em duas moléculas de ácido 3-fosfoglicérido.

Fase redutiva
Mediante o consumo de ATP e NADPH se fosforila o ácido 3-fosfoglicérico conseguindo ácido
1,3-difosfoglicérico. Reduz-se posteriormente o grupo carboxilo a aldeído.

Fase regenerativa
Inicia-se a partir da anterior mistura de triosas e tem dois objetivos: obtenção de diversas
substâncias orgânicas singelas e regeneração da ribulosa-difosfato consumida.

Fotofosforilação

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É o processo mediante o qual se sintetiza ATP, a partir de ADP + Pi, acoplado ao fluxo de
elétrons na fase luminosa, pelo que a energia provem da luz. Pode ser:

 Acíclica dá-se na fase luminosa, quando os elétrons eliminados da clorofila são


substituídos por elétrons procedentes da água
 Cíclica: dá-se na fase escura e nela os elétrons desprendidos pela clorofila voltam a ela
em circuito fechado

QUIMIOSÍNTESE

É um processo pelo qual a matéria inorgânica é transformada em matéria orgânica


utilizando para isso a energia livre procedente de reações exergónicas. As bactérias
quimiolitótrofas oxidam certos compostos para libertar energia e utilizar esta para
reduzir o CO2, os nitratos e os sulfatos a substâncias orgânicas. Entre elas estão as
nitrificantes, as sulfobacterias e as ferrobacterias.

RESPIRAÇÃO CELULAR E FERMENTAÇÃO

Respiração celular
A respiração celular é um processo em que moléculas orgânicas são oxidadas e ocorre a
produção de ATP (adenosina trifosfato), que é usada pelos seres vivos para suprir suas
necessidades energéticas. A respiração ocorre em três etapas básicas: a glicólise, o ciclo de
Krebs e a fosforilação oxidativa.
Glicólise
A glicólise é uma etapa anaeróbia da respiração celular que ocorre no citosol e envolve dez
reações químicas diferentes. Essas reações são responsáveis pela quebra de uma molécula
de glicose (C6H12O6) em duas moléculas de ácido pirúvico (C3H4O3).

Durante a glicólise também são liberados quatro elétrons (e -) e quatro íons H+. Dois H+ e os
quatro e- são capturados por duas moléculas de NAD + (dinucleotídio nicotinamida-adenina),
produzindo moléculas de NADH.

Ciclo de Krebs
Após a glicólise, inicia-se uma etapa aeróbia, a qual inclui o ciclo de Krebs, também chamado
de ciclo do ácido cítrico ou ciclo do ácido tricarboxílico. Essa etapa ocorre no interior da
organela celular conhecida como mitocôndria e inicia-se com o transporte do ácido pirúvico
para a matriz mitocondrial.

Na matriz, o ácido pirúvico reage com a coenzima A (CoA) ali existente, produzindo uma
molécula de acetilcoenzima A (acetil-CoA) e uma molécula de gás carbônico. Durante esse
processo, uma molécula de NAD+ é transformada em uma de NADH em razão da captura de 2
e- e 1 dos 2 H+ que foram liberados na reação.O ciclo de Krebs resulta em 3 NADH e 1 FADH 2.
Durante o ciclo, também é produzida uma molécula de GTP (trifosfato de guanosina) a partir de
GDP (difosfato de guanina) e Pi. Essa molécula de GTP assemelha-se ao ATP e também é
responsável por fornecer energia para a realização de alguns processos no interior da célula.

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Fosforilação oxidativa
A última etapa da respiração celular também ocorre no interior das mitocôndrias, mais
precisamente nas cristas mitocondriais. Essa etapa é chamada de fosforilação oxidativa, uma
vez que se refere à produção de ATP a partir da adição de fosfato ao ADP (fosforilação). A
maior parte da produção de ATP ocorre nessa etapa, na qual acontece a reoxidação das
moléculas de NADH e FADH2.
Nas cristas mitocondriais são encontradas proteínas que estão dispostas em sequência, as
chamadas cadeias transportadoras de elétrons ou cadeias respiratórias. Nessas cadeias ocorre a
condução dos elétrons presentes no NADH e no FADH 2 até o oxigênio. As proteínas
responsáveis por transferir os elétrons são chamadas de citocromos.
Os elétrons, ao passarem pela cadeia respiratória, perdem energia e, no final, combinam-se com
o gás oxigênio, formando água na reação final. Apesar de participar apenas no final da cadeia, a
falta de oxigênio gera o interrompimento do processo.
A energia liberada através da cadeia respiratória faz com que os íons H + concentrem-se no
espaço entre as cristas mitocondriais, voltando à matriz. Para voltar ao interior da mitocôndria, é
necessário passar por um complexo proteico chamado de sintase do ATP, onde ocorre a
produção de ATP. Nesse processo são formadas cerca de 26 ou 28 moléculas de ATP.
No final da respiração celular, há um saldo positivo total de 30 ou 32 moléculas de ATP: 2
ATP da glicólise, 2 ATP do ciclo de Krebs e 26 ou 28 da fosforilação oxidativa.

FERMENTAÇÃO

A fermentação é um processo de obtenção de energia em forma de ATP em condições


anaeróbias ou seja em presença de CO2. Os organismos que usam esse tipo de respiração são
chamados de anaeróbios como bactérias e algumas plantas. A fermentação tem grande
importância na indústria alimentar para a produção de pão, iogurtes, bebidas alcoólicas, queijos.

Principais tipos de fermentação


Quando o substrato da fermentação é a glicose, a primeira etapa do processo é a glicólise. Em
uma segunda fase, o ácido pirúvico é transformado em diferentes produtos finais.

Fermentação alcoólica
Consiste na degradação de glicose até formar etanol ou álcool etílico, é realizada principalmente
por um tipo de fungo denominada levedura. Ex: fermentação do pão é alcoólica, as leveduras se
encontram no fermento, o amido é desdobrado até formar CO2 e álcool.A equação global é:

Glicose-–(Leveduras)---» Co2+Álcool etílico+ATP+Calor

Fermentação láctica
Consiste na degradação da glicose até formar ácido láctico, este tipo de fermentação ocorre no
fabrico do queijo, iogurte e outros produtos lácteos. Também ocorre no nosso organismo a nível
do músculo, quando a quantidade de oxigénio não é suficiente para a respiração celular a
glicose é degrada em condições aeróbias. A equação global é:

Glicose-–(Leveduras)---» Co2+Álcool etílico+ATP+Calor

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Ciclo Celular

É o período que se inicia com a origem da célula, a partir de uma divisão celular e
termina quando esta se divide em duas células-filhas.

O ciclo celular é dividido em duas etapas: a interfase e a divisão celular.


Nos eucariontes existem dois tipos de divisão celular: a mitose e a meiose.

Interfase
É a fase em que a célula não está se dividindo.É o período mais longo do ciclo celular,
aproximadamente 95% do tempo.

Neste momento ocorrem diversos fatos que possibilitam a divisão celular, como: a
replicação do DNA, a divisão dos centríolos e a produção de proteínas.A interfase é
subdividida em três fases: G1, S e G2.

Na fase G1, que antecede a duplicação do DNA, as células aumentam de tamanho,


produzem RNA e sintetizam proteínas.

Na fase S ocorre a síntese de DNA. A quantidade de DNA no núcleo da célula é


replicado. Lembre-se que replicação significa o processo de duplicação da molécula de
DNA.

Antes de qualquer divisão celular há duplicação do DNA durante a interfase.

A fase G2, corresponde ao intervalo entre a síntese de DNA e a mitose. A célula


continua crescendo e produzindo proteínas.

Mitose
Mitose é um tipo de divisão celular em que uma célula (a célula-mãe) se divide para
produzir duas novas células (as filhas) que são geneticamente idênticas a ela. No
contexto do ciclo celular, a mitose é a parte do processo de divisão em que o DNA do
núcleo das células é dividido em dois conjuntos iguais de cromossomos.
A grande maioria das divisões celulares que ocorrem no nosso corpo envolvem a
mitose. Durante o desenvolvimento e o crescimento, a mitose preenche o corpo do
organismo com células e, ao longo da vida de um organismo, substitui células velhas e
desgastadas por novas. Para eucariontes unicelulares como a levedura, as divisões
mitóticas são, na verdade, a sua forma de reprodução, adicionando novos indivíduos à
população.
É o tipo de divisão celular que a célula-mãe, haploide (n) ou diploide (2n), origina 2
células-filhas com o mesmo número de cromossomos da célula-mãe.É uma divisão
equacional.

A mitose é realizada quando há reprodução assexuada.

Funções da mitose
 Crescimento e regeneração de tecidos;
 Cicatrização;
 Formação de gametas em vegetais;
 Divisões do zigoto durante o desenvolvimento embrionário.

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As fases da Mitose 
 
Prófase
Nesta fase, as células começam a se preparar para a divisão. É neste momento que
ocorrerá a duplicação do DNA e centríolos. Com o DNA condensado e os centríolos em
movimento, inicia-se o processo da divisão mitótica.
 
Metáfase
Aqui começa o alinhamento entre os pares formados na fase anterior. Nesta etapa, o
DNA alinha-se no eixo central enquanto os centríolos iniciam sua conexão com ele.
Dois fios do cromossomo se ligam na parte central do centrômero.
 
Anáfase 
A divisão começa com os cromossomos migrando para lados opostos da célula, metade
vai para um lado e a outra metade vai para o outro. 
 
Telófase 
Esta é a última fase da mitose. Nesta etapa a membrana celular se divide em duas partes,
formando, assim, duas novas células. Cada uma delas ficará com metade do DNA
original.

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MEIOSE
Nesse tipo de divisão celular, o número de cromossomos é reduzido à metade nas
células filhas, por isso é chamada de divisão reducional. Isso ocorre porque nesse
processo há uma única duplicação cromossômica seguida de duas divisões nucleares
consecutivas. Essas divisões são: meiose I e meiose II. È na meiose em que os gametas
são formados, no processo chamado de gametogênese.
Na meiose são formadas quatro células filhas, cada uma com a metade do número de
cromossomos originalmente presente na célula mãe. Portanto, as células originadas
nesse processo são chamadas haplóides (n). As fases da meiose são as mesmas da
mitose, porém, ocorrem duas vezes e possuem algumas diferenças.

MEIOSE I

PRÓFASE I
Como ocorre na mitose, a prófase I é uma etapa preparatória em que a cromatina se
condensa, os centríolos se deslocam para os pólos opostos e a carioteca de rompe,
fazendo com que o núcleo desapareça.
Na prófase I os cromossomos homólogos se atraem, formando pares de cromossomos
pareados. O emparelhamento dos homólogos propicia o contato entre as cromátides
homólogas podendo ocorrer trocas de pedaços entre elas, isso é chamado de crossing-
overou permutação.
A prófase I é dividida em cinco subfases que se caracterizam pelo aspecto dos
cromossomos.

SUBFASES DA PRÓFASE I

Leptóteno: é a subfase que se inicia a condensação dos cromossomos. Nessa fase todos
os cromossomos estão completamente duplicados (constituídos por duas cromátides-
irmãs), mas aparecem ao microscópio como fios simples, isso ocorre devido à forte
união das cromátides-irmãs.

Zigóteno: ocorre o emparelhamento dos cromossomos (sinapse cromossômica). Os


cromossomos homólogos se colocam lado a lado, ficando emparelhados.

Paquíteno: os cromossomos estão mais condensados e completamente emparelhados.


Cada par de cromossomos homólogos forma um conjunto denominado tétrade ou
bivalente. É nessa faze que ocorrem quebras nas cromátides dos cromossomos
homólogos emparelhados. Muitas vezes a solda dos fragmentos cromossômicos ocorre
em posição trocada, uma cromátide se solda ao fragmento de sua homóloga e vice-
versa. Essa troca de pedaços entre cromossomos homólogos é chamada de crossing-
overou permutação. A permutação tem um significado biológico muito importante:
aumenta a variabilidade genética de uma população.

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Diplóteno: é o início da separação dos cromossomos homólogos. Com essa separação,


as cromátides dos cromossomos homólogos se cruzam em determinados pontos,
originando os quiasmas. Os quiasmas são a evidência que podemos observar que houve
permutação, pois no ponto onde ela ocorreu, as cromátides permutadas ficam cruzadas.

Diacinese: é a fase de preparação para a metáfase I. Os cromossomos homólogos


continuam seus movimentos de separação, iniciados na fase de diplóteno. Eles
permanecem unidos pelos quiasmas que “deslizam” para as extremidades das tétrades,
esse fenômeno é chamado de terminalização dos quiasmas.

METÁFASE I
Nessa fase os cromossomos homólogos se prendem ao fuso acromático formado durante
a prófase. Os cromossomos com seus homólogos pareados são levados à região mediana
da célula.
Na mitose, os cromossomos homólogos se encontram alinhados na placa metafásica, e
na meiose I eles se encontram pareados unidos pelos quiasmas.

ANÁFASE I
Nessa fase, cada cromossomo de um par de homólogos, com as duas cromátides irmãs
unidas pelo centrômero, é puxado para um dos pólos da célula. Na anáfase I os
quiasmas desaparecem.

TELÓFASE I
Na telófase I os cromossomos estão separados em dois lotes, um em cada pólo da
célula. O fuso acromático se desfaz, os cromossomos se descondensam e as membranas
nucleares se reorganizam.
Assim, surgem dois novos núcleos, cada um deles com metade de número de
cromossomos presente no núcleo original. Entretanto, cada cromossomo está
constituído por duas cromátides.
Logo após a primeira divisão meiótica, ocorre a citocinese I, que separa as duas células
filhas formadas na meiose I.

Meiose II

PRÓFASE II
As duas células resultantes da meiose I entram simultaneamente na fase de prófase II.
Os cromossomos, já constituídos por duas cromátides, voltam a se condensar
novamente. Ao fim dessa fase, a carioteca se fragmenta e os cromossomos espalham-se
pelo citoplasma.
METÁFASE II
Os cromossomos se associam ao fuso acromático formado durante a prófase II,
alinhando-se no centro da célula, formando a placa equatorial.

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ANÁFASE II
Os microtúbulos do fuso acromático puxam as cromátides irmãs para os pólos
opostos da célula. Com isso, ocorre a formação de quatro grupos de cromossomos.
TELÓFASE II
Inicia-se quando as cromátides irmãs chegam aos pólos da célula. Os
cromossomos se descondensam e os núcleos reaparecem. Em seguida ocorre a
citocinese II, que é a segunda divisão do citoplasma, fazendo surgir quatro células
filhas com a metade do número de cromossomos da célula original.

A GENÉTICA DE MENDEL

O termo genético foi aplicado pela primeira vez em 1905 pelo biologista inglês William
Bateson (1861 - 1926), a partir de uma palavra grega que significa gerar, para definir o
ramo das ciências biológicas que estuda e procura explicar
Os fenômenos relacionados com a hereditariedade. A hereditariedade trata da
transferência de informação biológica de célula para célula, de pai para filho e, assim,
de geração para geração. Uma das principais perguntas que todos faziam nos séculos
passados, e até nos dias de hoje, é como os caracteres físicos e funcionais são
transmitidos de pais a filhos. Uma das hipóteses mais antigas registradas na história da
Biologia foi a da pré-formação ou progênese. Ela admitia que, no interior das gametas,
já existia uma microscópica miniatura de um novo indivíduo. Essa minúscula criatura,
que recebeu o nome de homúnculo, deveria crescer, após a fecundação, até originar um
organismo com as dimensões próprias da espécie.

Gregor Mendel (1822 - 1884) é apropriadamente considerado "o pai da genética". Seus
trabalhos com ervilhas de jardim (Pisum sativum), publicados em 1866, foram
realizados no espaço limitado de um jardim do Mosteiro deSanto Tomás. Mendel não
foi o primeiro a realizar experimentos de hibridação, porém foi o primeiro a considerar
os resultados em termos de características individuais. Mendel empreendeu os
experimentos necessários, contou e classificou as ervilhas resultantes de cruzamento,
comparou as proporções com modelos matemáticos e formulou hipóteses para explicar
essas diferenças. Todavia ele não conceituou o mecanismo biológico envolvido.

O estudo da Genética começou nos anos de 1900 quando foram redescobertos os


estudos de Mendel.

CONCEIITOS BÁSICOS

Gene – segmento da molécula de DNA responsável pela determinação de características


hereditárias.
Genes Alelos – genes que determinam a mesma característica, situados em um mesmo
lócus (local) em cromossomos homólogos.
Cromossomos Homólogos – cromossomos de mesma forma que formam pares
(encontrados em células 2n).
Genótipo – conjunto de genes que um organismo recebe e transmite hereditariamente,
isto é, o patrimônio genético.

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Fenótipo – expressão exterior do genótipo influenciada pela ação do ambiente.


Homozigoto (ou puro) – indivíduo que apresenta genes iguais.
Heterozigoto (ou híbrido) – indivíduo que apresenta genes diferentes, formando o par
de alelos.
Caráter Dominante – todo caráter cujo gene que o determina, se manifesta tanto no
estado de homo ou heterozigoto, em um individuo com a mesma expressividade.
Caráter Recessivo – é todo caráter cujo gene que determina só se manifesta em
homozigose.
Genes Letais – são geralmente recessivos, promovendo a morte em homozigose.
Heredogramas (genealogias) - representação gráfica de uma família que permite,
através da análise dos fenótipos e do grau de parentesco, o genótipo dos indivíduos
envolvidos.

Leis de Mendel

1º Lei de Mendel ou “Lei da Pureza dos Gametas” ou Monohibridismo “Cada


caráter é condicionado por dois fatores, que se separam na formação das gametas, indo
apenas um fator para cada gameta”.
Exemplo: Se cruzarmos dois indivíduos puros (homozigotos) de flor vermelha (VV)
com flor branca (BB), obteremos, na F1, 100% de híbridos (heterozigotos) de flor rosa
(VB). Cruzando dois descendentes da F1, vamos obter na F2 o resultado conforme o
quadro a seguir:

F2:

Proporções:
Genotípicas: 1 (VV) : 2 (VB) : 1 (BB)
Fenotípicas: 1 (vermelha) : 2 (rosa) : 1 (branca)

MONOHIBRIDISMO SEM DOMINÂNCIA - dois alelos expressam seus efeitos no


heterozigoto, daí este apresentar um, fenótipo intermediário entre os tipos parentais. O
fenótipo intermediário não representa uma mistura dos dois fenótipos parentais, dado os
genes que determinam mantêm suas identidades individuais.

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EXEMPLOS:

GRUPOS SANGUÍNEOS a) Sistema ABO - os diferentes grupos sanguíneos na


espécie humana são determinados devido à existência de antígenos presentes na
superfície dos glóbulos vermelhos. Os antígenos são chamados de aglutinogênios e os
anticorpos (presentes no plasma) aglutininas.

Sangue Fenótipo Aglutinogênio Aglutinina

A ⌡A⌡A ou ⌡A⌡O A anti-B


AA

B ⌡B⌡B ou ⌡B⌡O B anti-A

Tipo AB ⌡A⌡B AeB nenhum

Tipo O Ii Nenhum Antia-A e Antí-B

Sistema do Fator Rh

O fator Rh forma um outro sistema de grupos sangüíneos independente do sistema


ABO. Foi descoberto por Landsteiner e Wiener em 1937, os quais o detectaram
primeiramente no sangue de macacos Rhesus, de cujo nome tiraram as duas primeiras
letras para batizar o sistema. Posteriormente, Wiener comprovou a existência do fator
Rh no sangue humano. Um indivíduo é considerado Rh+ quando a mistura de seu
sangue com soro Anti-Rh, resultar em aglutinação. Em caso contrário, o indivíduo é Rh-

Transfusões:
Rh+  Rh+ G r u p o G e n o t i p o
Rh-  Rh- R h + R R o u R r
Rh-  Rh+ R h - r r

Nota:Eritroblastose Fetal (ou Doença Hemolítica do Recém Nascido) *


Eritroblastose fetal somente ocorre quando a mãe é Rh- e o feto Rh+ Prevenção: injeção
de anticorpos anti-Rh.

2º Lei de Mendell ou Leii da Segregação IIndependentte ou Diiiibriidiismo


“Quando dois ou mais pares de alelos, localizados em pares de cromossomos
homólogos diferentes, cada um age e se segrega do outro de forma independente,
totalmente ao acaso e com a mesma probabilidade, na formação dos gametas”.
Exemplo: Cruzamento de indivíduos Homozigóticos para ambos os carácteres:
AABB X aabb

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Fenótipos
Amarelas lisas = 9/16
Amarelas rugosas = 3/16
Verdes lisas = 3/16
Verdes rugosas = 1/16
Proporções Fenotípicas:
9:3:3:1
Genótipos
AABB = 1/16 AABb = 2/16
Aabb = 1/16 AaBB = 2/16
aaBB = 1/16 Aabb = 2/16
aabb = 1/16 aaBb = 2/16

Formação dos gametas – através do genótipo do indivíduo, pode-se determinar


quantos tipos de gametas o mesmo poderá gerar. Número de gametas = 2n n= número
de pares de alelos em heterozigose

Alterações Genéticas

HERANÇA LIGADA AO SEXO - são alterações que estão ligadas aos cromossomos
sexuais.
Daltonismo – á uma anomalia hereditária e recessiva, cujo portador não consegue
distinguir determinadas cores.

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Hemofilia – ocorre a incapacidade de coagulação sanguínea devido a falta de um fator


no sangue, também é hereditária e recessiva.

HERANÇA RESTRITA AO SEXO -- causada por genes localizados no cromossomo


Y, portanto trata-se de herança exclusiva dos machos. O caráter é transmitido de pai
para filho.

HERANÇA INFLUENCIADA PELO SEXO -- alguns genes se expressam em ambos


os sexos, porem de modo diferente.

MUTAÇÃO –– alterações que ocorrem no material genético, que podem envolver


apenas um loco gênico (mutações gênicas) ou cromossomos (mutações
cromossômicas).
 Aberrações Cromossômicas
a) Alterações Estruturais  Deleção – perda de uma parte do cromossomo. 
Duplicação – presença de um segmento extra.  Inversão – um segmento do
cromossomo destaca-se e solda-se na posição invertida.  Translocação – troca de
segmentos não homólogos.
b) Alterações Numéricas
 Euploidias – quando a alteração envolve o genoma inteiro do organismo 
Aneuploidias – quando ocorre a perda ou ganho de um ou dois cromossomos, pode ser
nulissomia (2n + 2) monossomia (2n – 1), trissomia (2n + 1).

PRINCIPAIS SÍNDROMES:
Down - 47, XX ou XY +21
Patau - 47, XX (ou XY) + 13
Edwards 47,XX +18 ou 47, XY +18
Turner - 45, X0
Klinefelter 47, XXY

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BIOLOGIA
II

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Sistemática dos seres vivos


Sistema de classificação de Wittaker modificado
Reinos da Vida
Desde Aristóteles e seu discíploTeofrato, até meados do século XIX os seres vivos
foram classificados em dois reinos: o Animal e o Plantae.
-O Reino Plantae incluía todos os seres vivos fotossintéticos, sem locomoção, sem
ingestão, bactérias e fungos.
-O Reino Animal incluía todos os seres vivos que não faziam a fotossíntese, com
locomoção, com ingestão, incluindo seres unicelulares (protozoários) e seres
multicelulares (metazoários).
-Com o avanço da ciência e a descoberta do microscópio, o biólogo alemão Ernest
Haeckel, em 1866 propõe o Reino Protista, passaram a ser 3 reinos. O Reino protista
incluía todos os seres simples: bactérias, protozoários e fungos.
-Herbert Copeland (1902-1968) introduziu o quarto reino, o Monera, considerando
um novo critério: seres procariontes e eucariontes. Embora com o aparecimento destas
novas classificações em 3 e 4 reinos, os biólogos continuaram-se a basear no modelo de
Aristóteles e Lineu, só em 1969 com o biólogo Wittaker apareceu uma nova
classificação com 5 reinos em que os fungos passam a constituir um reino à parte. Esta
classificação só foi possível com as novas técnicas bioquímicas e microscopia
eletrónica.
Esta classificação é coerente com o registo fóssil e dados moleculares recentes.
-O Reino Protista, passou também a incluir fungos flagelados, algas unicelulares e
multicelulares.
Este sistema de classificação tinha algumas falhas e Whittaker, 10 anos depois
apresentou uma versão modificada.
O sistema de classificação de Whittaker baseia-se em quatrocritérios básicos:
-Tipo de célula e organelos: Unicelulares (Monera e Protista), Multicelulares (Protista,
Fungi, Plantae e Animalia).
-Tipo de organização celular: Procariontes (Monera) ou Eucariontes (Protista, Fungi,
Plantae e Animalia)
-Modo de nutrição:Autotróficos (Monera, Protista e Plantae) ou Heterotróficos
(Protista e Animalia por ingestão e Monera, Protista e Fungi por absorção).
-Interacções nos ecossistemas: Produtores (Monera, Protista e Plantae)
Macroconsumidores (Protista e Animalia) Micronsumidores (Monera, Protista e
Fungi).

Quadro que sintetiza as principais caraterísticas dos reinos de Whittaker.

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Novos sistemas de classificação


Um novo sistema de classificação proposto por Carl Woese, criou 3 grupos superiores
ao reino, ossuper reinos ou domínios e 6 reinos. Este sistema foi baseado em critérios
moleculares, essencialmente sequências nucleótidicas de RNA ribossómico, propôs dois
grupos distintos nos procariontes: Arqueobatérias e eubactérias.
Dois dos três grupos são constituídos por seres procariontes e um por eucariontes. Ao
domínio Bacteria corresponde o Reino Eubacteria, ao Domínio Archaea corresponde o
Reino Archaebacteria e ao domínio Eukarya correspondem os Reinos Protista, Fungi,
Plantae e Animalia.
Esta hipótese de Whose foi apoiada por vários cientistas.Atualmente a maior parte dos
sistematas utilizam a classificação contemplando os 3 super reinos, ou domínios, e 6
reinos. O de Whittaker colocava todos os procariontes num só reino, esta classificação
em 3 domínios, dois deles são de seres procariontes e um apenas são os eucariontes.
Alguns autores sugeriram a mudança de Protista para Protoctista.

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Quadro resumo das principais sistemas de classificação e relações entre reinos.

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Sistema Esqueletico
O sistema osteomioarticular (SOMA) também chamado sistema locomotor, é o conjunto de
órgãos que realizam a função de locomoção, ou seja, a função mecânica animal. De acordo
a função que realiza, o aparelho locomotor ou SOMA divide-se em duas partes: passiva e
activa.
Divisão regional do esqueleto
De acordo as regiões do corpo se dividem em:
1- Esqueleto axial: que compreendo o esqueleto da cabeça, pescoço e do tronco.
2- Esqueleto apendicular: composto pelo esqueleto dos membros superiores e
inferiores.
Ossos: são órgãos duros e resistentes, de cor esbranquiçada, que ao unir-se entre si
mediante as articulações formam o esqueleto, existindo em uma pessoa adulta 206 ossos.
Tipos de osso: curtos, longos, planos, pneumáticos, irregulares.
Esqueleto Axial
Crânio
A cabeça óssea está situada na parte superior do esqueleto axial. Seu esqueleto recebe a
denominação geral de crânio. A cabeça óssea tem funções de proteção, sustento,
estruturação ou forma. Atendendo a seu desenvolvimento e funções, o crânio se divide
para seu estudo em duas partes:
•Neurocráneo ou crânio cerebral. Aqui se diferenciam duas partes, acalvária ou bóveda
e a base. O neurocráneo é formado por 8 ossos dos quais 7 são ímpares (esfenoide,
etmoide, frontal e occipital, martelo, bigorna e estribo que são ossículos do ouvido médio),
4 pares (temporais e parietais).

•Viscerocráneo ou crânio visceral: Contribui a formar as cavidadesorbitarias, nasal e


oral, a boca, forma o esqueleto ao redor das vísceras cefálicas que constituem o segmento
inicial das vias respiratórias e digestivas. Protege às mesmas e se relaciona directamente
com a respiração, fonação e mastigação. O viscerocráneo está constituído por 15 ossos dos
quais 12 são pares (maxilares, conchas nasais inferiores, palatinos, zigomáticos, nasais e
lacrimais), e 3 impares (vômer, mandíbula e hioide).

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Co
Coluna vertebral - é o eixo ósseo principal do corpo.Formada poraproximadamente 31-33
ossos irregulares, cada um dos quais é chamado vértebra. As vértebras se distribuem por
regiões nacoluna vertebral:

Região cervical (no pescoço): Cervicais (7) – C1 a C7


Região torácica ou
dorsal: Torácicas (12) –
T1 a T12

Região lombar (parede


posterior do abdómen):
Lombares (5) – L1 a L5
Região sacra (parede
posterior da cavidade
pelviana): Sacras (5) –
S1 a S5
Extremo caudal (final) do tronco: Coccígeas (1-3)
Funções: Sustento,Proteção, Movimento.

TÓRAX ÓSSEO
É formado por doze (12) pares de costelas, unidas por diante ao osso esterno, através das
cartilagens costais, e posteriormente as 12 vértebras torácicas através das articulações
costovertebrais e costotransversarias.

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Tórax Esterno

Esqueleto apendicular (Membros superiores)


Para o estudo, cada membro superior se divide em regiões, cada um com seus ossos:

I. Cinturão do membro superior: clavícula e escápula;


II. Membro superior livre: braço (úmero); antebraço (rádio e ulna); mão (carpo, metacarpo
e falanges dos dedos)
Carpo: está constituído por 8 ossos curtos, dispostos em duas filas contínuas de 4 ossos. A
filaproximal, a partir do polegar, consta dos ossos: escafoides, semilunar, piramidal
(tríquetro) e pisiforme.

Metacarpo: consta de cinco ossos largos que se denominam a partir do dedo polegar I, II,
III, IV e V metacarpianos.

Ossos dos membros inferiores


O esqueleto dos membros inferiores está constituído por ossos mas grossos e pesados que
os dos membros superiores e suas articulações são móveis, mas sua amplitude é menor.
- Cinturão dos membros inferiores (pélvico): está composto pelosossosdo quadril ou
coxal (par)
- Membros inferiores livres: Na coxa- Fémur, na perna-Tíbia e a Fíbula ou Perónio; no
pé- ossos do tarso, metatarso e falanges.

- O osso
coxal é

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classificado como osso plano e se forma pela união de três ossos isolados: íleo, ísquio e
púbis, que se fundem no adulto no centro do acetábulo (fossa articular que une ao cinturão
com em membro inferior livre).

Esqueleto do membro inferior livre


Consta, como já se expôs, do fémur, a tíbia, a fíbula (ou perónio) e os ossos do pé. Após ao
fémur se encontra a patela ou rótula (osso do joelho).
O Fémur. É um osso longo ou comprido de grande tamanho e grossura, é o maior osso do
corpo humano.

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Ossos do pé: no pé se diferenciam os ossos do tarso, metatarso e as falanges dos


dedos.Tarso: está constituído por (7) ossos curtos dispostos em duas filas; a filaproximal
consta de dois ossos volumosos: o tálus ou astrágalo e o calcâneo. A fila distal consta dos
ossos navicular, os três cuneiformes - medial, intermédio e lateral situados medialmente e

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o cuboides, lateralmente.Metatarso: apresenta cinco ossos denominados metatarsianos


I,II,III,IV e V, a partir do dedo grosso (hálux). São ossos longos.Falanges: as falanges dos
dedos do pé são menores que as da mão. Em cada dedo há três falanges: proximal, media e
distal, exceto no dedo grosso (hálux), que solo tem dois, proximal e distal.
Sistema Tegumentar

O sistema tegumentar esta formado pela pele e anexos. Este sistema tem importantes
funções, que são:

Protecção: a pele forma a coberta externa do corpo humano.


- A camada queratinizada da epiderme protege organismo contra desidratação e atrito.
- Apresenta células do sistema imunitário que actuam contra a invasão de
microrganismos.
- Produção de um pigmento, melanina, que tema função de proteção contra os raios
ultravioletas.

Discriminação sensorial: tem uma grande quantidade de terminações nervosas


sensitivas que recebem constantemente informações de meio externo.

Termorregulação: mediante seu vasos sanguíneos, glândulas e tecido adiposo.

Síntese: a melanina e a vitamina D3.

Excreção: as glândulas sudoríparas excretam substâncias nocivas ao organismo (ureia,


amoníaco, e ácido úrico).

A pele recobre a superfície do corpo, sendo constituída por uma porção epitelial, a
epiderme, e uma porção conjuntiva, a derme.
Abaixo e em continuidade com a derme encontra-se a hipoderme ou tecido celular
subcutâneo, que não faz parte da pele, apenas lhe serve de união com os órgãos
subjacentes. A hipoderme é um tecido conjuntivo frouxo que pode conter muitas células
adiposas, constituindo o panículo adiposo.

A pele é o órgão de maior extensão do organismo humano com aproximadamente 2 m 2


de extensão, 5 kg de peso (6% do peso corporal total) e uma grossura entre 0,4-4 mm.

Pelos, unhas e glândulas sudoríparas, sebáceas e mamárias são as estruturas anexas da


pele.

Epiderme

A espessura e a estrutura da epiderme variam com o local estudado, sendo mais espessa
e complexa na palma das mãos, na planta dos pés e em algumas articulações. Nessas
regiões, a espessura chega até a 1,5 mm e apresenta, vista da derme para a superfície,
cinco camadas: basal, espinhosa, granulosa, lúcida ecórnea.

Derme

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É o tecido conjuntivo em que se apoia a epiderme e une a pele ao tecido subcutâneo ou


hipoderme. A derme apresenta espessura variável de acordo com a região observada,
alcançando um máximo de 3 mm na planta do pé.

Hipoderme
É camada responsável pelo deslizamento da pele sobre as estruturas nas quais se apoia.
Dependendo da região e do grau de nutrição do organismo, a hipoderme pode ter uma
camada variável de tecido adiposo que, quando desenvolvida, constitui o panículo
adiposo.

Anexos da pele: pelos, unhas e glândulas.

Pelos
Os pelo são estruturas delgadas e queratinizadas, que se desenvolvem a partir de uma
invaginação de epiderme. Cada pelo se origina de uma invaginação da epiderme, o
folículo piloso.
A actividade mitótica das células dos folículos dos pelos é influenciada pelos hormônios
androgénicos (hormônios masculinos).

Unhas
As unhas são placas de células queratinizadas localizadas na superfície dorsal das
falanges terminais dos dedos. A unha é constituída essencialmente por escamas córneas
compactas, fortemente aderidas umas às outras.

Glândulas da pele

• Glândulas sebáceas

As glândulas sebáceas situam-se na derme e osseus dutos, geralmente desembocam nos


folículos pilosos. Em algumas regiões (lábios, mamilos, glande e pequenos lábios da
vagina), porém, os dutos abrem-se directamente na superfície da pele. A pele da palma
das mãos e a da planta dos pés não têm glândulas sebáceas. A actividade secretora
dessas glândulas é muito pequena até a puberdade, quando é estimulada pelos
hormónios sexuais. A secreção sebácea é uma mistura complexa de lípidos.

Glândulas sudoríparas

As glândulas sudoríparas são muito numerosas e encontradas em toda a pele,


excetuando-se certas regiões, como a glande.
O suor secretado por essas glândulas é uma solução extremamente diluída, que contém
pouquíssima proteína, além de sódio, potássio, cloreto, ureia, amónia e ácido úrico.

Sistema reprodutor
GENERALIDADES:

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- Os órgãos genitais são os encarregados de diferenciar e manter as particularidades de


cada sexo, o que se produz fundamentalmente pela secreção de hormônios, assim como
de perpetuar a espécie através da procriação de novos seres humanos.
- A reprodução é uma função biológica elementar da espécie humana.
- Durante o período inicial do desenvolvimento os embriões apresentam características
morfológicas comuns em seu sistema reprodutor, tanto a nível das gônadas e os
condutos genitais como genitálias externas, por isso, só podemos identificar o sexo
através de um estudo cromossómico
Sistema Reprodutor Masculino

O sistema reprodutor masculino é composto pelos testículos, epidídimo, dutos


deferentes, vesiculas seminais, próstata e pênis.

1-Testiculos
Os testículos são as gónadas masculinas e neles ocorre a produção de espermatozoide e
também a produção de testosterona (hormônio sexual masculino).

2 - Epidídimo
É no duto epidídimo que ocorre a maturação dos espermatozoides, alem disso, esteduto
também armazena os espermatozoides e os conduz até ao duto deferente através de
movimentos peristálticos.

3 - Dutos deferentes
Os dutos deferentes tem a função de armazenar os espermatozoides e transporta-los em
direção a uretra, alem disso ele ainda é responsável por reabsorver aqueles
espermatozoides que não foram expelidos.

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4 - Vesicula seminal
As vesiculas seminais são glândulas responsáveis por secreta um fluidoque tem função
de neutralize a acidez da uretra masculina e da vagina, para que, dessa forma, os
espermatozoides não sejam neutralizados ou destruídos.

5 - Próstata
A próstata é uma glândula masculina de tamanho similar a uma bola de golfe. É através
da próstata que é secretado um líquido leitoso que possui aproximadamente 25% de
sémen.

6 - Pénis
É o órgão copulador. É através do pénis que o sémen é expelido. Além de canal para a
ejaculação, é através deste órgãoque a urina é expelida.

7 - Uretra
Canal conduto que, no especto da reprodução, possui a função de conduzir e expelir o
esperma durante o processo de ejaculação.

Sistema reprodutor feminino

O aparelho reprodutor feminino cumpre uma função de extraordinária importância


individual e social, pois, a conservação da espécie humana está diretamente relacionada
com a gestação e o parto, que têm seu assento anatomofuncional nos órgãos genitais
femininos.
O Sistema reprodutor feminino é composto pelos ovários, tubas uterinas (trompas de
Falópio), útero e vagina.
1-Ovários
Nos ovários ocorre a produção de hormônios, como por exemplo a produção de
hormônios sexuais femininos (estrogénio e progesterona) e ovócitos secundários
(células que se tornam em óvulos ou ovos, caso haja fertilização).

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3-Trompas de Falópio
Órgãos tubulares também conhecidas como tubas uterinas, através dos quais o ovulo é
coletado da cavidade abdominal apos ser expelido do ovário (ovulação), e uma vez
coletado, é conduzido em direção ao útero. Normalmente a fertilização ocorre ainda no
seu interior numa região denominada ampola.

3-Útero
É um órgão muscular piriforme (forma de pera) situado na cavidade abdominal da
mulher. É no útero que se fixará o ovulo fertilizado, ocorrendo, então, o
desenvolvimento da gestação ate seu final quando ocorre o trabalho de parto.
4-Vgina
É um órgão tubular e aplanado,musculomembranoso de 8 cm de longitude. É através da
vagina que os espermatozoides são introduzidos no Sistema reprodutor feminino, alem
disso é nesse órgão que se localiza o canal do nascimento.

Sistema Nervoso
O Sistema nervoso é responsável por enviar estímulos a todos os outros sistemas e
órgãos do corpo. É ele que coordena, por meio da transmissão de sinais, as ações
voluntárias e involuntárias, habilidade que garante o funcionamento do organismo e a
vida.
TECIDO NERVOSO
O tecido nervoso compreende basicamente dois tiposde celulares: os neurônios e as
células glias.
Neurônio: é a unidade estrutural e funcional dosistema nervoso que é especializada
nacomunicação rápida. Tem a função básica dereceber, processar e enviar informações.
Células Glias: compreende as células que ocupam osespaços entre os neurônios e tem
como funçãosustentação, revestimento ou isolamento emodulação da atividade neural.
Neurônios: são células altamente excitáveis que secomunicam entre si ou com outras
célulasefetuadoras, usando basicamente uma linguagemelétrica. A maioria dos
neurônios possui três regiõesresponsáveis por funções especializadas: corpo celular,
dendritos e axônios.

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O Corpo Celular: é o centro metabólico do neurônio,responsável pela síntese de todas


as proteínasneuronais.
Dendritos: geralmente são curtos e ramificam-seprofusamente, a maneira de galhos de
árvore. São os processos ou projeções quetransmitem impulsos para os corpos celulares
dos neurônios ou para os axônios. Umneurônio pode apresentar milhares de
dendritos.Portanto, os dendritos são especializados em receber estímulos.
Axônios: a grande maioria dos neurônios possui umaxônio, prolongamento longo e fino
que se origina docorpo celular ou de um dendrito principal. O axônioapresenta
comprimento muito variável, podendo ser de alguns milímetros ou mais de um metro.
Sãoos processos que transmitem impulsos que deixamos corpos celulares dos neurônios,

ou dos dendritos.Portanto, o axônio é especializado em gerar e conduzir o potencial de


ação.
Tipos de Neurônios
1- Atendendo a função, os neurónios podem ser: Sensitivos ou aferentese Motores ou
eferentes
2- Quanto aos seus prolongamentos, podem ser:
Neurónios bipolares – possuem dois prolongamentos que saemdo corpo celular, um
dendrito e um axônio.
Neurónios multipolares - neurônios que possuem vários dendritos e um axônio.
Neurônios pseudomonopolares - apenas umprolongamento deixa o corpo celular e se
bifurca.
Os locais de contato entre neurónios são denominados sinapses.

Anatomia do Sistema Nervoso


1- Do ponto de vista topográfico este sistema possui duas partes principais: O
sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP).

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O impulso nervoso pode ser definido como a difusão de um sinal codificado a partir de
um estímulo realizado na membrana do neurônio.
Sistema Nervoso Central (SNC)
O sistema nervoso central é formado pelo encéfalo e pela medula espinhal,
encontrando-se localizados na cavidade craniana e canal vertebral respetivamente,
ambos envolvidos por três meninges:Dura-máter, Aracnoide ePia-máter. A função das
meninges é proteger o Sistema nervoso central.

Encéfalo e suas estruturas - O encéfalo é formado pelo cérebro, cerebelo, ponte,


tálamo, hipotálamo e bulbo Raquidiano.

Medula Espinhal - A medula apresenta a forma de um longo cordão quase cilíndrico,


aplanado afrente e atras, o seu comprimento médio ronda os 45cm em homens e 42cm e
mulheres, o diâmetro médio é de 1cm e peso:30g.

Sistema Nervoso Periférico (SNP)


O sistema nervoso periférico é formado pelas raízes nervosas, gânglios, plexos
nervosos, nervos e terminações nervosas periféricas.
Componentes do arco reflexo
1. receptor:
2. Setor aferente:
3. Setor intercalado:
4. Centro nervoso:
5. Setor eferente:

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6. Efetor:
2- Do ponto de vista funcional:

Sistema voluntário ou somático – responsável pelos movimentos voluntários.


Sistema nervoso autônomo- responsável pelos movimentos involuntários. Ele é divido
em simpático e parassimpático, que possuem funções opostas um sobre o outro para
garantir o equilíbrio do funcionamento dos órgãos. O sistema nervoso
simpáticoresponde a situações de perigo ou estresse e oparassimpático em situações

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contrárias.

Sistema Respiratório
A respiração é vital para o ser humano,
O aparelho respiratório é o conjunto de estruturas que servem para o transporte de
oxigênio ao sangue e por meio dele, aos tecidos, assim como para a expulsão ao exterior
do CO2.
Funções:

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 Respiração. Mediante a qual se realiza o intercâmbio gasoso.


 Elaboração do ar inspirado: limpeza, umedecimento, aquecimento.
 Olfacção: mediante a diferenciação dos aromas.
 Fonação: participação direta na linguagem articulada.
Composição:
No Aparelho Respiratório se diferenciam três partes fundamentais:
1. Vias respiratórias altas, que compreendem a cavidade nasal e a faringe
2. Vias respiratórias baixas, constituídas pela laringe, a traqueia e os brônquios
3. Órgãos respiratórios, ou seja, os pulmões.

LARINGE

A TRAQUÉIA
Sua longitude total oscila entre 9 a 11 cm., e seu diâmetro médio é de l5 a 18 mm.

Fig.4. Porções da tráquea.

BRÔNQUIOS
Os brônquios principais direito e esquerdos iniciam-se na bifurcação da traqueia,
dirigindo-se ao pulmão correspondente.

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Bronquio
lobular
superior
derecho

PULMÕES
Os pulmões são os órgãos principais da respiração, situados na cavidade torácica, aos
lados do coração e dos grandes vasos, dentro dos sacos pleurais e separados entre si pelo
mediastino.
Funções:
1. Hematoses. Principal função pulmonar, consistente no intercâmbio gasoso.
2. Metabólica. Participa dos intercâmbios metabólicos, mantendo o equilíbrio
acidobásico.
3. Defesa. Apresenta um sistema celular com propriedades fagocitárias.

A respiração, como o termo é geralmente usado, inclui dois processos:


 Respiração externa, a absorção do O2 (na inspiração) e a remoção do CO2 (na
expiração) do organismo como um todo.
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 Respiração interna, o intercâmbio gasoso entre as células e seu meio líquido.

Obs1:O processo da respiração Divide-se em quatro eventos principais:


1- Ventilação pulmonar, que significa a entrada e saída do ar entre a atmosfera e os
alvéolos pulmonares.
2- Difusão de oxigênio e de dióxido de carbono entre os alvéolos e o sangue
(Hematose).
3- Transporte de oxigênio e de dióxido de carbono no sangue para dentro e para fora
das células
4- Utilização do oxigênio como parte do metabolismo, no processo de respiração
celular.
5- Regulação da ventilação.

Obs2:Em repouso, um homem normal respira 16-20 vezes por minuto


Desta maneira,250 ml de O2 penetram no organismo por minuto e 200 ml de CO2 são
excretados.

SISTEMA CIRCULATÓRIO
A função básica do sistema cardiovascular é a de levar material nutritivo e oxigénio às
células. O sistema circulatório é um sistema fechado, sem comunicação com o exterior,
constituído por condutos, que são chamados vasos, e por uma bomba percussora que
tem como função impulsionar um líquido circulante de cor vermelha por toda a rede
vascular. O Sistema cardiovascular consiste no Sangue, no Coração e nos Vasos
Sanguíneos. Para que o sangue possa atingir as células corporais e trocar materiais com
elas, ele deve ser, constantemente, propelido ao longo dos vasos sanguíneos. O coração
é a bomba que promove a circulação de sangue por cerca de 100 mil quilômetros de
vasos sanguíneos.
Sangue
O sangue é um tecido conjuntivo especializado. No adulto saudável o volume do sangue
de aproximadamente 5L.

Composição (componentes)

 Plasma: substância intercelular líquida (50-55% do volume dele)


- Água (90%)
- Proteínas plasmáticas (~7%): albumina, globulinas, lipoproteínas, e as proteínas
que participam da coagulação do sangue: proteínas e fibrinogénio.
- Sais inorgânicas (0,9)
- Outros compostos orgânicos (3%): aminoácidos, vitaminas, hormônios e
glucose.

 Elementos figurados ou formes (células que se encontram em suspensão no


plasma):

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- Glóbulos vermelhos, eritrócitos ou hemácias.


- Glóbulos brancos ou leucócitos.
- Plaquetas.

Funções do sangue:

 Transporte e intercâmbio:
- Leucócitos: Células que desempenham várias funções de defesa e constituem
uma das primeiras barreiras contra infeção.
- Oxigénio (O2) e gás carbônico (CO2).
- Nitrogénio, metabolitos e hormônios.
 Regulação térmica (da distribuição do calor)
 Equilíbrio acidobásico.
 Equilíbrio osmótico dos tecidos, que permite a manutenção da homeostasia dos
líquidos corporais (composição adequada e quase constante dos líquidos
corporais).

Coração
O coração é um órgão muscular cavitário cuja contração proporciona a energia que
propulsa o sangue e promove a corrente sanguínea. No adulto o peso do coração oscila
entre 300 e 400g.

Situação: cavidade torácica, no mediastino médio, por cima do músculo diafragma.

Cavidades: 2 átrios (direito e esquerdo) e 2 ventrículos (direito e esquerdo).


O átrio e ventrículo direitos constituem o coração direito ou venoso.
O átrio e ventriculo esquerdosconstituem o coraçãoesquerdoou arterial.

Válvulas cardíacas
 Tricúspide, no ventrículo direito.

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 Bicúspideou mitral, no ventrículoesquerdo.


 Semilunares(aorticas e pulmonares).

Circulação Pulmonar e Sistêmica:


A circulação menor (ou pulmonar):
Inicia-se no ventrículo direito do coração, transcorre pelo tronco pulmonar, que se
divide em artérias pulmonares direita e esquerda, cada uma das quais penetra no pulmão
correspondente, dividindo-se ali sucessivamente até arteriolas e capilares. A nível
capilar se produz o intercâmbio gasoso e o sangue já oxigenado continua pelos capilares
venosos, vénulas, veias e logo às quatro veias pulmonares (duas direitas e duas
esquerdas), que desembocam no átrio esquerdo do coração.

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Circulação Sistêmica ou grande circulação:É a maior circulação; ela fornece o


suprimento sanguíneo para todo o organismo. A circulação sistêmica carrega oxigênio e
outros nutrientes vitais para as células, e capta dióxido de carbono e outros resíduos das
células. Ela carrega o sangue do ventrículo esquerdo do coração aos Sistema orgânicos e
dali, para o átrio direito do coração.

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Sistema vascular linfatico

Funções
 Fazer retornar à corrente sanguínea substâncias vitais, na maioria proteínas que
escapam dos capilares (recolhem o líquido tissular que não retornou aos
capilares sanguíneos, filtrando-o e reconduzindo-o à circulação sanguínea.)
 Absorção de lípidos e vitaminas lipossolúveis no tubo digestivo
 Intervenção na defesa do organismo. (actua na defesa produzindo linfócitos,
aprisionando agentes agressores e produzindo anticorpos. Compõe o Sistema
Linfático na defesa: a linfa (como meio de transporte), os Gânglios, os
linfócitos, as tonsilas (faríngeas, palatinas e sublingual), o timo, o baço e o
apêndice)

Sistema endócrino
No organismo humano há glândulas. Glândulas são orgãos que liberam secreções.
Porém estrutura específica sobre a qual age um harmónio chama-se órgão-alvo.
Principais glândulas e seus harmónios
HIPÓFISE
É dividida em:ADENOHIPÓFISE e NEUROHIPÓFISE
ADENO HIPOFISE
Hormoniossecretados pela adeno hipófise
- Hormônio do crescimento (hormônio somatotrópico ou somatotropina)
Estimula o crescimento corporal aumentando o tamanho e o número de células.
- Hormônio tireoestimulante (TSH)
Estimula a síntese e a secreção dos hormônios tireóideos tiroxina (T4) e triiodotironina
(T3)
- Hormônio adrenocorticotropico (ACTH)
Estimula o crescimento do córtex das supra-renais e aumenta a velocidade de síntese e
secreção de hormônios adrenocorticais (cortisol, androgênios e aldosterona).
- Prolactina
Promove o crescimento e funcionamento das glândulas mamárias.
- Hormônio foliculoestimulante (FSH)
Causa o crescimento dos folículos ovarianos e a maturação dos espermatozoides
estimulando a espermatogênese.

- Hormônio luteinizante (LH)


Estimula a síntese de testosterona dos testículos e estimula a ovulação, a formação do
corpo lúteo e a síntese de estrogênio e progesterona nos ovários.

NEURO-HIPÓFISE
Hormóniossecretados pela Neuro-hipófise:
- Hormônio antidiurético (ADH)
Aumenta a reabsorção de água pelos rins e causa vasoconstrição e elevação da pressão
arterial.
- Ocitocina.

PINEAL

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Hormoniossecretados: Melatonina, noradrenalina, histamina, dopamina e Ácido


Gama-Aminobutírico (GABA).

TIREÓIDE
A tireoide situa-se na região cervical, adiante da traqueia.
Hormônios secretados: tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), que estimulam o
metabolismo. E também secreta calcitonina hormônio importante para o metabolismo
do cálcio.

PARATIREÓIDES
São quatro glândulas muito pequenas, localizadas na face posterior da tireóide.
Hormoniosecretado: O paratormônioregula a degradação do tecido ósseo.

ADRENAIS (SUPRA-RENAIS)

A glândula é dividida em 2 camadas: Cortex e medula

CÓRTEX ADRENAL

A principal função do córtex adrenal é produzir esteróides:


MINERALOCORTICÓIDES, GLICOCORTICÓIDES e HORMÔNIOS SEXUAIS

MEDULA ADRENAL: Adrenalina e Noradrenalina, substâncias mediadoras


químicas do sistema nervoso simpático.

PÂNCREAS:INSULINA, GLUCAGON e SOMATOSTATINA que é o fator inibidor


do hormônio do crescimento, mas também é inibidor da secreção de insulina e
glucagon.

O SISTEMA DIGESTIVO

O sistema digestívo humano

Para viver, crescer e manter o nosso organismo, precisamos consumir alimentos.


Mas o que acontece com os alimentos que ingerimos? Como os nutrientes dos
alimentos, chegam às células do nosso corpo?
Para permanecer vivos, renovar continuamente as células, desenvolver o nosso corpo e
manter as atividades vitais, necessitamos de alimentos, pois são eles que fornecem
energia para o nosso corpo.

O sistema digestório humano é formado por duas estruturas fundamentais:


1-Trato gastro intestinal - É um longo tubo musculoso, ao qual estão associados
órgãos e glândulas que participam da digestão. Apresenta as seguintes regiões:
1-Trato Digestivo alto -boca, faringe, esôfago,
2-Trato Digestivo médio- estômago, intestino delgado,

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3-Trato Digestivo baixo- intestino grosso e ânus.

2-Glândulas acessórias - glândulas salivares, pâncreas, fígado e vesícula biliar.

BOCA
A boca é a primeira estrutura do sistema digestório. Por ela que entram os alimentos. É
formada por: Céu-da-boca, também chamado de véu palatino (duro e mole), úvula
palatina, arco dental superior e o arco dental inferior, assoalho da boca que é ocupado
pela língua. Ela contribui para a mistura dos alimentos com a saliva, mantém o alimento
junto aos dentes, empurra o alimento para a faringe, limpa os dentes e é o órgão
importante da fala. A língua apresenta ainda as papilas linguais, estruturas responsáveis
pela gustação. Anexas à boca estão três pares de glândulas salivares (Parótida,
submaxilares e Sublinguais), que são órgãos produtores de saliva.
Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar superior e mandíbula,
cuja atividade principal é a mastigação. Estão implicados, de forma direta, na
articulação das linguagens.  Os nervos sensitivos e os vasos sanguíneos do centro de
qualquer dente estão protegidos por várias camadas de tecido

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A língua

A língua movimenta o alimento empur ando-o em direção a garganta, para que seja engolido. Na superfície da língua existem dezenas de papil as gustativas, cujas células ensoriais percebem os quatro sabores primários: amargo (A), azedo ou ácido (B), salgado (C) e
doce (D). De sua combinação resultam centenas de sabores distintos. A distribuição dos quatro tipos de receptores gustativos, na superfície da língua, não é homogênea.

As glândulas salivares
Os sais minerais da saliva neutralizam substâncias ácidas e mantêm, na boca, um pH
neutro (7,0) a levemente ácido (6,7), ideal para a ação da ptialina. Quando a cárdia
(anel muscular, esfíncter) se relaxa, permite a passagem do alimento para o interior do
estômago.

ESTÔMAGO
O estômago é uma bolsa de parede musculosa, localizada no lado esquerdo abaixo do
abdome, logo abaixo das últimas costelas.
Segmento superior: é o mais volumoso, chamado "porção vertical". Este
compreende, por sua vez, duas partes superpostas; a grande tuberosidade, no alto, e o
corpo do estômago, abaixo, que termina pela pequena tuberosidade.
Segmento inferior: é denominado "porção horizontal", está separado do duodeno pelo
piloro, que é um esfíncter. A borda direita, côncava, é chamada pequena curvatura; a
borda esquerda, convexa, é dita grande curvatura. O orifício esofagiano do estômago é
o cárdia.

INTESTINO DELGADO
O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4cm de
diâmetro e pode ser dividido em três regiões: duodeno, jejuno e íleo. A porção
superior ou duodeno tem a forma de ferradura e compreende o piloro, esfíncter
muscular da parte inferior do estômago pela qual este esvazia seu conteúdo no
intestino.

INTESTINO GROSSO
É o local de absorção de água, tanto a ingerida quanto a das secreções digestivas.
Uma pessoa bebe cerca de 1,5 litros de líquidos por dia, que se une a 8 ou 9 litros de
água das secreções. Glândulas da mucosa do intestino grosso secretam muco, que
lubrifica as fezes, facilitando seu trânsito e eliminação pelo ânus. 

Pâncreas
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O pâncreas é uma glândula mista, de mais ou menos 15 cm de comprimento e de formato triangular, localizada tr ansversalmente sobre a parede posterior do abdome,. O pâncreas é formado
por: cabeça corpo e cauda.

Fígado

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É o maior órgão interno, e é ainda um dos mais importantes. É a mais volumosa de todas as vísceras, pesa cerca de 1,5 kg no homem adulto, e na mulher adulta
entre 1,2 e 1,4 kg.

O fígado: Secreta a bile, líquido que atua no emulsionamento das gorduras


ingeridas, facilitando, assim, a ação da lipase; Armazenar ferro e certas vitaminas
em suas células; Degrada álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na
desintoxicação do organismo;

A vesícula biliar, situada junto ao fígado, tem a forma e o tamanho de uma pêra. É
neste órgão que fica armazenada a bile, uma secreção produzida pelas célulashepáticas
(ou seja, do fígado).

SISTEMA EXCRETOR
Designa-se como sistema excretor o conjunto de órgãos que eliminem o que o
organismo não necessita, é responsável pela manutenção da homeostase (filtragem do
sangue, regulação do teor de água e sais minerais e eliminação de resíduos nitrogenados
formados durante o metabolismo celular).

No ser humano podemos considerar como sistemas excretores o sistema urinário (onde
é produzida a urina) e a pele (que produz suor através das glândulas sudoríparas). O
sistema respiratório, ao eliminar dióxido de carbono, que é um dos principais resíduos
da respiração celular, é por vezes, também incluído neste grupo por alguns autores
(ainda que, na verdade, não seja responsável pela produção de uma "excreção" no
sentido próprio da palavra).

A sua função é eliminar as substâncias que estão em excesso, chamado de equilíbrio


dinâmico, que é fundamental para o bom funcionamento da célula com o meio externo.
É comum, ao começar a estudar sobre esse assunto, algumas pessoas confundirem
excreto com fezes. O que é errado, visto que são dois processos diferentes. O sistema

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excretor é responsável por eliminar excreto, como água, sais minerais e urina, enquanto
as fezes são denominadas excrementos e são provenientes dos alimentos ingeridos pelo
ser humano.

Mas você deve estar se questionando: Como são produzidas essas substâncias
excretadas? Pois bem, as células produzem um processo conhecido como metabolismo,
em que matérias sofrem com uma reacção química e liberam energia, dessa maneira
acabam também resultando em resíduos, que em algumas situações são nocivas para o
organismo e, por isso, são eliminados pelo sistema excretor. Levando em consideração
esse procedimento, o excreto pode ser descartado não só pela urina, mas também pelo
suor e respiração.

Sistema urinário

É o conjunto de órgãos que contribui para a manutenção da homeostase, mediante a


produção de e excreção de urina, por Meio da qual são eliminados diversos resíduos do
metabolismo e água, electrólitos e não electrólitos em excesso no meio interno.
É uma das principais vias de eliminação das impurezas e substâncias abundantes no
corpo humano. É formada por um par de Rins, um par de Ureteres, a Bexiga e a
Uretra.
Neste sistema, as mais importantes funções são: produzir, concentrar e eliminar a urina.
Porém, cada órgão é responsável por actividades indispensáveis no organismo, sem elas
o funcionamento do corpo não seria o mesmo.
Outras funções:
- Secreção de hormónios, como a renina, que participa na manutenção da pressão
sanguínea, e a heritropoietina, que estimula a produção de hemácias.
- Os rins também participam, juntamente com o fígado e a pele, na activação da
vitamina D3.
O rim é um órgão maciço, localiza-se na cavidade abdominal, a nível dos flancos,
possuem um tamanho de um punho fechado e a sua forma assemelha-se a um grão de
feijão. Cada um deles quando aberto longitudinalmente, apresenta uma região
periférica, córtex renal, e outra mais interna, medula renal.
No córtex renal se encontram as unidades funcionais dos rins, os néfrons. Em cada rim
há cerca de 600 000 a 800 000 néfrons, responsáveis pela produção da urina. Cada
néfron é um tubo longo enrolado, com uma porção inicial semelhante a uma taça, a
cápsula de Bownam.
Porções dos néfrons:
- Corpúsculo renal ou de Malpighi.
- Túbulo contorcido proximal.
- Alça de Henle
- Túbulo contorcido distal.
Os dois rins formam, por minuto, cerca de 125 ml de filtrado, dos quais 124ml são
absorvidos nos túbulos renais e apenas 1 ml será lançado nos cálices como urina. A cada
24h formam-se cerca de 1.500m ml de urina.
Ureteres: O caminho até a bexiga
Os ureteres são duas vias que ligam os rins a bexiga. Eles possuem a função de
condutores, pois levam a urina dos cálices até a bexiga.
A bexiga como depósito de urina

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A bexiga é um reservatório músculo-membranoso. É localizado em regiões diferentes


em homens e mulheres. Nos do sexo masculino, ela é encontrada na parte ascendente à
cavidade pélvica, já no sexo feminino está na frente do útero.
Tem como função servir como um depósito de urina proveniente dos rins, que chegam
através dos ureteres. Se não existisse a bexiga, os animais vertebrados, incluindo nós, os
humanos, teríamos que “fazer xixi” em períodos muito curtos. Para isso não ocorrer,
esse órgão tem a capacidade de conter de 250 (2,5L) a 350 mililitros (3,5L) de urina.

Uretra, a excreção
Por fim, depois do sangue ter sido filtrado, reabsorvido e transformado em urina nos
rins e após essa substância ter sido encaminhada dos ureteres até a bexiga, chega a hora
de ser eliminada pela uretra. Nos homens, esse tubo que se prolonga da bexiga até o
exterior, é também responsável pela função reprodutiva, saída do sémen, por essa razão
possui uma diferença de tamanho com relação ao das mulheres, sendo menor nesse
último caso.
A reabsorção de agua pelos rins está sob controlo do hormónio antidiurético, também
conhecido pela sigla ADH. Esse hormônio é sintetizado no hipotálamo (uma região do
encéfalo) e liberado pela parte posterior da glândula hipófise.

Efeitos da ADH:
a) Aumenta a reabsorção de água no néfron. Reduz, consequentemente, o volume da
urina. Sua produção é inibida por algumas substâncias, como o etanol. O sujeito que
ingere bebida alcoólica, tende a urinar mais.
b) A deficiência deste hormônio leva o sujeito a ter uma diabete insípida, na qual
consiste em um distúrbio no controle de água no organismo, no qual os rins não
conseguem reter adequadamente a água que é filtrada. Como consequência, o paciente
passa a apresentar um aumento no volume de urina (poliúria), que ultrapassa facilmente
os 3 litros por dia, podendo chegar a mais de 10 litros de urina.

c) Aumentam a quantidade de urina. A formação de urina ocorre nos rins e lá o volume


e a composição da urina são divinamente regulados por vários mecanismos: hormónios,
osmose, transportadores, etc. Um hormônio muito importante é a vasopressina, também
conhecido como ADH e hormônio antidiurético. A vasopressina é produzida na
glândula pituitária que fica no sistema nervoso central. Nos rins ela abre poros (como se
fossem canais de água) por onde a água pode sair da urina em formação e voltar para a
nossa circulação. Esse mecanismo poupa água e diminui a quantidade de urina.
O álcool (etanol) inibe a produção de vasopressina, com isso não se formam os canais
de água nos túbulos renais e assim a água que não conseguiu voltar para o sangue é
eliminada na urina. Isso faz com que o volume de urina aumente.

Glândulas sudoríparas
Outra forma do corpo eliminar as substâncias desnecessárias para o organismo humano
é através do suor. Usando como órgão excretor o duto sudoríparo, o suor é produzido
pelas glândulas sudoríparas, essas, por sua vez, estão espalhadas por todo o corpo,
principalmente nas axilas, palma das mãos e na sola dos pés.
O ser humano é um animal homeotérmico, isto quer dizer que ele mantém a temperatura
do corpo constante. Para isso ocorrer da melhor forma, o suor é expelido. Uma
substância meio salgada, pois possui cloreto de sódio. Além disso, contém em sua
composição água, ureia e ácido úrico.
O modo de transpiração ocorre na superfície da pele, saindo pelos poros.

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Sistema respiratório
Além do sistema urinário e das glândulas sudoríparas, muitos estudiosos consideram o
sistema respiratório como uma estrutura capaz de expelir excreto.
Como todos sabem, a respiração começa no nariz passa pela faringe, laringe, traqueia,
brônquios e pulmões. Já a saída de ar se dá de forma inversa. No nosso corpo, entra o
oxigénio e no interior se transforma e, por meio da transpiração, é expelido o dióxido de
carbono. Sendo assim, o ato de respirar também é conhecido como excretor.

Doenças mais frequentes ( Epidemiologia)


As doenças Infecciosas representam uma ameaça para a saúde do Homem. Pelo que o
conhecimento básico sobre algumas enfermidades do género é de extrema importância
para o candidato ao curso de saúde. No seguinte quadro apresentamos de forma clara e
resumida algumas das patologias mais frequentes no nosso país:
Enfermidade Agente causal Vector e meio de transmis ão Medidas preventivas
Paludismo ou Malária Protozoários do tipo Plasmódios: Falciparum, Vivax, Oval, Malariae -Uso de mosquiteiros
Mos -Uso de
quito repelentes
Anopheles -Uso de
Fémea redes milimétricas
em portas e janelas
-Uso
roupas que cubram
todo o corpo
-Eliminar
os charcos de água,
pneus e baldes com
água sem tampas
- Uso de
mosquiteiro
-Uso de
Inseticidas como
shaltox
D e n g u e Vírus da dengue Mosquito Aedes Aegipt As mesmas que o paludismo

SIDA (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida) VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana) -Uso de preservativo
- -Evitar a
Objetos promiscuidade
perfuro- sexual
cortantes -Evitar
- Transfusões
Transfusão sanguíneas com
Sanguíenea sangue contaminado
- - Evitar a
Transmissão transmissão Vertical
vertical (Da (Corte de
mãe para o transmissão
feto) Vertical)

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Gonorreia Neisseria gonorreae - As mesmas que no SIDA(ITS)


S i f i l i s Treponema pallidum - As mesmas que o SIDA(ITS)
Meningite e Meningoencefalite Neisseria meningidite - -
Febre Tifoide Salmonella Tiphe -Lavar as mãos antes de comer
- -Lavar e
Água cozer bem os
Contaminada alimentos
- -Tratar a
Alimentos água de consumo
contaminados
Ascaridíase Ascaris lumbricóide -Água contaminada -Lavar as mãos antes de comer
- -Lavar e
Alimentos cozer bem os
contaminados alimentos
-Tratar a
água de consumo
Ancilostomosis Ancilostoma duodenal -Água e alimentos contaminados -Lavar as mãos antes de comer
-Lavar e
cozer bem os
alimentos
-Tratar a
água de consumo
Trichuríase Trichuritrichura -Água e alimentos contaminados -Lavar as mãos antes de comer
-Lavar e
cozer bem os
alimentos
-Tratar a
água de consumo
Shigelose Shigela -Água e alimentos contaminados -Lavar as mãos antes de comer
-Lavar e
cozer bem os
alimentos
-Tratar a
água de consumo
Oxiuríase Enteróbio Vermicular - Coçar o ano e levar a mão a boca Lavar as mãos antes de comer
-Lavar e
cozer bem os
alimentos
-Tratar a
água de consumo
Amebíase Entamoeba histolítica -Água contaminada As mesmas que a Febre Tiphoide
-
Alimentos
contaminados
C ó l e r a Vibrião cholerae -Água e alimentos contaminados -Lavar as mãos antes de comer
-Lavar e
cozer bem os
alimentos
-Tratar a
água de consumo

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Tripanossomiase Tripanossomacruzi Mosca Tsétsé -Evitar o contacto com o vector


Teníase ou Cistecercose Ténia saginata -Gado bovino - Evitar comer carne infectada
Neurocistecercose Ténia Solium -Gado suíno -Evitar o consumo de carne infectada
L e p r a Micobacterium leprae - -Evitar o contacto com pessoas infectadas
Tuberculose Micobacterium tuberculose -Ar contaminado - Evitar o contacto dom pessoas contaminadas
-Evitar a
partilha de
utensilhos de
material como:
pratos, copo; Com
pessoas infectadas

Elefantíase (Filaríase) Wchereriabrancoft -Mosca do género Crisoste -Eliminar o vector

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