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Linha do tempo da microbiologia

Andreza S. Faustino - Medicina

Toda a ciência em microbiologia que conhecemos hoje, só é possível


porque no ano de 1674 o alemão Antony Van Leeuwenhoek criou o
primeiro microscópio. Ele usou este pequeno equipamento para
observar pequenos seres, em amostras de solo, rio, saliva e fezes, dos
quais ele nomeou como “animálculos”.

Neste mesmo ano Leeuwenhoek, escreveu diversas cartas para a


Sociedade real inglesa descrevendo os seres que ele via através de seu
pequeno microscópio. Foram essas cartas que deram início a
Microbiologia, afinal, foram elas que permitiram que a sociedade
tomasse conhecimento da existência de pequenos seres microscópicos.

O cientista francês Louis Pasteur, que defendia fortemente a teoria da


biogênese, através de 2 experimentos, conseguiu demonstrar a
impossibilidade da teoria da geração espontânea. Em seu primeiro
experimento ele pegou diversos frascos e encheu com caldo de carne e
ferveu, depois deixou os frascos. Em poucos dias Pasteu todos os
frascos tinham sido contaminados, com micróbios e os frascos que ele
manteve fechados, após terem sido fervidos, estavam livres de
contaminação. Pasteur chegou à conclusão de que os micróbios
estavam presentes no ar e eram os responsáveis pela contaminação.

No segundo experimento, ele colocou meio de cultura em frascos com


pescoço em forma de S, e ele fez da mesma forma que já havia
realizado no experimento anterior, ferveu os frascos e os deixou esfriar,
depois de meses esperando Pasteur não observou nenhuma forma de
vida e então ele concluiu que o pescoço em forma S, impedia que
qualquer micróbio presente no ar entrasse em contato com o meio. Isso
mostrou que a teoria da geração espontânea não ocorria.
A primeira vacina - Edward Jenner

Edward Jenner nasceu em Berkeley, na Inglaterra, em 17 de maio de


1749. Com apenas treze anos de idade, já ajudava um cirurgião em
Bristol. Formou-se em medicina em Londres, em seguida, retornou a
sua cidade natal, lá ele realizou experimentos relativos à varíola, que,
na época, era uma das doenças mais temidas pela humanidade. A
varíola matava cerca de 400 mil pessoas por ano.

Edward Jenner observou pessoas que se contaminaram com uma


doença ao ordenharem vacas, esta era uma doença de gado e ele
chegou à conclusão de que essas pessoas contaminadas tornavam-se
imunes à doença da varíola. Esta doença era chamada de cowpox,
assemelhava-se à varíola humana pela formação de pústulas (lesões
com pus).

Em 1796, a partir da observação de que as pessoas que contraíram a


doença cowpox (varíola bovina) eram imunes à varíola humana, o
médico Edward Jenner realizou um experimento de imunização. Ele
inoculou o pus presente em uma lesão de uma ordenhadora chamada
Sarah Nelmes, que possuía a doença cowpox, em um garoto de oito
anos de nome James Phipp. Phipps adquiriu a infecção de forma leve e,
após dez dias, estava curado, posteriormente, Jenner inoculou em
Phipps pus de uma pessoa com varíola, o garoto não sofreu qualquer
efeito negativo. Esse experimento mostrou a eficácia da imunização
através de cowpox.

O médico continuou sua experiência, repetindo o processo em mais


pessoas. Ele fez um comunicado em 1798 sobre sua descoberta
chamado de “Um Inquérito sobre as Causas e os Efeitos da Vacina da
Varíola”. Ele sofreu resistência, porém em pouco tempo, sua descoberta
foi reconhecida e se espalhou pelo mundo.
O Germe da doença e meio de cultura

No ano de 1860, Joseph Lister um médico inglês nascido ano de 1827,


compartilhava os mesmos pensamentos de Pasteur, acreditando que os
micróbios presentes no ar, eram os responsáveis pelos diversos
processos infecciosos. Lister, então voltou à sua atenção para a criação
de um método de desinfecção do campo operatório e propôs que
durante a realização da cirurgia fosse vaporizado ácido fênico, sobre a
região que fosse ser realizado o ato cirúrgico. Este método foi realizado
pela primeira vez no ano de 1865, durante a operação de um menino
que tinha sofrido uma fratura exposta. Após a adoção deste método por
diversos profissionais da saúde, percebeu-se que diminuiram muito o
número de mortes por infecção pós-operatória.

No ano de 1876, um médico alemão chamado Robert Koch, conseguiu


relacionar micróbios com doenças. Neste mesmo ano surgiu os quatros
postulados de Koch. No primeiro postulado, era dito que todos os
micróbios deveriam estar presentes em todos que eram doentes, isso foi
o que Koch chamou de interação patógeno-hospedeiro. no segundo
postulado, os micróbios deveriam ter suas características registradas,
sendo isolados em meio de cultura nutritivo, que permitam o seu
crescimento isolado. E no terceiro postulado, o micróbio isolado, quando
inoculados em plantas sadias, devem causar doença nas mesmas. E
quarto e último postulado, os micróbios deveriam ser isolados
anteriormente e apresentar as mesmas características já descritas
anteriormente.
Alexander Fleming - Penicilina

A penicilina é o primeiro antibiótico que se tem conhecimento. Ela foi


descrita na década de 1940 e, em meados de 1942, foi relatada a
primeira experiência no tratamento de um paciente com esse antibiótico.
Em 1943, duzentos pacientes já tinham sido tratados.

A penicilina foi descoberta, por acaso, por Alexander Fleming em 1928.


Ele se preocupava muito com os problemas da Microbiologia e vivia em
seu laboratório estudando os trabalhos de outros médicos e tratava
graves ferimentos com antisséptico de sua escolha, e observou que o
ácido fênico utilizado por Lister, afetavam mais os glóbulos brancos, do
que os próprios micróbios. Então Fleming, passou a utilizar salmouras
afim de atrair os glóbulos brancos. Ele acreditava que as defesas do
organismo deveriam receber uma atenção maior e com um experimento
realizado, no qual ele cultivou diversos micróbios, afim de se testar
diversos antissépticos e seus modos de ação.

Em certo momento, esse pesquisador estava estudando bactérias do


gênero Staphylococcus e percebeu que sua amostra tinha sido
contaminada por algum tipo de fungo. Após analisar o bolor, ele
descobriu que se tratava do gênero Penicillium. Além disso, soube-se
que a substância produzida por esse fungo era capaz de inibir o
crescimento bacteriano. Surgia nesse momento o mais famoso
antibiótico da história.

A penicilina inibe uma enzima chamada de transpeptidase, que atua na


formação do peptidoglicano (importante componente da parede celular
bacteriana). Essa inibição faz com que a penicilina provoque uma rápida
lise (destruição da célula) e, consequentemente, morte das bactérias.
Ignaz Semmeweis - Lavagem das mãos

No século 19, esse tipo de questão quase inexistia. Os hospitais, as


‘Casas de Morte’, eram espaços em que doentes ficavam amontoados,
em salas pouco ventiladas, sem acesso a higiene e água limpa. Os mais
abastados preferiam se tratar em casa, onde as taxas de mortalidade
chegavam a ser de três a cinco vezes menores.

Preocupado com a mortalidade por febre puerperal ou pós-parto, ele


percebeu uma diferença sinistra entre as clínicas sob sua
responsabilidade: as mortes na clínica utilizada para o ensino de jovens
médicos onde, além dos partos, realizavam-se autópsias e cirurgias,
chegavam ao triplo da outra, onde era feito o treinamento de
enfermeiras-parteiras. O médico atribuiu essas mortes, então, ao que
chamou de ‘partículas cadavéricas’ que, aderidas às mãos dos médicos,
estariam contaminando as pacientes.

Um acidente ajudou o médico: um colega e amigo foi ferido pelo bisturi


de um dos estudantes, nele havia apresentado os mesmos sintomas
das mulheres pós-parto antes de morrer. Ao realizar a autópsia,
Semmelweis descobriu que os órgãos do amigo também apresentavam
aspecto semelhantes ao das mulheres vítimas da febre. Deduziu então
que a sepse e a febre puerperal deveriam ter a mesma origem: as mãos
de estudantes e médicos, que, sujas por dissecações recentes,
transportariam ‘partículas cadavéricas’ para os órgãos genitais das
mulheres em trabalho de parto. Isto explicaria ainda por que os níveis
de mortalidade eram menores entre as parteiras: elas não participavam
das autópsias.

Semmelweis ordenou que todos lavassem as mãos com uma solução


de cal clorado antes de realizar qualquer exame e observou, em poucos
meses, a taxa de mortes caiu drasticamente, de 12,24% a 3,04%, ao fim
do primeiro ano, e a 1,27% ao término do segundo.
Fontes:
https://www.microbiologia.ufrj.br/portal/index.php/pt/destaques/novidade
s-sobre-a-micro/384-a-historia-do-surgimento-da-microbiologia-%20fato
s-marcantes#:~:text=A%20Microbiologia%20como%20conhecemos%20
nos,ele%20nomeou%20como%20“animálculos”

https://www.bio.fiocruz.br/index.php/en/noticias/1738-conheca-a-historia-
das-vacinas#:~:text=Em%201º%20de%20julho%2C%20Jenner,dois%20
séculos%2C%20erradicaria%20a%20doença

https://brasilescola.uol.com.br/saude/penicilina.htm

https://agencia.fiocruz.br/ignaz-semmelweis-licoes-que-historia-da-lavag
em-das-maos-ensina#:~:text=Semmelweis%20ordenou%20que%20todo
s%20lavassem,na%20Enciclopédia%20Britânica%20(1956)

https://brasilescola.uol.com.br/biologia/a-historia-vacina.htm#:~:text=Ed
ward%20Jenner%20criou%20a%20vacina,anos%20de%20nome%20Ja
mes%20Phipps.

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