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SUMÁRIO
UNIDADE 01 ......................................................................................................................3
Microbiologia .......................................................................................................................3
Método de GRAM ...............................................................................................................6
Infecção cruzada.................................................................................................................8
Transmissão de doenças infecciosas .................................................................................8
Agente Infeccioso ...............................................................................................................9
Fonte ou Reservatório ........................................................................................................9
Forma de transmissão ......................................................................................................11
UNIDADE 02 ....................................................................................................................14
Tuberculose ......................................................................................................................14
Hansenase ........................................................................................................................18
Sífilis..................................................................................................................................21
HIV/aids.............................................................................................................................23
Tétano ...............................................................................................................................25
Cólera................................................................................................................................26
Gangrena ..........................................................................................................................26
Erisipela ............................................................................................................................26
Leptospirose .....................................................................................................................27
Doenças causadas por Estafilococos ...............................................................................27
Pneumonia Bacteriana......................................................................................................27
Gonorréia ou Blenorragia .................................................................................................27
Infecções por Escherichia Coli .........................................................................................28
Intoxicações alimentares (toxinfecções) ...........................................................................28
Os Fungos.........................................................................................................................29
Os vírus .............................................................................................................................31
Os Protozoários ................................................................................................................34
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ...................................................................................40
UNIDADE 01

Microbiologia

Histórico
Muitos foram os sofrimentos vividos pela humanidade até que os microrganismos
fossem descobertos. Até meados do século XIX, não se tinha a menor ideia de como as
doenças se originavam e, portanto, se podia fazer para combatê-las.
Qualquer ferimento, por mais leve que fosse, corria o sério risco de se infetar e levar
o paciente a morte. Pouquíssimas eram as noções de higiene até mais da metade daquele
século; os médicos eram os primeiros a transmitir as doenças a novos pacientes, pois
viviam com aventais sujos de sangues e secreções, os instrumentos que utilizavam eram
mal lavados e muitas vezes, já haviam sido utilizados em outros pacientes.
Por mais incrível que possa parecer, a sujeira era tida como símbolo da fama e
competência dos doutores do século XIX. Mulheres que iam dar entradas em hospitais
para dar à luz, ficavam contaminadas pelas mãos dos médicos que, minutos antes
estavam examinando cadáveres. Desse modo adquiriram o que se chamava, na época
de febre puerperal e acabavam encontrando a morte, quase que inevitavelmente.
Em 1942, Oliver Holmes, médico renomado, insistia que a febre puerperal era
transmitida de algum modo para que era moléstia contagiosa e seu agente deveria ser
germe transmitido para essas mulheres por ocasião do parto.
Foi a partir de maio de 1847 que Inácio Smmelweis, médico de uma clínica
obstétrica de Viena, percebeu a ligação entre a manifestação da febre puerperal e os
exames realizados nas salas de anatomia. Semmelweis, então, obrigou os médicos a se
lavarem antes de atenderem as parturientes. Essa Atitude foi alvo de muitas críticas e ele
foi ridicularizado por grande parte da classe médica. Nos hospitais onde a observação de
Semmelweis foi respeitada, os casos de febre puerperal diminuíram consideravelmente e
estava, enfim, descoberta a nação de antissepsia.
A descoberta feita por Semmelweis foi uma dessas genialidades que só muito
tempo depois teve seu reconhecimento valorizado mundialmente.
Faltava, agora, surgir outro gênio que descobrisse qual era o grande inimigo, o
violão da história das infecções; quais eram, afinal, os responsáveis pelos milhões de
casos de febre puerperal, febre infecciosa, piemia, septicemia, erisipela, gangrena ou
qualquer outro nome que se dê a essas infecções.
Foi somente trinta anos depois, em 1877, que Robert Koch deu a sua contribuição
para desvendar o mistério, provando a existência dos germes vivos. Contando com um
laboratório rudimentar em sua própria casa e o auxílio de um microscópio, Koch
apresentou ao mundo os microrganismos responsáveis pela febre traumática dos
operados; mostrou ao mundo as bactérias esféricas as quais denominou coccus.
O microscópio é uma ferramenta científica que data da época de Galileu e, no
entanto, só Koch, teve genialidade suficiente para, com seu auxílio, enxergar o grande
inimigo da humanidade, os micróbios. Toda a

experiência de Koch teve como base trabalhos de um contemporâneo, não menos genial,
chamado Louis Pasteur. Ele foi o primeiro a apresentar a existência de microrganismos
vivos com agentes de doenças e a realizar experiências para provar fato até então
rechaçados por toda a comunidade médico mundial.
No dia 30 de abril de 1878 foi apresentada, em Paris, a sensacional comunicação de
Pasteur e colaboradores sobre a teoria dos germes. Nesse trabalho estava desenvolvida
a teoria microbiana definindo os agentes etiológicos de mudanças infecciosas, até então
desconhecidos.
Pasteur e Koch, trabalhando separadamente constituíram uma das duplas mais
geniais de toda a história da medicina e são considerados os fundadores da bacteriologia.
A história da microbiologia é um dos muitos capítulos interessantes da história da
humanidade e vale a pena ser conhecida por todos.

O conceito

Microbiologia: é a ciência que estuda os microrganismos e suas atividades. Preocupa-


se com estrutura, forma, identificação, classificação e metabolismo dos seres
microscópico. As relações desses com outros seres vivos também são objeto de estudo
dessa ciência.
Microrganismos: é uma forma de vida microscópica que vive em toda natureza, no ar,
na poeira, na água, em outros seres vivos e no solo. Os microrganismos que produzem
doenças no indivíduo são chamados de microrganismo patogênicos. Apenas estes são
perigosos e devem ser combatidos.

Taxonomia Microbiana: há muito tempo que os seres vivos forma divididos em dois
reinos: mineral e vegetal. Com a evolução dos estudos dos microrganismos, verificou-se
a necessidade de criar um terceiro reino para os seres vivos mais simples. Surgiu então,
o reino PROTISTA, cujos componentes se distinguem de animais e vegetais em virtudes
de sua organização relativamente simples.
A microbiologia eletrônica revelou uma divisão fundamental entre os protistas, baseadas
em sua complexidade de organização. Temos então:
Protistas Superiores: Protozoários, fungos e a maioria de algas.
Protistas Inferiores: Bactérias e algas azuis e/ou verdes. Bactérias
Bactérias são microrganismo unicelulares, procariontes, encontrados em toda
parte, podendo ser ou não prejudiciais ao homem. As bactérias que causam doenças são
denominadas bactérias patogênicas.

Existem muitas bactérias úteis para o homem, como por exemplo, aquelas que
atuam na produção de bebidas alcoólicas, panificação, produção de vinagre, laticínios.
Outra tem seu valor vinculado à produção de certos tipos de medicamentos usados para
combate de doenças causadas por micróbios patogênicos.
Embora existam milhares de espécies de bactérias, elas podem ser divididas em
três grandes grupos:
• Cocos: Bactérias de forma esféricas que podem ser apresentar agrupadas de
diferentes maneiras. Quando estão formando unidades duas a duas, são
denominadas diplococos; quando se mostram na forma de uva, são chamadas de
estafilococos; e finalmente quando estão alinhadas como contas de um colar,
chamam-se estreptococos.
• Bacilos: Células bacterianas cilíndricas, também conhecidas como bastonetes,
ocasionalmente, podem-se apresentar aos pares, (diplobacilos) ou em cadeias
(estreptobacilos), mas tal fato não constitui condição importante em sua
identificação, como no caso dos cocos.
• Espirilos: Bactérias com formato de hélice. Nessa categoria também se
encontram os vibriões, que são espirilos em forma de virgula.

Método de GRAM
As bactérias têm afinidade por um vasto número de corantes; de acordo com a relação
delas em relação à determinada técnica de coloração, é possível atribuir-lhes uma série de
características e identificá-los. De todas as técnicas empregadas, é importante que se
conheça o método de GRAM, que se baseia na relação de terminadas bactérias frente a
um método de coloração, ou seja, na capacidade que essas bactérias têm de se deixarem
ou não descolorir pela ação do álcool.
Entendendo melhor a técnica da coloração de GRAM
A lâmina contendo o esfregaço bacteriano é submetida á ação de várias substâncias,
numa ordem predeterminada. As células bacterianas do esfregaço vão desenvolvendo
reações a Cada uma das substâncias, dependendo de algumas de suas características
estruturais. Ao final do método, classifica-se a bactéria como Gram-positiva, caso tenha
retido a coloração dada pela substância cristal violeta, adquirindo a coloração violeta
escura, ou Gram-negativa, caso tenha perdido a coloração do cristal violeta e adquirindo
a de outra substancia utilizada chamada de fucsina, ficando tingida de vermelho.
É através da coloração adquirida pelas bactérias por esse método tintorial que vamos ter
condições de conhecer a sua morfologia e identificá-la. As paredes celulares das bactérias
Gram-negativas são quimicamente mais complexas e isso fará grande diferença, por
exemplo, no momento de combatê-las por intermédios de agentes antimicrobianos.
Ex. de microrganismo Gram-positivos: Clostridium Tetani, Staphylococcus Aureus,
Streptococcus Faecalis.
Ex. de Microrganismo Gram-negativos: Escherichia Coli, Proteus Vulgaris,Salmonella spp.

Cultivos das Bactérias


As bactérias podem-se reproduzir em meios criados especialmente para tal fim. São os
meios de cultura. Os meios de cultura são compostos pelos mais diversos materiais
orgânicos e inorgânicos, já que as bactérias têm sua preferência em relação a pH,
elementos minerais, concentração de oxigênio, etc.
As bactérias que obtêm energia pelo processo de respiração são chamadas de aeróbias
e necessitam de oxigênio pra serem cultivadas. Por outro lado, aquelas que usam o
processo de fermentação em lugar da respiração celular, não requerem oxigênio para
crescer e são denominadas bactérias anaeróbias. Existem também as bactérias anaeróbias
facultativas, que crescem tanto na presença como ausência do oxigênio livre e, finalmente,
as microaerófilas, que crescem com baixa concentração de oxigênio.
Outra variável bastante importante para o cultivo de bactéria é a temperatura. Os meios
de Cultura semeados com as bactérias devem ser submetidos à temperatura ideal para
aquela espécie. Conseguimos isso com o uso de estufas. As variações de temperaturas
vão afetar a velocidade de crescimento, os processos metabólicos e a morfologia das
bactérias da cultura.
Sob condições adequadas, uma célula bacteriana, se divide, em média, a cada 20 min,
formando duas células-filhas que vão se dividindo também em progressão geométrica até
que as condições idéias do meio de cultura se esgotem e elas atinjam um equilíbrio.
Depois dessa fase vem a de decréscimo e morte.
A morte das bactérias pode-se dar por processos físicos, como radiações e calor.
Agentes químicos também são utilizados para tal fim e, nessa categoria, estão os
derivados fenólicos e o álcool a 70%. Clinicamente, conseguem-se a morte das bactérias
com o uso e drogas chamadas de antibióticos e de quimioterápicos.

Infecção cruzada

As infecções relacionadas a assistência à saúde (IRAS) representam um grande


obstáculo à recuperação da saúde de pacientes internados. A lavagem das mãos foi eleita
a medida mais simples e de maior importância no controle das infecções hospitalares,
infecções cruzadas e comunitárias, por representar uma atividade de fácil execução e baixo
custo econômico. A vigilância epidemiológica ativa é um dos pilares do controle das
Infecções Hospitalares, pois permite a determinação do perfil endêmico das instituições, a
identificação de eventos inesperados (surtos) e o direcionamento das ações de prevenção
e controle.

Cadeia epidemiológica de transmissão de infecção

Transmissão de doenças infecciosas


A transmissão de doenças infecciosas exige uma interação entre o agente transmissor,
hospedeiro e ambiente.
Cadeia epidemiológica de transmissão de infecção:

Agente Infeccioso
É o micro-organismos que pode causar uma doença infecciosa, existem vários tipos:
• Bactérias
• Vírus
• Fungos
• Parasitas

Fonte ou Reservatório
Fonte da Infecção ou Reservatório é o local onde o agente infeccioso se encontra.
Neste local, ele consegue viver, crescer e se multiplicar
Pode ser uma pessoa, um objeto, um ambiente, etc.

Fontes ou reservatórios humanos


Quando essa fonte é uma pessoa. Ela não necessariamente precisa estar doente.
• Ela pode estar ainda no período de incubação (o agente ainda não causou sintomas)
• Pode estar com sintomas inespecíficos, muitas vezes leves
• A pessoa pode estar apenas colonizada (o organismo vive nela, sem causar nenhuma
doença)
Exemplos de doenças transmitidas de pessoa a pessoa, sem nenhum
intermediário: Infecções Sexualmente transmissíveis, Vírus Influenza, Caxumba

Fontes ambientais
Exemplos de Fontes ambientais:
• Superfícies de materiais (roupas)
• Superfícies de móveis (cama, mesinha, cabeceira, monitor)
• Superfícies de equipamentos
• Solos
• Plantas
• Água – o sistema hidráulico por ser fonte de vários micro-organismos (bactérias como
a cólera, ou fungos, como o Aspergillus e Fusarium)
• Ar condicionado – são fontes importantes de infecções em hospitais, principalmente
por fungos como Aspergillus)
• Soluções (até mesmo soluções como álcool e sabão podem ser fontes de infecção se
não forem cumpridas as regras de uso)
• Medicamentos

Fontes ou reservatórios animais


O animal pode estar apenas colonizado pelo micro-organismo.
Exemplos: bactérias em boca, pelos ou unhas de cães ou gatos
A doença pode ser normalmente transmitida de animal a animal, tendo o ser humano
como hospedeiro acidental, estas são as chamadas zoonosis

Porta de Saída
É a via pela qual os micro-organismos saem da fonte humana para atingir uma fonte
ambiental ou um hospedeiro susceptível.
Exemplos de porta de saída:
• Trato respiratório
• Trato geniturinário
• Trato gastrintestinal
• Sangue
• Pele
• Mucosas.
Forma de transmissão
É o modo com que o agente infeccioso atinge um hospedeiro susceptível.
É a forma de transmissão do micro-organismo que definirá o tipo de isolamento.

Transmissão de doenças infecciosas – direta por contato


Micro-organismo é transmitido diretamente de pessoa para pessoa: Pele-a-pele, beijo,
contato sexual.
Exemplos:
• Contato de sangue e fluídos corporais do paciente diretamente com mucosa ou
pele não íntegra como HIV, Hepatites virais, Clostridium difficile,
• Contato direto (mesmo pele íntegra) com pacientes infestados com escabiose
• Contato direto (mesmo pele íntegra) com pacientes portadores de lesão herpética

Transmissão de doenças infecciosas – direta por gotas (respiratória)


Quando espirramos, tossimos, ou mesmo falamos, emitimos pequenas partículas que
saem por nossa boca ou nariz.
Essas partículas são dispersadas por uma certa distância até caírem no chão.
dependendo do tamanho e peso dessas partículas, elas podem ter diferente alcance.
Existem dois tipos de transmissão direta por gotas ou transmissão respiratória:
• Transmissão por gotícula
• Transmissão por aerossol
Transmissão de doenças infecciosas – Via respiratória por gotícula
As gotículas respiratórias são partículas muito pequeninas que medem menos que
5 μm (não podem ser vistas a olho nu) e saem do corpo do doente através de tosse, espirro
ou fala. As gotículas respiratórias entram no corpo penetrando nas mucosas de olhos, nariz
ou boca. Exemplo: vírus sincicial respiratório, Bactérias.

Transmissão de doenças infecciosas – Via respiratória por aerossol


A transmissão por aerossol ocorre pela disseminação de núcleos goticulares ou
de pequenas partículas (<5 μm de tamanho).
Essas partículas contêm agentes infecciosos que permanecem infectantes por
períodos prolongados e podem percorrer longas distâncias.
O tamanho da partícula proporciona a forma ideal para a inalação, uma vez que é
suficientemente pequena para atingir a árvore respiratória sem ser contida pelos cílios
presentes na mucosa do trato respiratório superior.
Exemplos: esporos de Aspergillus spp; Mycobacterium tuberculosis
Os micro-organismos carreados desta forma podem atingir longas distâncias através
das correntes de ar e ser inalados por pessoas suscetíveis que não tiveram contato
próximo ou que estiveram no mesmo quarto com a pessoa infectada.

Transmissão de doenças infecciosas – indireta pelo Ar


Transferência de um agente infeccioso desde um reservatório até um hospedeiro
através de núcleos de poeira ou gotículas suspensas no ar.
Núcleos de poeira se instalam em superfícies e depois viajam pelo ar através do
vento ou queimadas.
Gotículas são partículas muito pequenas e leves que conseguem ficar suspensas no
ar por mais tempo e alcançam distancias maiores que os núcleos de poeira e se dispersam
mais facilmente. Exemplo: sarampo.

Transmissão de doenças infecciosas – indireta por veículo


Transferência de um agente infeccioso desde um reservatório até um hospedeiro por vias
como:
• Material biológico (como o sangue)
• Comida
• Agua
• Fomites (objetos inanimados: como luvas, roupas, materiais cirúrgicos, etc)
Um veículo pode funcionar apenas para um meio de transporte para o agente infeccioso,
ou como um reservatório (onde ele pode crescer e se multiplicar).

Transmissão de doenças infecciosas – indireta por vetores


Transferência de um agente infeccioso desde um reservatório até um hospedeiro
por intermediários animados (animais).
Os vetores podem transportar os agentes infecciosos por meios puramente
mecânicos ou participarem do ciclo de vida do micro-organismo.
Cada animal (vetor) pode ser capaz de transmitir um ou vários agentes infecciosos.
Exemplos de vetores:
• Moscas ( bactérias causadoras de diarreias infecciosas)
• Carrapatos (Borreliose – doença de lyme)
• Mosquitos Aedes aegypti (Dengue, Zika, Chikungunya, Febre Amarela)
• Mosquitos do gênero Anopheles (Malária)
• Roedores (Leptospirose)
• Morcegos (Raiva, Histoplasmose)
• Pombos (Paracoco)
• Gatos (Toxoplasmose, Raiva)

Porta de entrada:
É a via pela qual o agente infeccioso atinge o hospedeiro susceptível.
Exemplos:
• Trato respiratório,
• Trato gastrointestinal,
• Trato urinário,
• Pele não íntegra,
• Mucosas.

Hospedeiro Susceptível:
Todos os indivíduos possuem algum grau de susceptibilidade, a depender das
condições individuais e do tipo de patógeno.
Nem toda pessoa que entra em contato com algum micro-organismo ficará doente.
Na verdade, a maioria dos agentes infecciosos com os quais temos contato, não nos
causa doenças. O maior exemplo disso é a Tuberculose.
Para que uma pessoa fique doente, na verdade precisa -se de uma série de
condições favoráveis, e nem sempre podemos estipular ou quantificar todas elas.
Pessoas com maior risco de desenvolver doenças infecciosas uma vez que entram
em contato com o agente:
• Pacientes imunossuprimidos (com imunidade baixa), independente do motivo da
imunossupressão.
• Recém Nascidos,
• Queimados,
• Idosos,
• Paciente recém operados.

UNIDADE 02

DOENÇAS CAUSADOS POR INUMEROS AGENTES

TUBERCULOSE
Tuberculose Causada pelo agente Mycobacteriumtuberculosis (tipo humano),
também chamado Bacilo de Koch. É uma das doenças bacterianas mais importantes e
presentes em todo o mundo apesar de seu conhecimento ser bastante antigo. Além de ser
uma doença crônica ela é contagiosa, presente principalmente nos lugares onde as
condições higiênicas e econômicas deixam a desejar. A infecção humana pelo
Mycobacterium costuma se dar pela inalação de gotículas infectantes espalhadas pela
tosse ou respiro de pessoa doente. O pulmão é o órgão mais atingido embora possam
ocorrer lesões tuberculosas em outros locais do organismo. Nem todos os indivíduos
contaminados pelo bacilo da tuberculose desenvolvem a doença. Existem alguns fatores
que, presentes, vão facilitar o desenvolvimento da fase sintomática. Entre eles: diabetes,
alcoolismo, outra doença pulmonar, doenças
imunodepressoras. O risco de contaminação é mais
elevado para médicos e pessoal hospitalar. Existem
tratamentos e vacinas (BCG) para a tuberculose.
Sintomas
As ações para a procura de casos devem estar voltadas para os grupos com maior
probabilidade de apresentar tuberculose. Deve-se realizar a busca ativa de casos entre:
• os sintomáticos respiratórios – a equipe de saúde deve estar preparada para
realizar a busca sistemática de sintomáticos respiratórios, ou seja, das pessoas maiores de
15 anos que procuram os serviços de saúde por qualquer motivo e apresentam queixas de
tosse e expectoração por três semanas ou mais. Entre esses, deve-se procurar o doente
com tuberculose pulmonar bacilífera, “fonte de infecção” para outros indivíduos;
• contatos de casos de tuberculose – toda pessoa, parente ou não, que coabita com
um doente de tuberculose;
• Atenção especial deve ser dada às populações de maior risco de adoecimento
como os residentes em comunidades fechadas – como presídios, manicômios, abrigos e
asilos – e os indivíduos etilistas, usuários de drogas, mendigos, imunodeprimidos por uso
de medicamentos ou por doenças imunossupressoras (aids, diabetes) e ainda os
trabalhadores em situações especiais que mantêm contato próximo com doente com TB
pulmonar bacilífera.
Sintomas Clássicos: Tosse por mais de 3 semanas, Emagrecimento, Suor Noturno
e Febre Vespertina.

TRATAMENTO PARA TUBERCULOSE – ESQUEMA RIPE


As características do M. tuberculosis exigem alguns fundamentos do tratamento
medicamentoso:
• Associação de fármacos: previne a multiplicação de germes naturalmente
resistentes.
• Tempo prolongado: um longo período de tratamento é necessário para evitar a
recorrência da doença.
• Uso regular: dificulta o surgimento de resistência adquirida.

ELEMENTOS PARA O DIAGNÓSTICO DA TUBERCULOSE PULMONAR

A história clínica:
• Ter tido contato, intradomiciliar ou não, com uma pessoa com tuberculose;
• Apresentar sintomas e sinais sugestivos de tuberculose pulmonar tosse seca ou produtiva
por três semanas ou mais, febre vespertina, perda de peso, sudorese noturna, dor
torácica, dispnéia e astenia;
• História de tratamento anterior para tuberculose;
• Presença de fatores de risco para o desenvolvimento da TB doença (Infecção pelo HIV,
diabetes, câncer, etilismo).

Exame bacteriológico
A baciloscopia direta do escarro é método fundamental porque permite descobrir as
fontes mais importantes de infecção – os casos bacilíferos. Esse exame, quando executado
corretamente, permite detectar de 70 a 80% dos casos de tuberculose pulmonar em uma
comunidade.Recomenda-se, para o diagnóstico, a coleta de duas amostras de escarro:
• uma por ocasião da primeira consulta;
• a segunda, independente do resultado da primeira, na manhã do dia seguinte ao
despertar.

Interpretação dos resultados do exame bacteriológico e conduta


Nas Unidades Básicas de Saúde, em princípio, deverá ser considerado para
tratamento imediato o paciente com diagnóstico de tuberculose pulmonar bacilífera que
estiver enquadrado nos itens 1 e 2 descritos a seguir:
1 - Deverá ser considerado como tuberculose pulmonar positiva o caso que
apresentar:
• duas baciloscopias diretas positivas;
• uma baciloscopia direta positiva e cultura positiva;
• uma baciloscopia direta positiva e imagem radiológica sugestiva de TB
2 - Se uma das amostras for positiva e a outra negativa e não houver disponibilidade
de Raios X de tórax pelo SUS deve-se realizar o exame de uma 3.ª amostra, com todo o
cuidado para a obtenção de material adequado (escarro e não saliva). Se essa 3.ª amostra
for positiva, deve-se proceder como no item 1. Se for negativa, o paciente deverá ser
encaminhado para uma unidade de referência para investigação e diagnóstico. Quando
houver disponibilidade para realização de Raios X de tórax pelo SUS, deve ser solicitado
para investigação e solicitação de parecer da unidade de referência.

Exame Radiológico
• O exame radiológico é auxiliar no diagnóstico da tuberculose justificando-se sua utilização,
se possível, nos casos suspeitos. É sempre indispensável realizar o exame bacteriológico
para um diagnóstico correto;
• O exame radiológico permite a identificação de pessoas portadoras de imagens sugestivas
de tuberculose ou de outras patologias;
• O exame radiológico, em pacientes com baciloscopia positiva, tem como função principal
a exclusão de outra doença pulmonar associada que necessite de tratamento concomitante,
além de permitir avaliação da evolução radiológica dos pacientes, sobretudo naqueles que
não responderam à quimioterapia.
Na figura abaixo visualiza-se imagem sugestiva de tuberculose pulmonar
Prova Tuberculínica
Indicada como método auxiliar no diagnóstico da tuberculose, a prova tuberculínica
quando reatora, isoladamente, indica apenas a presença de infecção e não é suficiente
para o diagnóstico da tuberculose doença. No Brasil, a tuberculina usada é o PPD RT23,
aplicado por via intradérmica no terço médio da face anterior do antebraço esquerdo, na
dose de 0,1 ml, equivalente a 2UT (unidades de tuberculina). Quando conservada em
temperatura entre 4ºC e 8°C, a tuberculina mantém-se ativa por seis meses. Não deve,
entretanto, ser congelada nem exposta à luz solar direta.
Cuidados de Enfermagem
• Atentar para o tipo de isolamento quando o tratamento for hospitalar;
• Atentar para p uso correto do EPI;
• Atentar para doses vigiadas de medicamentos;
• Atentar para a guarda do escarro coletado (+2/+8 por 24h)
• Dentre outros.

HANSENASE
É uma doença crônica, de evolução lenta, causada por outro
tipo de microbactéria: Mycbcterium Leprae. O modo de transmissão
da doença ainda não é totalmente esclarecido, embora pareçam
existir evidências de contágios através de via respiratória, como na
tuberculose, e por contato direto em pele não integra. Geralmente a
doença fica caracterizada pelo aparecimento de lesões na pele do tipo
máculas. As áreas acometidas podem vir a apresentar alterações de sensibilidade.
Sinais e sintomas
• Manchas (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas) e/ou área (s) da
pele com alteração da sensibilidade térmica (ao calor e frio) e/ou dolorosa (à dor) e/ou
tátil (ao tato);
• Comprometimento do (s) nervo (s) periférico (s) – geralmente espessamento
(engrossamento) –, associado a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou
autonômicas;
• Áreas com diminuição dos pelos e do suor;
• Sensação de formigamento e/ou fisgadas, principalmente em mãos e pés;
• Diminuição ou ausência da sensibilidade e/ou da força muscular na face, e/ou nas
mãos e/ou nos pés;
• Caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.

Transmissão
A transmissão ocorre quando uma pessoa com hanseníase, na forma infectante da
doença, sem tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior, infectando outras pessoas
suscetíveis, ou seja, com maior probabilidade de adoecer. A forma de eliminação do bacilo
pelo doente são as vias aéreas superiores (por meio do espirro, tosse ou fala), e não pelos
objetos utilizados pelo paciente. Também é necessário um contato próximo e
prolongado. Os doentes com poucos bacilos – paucibacilares (PB) – não são considerados
importantes fontes de transmissão da doença, devido à baixa carga bacilar.
Não se transmite a hanseníase pelo abraço, compartilhamentos de pratos, talheres,
roupas de cama e outros objetos. Já as pessoas com muitos bacilos – multibacilares (MB)
– constituem o grupo contagiante, mantendo-se como fonte de infecção enquanto o
tratamento específico não for iniciado. A hanseníase apresenta longo período de
incubação, ou seja, o tempo em que os sinais e sintomas se manifestam desde a infecção.
Geralmente, esse período dura em média de dois a sete anos; porém, há referências a
períodos inferiores a dois e superiores a dez anos.

Diagnóstico
Os casos de hanseníase são diagnosticados por meio do exame físico geral
dermatológico e neurológico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de
sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos, com alterações sensitivas e/ou
motoras e/ou autonômicas. Os casos com suspeita de comprometimento neural, sem
lesão cutânea (suspeita de hanseníase neural primária), e aqueles que apresentam área
com alteração sensitiva e/ou autonômica duvidosa e sem lesão cutânea evidente, deverão
ser encaminhados para unidades de saúde de maior complexidade para confirmação
diagnóstica.

Características epidemiológicas
A hanseníase está fortemente relacionada a condições econômicas, sociais e
ambientais desfavoráveis. Com registro de casos novos em todas as unidades federadas,
a doença exibe distribuição heterogênea no país, com elevadas concentrações nas regiões
Norte, Nordeste e Centro-Oeste, importantes áreas de transmissão da doença. Sua alta
endemicidade compromete a interrupção da cadeia de transmissão, tornando-se
imprescindível a incorporação de ações estratégicas que visem garantir o atendimento
integral às pessoas acometidas pela doença.

ENFRENTAMENTO AO ESTIGMA E À DISCRIMINAÇÃO


Aspectos relacionados ao estigma e à discriminação podem promover a exclusão
social e, ao mesmo tempo, podem produzir consequências negativas que resultam em
interações sociais desconfortáveis, limitando o convívio social, sofrimento psíquico e,
consequentemente, pode interferir no diagnóstico e adesão ao tratamento da hanseníase,
perpetuando um ciclo de exclusão social e econômica.

Tratamento
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o tratamento e acompanhamento
dos pacientes em unidades básicas de saúde e em referência, não sendo necessário
internação.
O tratamento medicamentoso é realizado com a associação de três antimicrobianos
- rifampicina, dapsona e clofazimina – a qual denominamos de Poliquimioterapia Única
(PQT-U). Essa associação diminui a resistência medicamentosa do bacilo, que ocorre com
frequência quando se utiliza apenas um medicamento, o que acaba impossibilitando a cura
da doença.
A duração do tratamento varia de acordo com a forma clínica da doença. Para
pacientes com hanseníase paucibacilar (PB) a duração é de seis meses e para pacientes
com hanseníase multibacilar (MB) a duração é de doze meses.
Os medicamentos são seguros e eficazes. Ainda no início do tratamento, a doença
deixa de ser transmitida. Familiares, colegas de trabalho e amigos, além de apoiar o
tratamento, também devem ser examinados.
SÍFILIS
Sífilis Doença sexualmente transmitida, sífilis tem como agente etiológico a bactéria
denominada Treponema Pallidum. Não é corável pela técnica de Gram. O indivíduo adquire
a doença por contato sexual com outro doente e também através da placenta (transmissão
vertical). A doença é de evolução bastante lenta, sendo descrito três estágios de
desenvolvimento. A sífilis é tratada, com ótimos resultados, com antibiocoterapia à base de
penicilina

Sinais e sintomas
Os sinais e sintomas da sífilis variam de acordo com cada estágio da doença, que
se divide em:

SÍFILIS PRIMÁRIA
• Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo
uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 e 90 dias após o
contágio. Essa lesão é rica em bactérias e é chamada de “cancro duro”;
• Normalmente, ela não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar
acompanhada de ínguas (caroços) na virilha;
• Essa ferida desaparece sozinha, independentemente de tratamento.

SÍFILIS SECUNDÁRIA
• Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento e
cicatrização da ferida inicial;
• Podem surgir manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das
mãos e plantas dos pés. Essas lesões são ricas em bactérias;
• Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça, ínguas pelo corpo;
• As manchas desaparecem em algumas semanas, independentemente de tratamento,
trazendo a falsa impressão de cura;

SÍFILIS LATENTE – FASE ASSINTOMÁTICA


• Não aparecem sinais ou sintomas;
• É dividida em: latente recente (até um ano de infecção) e latente tardia (mais de um
ano de infecção).
• A duração dessa fase é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais
e sintomas da forma secundária ou terciária.
SÍFILIS TERCIÁRIA
• Pode surgir entre 1 e 40 anos após o início da infecção;
• Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas,
cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.
Uma pessoa pode ter sífilis e não saber, isso porque a doença pode aparecer e
desaparecer, mas continuar latente no organismo. Por isso é importante se proteger,
fazer o teste e, se a infecção for detectada, tratar da maneira correta.

Diagnóstico
O teste rápido (TR) de sífilis está disponível nos serviços de saúde do SUS, sendo
prático e de fácil execução, com leitura do resultado em, no máximo, 30 minutos, sem a
necessidade de estrutura laboratorial. Esta é a principal forma de diagnóstico da sífilis. O
TR de sífilis é distribuído pelo Departamento das IST, do HIV/Aids e das Hepatites
Virais/Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde (DIAHV/SVS/MS) como parte
da estratégia para ampliar a cobertura diagnóstica da doença.
Nos casos de TR positivos (reagentes), uma amostra de sangue deverá ser coletada
e encaminhada para realização de um teste laboratorial (não treponêmico) para
confirmação do diagnóstico. Deve-se avaliar a história clínico-epidemiológica da mãe, o
exame físico da criança e os resultados dos testes, incluindo os exames radiológicos e
laboratoriais, para se chegar a um diagnóstico seguro e correto de sífilis congênita.

Tratamento
O tratamento de escolha é a penicilina benzatina (benzetacil), que poderá ser
aplicada na unidade básica de saúde mais próxima de sua residência. Esta é, até o
momento, a principal e mais eficaz forma de combater a bactéria causadora da
doença. Quando a sífilis é detectada na gestante, o tratamento deve ser iniciado o mais
rápido possível, com a penicilina benzatina. Este é o único medicamento capaz de prevenir
a transmissão vertical, ou seja, de passar a doença para o bebê.

A parceria sexual também deverá ser testada e tratada para evitar a reinfecção
da gestante. São critérios de tratamento adequado à gestante:
• Administração de penicilina benzatina;
• Início do tratamento até 30 dias antes do parto;
• Esquema terapêutico de acordo com o estágio clínico da sífilis;
• Respeito ao intervalo recomendado das doses.
HIV/AIDS
HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids,
ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células
mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz
cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para
continuar a infecção. Ter o HIV não é a mesma coisa que ter aids. Há muitos soropositivos
que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas podem
transmitir o vírus a outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo
compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a
amamentação, quando não tomam as devidas medidas de prevenção.
O HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae. Esses vírus
compartilham algumas propriedades comuns: período de incubação prolongado antes do
surgimento dos sintomas da doença, infecção das células do sangue e do sistema nervoso
e supressão do sistema imune.

Modo de transmissão:
• Sexo vaginal sem camisinha;
• Sexo anal sem camisinha;
• Sexo oral sem camisinha;
• Uso de seringa por mais de uma pessoa;
• Transfusão de sangue contaminado;
• Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação;
• Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.

Não há transmissão:
• Sexo desde que se use corretamente a camisinha;
• Masturbação a dois;
• Beijo no rosto ou na boca;
• Suor e lágrima;
• Picada de inseto;
• Aperto de mão ou abraço;
• Sabonete/toalha/lençóis;
• Talheres/copos;
• Assento de ônibus;
• Piscina;
• Banheiro;
• Doação de sangue;
• Pelo ar.

Diagnostico
O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue venoso ou
digital (ponta do dedo), para realização de testes rápidos ou laboratoriais que detectam os
anticorpos contra o HIV.
Com os testes rápidos é possível obter um resultado em cerca de 30 minutos. Esses
testes são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas unidades da
rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). Também é possível
saber onde fazer o teste pelo Disque Saúde (136).

Tratamento
Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a
multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o
enfraquecimento do sistema imunológico. Por isso, o uso regular dos ARV é fundamental
para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o
número de internações e infecções por doenças oportunistas.
Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente os ARV a todas as pessoas vivendo com
HIV que necessitam de tratamento. Atualmente, existem 22 medicamentos, em 38
apresentações farmacêuticas.

Intervenções biomédicas
São ações voltadas à redução do risco de exposição, mediante intervenção na
interação entre o HIV e a pessoa passível de infecção. Essas estratégias podem ser
divididas em dois grupos: intervenções biomédicas clássicas, que empregam métodos de
barreira física ao vírus, já largamente utilizados no Brasil; e intervenções biomédicas
baseadas no uso de antirretrovirais (ARV).
Como exemplo do primeiro grupo, tem-se a distribuição de preservativos masculinos
e femininos e de gel lubrificante. Os exemplos do segundo grupo incluem o Tratamento
para Todas as Pessoas – TTP; a Profilaxia Pós-Exposição – PEP; e a Profilaxia Pré-
Exposição – PrEP.
Intervenções comportamentais
São ações que contribuem para o aumento da informação e da percepção do risco
de exposição ao HIV e para sua consequente redução, mediante incentivos a mudanças de
comportamento da pessoa e da comunidade ou grupo social em que ela está inserida.
Como exemplos, podem ser citados: incentivo ao uso de preservativos masculinos e
femininos; aconselhamento sobre HIV/aids e outras IST; incentivo à testagem; adesão às
intervenções biomédicas; vinculação e retenção nos serviços de saúde; redução de danos
para as pessoas que usam álcool e outras drogas; e estratégias de comunicação e
educação entre pares.

Intervenções estruturais
São ações voltadas aos fatores e condições socioculturais que influenciam
diretamente a vulnerabilidade de indivíduos ou grupos sociais específicos ao HIV,
envolvendo preconceito, estigma, discriminação ou qualquer outra forma de alienação dos
direitos e garantias fundamentais à dignidade humana.
Podemos enumerar como exemplos: ações de enfrentamento ao racismo, sexismo,
LGBTfobia e demais preconceitos; promoção e defesa dos direitos humanos; campanhas
educativas e de conscientização.
Como forma de subsidiar profissionais, trabalhadores(as) e gestores(as) de saúde
para o planejamento e implementação das ações de Prevenção Combinada, o
Departamento de IST, HIV/Aids e Hepatites Virais apresenta um conjunto de
recomendações, expressas na publicação “Prevenção Combinada do HIV: Bases
conceituais para profissionais, trabalhadores(as) e gestores(as) de saúde".
Espera-se que, a partir da leitura do documento, tenham-se mais elementos para
responder às necessidades específicas de determinados públicos a determinadas formas
de transmissão do HIV.

Tétano
É uma doença infecciosa, não contagiosa,
causada pela bactéria do gênero Clostridium (C.
tetani). É Gram-positivo, anaeróbico. É um bacilo
extremamente resistente a ataques químicos e físicos.
Encontrado no ambiente sob a forma esporulada. A doença se caracteriza por graves
episódios de contratura muscular que vão progredindo ate levar o indivíduo á morte.
Adquire-se o tétano por ferimentos que se contaminam com os esporos do C. Tetani que,
uma vez instalado no tecido, passam a produzir uma toxina responsável por toda a
sintomatologia da doença. Existe vacina antitetânica; todas as pessoas deveriam estar
vacinadas contra a doença. Comumente, essas vacinas encontram-se associadas a outras
duas (coqueluche e difteria), sendo conhecida como vacina tríplice obrigatória.

Cólera
É uma infecção intestinal grave que, se não trata a tempo,
pode levar o indivíduo a morte por profunda desidratação,
hipotermia, queda de pressão arterial e choque. Seu agente
etiológico é o Vibrio cholerae. Bactéria Gam-negativa é
transmitida por via fecal-oral, com um longo período de
excreção por parte dos doentes, facilitando, assim, a contaminação de muitos outros
indivíduos. Tratada a tempo, a cólera não deixa sequelas.

Gangrena
É o nome dado a infecção causada pro uma
associação de bactérias do tipo Clostridium. Produz necrose
tecidual com formação de gases (gangrena gasosa). É
comum esse tipo de infecção em feridas com extensa
dilaceração de tecidos muscular, fraturas expostas,
infecções puerperais, como aborto provocado. A bactéria do
tipo bastonete é, corada pelo método de Gram, adquire coloração Gram-positiva. Trata-se
a ferida cirurgicamente e utiliza-se antibioticoterapia associada.

Erisipela
Uma das doenças causadas por bactérias do gênero Streptococcus. São cocos
Gram-positivo. Esse tipo de bactéria produz várias formas de infecção no homem, sendo a
erisipela uma delas. Caracteriza-se por lesões eritematosas (vermelhidão) na pele.
Trata-se com antibióticos como penicilinas, cefalosporinas e outros mais modernos.
Esse tipo de bactéria também tem especial atração pelo trato respiratório superior,
causando faringites e amigdalites.
A septicemia pós-parto e a escarlatina também são doenças provocadas por tal
agente etiológicas. Muitas outras patologias são originadas por outras
espécies de Streptococcus, entre elas a cárie dental (S. mutans) e a
doença periodontal.
Leptospirose
Também conhecida como doença de Weil, é causada por bactéria do gênero Leptospira.
Não são coradas pelo método de Gram. É uma zoonose, ou seja, uma doença no qual o
homem se infecta por intermédio dos animais. O principal Hospedeiro primário das
leptospiras são os roedores. A infecção se dá pela pele e mucosas oral e nasal. O
tratamento é feito com antibióticos e deve ser instituído o mais rapidamente possível, para
obter bons resultados.

Doenças causadas por Estafilococos


Staphylococcus são bactérias gram-positivas que produzem uma série de processos
infecciosos no homem. É um microrganismo oportunista, não produzindo infecção por si só.
Staphylococcus aureus é a espécie patogênica, estando relacionado à endocardite
bacteriana e aos processos purulentos como piodermites, furunculoses, artrites, etc. As
infecções determinadas por esse agente podem ser leves ou graves, superficiais ou
profundas, primárias ou secundárias, a outras doenças. É extremamente comum em
ambiente hospitalar, onde as bactérias do gênero adquirem grande resistência e produzem
as chamadas infecções hospitalares de difícil controle. O tratamento das estafilococias é
feito com a utilização de vários tipos e antibióticos, dependendo da resistência oferecida
pela cepa.

Pneumonia Bacteriana
Nessa patologia, habitualmente encontramos o agente etiológico conhecido como
pneumococo como responsável pelo quadro pulmonar. O pneumococo nada mais é do que
micobcterium pneumoniae, causador da pneumonia lombar e outras formas de afecções das
vias aéreas superiores. São cocos Gram-positivos. Esse tipo de pneumonia é tratável por
antibioticoterapia.

Gonorréia ou Blenorragia
Doença sexualmente transmitida tem como agente etiológico cocos Gram-negativos
denominados Neisseria gonorrhoeae. O processo infeccioso inicia-se pela uretra, podendo
atingir outros órgãos do sistema urinário e, em casos mais graves, acometer outras
localizações do corpo: reto, articulações, olhos. A doença é tratável com antibióticos
Infecções por Escherichia Coli
É uma enterobacteria, bacilo Gram-negativo que faz parte da fora normal do intestino do
homem. Nesse órgão não causa doença, e muito pelo contrário, tem papel regulador em
relação ao restante da flora intestinal impedindo o crescimento de germes patogênicos.
Existem alguns tipos de E. Coli capaz de provocar doença intestinal.
Infecções das vias urinárias costumam advir desse agente. A contaminação em geral
ocorrer através da uretra e vai atingindo os outros órgãos do sistema urinário. Infecções
ginecológicas por E, Coli também são bastente comuns, devido a proximidade de abertura
da vagina e do ânus. Infecções da cavidade abdominal como apendicite, colecistite e outras
também podem ser essa bactéria como agente etiológico.
As infecções por E. Coli são tão numerosas quanto os tratamentos
utilizados para combatê-las.

Intoxicações alimentares (toxinfecções)


As Salmonelas (S. typhimurium, S. enteriditis) são agentes
habituais de intoxicações alimentares. Alimentos como carne, peixes,
ovos, embutidos, são aqueles nos quais as salmonelas se desenvolvem.
A salmonela tem um período de incubação relativamente longo,
podendo chegar a 48 horas após a ingestão do alimento contaminado. Os sintomas mais
comuns são febre moderada, náuseas, vômitos, cólicas intestinais, e diarréia, que duram
de 2 a 5 dias.
Outro tipo de bactéria comum na intoxicação alimentar é o já conhecido
Staphylococcus. A infecção estafilocócicas difere um pouco da salmonelose, pois os tipos
de alimentos contaminados costumam ser: cremes e doces mal conservados (sem
refrigeração). O tempo necessário para que os sintomas apareçam é mais curto, no máximo
6h após a ingestão. Raramente provoca febre, mas há diarréia e náuseas fortes.
Outro tipo de infecção alimentar é devido ao agente Clostridium botulinum. A doença
causada por ele é chamada de botulismo. É uma toxinfecção bastante grave, adquirida pela
ingestão de alimentos contaminados por esporos desse clostridium. A bactéria vai produzir
uma toxina que atinge o sistema nervoso. Fazendo com que o indivíduo desenvolva
uma paralisia progressiva que pode acarretar o obtido Mel e alimentos enlatados são
os alvos mais frequentes de contaminação pelo microrganismo. O tratamento é sistemático
e deve ser instituído assim que os primeiros sintomas aparecem. Preventivamente, nada
se pode fazer, a não ser tomar certo cuidado com esses alimentos.
Os Fungos
Esse microrganismo, assim como as bactérias, pode ser ou não patogênicos para o
home. Como efeitos benéficos, temos a destacar sua importante função nos processos de
fermentação industrial de cerveja e outras bebidas alcoólicas, na fermentação de certos
queijos, na extração de vitaminas, etc. Alguns fungos também tem grande importância por
estarem ligados à produção de muitos agentes antimicrobianos.

Conceito
Os fungos, também chamados de bolores e leveduras, são como organismos
heterotróficos (formas vivas que necessitam de uma fonte orgânica de carbono),
eucariontes, que vivem a partir e matéria orgânica morta ou como parasita de hospedeiros
vivos.
Os fungos se reproduzem com extrema facilidade, por meio de esporos.
Os fungos são muitos pouco exigentes em relação as condições oferecidas pelo
meio, para que cresçam. Eles são organismos presentes em grande quantidade em
qualquer superfície: no ar que respiramos, nos alimentos, etc. A unidade pode ser
considerada como principal variável para haver um crescimento ideal, apesar de que, em
ambientes desidratados, o fungo é capaz de esporular ou entrar em estado de vida latente.
Diferente das bactérias, eles se desenvolvem numa faixa de temperatura muito ampla, com
variações superiores a 50º C ente as diferentes espécies.

Doenças de etiologia Fúngica


Os fungos causam uma série de doenças das quais procuremos relacionar as mais
importantes.
Contaminação alimentar: Os alimentos podem ser contaminados por alguns fungos
patogênicos. Das doenças mais importantes desse grupo destaca-se a intoxicação por
aflatoxina, causada pelo fungo. Aspergillus flavus. Esta toxina é considerada como um
poderoso agente cancerígeno. Os alimentos mais propensos a desenvolver o fungo são os
cereais armazenados e os amendoins.
Os cogumelos são tipos de fungos e, como tal, também provocam algumas patologias. O
que se vê em relação a esse grupo são envenenamento derivados de sua digestão. Tais
envenenamentos exibem uma variedade de sintomas, dependendo do sistema que
atingem. Pode haver envolvimento gastrointestinal, nervoso, sanguíneo.
Embora ocorram os tipos de doenças citados, as micoses representam um maior número
de casos de patologias fúngicas.
Micoses
Micoses são infecções produzidas por fungos. As micoses podem ser determinadas
de acordo com vários critérios: segundo o órgão que infecta (onimicose, oftalmomicose);
segundo o fungo causador (aspergilose, peniciliose); segundo o nome popular corrente na
literatura médica (pé-de-atleta,sapinho).
Elas se dividem em alguns grupos principais: superficiais, cutâneas, subcutâneas,
sistêmicas e oportunistas.

Dermatofitose
Conhecida também por tinhas, são provocadas por um grupo de fungos denominados
dermatófitos. Atingem a pele, o couro cabeludo e as unhas, causando lesões clínicas
variadas. Costuma ser considerada como problema sanitário, de higiene. O homem se
contamina através de animais, solo e outros indivíduos. Os gêneros de fungos
compreendidos nessa categoria de doença são microsporum, tricophyton e
Epidermophyton.

Leveduroses
As leveduras provocam numerosas doenças, algumas bastantes graves. A patologia,
mais frequente é conhecida por candidíase. Cândida albicans é a espécie de maior
importância. Ela faz parte da flora normal da cavidade orla, mucosa respiratória digestiva e
genital do ser humano. Inúmeros fatores fazem com que Cândida albicans passe de sua
condição saprófita par a patogênica; destacamos o uso de antibióticos, outra doença
concomitante, diabetes, imunodeficiências, uso de corticosteróides, etc. Clinicamente, a
candidíase se apresenta na forma oral (sapinho), genital e em outras mucosas. A
candidíase visceral (atinge os órgãos internos) denota um quadro bem grave.

Micoses Profundas
As micoses podem atingir vários órgãos internos, tornando-se mais grave. Como
exemplos dessas patologias têm: criptococose, paracoccidiomicose, histoplasmose,
esporotricose.
A inalação é a porta de entrada mais frequente para os tipos de fungo causadores
de micoses profundas.
Os vírus
Os Vírus são agentes infecciosos extremamente pequenos,
chamados de “filtráveis”, pois passam pelos filtros utilizados para
reter bactérias. São parasitas intracelulares obrigatórios, ou seja,
eles não conseguem se replicar fora de uma célula. São constituídos
de poucos elementos: ácidos nucléicos, proteínas e lipídios. Utilizam o sistema enzimático
da célula para a síntese de elementos especializados que fazem parte de sua estrutura.

Varíola
Muito temida até a poucas décadas, hoje essa doença se encontrar erradicada,
segundo comunicado da Organização Mundial da Saúde (OMS). Um sério programa de
prevenção da doença, através de vacinação em massa pelo mundo inteiro, possibilitou tal
vitória da humanidade contra o vírus.
A doença caracteriza-se por lesões de pele, febre, dores de cabeça, as vesículas
tornam-se contaminadas por bactérias do gênero estreptococos e estafilococos, agravando
o quadro.

Varicela (catapora)
Causada pelo vírus Herpes zoster, é uma doença altamente
contagiosa, caracterizada pelo surgimento de lesões cutâneas em
forma, de vesículas. Geralmente nãos causam consequência graves
em pessoas condições imunológicas. Outra doença provocada pelo
vírus herpes zoster. Nessa patologia, os vírus caminham dos gânglios
para a pele, produzindo lesões eruptivas, altamente pruriginosas e doloridas. Pode-se
constituir uma patologia grave se o indivíduo acometido for portador de outra doença
debilitante.

Herpes simples e herpes Genital


O vírus HSV-I é o responsável pelo desenvolvimento do
herpes simples. Acredita-se que seja o vírus mais disseminado entre
os seres humanos. Quase toda a população humana apresenta
anticorpo para ele, em alguns momentos de suas vidas já tiveram
contato com o vírus HSV-I, embora possam não ter desenvolvido a
doença. Ele é transmitido pelo contato direto entre pessoas
portadoras e sãs, e a sintomalogia costuma aparecer após outra
infecção que o indivíduo tenha tido. O vírus possui a propriedade de se manter em estado
latente, manifestando-se ocasionalmente.
O vírus HSV-II é uma variação do mesmo vírus causador do herpes simples, sendo
responsável pelo herpes genital. A infecção se faz por contato sexual entre os indivíduos.
É menos prevalente na população do que HSV-I.

Gripe
A gripe ou influenza é uma doença viral muito comum. É causada
por vírus do gênero influenza vírus. Esse vírus provoca surtos epidêmicos
de gripe e também casos isolados. Ocorrem eventuais pandemias
(epidemias que atinge o mundo todo), mas raramente os casos passam a
ser considerados graves. A vacina para a gripe é disponível, mas com
eficácia relativa. O tratamento é sintomático, não havendo indicação para o uso de
antibioticoterapia, a menos que haja complicação ao quadro.

Caxumba
Doença denominada parotidite, consiste na infecção das glândulas
paróticas por um paramixovírus. Caracterizam-se por febre e inflamação das
glândulas parótidas. Pode envolver outros órgãos, como pâncreas, testículos,
ovários e até o sistema nervoso. Nos pacientes adultos é mais preocupante,
podendo causar lesões irreversíveis em alguns tecidos. A vacina contra a
caxumba é disponível e eficaz.

Sarampo
Infecção comum na infância, até tempos atrás. Hoje sua
incidência tem diminuído graças a vacinação obrigatória. A doença se
manifesta PR febre, conjuntivite, comprometimento das vias aéreas
superiores, erupção cutânea. Pode ser agravada por complicações do
trato respiratório e do sistema nervoso central. O tratamento é apenas
sintomático, como na maioria das viroses. A vacina é disponível, segura e eficaz.
Resfriado
Patologia bastante frequente conhecida por todos nós. É causada
por um vírus do gênero Rhinivirus. Seus principais sintomas são corizas,
conjuntivite, faringite. É um dos menos graves do que o
desenvolvimento da gripe. O tratamento é sintomático e vacinação não
se constitui em medida profilática bem estabelecida.

Raiva
É uma zoonose fatal, advinda de um vírus da família Rhabdoviride. Tem distribuição
mundial, sendo encontrado sempre num organismo vertebrado. Produz uma encefalite que
invariavelmente leva à morte. O homem adquire o vírus por lesão de pele produzida por
algum animal mamífero que o albergava. Uma vez inoculado o Viruá da raiva caminha pelo
trajeto do nervo periférico envolvido até atingir o sistema nervos central. Os sintomas da
doença estão vinculados ao compromisso do sistema nervoso: parestesia (falta de
sensibilidade) no local da ferida, exacerbação das respostas motoras a um estímulo,
convulsões, paralisia. Coma, e finalmente a morte. Existe vacina disponível. Profissionais
de risco como médicos veterinários, peões de fazenda, moradores de locais com alta
população e morcegos devem ser vacinados.
Hepatite Viral
A infecção do fígado por qualquer agente causa uma
patologia denominada hepatite. Varias doenças sistemáticas
acabam por comprometer o fígado, como por exemplo, a tuberculose
miliar, malária, mononucleose, etc.
No entanto, existem alguns vírus que serão o agente primário das hepatites. Aos
vírus da hepatite A (VHA) e da hepatite B (VHB) são os principais agentes etiológicos
dessas afecções.
A ‘hepatite A’ é conhecida por hepatite infecciosa e, a ‘hepatite B’, por soro-hepatite.
O VHA provoca doença de caráter benigno, de duração limitada. Raros casos de
hepatite A se complicam e o indivíduo se estabelece sem atingir o estado do portador. É
uma doença aguda de transmissão fecal-oral.
O VHB causa hepatite com vários padrões diferentes. Pode haver desde o indivíduo
portador do vírus sem a doença sintomática até a hepatite crônica progressiva, que pode
ser fatal. A principal fonte de infecção são indivíduos portadores. A transmissão se da por
derivados de sangue, transfusão, seringas contaminadas, relações sexuais sem
preservativos, placenta e secreções diversas.
Existem vacinas para os dois tipos de hepatite. Profissionais de risco devem ser
vacinados: dentistas, médicos, enfermeiros instrumentadores cirúrgicos, e os demais que
trabalham em hospital.

Poliomielite
Doença causada por um enterovírus, atinge o sistema nervoso
central do indivíduo, acarretando destruição severa manifestada pelos
sintomas de paralisia, que são permanentes em relação aos membros
inferiores. Atualmente, graças a um programa intenso de vacinação, os
casos têm diminuído bastante. A vacina utilizada para a prevenção da poliomielite é a
vacina Sabin.

Os Protozoários
Existe outro grupo de microrganismo eucariontes denominados protozoários. Esses
seres comumente apresentam dimensões microscópicas e pode ser viável tanto na forma
unicelular, como na forma de colônias de células.
Os protozoários estão na natureza em grande quantidade, estimando-se em cerca
de 45.000 o número de espécie existente.
Do ponto de vista ecológico, os protozoários podem ser divididos em formas livre e
parasita (aquele que necessita de outro organismo pra viver).
Os processos pelos quais os protozoários se reproduzem também são variáveis,
podendo ser sexuados ou assexuados.

Doenças causadas por Protozoários

Disenteria Amebiana
Ocasionada pelo protozoário entamoeba histolytica, popularmente conhecido como
ameba. Esse protozoário causa infecção de cólon, podendo se disseminar para outros
órgãos como o fígado, pulmão e cérebro. Os sintomas podem variar muito e indivíduo para
indivíduo, havendo inclusive, o estado de portador assintomático, que apenas transitem a
doença.

Amebíase
Agente etiológico: a doença é causada por um protozoário chamado Entamoeba
histolytica.
Sintomas: A Entamoeba histolytica, ao penetrar na parede intestinal, alcança á
submucosa na qual se multiplica, provocando lesões intestinais que resultam na formação
de ulceras que comprometem o intestino, tronando comuns as hemorragias. A doença varia
de uma disenteria fulminante aguda com febre, calafrios e diarreia sanguinolenta ou
mucóide, alternando com períodos de constipação. A entamoeba pode cair na circulação e
alcançar fígado, cérebro, baço e pulmões, onde causam lesões e até necroses (amebíase
extra intestinal).
Diagnóstico: É feito pela sintomatologia e pelo exame de fezes que demonstram a
presença de protozoários no organismo.
Tratamento: A amebíase é tratada principalmente com Mentronidazol (Flagyl).
Alguns antibióticos, como a tetraciclina, são úteis nas formas graves da doença.
Profilaxia: Educação em saúde. Aí se inclui a ingestão de água e de alimentos
lavados. Deve-se evitar que mosca e baratas pousem sobre frutas e legumes, pois estes
insetos podem levar nas pastas dos ovos do protozoário.

Giardíase
Doença originada pelo protozoário Giardia Lamblia é bastante comum. O protozoário
provoca infecção intestinal com sintomas que variam desde uma leve indigestão até diarréia
abundante, aquosa, cólicas intestinais, flatulências e fezes fétidas. A giárdia crônica
provoca perda de peso e retardo no crescimento das crianças. A principal fonte de
contaminação para os seres humanos é a ingestão de água potável infectada com cistos
de giardia lamblia.
Diagnóstico: feito por identificação de cistos nas fezes.
Tratamento: Metronidazol

Tricomoníase
É uma infecção venera (adquirida através de relações sexuais)
muito comum. Seu agente etiológico chama-se Trichomosas vaginalis.
Nem todas as pessoas infectadas apresentam sintomas; quando estes
aparecem, são ardência, prurido e secreções, principalmente antes ou
durante a micção. Acomete tanto homens quanto mulheres e o tratamento devem englobar
ambos os parceiros.

Pneumocistose
Doença que, após o advento da AIDS, passou a ser bastante
comentada. Decorre de um protozoário chamado Pneumocystis carilini.
Este parasita produz quadros de pneumonia quase somente em adultos
imunossuprimidos ou em crianças subnutrida. É um dos agentes mais prevalentes nas
complicações causadas pela síndrome de imunodeficiência adquirida.

Malária
A malária continua sendo uma das grandes preocupações da humanidade em
termos doenças, pois seu controle é bastante difícil e as consequências costumam ser
graves. É causada pelo protozoário do gênero Plasmodium e tem grande prevalência nos
países tropicais e subtropicais. Como particularidade destacamos um inseto (anophele)
servindo como vetor da doença.
A doença também é conhecida como Maleita, Paludismo, Impaludismo, Febre
Palustre.
Agente etiológico: É o protozoário do gênero Plasmodium
a) Plasmodium Vivax: é causador da febre Terção benigna.
b) Plasmodium Falciparum: é causador da febre terçã maligna.
c) Plasmoduim Malariae; É causador da febre Quartã.
Transmissor: Os plasmódios causadores da malária são transmitidos por mosquitos
do gênero anopheles, em que os machos se alimentam de fruta e as fêmeas são
hematófagas.
Sintomas: Os plasmódios ocupam os glóbulos vermelhos alimentando-se da
hemoglobina. O resto desta digestão é uma substancia tóxica chamada hemozoína que fica
acumulada dentro da hemácia. Quando estes se rompem, grande quantidade dessa
substancia é liberada e o organismo responde com um ataque febril de 37 a 40,6°C, que
dura algumas horas. Dependendo do plasmódio que esteja parasitando o indivíduo, os
acessos febris dão-se a diferentes espaços de tempo.
• No Plasmodium Malariae – de 72 em 72 horas – Febre: Quartã)
• No Plasmodium Falciparum – de 24 em 24 horas – Febre: Terçã Maligna
• No Plasmodium Vivax – de 48 em 48 horas – Febre: Terçã benigna
O ataque febril é precedido de intenso calafrio. Após algum tempo sente-se imenso
calor e exaustão, mas certo alivio.
Diagnóstico: Faz-se através da sintomatologia e de um exame de sangue que
comprovar a presença deste protozoário.
Tratamento: A doença tem cura. A droga mais usada é o Quinino.
Profilaxia: entre as medidas profiláticas podemos citar:
a) Destruição do mosquito em sua fase, larva em águas empoçadas e estagnadas.
b) Uso de mosquiteiros, telas, repelentes e inseticidas.
c) Isolamento do doente em tratamento.

Doença de Chagas
Patologia conhecida pelo nome de tripanossomíase americana ou tripanossomíase
brasileira. O órgão mais atingido é o coração, podendo haver comprometimento de esôfago
e cólon. O agente etiológico da doença de chags é o trypanosoma cruzi, que atinge o
sistema circulatório do indivíduo através da picada contaminada por fezes de insetos
chamado barbeiro (tritomidae). A infecção pode-se dar, ainda, por via placentária, por
transfusão de sangue ou mesmo em acidentes de laboratórios envolvendo sangue
contaminado.
A doença de chagas recebeu esse nome porque foi descoberta e estudada pelo
cientista brasileiro Carlos Chagas .
Agente etiológico: É um protozoário chamado Trypanasoma Cruzi. O protozoário
recebeu esse nome em homenagem ao cientista Oswaldo Cruz.
Transmissor: É um inseto conhecido vulgarmente como barbeiro, chupança, ou
bicho de parede.
São insetos hematófagos (alimenta-se de sangue) que, durante o dia, escondem-se
nas fresas das paredes de pau-a-pique e palhoças. Á noite, saem do esconderijo em busca
de alimentos, causando, assim, mal à espécie humana.
Transmissão: O Trypanosoma Cruzi é um protozoário que vive naturalmente no
sangue de alguns animais selvagens e domésticos que são reservatórios de
microrganismos.
O barbeiro ao picar um desses animais reservatórios contamina-se com os
protozoários que irão localizar-se no intestino do transmissor e reproduzir-se
O inseto ao picar uma pessoa sã, defeca no local e junto com as fezes serão
eliminados triponossomas que penetrarão no organismo humano através de picada, caindo
assim na corrente sanguinea.
Sintomas: Quando picada, provoca uma reação inflamatória na pele chamada de
Sinal de Romanã que pode ser um indicio a considerar-se. A doença começa a entrar em
sua forma aguada em 15 dias; febre e cansaço começam a aparecer. A partir daí pode
falecer devido a uma miocardite (inflamação no miocárdio), ou os sintomas podem regredir
por até 10 ou 15 anos, quando, inevitavelmente, manifestar-se-ão.
Os principais sintomas são a insuficiência de certas glândulas como, por exemplo, a
tiróide e supra-renal. Quando os microrganismo atacam o coração, formam ninhos nos
músculos cardíacos. Devido a esse fato, a disposição das fibras cardíacas é alterada a
aparecer no paciente uma insuficiência cardíaca que pode levar a morte.
O coração de um individuo chagoso pode triplicar de tamanho e dificilmente a pessoa
ultrapassara os 50 anos.
O protozoário pode também atacar o sistema nervoso, causando vários distúrbios,
como encefálicos e mielites, e pode também ocasionar problemas hepáticos.
Diagnóstico: Faz-se através da sintomatológica e do exame de sangue onde irá se
verificar a presença d protozoário na corrente sanguinea.
Tratamento: Não existe.
Profilaxia: Melhoria nas habitações, pois elimina o habita do transmissor. Uso de
inseticidas e mosquiteiros.

Toxoplamose
Doença bastante prevalente na população, a toxoplasmose é causada pelo
protozoário toxoplasma gondi. É um parasita intracelular capaz de acarretar sérios danos
ao indivíduo contaminado. O toxolasma tem como principal hospedeiro definitivo o gato
doméstico. Por intermédio das fezes dos gatos o protozoário entra em contato com o ser
humano suscetível e o contamina. Outra maneira muito comum de se adquirir toxoplasmose
é o consumo de carne mal cozida. O toxoplasma, apesar de bem prevalente, raramente
produz doença clínica. Nas pessoas adultas e sem doenças que deprimam o sistema
imunológico, a infecção por toxoplasma quase passa despercebida, simulando uma gripe.
Já para os indivíduos imunossupidos, crianças e getantes, as conseqüências da infecção
por toxoplasma são simples devastadoras.
Agente etiológico: O causador da toxoplasmose é um protozoário cientificamente
conhecida como toxoplasma gondi.
Formas que a toxoplasmose pode apresentar
a) Congênita: a gestante entre o terceiro e oitavo mês de gravidez pode, em alguns
casos, transmitir para o feto o Toxoplasma. A criança, se nascer, poderá apresentar
anomalias, incluídas na chamada Tétrade de Sabin: coriorrenite (inflamação da
coróide e da retina), calcificação cerebrais, retardamento mental e microcefalia
(cérebro pequeno) ou macrocefalia (cérebro grande) e hidrocefalia (retenção de liquor
cérebor-espinhal nos ventrículos cerebrais).
b) Adquirida: o homem pode adquirir o toxoplasma ao ingerir carne mal assada, ovos, de
aves, leite ou através do solo (fezes de animais).
Sintomas
A forma adquirida provocar febre, mal-estar, prostração e cefaleia. Em alguns casos
pode causar a inflamação da retina, que causa desde lesões discretas até cegueira.
Diagnóstico
Descoberto através de exames laboratoriais (exame chamado de reação Sabin-
Fieldman).
Tratamento
Faz-se através de medicamentos

Profilaxia
A principal medida profilática é evitar contato com is reservatórios. Para isso deve-se:
• Comer carnes somente bem cozidas;
• Leite e ovos cruz devem ser evitados;
• Inspeção nas criações;
Exames médicos nas gestantes devem inclui.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

https://www.gov.br/aids/pt-br/assuntos/hiv-aids/tratamento
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2023/boletim-epidemiologico-de-
tuberculose-numero-especial-mar.2023/
PORTAL MINISTERIO DA SAUDE :
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_microbiologia_completo.pdf
Manual de Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção em Serviços de Saúde

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