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1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 5
2 A MICROBIOLOGIA .......................................................................... 6
4 OS MICROSCÓPIOS....................................................................... 15
5.2 A célula...................................................................................... 26
6 BACTÉRIAS..................................................................................... 32
6.1 Morfologia.................................................................................. 32
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6.2 Estruturas externas da célula bacteriana .................................. 33
7 FUNGOS.......................................................................................... 41
7.3 Leveduras.................................................................................. 44
8 VÍRUS .............................................................................................. 50
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14.1 Processo de esterilização, desinfecção e preparo do
material...........................................................................................................64
17 CONSIDERAÇÕES ...................................................................... 72
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro –
quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao
professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida
sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta
para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma
coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao
protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da
semana e a hora que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!
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2 A MICROBIOLOGIA
Fonte: cursodefarmacia.net
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3 ASPECTOS HISTÓRICOS DA MICROBIOLOGIA
O inglês Robert Hooke foi, em pleno século XVII, o que hoje chamamos
de “homem dos sete instrumentos”, atuando com contribuições
relevantes nos campos da Física, Astronomia, Química, Biologia,
Geologia, Arquitetura e Tecnologia Naval. Foi colaborador de cientistas
como Isaac Newton, seu grande rival da época, e Robert Boyle, a quem
auxiliou na determinação das leis dos gases. Correspondeu-se com
Antony van Leeuwenhoek confirmando suas observações ao
microscópio. (ATTIAS, 2010, apud MARTINS, 2011, p. 2).
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Entre outras criações, inventou e melhorou instrumentos como o
barômetro e o anemômetro e um mecanismo que tornou os relógios mais
precisos. A Lei de Hooke, equação que descreve a elasticidade, é empregada
até hoje.
Suas contribuições nos campos da Biologia e Paleontologia não foram
menos importantes. A reputação de Hooke na história da Biologia se deve em
grande parte a sua obra Micrographia, publicada em 1665. Hooke desenvolveu
o microscópio composto e o sistema de iluminação, utilizando-o para descrever
detalhadamente uma grande variedade de organismos como insetos, esponjas,
penas e aquela que parece ser sua maior contribuição, finas lâminas de cortiça.
Em desenhos detalhados, Hooke descreveu a estrutura como pequenos
poros, semelhantes a favos de mel, dando-lhes o nome de células. Embora estas
estruturas observadas correspondessem apenas às paredes celulares de células
vegetais já mortas, o nome prevaleceu e dele derivaram os termos Citologia e,
mais modernamente, a Biologia Celular. Sua obra permanece até hoje, embora
não exista nenhum registro de sua própria aparência.
Fonte: thefamouspeople.com
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Antony Van Leeuwenhoek (1632-1723) era um homem comum que
possuía um armazém, era zelador da prefeitura e servia como provador oficial
de vinhos para a cidade de Delft na Holanda. Tinha como hobby polir lentes de
vidro, as montava entre finas placas de bronze ou prata para inspecionar fibras
e tecelagem de roupas, flores, folhas e pingos d’água. Na época, era comum o
interesse pelo mundo natural, mas Leeuwenhoek tinha o cuidado de descrever,
detalhadamente, tudo o que fazia e o que observava com suas lentes.
Usando seu precário microscópio, observava águas de rios, infusões de
pimenta, saliva, fezes e outros materiais; até que verificou nestes, a presença de
um grande número de pequeníssimos objetos móveis e de formas diferentes,
que não poderiam ser vistos sem a ajuda das lentes, e os chamou de animaculos
por acreditar que seriam pequenos animais vivos.
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Acredita-se que, inspirado pelo livro de Hooke, Micrographia,
Leeuwenhoek começou a polir lentes e a fabricar seus microscópios, tendo
montado mais de 500 deles. Seus microscópios, embora dotados de uma única
lente, eram capazes de aumentar até em 200 vezes os objetos. Por outro lado,
a iluminação era deficiente e sua manipulação bastante desconfortável para o
observador.
Em 1673, Leeuwenhoek começou a enviar cartas com suas observações
à recém-criada Royal Society of London. Em 1680 foi eleito Membro Titular da
mesma, juntando-se a Robert Hooke, Isaac Newton, Henry Boyle e outros
cientistas de renome marcantes até nossos dias.
Biogênese e Abiogênese
Após a revelação ao mundo da presença dos microrganismos, os
cientistas começaram a indagar a origem desses seres e se dividiram em duas
correntes de pensamento:
Biogênese: Alguns cientistas acreditavam inclusive Leeuwenhoek, que
as sementes destas criaturas microscópicas estavam sempre presentes no ar,
de onde ganhavam acesso aos materiais e ali cresciam desde que as condições
fossem adequadas ao seu desenvolvimento.
Abiogênese: Outros cientistas acreditavam que os microrganismos se
formavam espontaneamente a partir da matéria orgânica em decomposição ou
putrefação. A abiogênese também ficou conhecida como geração espontânea.
A ideia da geração espontânea teve origem na Grécia Antiga, que acreditava
que rãs e minhocas surgiam, espontaneamente, de um pequeno lago ou lama.
Outros acreditavam que larvas de insetos e moscas eram produzidas a
partir de carne em decomposição. Pouco a pouco, essas ideias foram perdendo
força, por demonstrações científicas como a do médico italiano Francesco Redi
(1626-1697), que demonstrou que as larvas encontradas na carne em putrefação
eram larvas de ovos de insetos e não um produto da geração espontânea.
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sobrenaturais. Darwin preferiu não tocar nesse assunto, ou seja, nem
afirmou que os primeiros seres vivos surgiram naturalmente, nem que
foram criados diretamente por Deus. (ALLCHIN, 2007 apud MARTINS,
2009, p. 67).
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A poeira e os microrganismos depositavam-se na área sinuosa em forma
de V do tubo e, portanto, não atingiam o caldo. Seus resultados foram
comunicados com entusiasmo na Universidade de Sorbonna, em Paris, em 7 de
abril de 1864.
Pasteur deu um grande impulso na tecnologia de alimentos. O processo
de preservação dos alimentos pela pasteurização foi criado por esse ilustre
cientista, e o nome do processo de pasteurização foi dado em sua homenagem.
Fonte: livescience.com
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seres vivos microscópicos e concluiu que estes haviam sido gerados
espontaneamente.
Os experimentos de Pouchet produziram forte repercussão na Academia
de Ciências de Paris. Pareciam ter sido bem realizados, e o naturalista, que
tinha então 56 anos de idade, era uma pessoa bem conhecida e respeitada na
época; mas a crença na geração espontânea, nesse momento, estava já
enfraquecida. Alguns pesquisadores franceses importantes, como Henri Milne
Edwards, Armand de Quatrefages e Claude Bernard, criticaram os
experimentos, alegando que os microrganismos observados poderiam ter vindo
do ar, ou então no próprio feno, apesar de seu aquecimento no forno.
No entanto, esses autores não procuraram repetir os experimentos.
Pouchet refez suas observações, tomando novas precauções, e os
microrganismos continuavam a aparecer. Um fisiólogo italiano, Paolo
Mantegazza, confirmou pouco depois as observações de Pouchet.
Fonte: alchetron.com
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realizados numa única célula. Independentemente da complexidade de um
organismo, a célula é, na verdade, a unidade básica da vida.
No processo de reprodução, os organismos vivos mantem uma identidade
de espécie, possuindo potencialidades de alterações, buscando encontrar um
modo especial de sobreviver.
A tarefa dos microrganismos na natureza é algo sensacional,
especialmente, quando se lembra de seu papel como regulador do equilíbrio
entre seres vivos e mortos.
4 OS MICROSCÓPIOS
Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br
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4.1 Quanto aumenta um microscópio óptico?
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Microscópio de campo claro ou microscópio simples: É o microscópio
“padrão”. Em geral, requer que a amostra seja fixada e corada antes da
observação. Entretanto, desde que a iluminação seja ajustada fechando-se um
pouco mais a passagem de luz pela condensadora, é possível observar células
a fresco, isto é, sem coloração prévia.
Microscópio de contraste de fase: Dispensa o uso de corantes, permitindo a
observação de células vivas. Um sistema de filtros (anéis de fase) interfere no
trajeto da luz, criando um contorno claro/escuro em torno das estruturas
celulares. Esse contraste permite a observação de células vivas, mas se elas
estiverem muito aglomeradas, a imagem se torna confusa, requerendo um
sistema óptico mais elaborado.
Microscópio de contraste interferencial: Também utiliza filtros para criar
contraste a partir de diferenças no trajeto da luz. A imagem final é mais agradável
para o observador, mas o sistema é menos comum, pois é mais caro que o
contraste de fase; também permite observar células vivas. Quando essas células
estão dispostas em camadas, pode-se focalizar apenas um plano, obtendo-se
assim cortes ópticos sem que o tecido seja cortado.
Microscópio de fluorescência: Utiliza uma fonte de luz ultravioleta e requer o
uso de corantes fluorescentes que se ligam a componentes específicos das
células. Esses corantes são capazes de absorver luz de um determinado
comprimento de onda (ultravioleta, por exemplo) e emitir num outro, dentro do
espectro visível.
Em algumas situações, as células podem ser observadas vivas; em
outras, não. O mais comum é que um modelo possa ter seus jogos de lentes e
fontes de luz alternada (intercambiados) para que se possam observar amostras
pelos três métodos.
Os microscópios de fluorescência permitem ver estruturas normalmente
muito finas para serem observadas com os comprimentos de onda da luz visível.
Microscópio confocal de varredura a laser: A conjugação da ciência da
computação aos microscópios de fluorescência trouxe uma nova dimensão à
microscopia óptica. O microscópio confocal possui, além de uma fonte de luz
visível, uma fonte de luz ultravioleta e uma fonte de raio laser. O feixe de laser
incide sobre a amostra; um sistema de filtros e aberturas especiais captura
sucessivamente a fluorescência emitida de vários planos focais. Este conjunto
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de imagens é capturado digitalmente e são geradas em programas específicos
de computador.
Os microscópios ópticos começaram a ser construídos no século XVII, e
com eles foram observadas e batizadas as primeiras células. O aperfeiçoamento
na construção de lentes, filtros e sistemas de iluminação deu origem a uma
grande variedade de microscópios ópticos.
O microscópio confocal a laser inaugurou uma nova era na microscopia
óptica, mas a observação da maior parte das estruturas que compõem a célula
só é possível com um instrumento de maior poder de resolução: o microscópio
eletrônico.
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As lentes: De vidro no microscópio óptico e eletromagnetos no microscópio
eletrônico de transmissão.
A espessura da amostra: da ordem de micrômetros (µm) no microscópio óptico
e de nanômetros (nm) no microscópio eletrônico.
O feixe de elétrons é gerado por um filamento de tungstênio que é
aquecido; podemos comparar ao que observamos numa lâmpada em que o
filamento aquecido emite o feixe luminoso. O vácuo, que também existe dentro
do bulbo da lâmpada, é necessário não apenas para impedir a combustão do
filamento na presença de oxigênio como também para impedir a colisão do feixe
de elétrons com moléculas do ar. Por outro lado, esse é um dos fatores que
impossibilita a observação de células vivas no microscópio eletrônico de
transmissão.
As lentes magnéticas desviam e orientam o feixe de elétrons da mesma
forma que as lentes de vidro desviam e orientam o feixe de luz; lembre-se de
que elétrons são uma radiação de carga negativa, sendo, portanto, atraídos por
cargas opostas e repelidos por cargas semelhantes.
Já a amostra precisa ser cortada em fatias muito finas para ser
atravessada pelos elétrons. Mesmo a lâmina de vidro mais fina barraria o feixe
de elétrons. Por esse motivo são usadas telas de cobre para servir de suporte
para os cortes ultrafinos.
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O ambiente no interior da coluna do microscópio eletrônico – vácuo feixe
de elétrons – não é nem um pouco favorável à preservação da estrutura celular.
Além disso, a composição química das células, basicamente átomos leves,
também não é propícia à formação de imagens no MET. Por esses motivos,
assim como o microscópio foi se aperfeiçoando desde sua invenção,
paralelamente toda uma metodologia de preparação de amostras para
observação ao microscópio eletrônico de transmissão foi sendo desenvolvida.
As etapas desse processo são as seguintes:
Fixação: Em geral é feita mergulhando as células ou tecidos em soluções que
estabilizam as membranas e os constituintes celulares na forma a mais próxima
possível da in vivo. Os mais utilizados são o formaldeído e o Glutaraldeido,
superior ao formol e por isso mais utilizado. Essas substâncias, chamadas
fixadores, são empregadas diluídas em tampões, que ajudam a manter o pH e a
osmolaridade da solução fixadora o mais próximo possível das condições vitais.
Dessa maneira evita-se a deformação ou o rompimento das estruturas celulares.
Pós-fixação e contrastação: Como os seres vivos são compostos basicamente
por átomos leves que desviam pouco ou nada a passagem do feixe de elétrons,
são utilizadas soluções de sais de metais pesados, que, além de melhorarem a
preservação das células, aumentam o contraste das amostras quando
observadas ao microscópio eletrônico de transmissão. Esses sais se impregnam
seletivamente nas membranas (caso do ósmio e do chumbo), no DNA (caso do
urânio) ou em outros componentes celulares, facilitando a visualização dessas
estruturas.
O tetróxido de ósmio impregna-se nas membranas funcionando como um
fixador e conferindo simultaneamente maior contraste às mesmas. Por ser
utilizado depois do Glutaraldeido, é um pós-fixador. Já os sais de chumbo e
urânio geralmente são utilizados na última etapa de preparação da amostra, logo
antes da observação ao microscópio eletrônico.
Desidratação, inclusão e Microtomia: A fixação confere preservação às
células; entretanto, o fato de serem em geral muito espessas e hidratadas para
que o feixe de elétrons possa atravessá-las também é um obstáculo a ser
superado. Para isso as amostras têm toda sua água substituída, inicialmente por
um solvente orgânico como álcool etílico ou acetona, e em seguida por uma
resina que, inicialmente, é líquida, mas nas condições adequadas que
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geralmente ao ser aquecida endurece, permitindo que as amostras sejam
cortadas em fatias finas o suficiente para que os elétrons possam passar nas
áreas em que não se impregnaram os metais pesados.
A microscopia eletrônica de transmissão permite a observação do interior
da célula e de suas estruturas e organelas. Infelizmente, como a observação é
feita em fatias muito finas das células, tem-se sempre imagens bidimensionais
de objetos que, na realidade, são tridimensionais. Essa dificuldade foi, ao menos
parcialmente contornada pela microscopia eletrônica de varredura, onde a
resolução de detalhes da célula se combina à observação da sua estrutura
tridimensional.
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Como, em geral, o objetivo do pesquisador ao utilizar o microscópio
eletrônico de varredura é obter informações sobre a forma externa das amostras
não cortadas em fatias, seu processamento envolve, após o tratamento com
soluções fixadoras, a secagem do material e seu revestimento com ouro ou outro
elemento condutor, para geração do sinal.
Fonte: tecnico.ulisboa.pt
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5.2 A célula
Fonte: engenhariae.com.br
5.3 Citoplasma
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organelas. O citoplasma é constituído principalmente de água (80%), mas
também contém íons, sais minerais e moléculas, tais como proteínas,
carboidratos e o RNA, que correspondem aos 20% restantes.
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Fonte: emforma.net
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Cloroplastos: São delimitadas por duas membranas lipoprotéicas, uma externa
lisa e outra interna que forma dobras para o interior da organela. Esse conjunto
bem organizado de membranas formam pilhas unidas entre si, chamadas de
grana. Cada elemento da pilha, que tem o formato de moeda, é o tilacóides. Todo
esse conjunto de membranas encontra-se mergulhado em um fluído gelatinoso
que preenche o cloroplasto, o estroma, onde há enzimas, DNA, pequenos
ribossomos e amido.
As moléculas de clorofila localizam-se nas membranas dos tilacóides, tal
sistema é, portanto, a sede das reações fotoquímicas responsáveis pela
captação e transformação da energia luminosa em energia química.
Flagelos: Os flagelos das bactérias (procariontes) são compostos por uma
proteína chamada flagelina, e dos eucariontes, são extensões filamentosas
citoplasmática, frequentes em protozoários, esponjas e gametas móveis. O
flagelo tem a mesma função em todas as células que é criar movimentos.
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Devido à ausência de componentes celulares necessários para o
metabolismo ou reprodução independente, o vírus pode multiplicar-se somente
dentro de células vivas, por isso não são considerados seres vivos por não
possuírem vida própria.
6 BACTÉRIAS
Fonte: quantamagazine.org
6.1 Morfologia
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microscópio, as bactérias são normalmente medidas em micrometros (µm), que
são equivalentes a 1/1000mm (10-3mm). A grande maioria tem aproximadamente
de 0,5 a 1µm de diâmetro ou largura.
Embora existam milhares de espécies bacterianas, elas podem ser
agrupadas em três tipos morfológicos gerais: cocos, bacilos e espiralados.
Formas de cocos (esféricas): É o grupo de bactérias mais homogêneo em
relação ao tamanho. Os cocos tomam denominações diferentes de acordo com
o seu arranjo.
• Micrococos – cocos.
• Diplococos – cocos agrupados aos pares.
• Tétrades – agrupamentos de quatro cocos.
• Sarcina – agrupamentos de oito cocos em forma cúbica.
• Estreptococos – cocos agrupados em cadeias.
• Estafilococos – cocos agrupados em grupos irregulares, lembrando cachos de
uva.
Forma de bacilos: São células cilíndricas em forma de bastonete; apresentam
grande variação na forma e no tamanho entre gêneros e espécies.
Formas espiraladas: Caracterizadas por células em espiral; dividem-se em:
Espirilos: Possuem corpo rígido e movem-se à custa de flagelos externos. Ex.:
Gênero Aquaspirillium.
Espiroquetas: São flexíveis e locomovem-se geralmente por contrações do
citoplasma, podendo dar várias voltas completas em torno do próprio eixo. Ex.:
Gênero Treponema
Além desses três tipos morfológicos, existem algumas formas de
transição.
• Bacilos muito curtos: cocobacilo.
• Unidades celulares que se assemelham a uma vírgula: vibrião.
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Parede celular
A parede celular é uma estrutura rígida que está presente em quase todas
as bactérias e localiza-se acima da membrana citoplasmática. Ela contém
polímeros complexos conhecidos como peptideoglicano, que são responsáveis
pela sua rigidez. Esta impede que a célula estoure em decorrência do grande
turgor e atua como uma barreira de proteção contra determinados agentes
químicos e físicos externos e funciona como suporte de antígenos somáticos
bacterianos.
As bactérias podem ser divididas em dois grandes grupos, com base na
capacidade de suas paredes celulares fixarem o corante violeta cristal: as Gram-
positivas (que coram em roxo) e as Gram-negativas (que coram em vermelho).
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complexo corado é extraído pelo álcool, deixando as células descoradas. O
tratamento com fucsina não altera a cor roxa das Gram-positivas, ao passo que
as Gram-negativas descoradas pelo álcool se tornam avermelhada. A coloração
de Gram é amplamente utilizada para identificar e classificar bactérias.
Essa classificação é importante, pois as bactérias Gram-positivas são
mais sensíveis à penicilina e à sulfa. Este processo de coloração é um dos mais
importantes métodos realizados em laboratório de microbiologia.
Flagelos
De acordo com o número e distribuição dos flagelos, as bactérias podem
ser classificadas como: atríquias (sem flagelos), monotríquias (um único flagelo),
anfitríquias (um flagelo em cada extremidade), lofotríquias (um tufo de flagelos
em uma, ou ambas as extremidades) e peritríquias (apresentando flagelos ao
longo de todo o corpo bacteriano).
Algumas bactérias movimentam-se por outros meios, diversos da
atividade flagelar, tais como o deslizamento provocado pelo fluxo
protoplasmático ou pela resposta táxica (fototaxia, quimiotaxia).
Pelos (fímbrias)
São apêndices finos, retos e curtos que estão presentes em muitas
bactérias Gram-negativas. São encontrados tanto nas espécies móveis como
nas espécies imóveis e, portanto, não desempenham papel relativo à
mobilidade. Os pelos originam-se de corpúsculos basais na membrana
citoplasmática e sua função parece estar relacionada com a troca de material
genético durante a conjugação bacteriana (fímbria sexual) com a aderência às
superfícies mucosas. As fímbrias podem ser removidas sem comprometimento
da viabilidade celular e regeneram-se rapidamente.
Glicocálice
É formado por uma substância mucilaginosa ou gelatinosa e fica ligada à
parede celular como um revestimento externo. Se o Glicocálice estiver
organizado de maneira definida e acoplado firmemente à parede celular, recebe
o nome de cápsula, se estiver desorganizado e sem qualquer forma frouxamente
acoplada à parede celular, recebe o nome de camada limosa.
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O Glicocálice pode ser de natureza polissacarídica (um ou vários tipos de
açúcares) ou polipeptídica (ácido glutâmico). Desempenha papel importante na
infecção, permitindo que a bactéria patogênica se ligue a tecidos específicos do
hospedeiro. Acredita-se que o Glicocálice possa proteger as bactérias da
dessecação.
Citoplasma
É composto pela porção fluida e contém substâncias dissolvidas e
partículas, tais como ribossomos, e material nuclear ou nucleóide, rico em DNA.
Inclusões citoplasmáticas
As inclusões são formações não vivas existentes no citoplasma, como
grãos de amido, gotas de óleo, chamadas de grânulos, e podem servir como
fonte de material de reserva ou energia.
Nucleóide e plasmídeos
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As células bacterianas não contêm o núcleo típico das células animais e
vegetais. O cromossomo bacteriano consiste de um cromossomo único e circular
e ocupa uma posição próxima ao centro da célula. Pode ser chamado de
nucleóide. Várias bactérias apresentam também moléculas de DNA
extracromossomal, denominadas plasmídeos, as quais são geralmente
circulares, contendo muitas vezes genes que conferem características
adaptativas vantajosas ao microrganismo.
As bactérias são importantes nos processos biotecnológicos, na indústria,
agricultura e na medicina.
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Tempo de geração
É o tempo necessário para que uma célula bacteriana se divida ou para
que a população duplique. Esse tempo pode variar de 15 a 20 minutos ou até
algumas horas. O tempo de geração depende da espécie bacteriana e das
condições ambientais, ou seja, as bactérias são capazes de crescer numa ampla
faixa de condições físicas, podendo utilizar alimentos muito diferentes. Contudo,
seu crescimento requer condições específicas para uma dada espécie.
Endósporos (esporos)
Formas dormentes de células bacterianas são produzidas por certas
espécies de bactérias em situações de escassez de nutrientes. Os esporos
representam uma fase latente (repouso) da célula: são extremamente
resistentes aos agentes físicos e químicos adversos, demonstrando uma
estratégia de sobrevivência. O endósporo resiste até que as condições
melhorem e muitos resistem até mesmo à água fervente. A indústria de alimentos
preocupa-se em tomar providências para que os endósporos não estejam
presentes durante o processo de acondicionamento dos alimentos. Todas as
bactérias dos gêneros Bacillus e Clostridium produzem endósporos, por isso são
mais resistentes.
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Crescimento das bactérias
É um somatório dos processos metabólicos progressivos, que
normalmente conduz à divisão (reprodução – divisão binária ou brotamento) com
produção de duas células-filhas a partir de uma bactéria. Dessa forma, o
crescimento é exponencial (crescimento logarítmico). Em microbiologia, o termo
crescimento refere-se a um aumento do número de células e não ao aumento
das dimensões celulares.
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Água: Essencial a qualquer microrganismo; embora a necessidade seja variada,
somente endósporos bacterianos podem sobreviver sem água.
Fonte: brasilescola.uol.com.br
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7 FUNGOS
Fonte: melhorcomsaude.com.br
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A maioria vive no solo, alimentando-se de cadáveres de animais, de
plantas e de outros seres vivos. Esse modo de vida dos fungos causa o
apodrecimento de diversos materiais e por isso são chamados de saprofágicos.
Certas espécies de fungos são parasitas e outras vivem em associações
harmoniosas com outros organismos, trocando benefícios.
Os fungos estudados em microbiologia compreendem as leveduras e os
bolores. As leveduras são unicelulares, não filamentosas, apresentam em média
de 1 a 5 µm de diâmetro e de 5 a 30 µm de comprimento. Elas são geralmente
ovais, podendo apresentar morfologia alongada ou esférica. As leveduras não
possuem flagelos, são imóveis.
Os bolores são organismos pluricelulares, que se apresentam
filamentosos ao microscópio óptico a fresco com baixa ampliação. Ao exame
macroscópico apresentam crescimento característico com aspecto aveludado ou
cotonoso (algodão) ou como borra de café (Aspergillus niger).
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Multicelulares: Formados por estruturas tubulares (hifas – 2 a 10μm) o conjunto
dessas estruturas constitui o micélio.
Hifas podem ser continuas (cenocíticas ou asseptadas) ou apresentar divisões
transversais (hifas septadas).
Fungos dimórficos
• Apresentam em determinadas condições a fase leveduriforme (37°C, alta
tensão de CO2) e em outras a fase filamentosa.
• A fase de levedura se reproduz por brotamento, enquanto que a fase
filamentosa produz hifas aéreas e vegetativas.
• O dimorfismo nos fungos dependente da temperatura de crescimento. Crescido
a 37°C, o fungo apresenta forma de levedura. Crescido a 25°C, ele apresenta a
forma filamentosa.
7.3 Leveduras
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São microrganismos eucariontes, unicelulares, desenvolvem-se na
fermentação alcoólica. Apresentam membrana celular bem definida, pouco
espessa em células jovens, e rígidas em células adultas. As leveduras não
formam filamentos, são imóveis, quimio-heterotróficos e aeróbios facultativos
(metabolismos oxidativo e fermentativo). Reproduzem-se assexuada e
sexuadamente. Não são capazes de utilizar amido e celulose como fonte de
carbono.
Nas indústrias, as leveduras apresentam os seguintes pontos de
interesse:
• São utilizadas na produção do álcool industrial e de todas as bebidas alcoólicas
destiladas ou não;
• São utilizadas na panificação;
• São prejudiciais à conservação de frutos e de sucos vegetais, pois são agentes
de fermentação;
• Algumas espécies são patogênicas às plantas, animais e ao homem.
Morfologia
O tamanho destas células é variado, mas, numa cultura jovem, podem ser
bem uniformes em algumas espécies ou extremamente heterogêneos em outras.
Estas disparidades podem ser usadas para fazer a diferenciação entre as
espécies e algumas vezes até mesmo entre linhagens da mesma espécie.
De maneira geral, as leveduras industriais variam consideravelmente no
que se refere a suas dimensões. A unidade de medida das leveduras assim
como das bactérias é o µm (micrômetro). Muitas leveduras têm de 5 a 30 µm de
comprimento e de 1 a 5 µm de largura.
A célula da levedura pode apresentar várias formas, as quais podem ser
o resultado da maneira de reprodução vegetativa, bem como das condições de
cultivo e da idade da cultura.
A maioria das investigações feitas sobre as estruturas da célula de
levedura é baseada em trabalhos com Saccharomyces cerevisiae. As
informações sobre a citologia da levedura têm sido feitas por observações diretas
ao microscópio óptico, por técnica de coloração da célula para componentes
específicos, por microscopia eletrônica de transmissão, bem como por
microscopia de varredura. Assim, é possível verificar que as principais estruturas
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das leveduras são: parede celular, membrana plasmática, núcleo, mitocôndrias
e vacúolos.
A parede celular é responsável pela forma da levedura. No caso das
Saccharomyces cerevisiae, a parede é formada por glicano (30 a 34%) e manano
(30%). Ela é fina nas células jovens e espessa nas adultas. As proteínas também
estão presentes, cerca de 6 a 8%; os lipídeos variam de 8,5 a 13,5%. A
quantidade de quitina varia conforme a espécie, sendo que Saccharomyces
cerevisiae apresenta entre 1 a 2% desse composto.
Membrana citoplasmática: Está localizada abaixo da parede celular e sua
função é permitir a entrada seletiva de nutrientes e proteger a levedura da perda
de pequenas moléculas, por vazamento do citoplasma. A composição química
da membrana é glicoproteína, lipídeo e ergosterol (diferente das membranas dos
mamíferos que contém colesterol).
Estruturas de superfície: Algumas leveduras são cobertas por um material
limoso, viscoso e aderente, que é a substância capsular. A maior parte das
cápsulas de leveduras é constituída de polissacarídeo.
Citoplasma: O citoplasma é composto pela porção fluida na qual as organelas
estão localizadas. Ele contém enzimas, carboidratos de reserva (glicogênio e
trealose) e grandes quantidades de ribossomos e polifosfato. De 1 a 5% do DNA
das leveduras pode estar presente no citoplasma.
Núcleo: Bem definido, pequeno esférico ou reniforme, circundado por uma
membrana semipermeável e com funções metabólicas e reprodutivas.
Vacúolos: Quando as células de leveduras são vistas ao microscópio de
contraste de fase, pode-se observar um ou mais vacúolos de tamanhos
diferentes. Eles têm aparência esférica e são mais transparentes a um feixe de
luz que o citoplasma que os circunda. Ao microscópio eletrônico pode-se
observar que o vacúolo é cercado por uma membrana simples e a sua
constituição está relacionada ao transporte de substâncias que são
armazenadas no vacúolo, tais como enzimas, aminoácidos livres e lipídeos. Os
vacúolos também servem como vesículas de armazenamento para várias
enzimas hidrolíticas.
Mitocôndrias: São organelas membranosas, no gênero Saccharomyces, elas
estão geralmente bem próximas da periferia da célula, mas em leveduras
aeróbias apresentam-se distribuídas pelo citoplasma. O número de mitocôndrias
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pode variar de um a vinte por célula. Essas organelas são envolvidas por
membranas externas e internas; a membrana interna forma as cristas
mitocondriais. Elas são importantes nos processos de conversão aeróbios de
energia. As leveduras são células eucariontes. As células eucariontes são mais
complexas que as células procariontes (bactérias).
48
As leveduras necessitam de açúcares para crescer, sendo que través da
metabolização dos açúcares, elas produzem álcool e dióxido de carbono, por
isso, tornam-se importantes na indústria de alimentos.
O crescimento das leveduras pode ser considerado um aumento no
número de células, sendo assim, igual ao crescimento das bactérias, o
crescimento é exponencial (crescimento logarítmico). A curva de crescimento é
composta por quatro fases:
Fase Lag ou de espera: Metabolismo altíssimo, mas sem divisão celular. Sua
duração depende do meio de cultura.
Fase Log (exponencial): Rápida divisão celular, as leveduras vão crescer em
progressão geométrica. É uma reta cuja inclinação depende da velocidade da
divisão das leveduras.
Fase estacionária: O número de células permanece quase constantes por um
período de tempo, há baixo consumo de energia e manutenção da viabilidade
celular até o esgotamento dos nutrientes. É influenciada pelo esgotamento dos
nutrientes do meio e o acumulo de produtos finais tóxicos.
Fase de morte ou declínio: As leveduras passam a morrer mais rapidamente
que a população de novas células.
Fonte: estudio01.proj.ufsm.br
49
• Temperatura: Tem efeito marcante nos fungos; de uma maneira geral, o ótimo
para todos os fungos está entre 20ºC-30ºC, embora diferentes espécies tenham
outros ótimos de temperatura.
Os Psicrófilos são organismos com ótimo crescimento em temperaturas
abaixo de 20ºC; alguns continuam crescendo mesmo em temperaturas muito
baixas (organismos marinhos e aqueles que causam deterioração em alimentos
congelados). Mesófilos, inclui a maioria, tem ótimo entre 20ºC e 45ºC.
Termófilos tem ótimo crescimento em temperaturas acima de 45ºC, incluem
fungos de compotas, pilhas de feno em fermentação e fontes termais.
• pH: As leveduras crescem em variação de pH entre 2,5 e 8,5, mas, de maneira
geral, o pH ótimo é neutro, sendo que as mesmas não toleram pH alcalino.
• Oxigênio: As leveduras são capazes de crescimento anaeróbio facultativo.
Podem utilizar o oxigênio ou um composto orgânico como aceptor final de
elétrons, isso permite que esses fungos sobrevivam a vários ambientes. Em
presença de oxigênio, as leveduras respiram aerobicamente para metabolizar
carboidratos e formar dióxido de carbono e água; na ausência de oxigênio elas
fermentam os carboidratos e produzem etanol e dióxido de carbono.
• Água: É indispensável para o crescimento dos fungos. Pouquíssimos fungos
podem desenvolver-se em pequeno grau de umidade.
8 VÍRUS
Fonte: infoescola.com
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Os vírus não são considerados organismos vivos porque são inertes fora
das células hospedeiras. Diferem dos demais seres vivos pela ausência de
organização celular, por não possuírem metabolismo próprio e por necessitarem
de uma célula hospedeira. No entanto, quando penetram em uma célula
hospedeira, o ácido nucleico viral torna-se ativo ocorrendo a multiplicação.
Capsídeo e envelope: O ácido nucleico dos vírus é envolvido por uma cobertura
proteica chamada de capsídeo. A estrutura deste é denominada pelo genoma
viral e constitui a maior parte da massa viral. O capsídeo é formado por
subunidades proteicas chamadas de capsômeros.
Em alguns vírus, o capsídeo é coberto por um envelope que, consiste de
uma combinação de lipídios, proteínas e carboidratos. Alguns vírus animais
saem do hospedeiro por um processo de extrusão, no qual a partícula é
envolvida por uma camada de membrana plasmática celular que vai constituir o
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envelope viral. Os vírus cujos capsídeos não estão cobertos por um envelope
são conhecidos como vírus não-envelopados.
Fonte: br.freepik.com
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da célula hospedeira) ou ciclo lisogênico (a célula permanece viva).
Bacteriófagos são vírus que parasitam células bacterianas.
Anabolismo
É o conjunto de todas as reações de síntese de compostos orgânicos
estruturais (proteínas da membrana plasmática, glicoproteínas) e funcionais
(enzimas, hormônios) de uma célula. É a síntese de moléculas complexas a
partir de moléculas simples com consumo de ATP, que foi liberado pelo
catabolismo e que não foi usado; são reações endoenergéticas.
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Um grande exemplo disso é a fotossíntese e a quimiossíntese. Essas
reações são importantes para o crescimento, a construção e o reparo de
estruturas celulares.
A fotossíntese é a síntese de carboidratos a partir de água (H2O) e dióxido
de carbono (CO2), utilizando energia luminosa, que é absorvida pela clorofila e
transformada em energia química (ATP). A energia luminosa é transformada em
energia química, com auxílio da clorofila.
A quimiossíntese é um processo de síntese de substâncias orgânicas que
utiliza o dióxido de carbono (CO2) como fonte de carbono, porém em vez de
utilizar a energia luminosa, usa a energia proveniente da oxidação de
substâncias inorgânicas, como a amônia, o enxofre, os nitritos e o ferro.
Catabolismo
É o conjunto de todas as reações de degradação dos compostos
orgânicos complexos em compostos orgânicos mais simples, com liberação de
ATP. Fornece energia requerida para os processos vitais, incluindo movimento,
transporte e síntese de moléculas complexas; exemplos disso são a respiração
celular (aeróbica) e a fermentação.
A respiração aeróbica se dá pela quebra de moléculas orgânicas,
geralmente a glicose, em presença de O2 com liberação de energia, dióxido de
carbono e água. A energia liberada é armazenada em moléculas de ATP. É mais
eficiente na obtenção de energia do que a fermentação.
A respiração aeróbica se desenvolve em três etapas:
• Glicólise: Ocorre no hialoplasma da célula, é o conjunto de reações iniciais da
degradação da glicose. Tem início com a ativação da glicose, que recebe dois
grupos fosfato, fornecidos pelo ATP, que se transforma em ADP (Difosfato de
Adenosina).
• Ciclo de Krebs: Ocorre na matriz mitocondrial. Basicamente, nesta segunda
fase, opera-se a oxidação da molécula de triose (açúcar de três carbonos) em
três moléculas de dióxido de carbono, com liberação de elétrons e prótons, que
são temporariamente capturados por transportadores específicos: os NAD
(nicotinamida-adenina-dinucleotídeo) e os FAD (flavina-adenina-dinucleotídeo).
• Cadeia respiratória: Ocorre no interior das cristas mitocondriais, onde o
hidrogênio liberado nas várias etapas combina-se com o oxigênio e forma água.
54
Tal reação libera uma grande quantidade de energia, que é armazenada sob
forma de moléculas de ATP.
A fermentação é o conjunto de reações químicas com ausência de
oxigênio, controladas por enzimas. Conduz, geralmente, à cisão parcial da
molécula de glicose, resultando em disponibilidade energética inferior se
comparada à respiração aeróbia.
Esse processo tem grande importância econômica, sendo utilizado na
fabricação de álcool combustível, de bebidas alcoólicas, pães e outros alimentos.
Na fermentação uma molécula de glicose gera 2 ATP. A fermentação depende
do tipo de microrganismo presente.
• Fermentação alcoólica: É produzido, como produto final, o etanol e o dióxido
de carbono, produtos utilizados pelo homem na produção de álcool combustível,
vinho, cerveja e outras bebidas alcoólicas, e também na produção dos pães.
• Fermentação láctica: É produzido, como produto final, geralmente a partir da
lactose do leite. O acúmulo de ácido láctico baixa o pH e causa a coagulação
das proteínas, formando coalho, usado na fabricação de queijos e iogurtes.
• Fermentação acética: O produto final é o ácido acético que causa o azedar
do vinho e dos sucos de frutas, transformando-os em vinagre.
A presença de leveduras contaminantes (selvagem) tem trazido sérios
problemas para a fermentação, tanto na produção de vinhos como na fabricação
de cerveja.
Os problemas referem-se ao processo fermentativo e, principalmente à
deterioração do produto final, provocando o aparecimento de sabores e aromas
que descaracterizam a bebida. Na produção de álcool, a partir do melaço e/ou
do caldo-de-cana, a presença de leveduras contaminantes tem sido pouco ou
raramente mencionada.
Para que um microrganismo seja aplicado na indústria, é necessário que
ele tenha as seguintes características:
• Não ser patogênico;
• Apresentar elevada eficiência na conversão do substrato em produto;
• Não exigir condições de processo muito complexas;
• Não exigir meio de cultura muito dispendioso;
• Apresentar constância quanto ao comportamento fisiológico;
• Permitir a rápida liberação do produto para o meio, etc.
55
9.1 Cinética dos processos fermentativos
Provas IMVIC
Estas provas permitem diferenciar os principais grupos de
Enterobacteriaceae, pois são baseadas nas propriedades bioquímicas e nas
reações enzimáticas na presença de substratos específicos.
Prova do Indol: O indol é produzido a partir do triptofano existente no meio de
cultura sob a ação da triptofanase, há também a produção de ácido pirúvico e
amônia. O indol pode ser detectado pela formação de um anel rosa, “Pink”, na
parte superior do tubo, após a adição de p-dimetilaminobenzaldeído (reativo de
Erlich).
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Prova do Vermelho de Metila (VM): Esta prova avalia a capacidade do
microrganismo de oxidar a glicose com produção e estabilização de altas
concentrações de produtos finais ácidos. Serve para diferenciar organismos
entéricos, em particular, Escherichia coli de Escherichia aerogenes.
Embora todas as enterobactérias fermentem glicose, alguns
microrganismos, durante a fase final de incubação, convertem esses ácidos em
produtos não ácidos como o etanol, o que resulta num pH mais elevado (pH 6).
O indicador de pH é o vermelho de metila que, em pH abaixo de 4,4 é vermelho
e acima de 6 é amarelo.
Prova de Voges-Proskauer (VP): Há bactérias que utilizam a fermentação
butilenoglicólica. Elas fermentam a glicose, produzindo acetil-metil-carbinol
(acetoína), butilenoglicol e pequenas quantidades de ácidos. Quando KOH (4
gotas do Barrit II) é adicionado e na presença de O2 atmosférico, a acetoína é
oxidada a diacetil.
Citrato: Este teste determina se a bactéria é capaz de utilizar o Citrato de sódio
como única fonte de carbono para o seu metabolismo e crescimento. Deve ser
utilizado o meio Citrato de Simmons, composto por Citrato de sódio, fosfato de
amônia e por azul de bromotimol.
Com a facilidade do transporte de Citrato pela citrato-permease, ela é
utilizada pela citrase com produção de hidróxido de amônia, o que eleva o pH
fazendo com que a reação se torne azul. Nesse teste, utilizam-se tubos com
meio inclinado para ter mais acesso ao oxigênio, necessário para a utilização do
citrato. O CO2 produzido reage com o sódio do citrato formando carbonatos de
reação alcalina.
Prova da motilidade
A prova da motilidade indica, indiretamente, a produção de flagelos. Não
é uma prova bioquímica, e sim fisiológica, mas auxilia na identificação de
bactérias. A prova é efetuada inoculando-se, em linha reta, através da técnica
da puntura (com agulha), 2/3 de um meio semissólido.
A prova indica motilidade quando os microrganismos crescem
deslocando-se da linha de inoculação, turvando o meio e é negativa quando os
microrganismos ficam restritos ao local da inoculação sem, contudo, turvar o
meio. O objetivo da prova de motilidade é determinar se um microrganismo é
móvel ou imóvel, ou seja, se tem ou não flagelo.
11 MEIOS DE CULTIVO
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Semissólidos: São aqueles que possuem, na sua composição, além dos
nutrientes, uma pequena porcentagem de ágar, polissacarídeo proveniente de
algas marinhas. São geralmente utilizados em tubos e, a partir desse tipo de
cultura, é possível observar a motilidade bacteriana.
Sólidos: São aqueles que possuem uma porcentagem maior de ágar (2%), além
dos nutrientes. Podem ser dispostos em tubos ou em Placas de Petri,
dependendo da finalidade. É o meio ideal para que seja feito o estudo da
morfologia colonial.
Quanto à função:
Simples: Possuem os componentes essenciais para o crescimento de
microrganismos pouco exigentes. Ex.: caldo simples.
Complexos: São adicionadas ao meio simples substâncias enriquecedoras
como sangue, soro, ovo, extrato de leveduras, etc. Ex.: Ágar sangue.
Seletivos: São aqueles que favorecem o desenvolvimento de determinados
microrganismos em detrimento de outros, geralmente pela adição de
substâncias inibidoras. Ex.: Ágar Salmonella-Shigella.
Diferenciais: Permite o desenvolvimento de grupos de microrganismos com
características relativamente definidas, o que permite diferenciar um grupo ou
uma espécie de microrganismo. Ex.: Ágar MacConkey.
12 TÉCNICAS DE SEMEADURA
61
Nunca se deve colocar o tampão do tubo sobre a bancada. As alças e
agulhas bacteriológicas são feitas de fio de platina ou níquel-cromo.
62
infecção, é a alta tensão de oxigênio que restringe o crescimento de anaeróbios,
ou a escassez de ferro livre. Muitas bactérias patogênicas secretam compostos
quelantes de ferro. O número de células que se multiplicam, depende de
condições favoráveis encontradas no epitélio do hospedeiro. A gravidade da
doença depende da virulência do agente infeccioso.
Produção de toxinas
Fonte: monfortmanagement.com
Agentes utilizados
Calor úmido: Técnica preferencial para esterilização de todo o material, com
exceção daqueles que por qualquer razão poderiam sofrer alterações (por
exemplo: soluções de açúcares). Recomenda-se o uso de autoclave a 121°C por
15 minutos.
Calor seco: A esterilização segura pelo calor seco requer uma temperatura de
160ºC por 1 ou 2 horas. A esterilização por calor seco é usada de uma maneira
geral para materiais de vidro ou metal.
Radiação UV: O efeito bactericida muito conhecido da luz solar deve-se na
realidade às irradiações ultravioletas que é um desnaturante protéico.Quanto
menor o comprimento de onda, maior sua ação bactericida.
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Agentes químicos: Dissolução dos lipídios da membrana celular (detergentes
lipossolubilizantes). Alterações irreversíveis das proteínas (mediante o uso de
desnaturalizantes, quelantes, etc.).
15.1 Lavagem
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15.2 Acondicionamento
15.3 Esterilização
66
15.4 Contagem total de microrganismos em placas
Fonte: oarquivo.com.br
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humana é o conjunto de microrganismos que reside no organismo, o que traz
benefícios mútuos.
No corpo humano encontra-se grande quantidade de microrganismos, os
quais se distribuem em diferentes órgãos e tecidos, podendo-se encontrar dez
vezes mais células microbianas que células humanas. A distribuição dos
microrganismos depende de vários fatores, tais como: umidade, acidez,
temperatura e disponibilidade de nutrientes. Esses microrganismos influenciam
o sistema imunológico, a resistência aos patógenos e o aproveitamento dos
alimentos.
68
infecção pelo vírus da imunodeficiência adquirida humana, terapia
imunossupressora de transplantados, radioterapia, quimioterapia anticâncer,
queimaduras extensas ou perfurações das mucosas.
O organismo humano dispõe de mecanismos de defesa contra a
patogênese bacteriana decorrente da microbiota humana. Porém, alguns
microrganismos podem agir como oportunistas, sendo assim, a microbiota
constitui-se em reservatório de bactérias patogênicas e estas podem invadir os
tecidos do hospedeiro causando doenças graves, mas apenas no caso de
imunodeficiência transitória ou persistente.
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As partes do corpo expostas ao ambiente, como a pele e a mucosa,
rapidamente sofrem colonização por diversos microrganismos. Estes se
distribuem de maneira não uniforme compondo a microbiota normal, a qual
permanece em desenvolvimento no indivíduo até o fim de sua vida. Graças a
essa distribuição, cada região habitada no organismo possui uma microbiota
com características próprias. Estudos mostram que a forma de nascimento pode
afetar no desenvolvimento da microbiota de recém-nascidos podendo afetar
ainda a saúde futura do indivíduo.
A criança entra em contato com os microrganismos da mãe durante a
passagem pelo canal vaginal e através do próprio ambiente hospitalar. As que
nascem de cesariana tem este último fator como elemento primordial.
A população bacteriana se desenvolve logo no primeiro dia de vida e
quando nos tornamos adultos a nossa população bacteriana já excede o nosso
número total de células somáticas e sexuais. A microbiota no período perinatal
é influenciada pela microbiota materna, a forma de nascimento, o tipo de
alimentação, além de outros fatores.
A composição da microbiota no período neonatal e depois parece ter
papel relevante na saúde, mas os pesquisadores ainda têm muito para aprender
sobre o processo de formação da microbiota em bebês e quais aspectos podem
ter relação causal com doenças futuras. O envelhecimento é acompanhado por
alterações orgânicas que podem gerar problemas clínicos.
Adultos com mais de 65 anos de idade têm alta prevalência de doenças
comorbidas e exposição concomitante a múltiplos medicamentos, incluindo
antibióticos. Com o envelhecimento do trato digestório, este fica sujeito a várias
mudanças: dentição e função salivar prejudicada, modificação da dieta, doença
diverticular, dentre outras.
Juntos, esses fatores podem contribuir para mudanças na microbiota e
podem ainda aumentar a susceptibilidade a doenças infecciosas. Com isso,
percebe-se que o envelhecimento pode provocar diversas modificações na
microbiota intestinal, devido às condições orgânicas individuais.
70
16.3 Fatores que afetam a composição da microbiota humana
71
O tratamento com antibióticos, embora essencial em casos de infeção,
podem ter efeitos drásticos na microbiota (especialmente na microbiota
intestinal), como a eliminação da diversidade de microrganismos e a
desregulação do sistema imunológico do hospedeiro, aumentando a
susceptibilidade à doença.
17 CONSIDERAÇÕES
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18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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biodiesel de 3ª geração empregando maltodextrina como fonte de carbono.
Florianópolis, SC, 2014.
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Sousa, A. M. Bacteriófagos: características gerais, utilidades e aplicações
biotecnológicas. Instituto de Ciências Biológicas – UFMG, Belo Horizonte,
2012.
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19 BIBLIOGRAFIAS SUGERIDAS
MADIGAN, M. T., Microbiologia de Brock. Ed. 14ª, Artmed, Porto Alegre, 2014.
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